sábado, 7 de março de 2020

Neste fim de semana, têm início processos de dois brasileiros a caminho dos altares



Serão abertos oficialmente neste fim de semana os processos de beatificação de dois brasileiros, Padre Léo Tarcísio Gonçalves e Marcelo Henrique Câmara; os tribunais arquidiocesanos de ambos serão instalados na Arquidiocese de Florianópolis (SC).

Este novo passo na caminhada de Pe. Léo e Marcelo Câmara rumo aos altares se dará após a Congregação para as Causas dos Santos, no Vaticano, ter concedido no ano passado o nihil obstat (nada consta), o qual garante que não há obstáculos por parte da Santa Sé para a abertura dessas causas.

O primeiro a ter sua causa aberta oficialmente será Pe. Léo, em cerimônia que acontecerá no sábado, 7 de março, na sede da Comunidade Bethânia, fundada pelo próprio sacerdote, em São João Batista (SC). Já no caso de Marcelo Câmara, acontecerá no domingo, 8 de março, no Santuário Sagrado Coração de Jesus, em Florianópolis. 

Com a abertura dos processos de beatificação, Pe. Léo e Marcelo recebem o título de Servo de Deus e os fiéis poderão prestar culto particular, com orações e pedidos de intercessão.

Segundo a Arquidiocese de Florianópolis, o Vigário Judicial do Tribunal Eclesiástico Interdiocesano e de Apelação de Florianópolis, Pe. Tarcísio Pedro Vieira, será o Delegado Arquidiocesano para essas duas causas.

Para o sacerdote, o andamento dos processos cria um clima especial nesta Igreja particular, de oração, vida fraterna, caridade cristã, enfim, de santidade, de desejo do céu.

“Entre nós há tantas pessoas que se destacam pela prática das virtudes e pelo amor a Jesus e sua Igreja. Todos somos chamados à santidade. O processo canônico de instrução de uma causa de beatificação e canonização é um meio especial para comprovar a vivência heroica das virtudes, confirmar a fama de santidade, o seguimento total de Jesus Cristo e a existência de sinais extraordinários, de graças e milagres”, declarou ao site arquidiocesano. 

segunda-feira, 2 de março de 2020

Morre, aos 95 anos, Ernesto Cardenal, polêmico sacerdote ícone da teologia da libertação


No domingo, 1º de março, faleceu, aos 95 anos, Ernesto Cardenal, sacerdote e poeta ícone da teologia marxista da libertação, que foi suspenso a divinis pelo Papa São João Paulo II, em 1984, por fazer parte do governo sandinista da Nicarágua, algo que é proibido pela lei canônica.

Segundo o jornal local La Prensa, Cardenal – nascido em 20 de janeiro de 1925, em Granada, Nicarágua – morreu devido a complicações cardíacas depois das 15h, após ficar internado por quatro dias em um hospital devido a problemas respiratórios.

Informa-se que será velado na funerária Monte de los Olivos e na terça-feira, 3 de março, será celebrada uma Missa fúnebre na Catedral de Manágua.

Ernesto Cardenal e outros sacerdotes como seu irmão Fernando, Miguel D'Escoto e Edgard Parrales, foram suspensos a divinis por fazerem política partidária, algo incompatível com o ministério sacerdotal, conforme estabelecido pelo Código de Direito Canônico.

Cardenal foi repreendido publicamente por São João Paulo II quando este visitou a Nicarágua em 1983. Na foto que entrou para a história, vê-se o Papa polonês sério diante do nicaraguense em posição de genuflexão e sorridente.

Ernesto Cardenal, poeta e ativista da teologia marxista da libertação, diria algum tempo depois que, naquela ocasião, o Santo Padre lhe pediu que "regularizasse sua situação". 

Prefeitura do Rio de Janeiro suspende exposição blasfema contra a Virgem Maria



A Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro suspendeu no sábado, 29 de fevereiro, a exposição blasfema que mostrava a Virgem Maria com um seio à mostra e órgão sexual masculino, seguida da frase “Deus acima de tudo, gozando acima de todos”.

A obra “Todxs xs santxs - renomeado - #eunãosoudespesa”, do artista Órion Lalli, estava em exposição no Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, espaço da Secretaria Municipal de Cultura do Município do Rio de Janeiro, e foi denunciada por deputados católicos devido ao seu conteúdo blasfemo e de desrespeito ao sentimento religioso.

A peça é composta por um oratório estilizado no qual se encontra a imagem da Virgem Maria com o seio à mostra e um órgão genital masculino.

No último dia 27 de fevereiro, o deputado estadual Márcio Gualberto e a deputada federal Chris Tonietto informaram que deram entrada em uma notícia-crime na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) e no Ministério Público, “contra o autor da obra blasfema, que vilipendia a fé cristã”.

De acordo com o site do jornal o Globo, a Secretaria Municipal de Cultura expressou por meio de nota que “manterá a suspensão da exposição enquanto a queixa estiver em tramitação e respeitará o processo legal, aguardando a decisão judicial”.

