terça-feira, 24 de dezembro de 2019

Justiça nega retirada de filme blasfemo da Netflix



Na última semana, a Justiça do Rio de Janeiro negou o pedido de retirada do filme blasfemo “A primeira tentação de Cristo”, de autoria do grupo Porta dos Fundos, exibido na plataforma Netflix.

A decisão assinada pela juíza Adriana Sucena Monteiro Jara Moura se deu em relação a uma ação movida pela Associação Centro Dom Bosco de Fé e Cultura, que pedia a retirada do programa do ar, bem como de trailer, making of e propagandas, sob pena de multa diária de R$ 150 mil, e mais R$ 2 milhões por danos morais.

Para a juíza Jara Moura, autorizar a suspensão deste filme “configuraria inequivocamente censura decretada pelo Poder Judiciário”. Além disso, afirma entender que “somente deva ser proibida a exibição, publicação ou circulação de conteúdo, em verdadeira censura, que possa caracterizar ilícito, incitando a violência, a discriminação, a violação de direitos humanos, em discurso de ódio”, o que considera não haver no referido filme.

“Ao assistir ao filme podemos achar que o mesmo não tem graça, que se vale de humor de mau gosto, utilizando-se de expressões grosseiras relacionadas a símbolos religiosos. O propósito de muitas cenas e termos chulos podem ser questionados e considerados desnecessários, mesmo dentro do contexto artístico criado com a paródia satírica religiosa. Contudo, há que se ressaltar que o juiz não é crítico de arte e, conforme já restou assente em nossa jurisprudência, não cabe ao Judiciário julgar a qualidade do humor, da sátira, posto que matéria estranha às suas atribuições”, avaliou a juíza.

Além disso, também disse considerar “como elemento essencial na presente decisão que o filme controverso está sendo disponibilizado para exibição na plataforma de streaming da ré Netflix, para os seus assinantes. Ou seja, não se trata de exibição em local público e de imagens que alcancem aqueles que não desejam ver o seu conteúdo. Não há exposição a seu conteúdo a não ser por opção daqueles que desejam vê-lo”.

“Resta assim assegurada a plena liberdade de escolha de cada um de assistir ou não ao filme e mesmo de permanecer ou não como assinante”, completou.

Após a decisão judicial, o Centro Dom Bosco se manifestou por meio de suas redes sociais, afirmando que a juíza “lavou as mãos diante de Nosso Senhor Jesus Cristo, vítima inocente, e daqueles que desejam ultrajá-lo, açoitá-lo e crucificá-lo”. Declarou ainda que continuará “a lutar para que as blasfêmias de grupos ativistas como o Porta dos Fundos e de empresas globalistas como a Netflix tenham fim”.

Por sua vez, Bruno Mendes, do Centro Dom Bosco, pontuou a ACI Digital que este filme “ataca o coração da adoração católica que é a Sagrada Família”. De acordo com ele, “a hostilidade aberta e deliberada ao núcleo central da fé católica, expondo-o ao escárnio, ao vilipêndio e ao desprezo públicos, é um ato de manifesta intolerância religiosa”. 

Notre Dame não terá Missa de Natal pela primeira vez em mais de dois séculos



Pela primeira vez desde 1803, a Missa de Natal não será celebrada na Catedral de Notre Dame, pois a igreja simbólica da França permanece inutilizada devido ao incêndio que sofreu em 15 de abril deste ano, quando estava sendo restaurada.

"Não haverá uma Missa da Noite de Natal em Notre Dame. A última vez que isso aconteceu foi durante a Revolução Francesa. Desde 1803, sempre houve Missas natalinas em Notre Dame", disse à Reuters uma porta-voz da Arquidiocese de Paris.

A construção da Catedral de Notre Dame começou em 1163 e culminou em 1345.

Por sua vez, o reitor da catedral, Mons. Patrick Chauvet, disse que "é doloroso porque gostaríamos de celebrar o Natal em Notre Dame, mas, ao mesmo tempo, também há esperança: estamos avançando na reconstrução", disse em referência ao guindaste gigante que chegou em 16 de dezembro para remover o enorme andaime que foi instalado na catedral no dia do incidente.

