A inculturação tem como finalidade transmitir as verdades do evangelho, apresentando-as de forma que os destinatários as possam compreender
e viver, aproveitando as expressões culturais de povos não-europeus, que guardam, assim, sua identidade. Não é tarefa das mais fáceis, podendo facilmente descambar para o abuso.
Foi o que ocorreu na Igreja Catedral da Arquidiocese de São Luís (MA) que, ao realizar no dia 15 de novembro a “missa dos quilombos”, virou alvo de críticas ao postar o vídeo
em que um grupo de pessoas aparece dançando dentro da missa o chamado “tambor de crioula”, uma dança de origem africana praticada por inúmeros terreiros de candomblé e umbanda ao longo
de todo o ano, para entoar cânticos às diversas entidades do Candomblé e da Umbanda, sobretudo em homenagem a São Benedito ou aos Pretos Velhos.
O objetivo da missa seria reforçar o combate ao racismo, à intolerância e ao preconceito mas a encenação virou alvo de protestos por parte dos católicos
que criticaram que o evento tenha sido realizado dentro da Santa Missa, com alterações não permitidas pela liturgia católica.