Além disso, a Secretaria “reafirma seu compromisso com o respeito constitucional à liberdade religiosa e a todas as crenças” e assinala que “nossos equipamentos abrigam manifestações culturais de todas as linguagens e estilos, sendo um dos nossos pilares o respeito à liberdade artística”. 

sábado, 29 de fevereiro de 2020

Em Aparecida, CNBB abre Campanha da Fraternidade



A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) realiza, neste domingo (1º), às 8h, a missa de abertura nacional da Campanha da Fraternidade de 2020. A celebração acontece no Santuário de Aparecida (SP), templo que abriga a Imagem da Padroeira do Brasil. O presidente da CNBB, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, preside a Eucaristia, concelebrada pelos representantes da coordenação executiva da Campanha e membros da presidência da Conferência.

"A Basílica de Aparecida é um Santuário Nacional. Por este motivo, o presidente da CNBB vem rezar junto da Padroeira do Brasil para abrir mais solenemente, de forma nacional, a Campanha da Fraternidade. Isso tudo quer dizer: Vamos abraçar essa Campanha da Fraternidade porque ela é vida plena e com sentido para todos", explica o arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes.

Durante a celebração, acontecerá a leitura da carta enviada pelo Papa Francisco para a Campanha da Fraternidade deste ano. Na missiva, o Pontífice chama a atenção para a necessidade de fortalecer o valor da vida. Além disso, recorda que a conversão não deve ser separada do serviço aos irmãos e irmãs, "sobretudo os mais necessitados", escreve Santo Padre. 

Tv Evangelizar estreia no canal 42.1 em São Luís (MA)



Desde o dia 14 de fevereiro de 2020 a cidade de São Luís do Maranhão bem como os municípios de Paço do Lumiar, Raposa e São José de Ribamar pode contar com mais um canal de evangelização, a Tv Evangelizar, que é geradora de conteúdo da Rede Católica da Igreja (RCI) cujo fundador é o Padre Reginaldo Manzotti.

O sonho é de Deus, o mandato é de Jesus Cristo e a missão é nossa. Este não é o sonho de um padre, é uma necessidade da Igreja”, afirmou o sacerdote. E reforçou: “Fique atento, porque novos transmissores serão ligados, novas antenas serão transportadas e a próxima cidade a ter a TV pode ser a sua”. Padre Reginaldo Manzotti também é Embaixador da Pastoral da Pessoa Idosa.

Atualmente, a Obra Evangelizar é considerada benfeitora nacional, pois oferece conteúdo católico gratuito para uma cadeia de mais de 130 TVs-irmãs espalhadas por todo o país, além de 37 canais abertos de televisão e repetidores 24 horas de sua programação. Além disso, 1.589 rádios-irmãs no Brasil e em outros países transmitem parte da programação da Rádio Evangelizar. Sendo assim, a Evangelizar - que já é a maior Rede de Rádios da América do Sul - torna-se agora umas das maiores emissoras Católicas de televisão do Brasil. 

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Homilética: 10º Domingo do Tempo Comum - Ano A: “Eu não vim chamar os justos mas os pecadores”



A Palavra de Deus deste 10º Domingo do Tempo Comum repete, com alguma insistência, que Deus prefere a misericórdia ao sacrifício. A expressão deve ser entendida no sentido de que, para Deus, o essencial não são os atos externos de culto ou as declarações de boas intenções, mas sim uma atitude de adesão verdadeira e coerente ao seu chamamento, à sua proposta de salvação. É esse o tema da liturgia deste dia.

Na primeira leitura, o profeta Oseias põe em causa a sinceridade de uma comunidade que procura controlar e manipular Deus, mas não está verdadeiramente interessada em aderir, com um coração sincero e verdadeiro, à aliança. Os atos externos de culto – ainda que faustosos e magnificentes – não significam nada, se não houver amor (quer o amor a Deus, quer o amor ao próximo – que é a outra face do amor a Deus).

Na segunda leitura, Paulo apresenta aos cristãos (quer aos que vêm do judaísmo e estão preocupados com o estrito cumprimento da Lei de Moisés, quer aos que vêm do paganismo) a única coisa essencial: a fé. A figura de Abraão é exemplar: aquilo que o tornou um modelo para todos não foram as obras que fez, mas a sua adesão total, incondicional e plena a Deus e aos seus projetos.

O Evangelho apresenta-nos uma catequese sobre a resposta que devemos dar ao Deus que chama todos os homens, sem excepção. O exemplo de Mateus sugere que o decisivo, do ponto de vista de Deus, é a resposta pronta ao seu convite para integrar a comunidade do “Reino”. 

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Homilética: 9º Domingo do Tempo Comum - Ano A: "As Obras da Fé"



Erram aquelas pessoas que pensam que basta com aceitar Jesus para serem salvos! Equivocam-se aqueles outros que pensam que é suficiente a mera fé para chegar à vida eterna! Está longe da verdade o individuo que proclama somente com a boca, “Senhor, Senhor”, sem aprofundar essas palavras no coração, tendo-as verdadeiramente como programa de vida.