"O Natal é a celebração da esperança. Sejamos pacientes, mais quatro anos", acrescentou Mons. Chauvet, referindo-se ao anúncio feito há alguns dias pelo general Jean-Louis Georgelin, presidente da entidade pública responsável pela reconstrução da Catedral de Notre Dame de Paris. 

sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

CNBB emite nota sobre o desrespeito à fé cristã



NOTA OFICIAL DA CNBB
SOBRE O DESRESPEITO À FÉ CRISTÃ

Examinai tudo e ficai com o que é bom! (1 Ts 5,21)

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) repudia recentes fatos que, em nome da liberdade de expressão e da criatividade artística, agridem profundamente a fé cristã. Ridicularizar a crença de um grupo, seja ele qual for, além de constituir ilícito previsto na legislação penal, significa desrespeitar todas as pessoas, ferindo a busca por uma sociedade efetivamente democrática, que valoriza todos os seus cidadãos.

A Igreja nunca deixou de promover a arte e a liberdade de expressão. Por isso, a CNBB reitera que toda produção artística respeite “os sentimentos de um povo ou de grupos que vivem valores, muitas vezes, revestidos de uma sacralidade inviolável”. Quando há desrespeito em produções midiáticas, os meios de comunicação tornam-se violentos, verdadeiras armas que contribuem para ridicularizar e matar os valores mais profundos de um povo.

Vivemos em uma sociedade pluralista. Nem todos têm as mesmas crenças. Devemos, no entanto, como exigência ética e democrática, respeitar todas as pessoas. Nada permite a quem quer que seja o direito de vilipendiar crenças, atingindo vidas. O direito à liberdade de expressão não anula o respeito às pessoas e aos seus valores. 

Israel proíbe que cristãos de Gaza visitem Belém e Jerusalém no Natal



Cristãos da Faixa de Gaza não terão autorização para visitar as cidades sagradas de Belém e Jerusalém nas celebrações do Natal neste ano, disseram autoridades nesta quinta-feira. Os cristãos de Gaza receberão autorizações para viajar para o exterior, mas nenhum deles terá permissão para entrar em Israel ou na Cisjordânia ocupada, onde estão diversos locais sagrados para os cristãos, informou uma porta-voz para a ligação militar entre Israel e os palestinos.

Israel restringe de maneira rígida os movimentos de saída da Faixa de Gaza, território controlado pelo Hamas, um grupo islâmico considerado uma organização terrorista pelo governo israelense. A porta-voz disse que, seguindo as "ordens de segurança", os moradores de Gaza poderão viajar para o exterior através da fronteira da Ponte Allenby entre Israel e Jordânia, mas que não poderão visitar cidades em Israel ou na Cisjordânia. 

Diocese de Assis suspende padre por celebrar “casamento homossexual”



O padre Vicente de Paula Gomes, pároco da Igreja de Santo André, em Tarumã, foi suspenso por um decreto da Diocese de Assis por sua participação com a benção em um casamento homoafetivo no final de semana.

A celebração provocou polêmica com reações de fiéis em diversas cidades e muitas manifestações em redes sociais.

Assista ao vídeo:


O documento cita “acusações graves”, ‘fumaça’ de delito e perigo na demora na adoção de medidas de apuração e considera “garantia e proteção da justiça e para evitar escândalo e defender a liberdade dos acusadores e suas respectivas testemunhas” e determina a citação do padre para sua defesa.

O decreto de suspensão é assinado pelo bispo diocesano Dom Argemiro de Azevedo e pelo chanceler do Bispado, Padre David José Martins e estabelece a suspensão até fim de uma investigação e eventual processo do caso.

Nota em defesa do Sentimento Religioso: 'Não' ao vilipêndio dos valores cristãos!


A União dos Juristas Católicos do Estado de São Paulo (UJUCASP) vem a público manifestar veemente descontentamento à mais recente produção do grupo Porta dos Fundos, veiculada na plataforma Netflix sob o seguinte título: “Especial de Natal Porta dos Fundos: a primeira tentação de Cristo”.

O pretexto da obra é a comédia, seu real intuito, no entanto, é levar ao ridículo a fé da maioria da população brasileira, rebaixando, depreciando e aviltando as figuras da Sagrada Família. O riso nasce do achincalhe grosseiro, do afã de chocar e criar polêmica com o mais sacro valor do povo.

Sabe-se que a arte, em geral, e a comédia, em particular, necessitam de certa margem de liberdade criativa para produzirem suas obras. Dependem da liberdade de expressão, domínio em que o gênio artístico desenvolve suas capacidades e, por vezes, produz obras memoráveis.

Isso não quer dizer, porém, que as outras garantias constitucionais devam ser desprezadas no caminho. Sobretudo, a garantia da liberdade religiosa, indiscutivelmente uma das mais importantes.

Definitivamente, a liberdade não é um valor absoluto. Nem poderia ser. Sua existência pressupõe limites, sob pena de se anular a si mesma. Assim, quando duas liberdades públicas se chocam, cumpre usar do bom senso para definir qual delas prevalecerá. 

domingo, 8 de dezembro de 2019

O Presépio


Já estamos no Advento, tempo da “bela tradição das nossas famílias prepararem o Presépio, e também o costume de o armarem nos lugares de trabalho, nas escolas, nos hospitais, nos estabelecimentos prisionais, nas praças” ...: é assim que começa a recente Carta Apostólica “Sinal Admirável”, com que nos brinda o Papa Francisco, sobre o presépio:

“Representar o acontecimento da natividade de Jesus equivale a anunciar, com simplicidade e alegria, o mistério da encarnação do Filho de Deus. O Presépio é como um Evangelho vivo que transvaza das páginas da Sagrada Escritura. Ao mesmo tempo que contemplamos a representação do Natal, somos convidados a colocar-nos espiritualmente a caminho, atraídos pela humildade d’Aquele que Se fez homem a fim de Se encontrar com todo o homem, e a descobrir que nos ama tanto, que Se uniu a nós para podermos, também nós, unir-nos a Ele. O evangelista Lucas limita-se a dizer que, tendo-se completado os dias de Maria dar à luz, ‘teve o seu filho primogênito, que envolveu em panos e recostou numa manjedoura, por não haver lugar para eles na hospedaria’ (2, 7). Jesus é colocado numa manjedoura, que, em latim, se diz praesepium, donde vem a nossa palavra presépio. Ao entrar neste mundo, o Filho de Deus encontra lugar onde os animais vão comer. A palha torna-se a primeira enxerga para Aquele que Se há de revelar como ‘o pão vivo, o que desceu do céu’ (Jo 6, 51). Uma simbologia, que já Santo Agostinho, a par doutros Padres da Igreja, tinha entrevisto quando escreveu: ‘Deitado numa manjedoura, torna-Se nosso alimento’. Na realidade, o Presépio inclui vários mistérios da vida de Jesus, fazendo-os aparecer familiares à nossa vida diária”. 

Feministas atacaram e atearam fogo em cruz histórica


O Arcebispo de Salta (Argentina), Dom Mario Cargnello, expressou em 4 de dezembro sua perplexidade com o ataque cometido no dia anterior por um grupo de feministas contra a Cruz do Congresso Eucarístico Nacional de 1974, em cuja base atearam fogo.

A cruz do Congresso Eucarístico Nacional foi erguida em setembro de 1974, ao pé da colina de São Bernardo, em Paseo Güemes, na esquina da passagem Del Milagro, no centro da cidade.

Um grupo de mulheres, que em 3 de dezembro afirmaram que se manifestavam contra a violência de gênero, tentou incendiar a cruz histórica que mede 16 metros de altura e 9 metros de largura.

Elas replicaram a performance “El violador eres tú” (O abusador é você), uma música criada pelas feministas chilenas denominadas “Las Tesis” no contexto das manifestações sociais do país. O ataque à cruz foi rechaçado nas redes sociais.

“Não é fácil refletir sobre um acontecimento que é absurdo e nos deixa perplexos. O que significa? Que mensagem nos transmite? O que se pretende?”, questionou Dom Cargnello.

“Essa Cruz foi plantada como um chamado à unidade de todos os argentinos. Levantado no alto sobre a terra, o Senhor Jesus nos atrai para Ele. Ele nos reconcilia com Deus em um só corpo por meio da Cruz. Por isso, a Cruz se tornou um sinal da aspiração profunda do Povo de Salta de ser um povo fraterno, justo, acolhedor, pacífico e pacificador”, acrescentou.