No mesmo caminho do erro estão aqueles que pensam que para salvar-se basta com não fazer coisas más. Estão equivocados aqueles que confundem a filantropia com a caridade. Mas também estão longe da verdade os que insistem nas obras e diminuem importância à graça e à fé.

Em contra dessas visões parciais se opõe o maravilhoso equilíbrio do Evangelho. Por um lado: “tua fé te salvou” (Lc 8,48) e “tudo é possível ao que crê” (Mc 9,23). Por outro: “nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus” (Mt 7,21) e “Vinde, benditos do meu Pai, tomai posse do Reino (…) porque tive fome e me destes de comer, tive sede e me destes de beber; era peregrino e me acolhestes (…)” (Mt 25,34-36). Poderíamos seguir apoiando as duas caras dessa moeda única com outros textos da Escritura Santa. O mesmo apóstolo que deixou escrito que “o justo viverá pela fé” (Rm 1,17) disse no capítulo seguinte da carta aos Romanos que o juízo de Deus “retribuirá a cada um segundo as suas obras” (Rm 2,6).

Todo cristão deve viver de fé. Mas a fé não é uma mera profissão da boca para fora, não é um mero ato de confiança na misericórdia de Deus, não é somente acreditar que Deus existe. A fé é algo que invade toda a nossa existência: o nosso ser, a nossa inteligência, a nossa vontade, os nossos sentimentos. Quase se poderia dizer que nós não temos fé, mas que a fé nos tem. Somos homens e mulheres de fé. Ao vivermos de fé, perceberemos as consequências da fé em todas as dimensões do nosso existir. O cristão nunca pode desassociar a sua fé da sua vida. Dizer “Senhor, Senhor” na Missa dominical é muito importante, mas é preciso continuar dizendo “Senhor, Senhor” nas vinte quatro horas de cada jornada, não necessariamente com a boca, mas com as nossas ações quotidianas. É preciso proclamar o senhorio de Jesus na família, no trabalho e em todas as demais relações. 

De onde vem o "evangelho" da Sapucaí*


  
1. Um falso evangelho

Existem questões em que não é possível transigir sem trair a própria consciência, assim como há ensinos que não se podem tolerar sem sacrificar a integridade da verdade. Para um cristão, o mais importante, aquilo que está acima de tudo, é a custódia da essência do Evangelho, pois dele depende a nossa salvação individual e a dos demais seres humanos.

Era esta clarividência que constrangia São Paulo a manifestar sem hesitação a sua tempestuosa repreensão à comunidade dos gálatas: “Admiro-me de que, tão depressa, abandonando aquele que vos chamou na graça de Cristo, tenhais passado a outro evangelho” (Gl 1,6). Ele acusa aqueles que tentam “corromper o Evangelho de Cristo” (Gl 1,7) e diz por duas vezes que quem o fizer, mesmo que seja um anjo do céu, “é anátema” (Gl 1,8), isto é, excomungado. O Apóstolo chega a repreender São Pedro por sua dissimulação (cf. Gl 2,11-15) e diz que os gálatas, depois de terem “começado no espírito, terminam na carne” (Gl 3,6).

Toda a Epístola é uma chuva de repreensões contra a leviandade de se passar a um outro “evangelho”.

2. Restrição seletiva dos conteúdos do Evangelho

Nos últimos dias, os cristãos do Brasil mais uma vez foram provocados através das manifestações blasfemas de uma escola de samba que usou a imagem Cristo identificando-a com aquilo que os marxistas chamam de lumpemproletariado, o extrato maltrapilho da sociedade, e tudo naquele conhecido contexto de sincretismo e sensualidade que caracterizam o carnaval. Até aqui, sem novidades. Infelizmente, a blasfêmia e o sacrilégio são bastante habituais nestes ambientes contestatórios das raízes cristãs da sociedade.

O problema real começa quando vemos pessoas cristãs que apresentam tais manifestações como expressão da Palavra de Deus, a tal ponto de atribuir-lhes a alcunha de “O Evangelho da Sapucaí”. Como isso é possível? Por que estas pessoas não conseguem enxergar que este não é o Cristo da Revelação? Qual a dificuldade de perceberem que Cristo não foi anunciado, mas usado para promover ideologias, num caldo de depravação e excessos que, antes de honrá-lo, o ultrajam, juntamente com todos os seus discípulos?

Deixando de lado a cegueira política de quem se esqueceu de Deus e o trocou por um partido, precisamos perceber que restringir o Evangelho a certos conteúdos humanistas, apresentando-os como se fossem o todo, é o modo mais fácil de pervertê-lo, ainda mais quando, com isto, se induz as pessoas ao pecado, à transgressão de todos os dez mandamentos. Escolhe-se dos conteúdos do Evangelho o que mais se adapta à própria ideologia e silenciam-se os conteúdos incômodos. Mas o problema fica ainda mais nítido quando nos confrontamos justamente com o todo do Evangelho.