quarta-feira, 24 de junho de 2020

Bispo católico pede ao Reino Unido que preserve o domingo como dia de descanso



Um bispo do Reino Unido criticou os planos do Governo contra a preservação do domingo como dia de descanso, pois afetariam profundamente o bem-estar humano em nome de uma possível melhoria na economia afetada pela crise do coronavírus.

O Bispo de Shrewsbury, Birmingham (Inglaterra), Dom Mark Davies, exortou os cristãos a se manifestarem contra os planos que buscam relaxar as leis comerciais dominicais no Reino Unido, no contexto de uma economia instável afetada pelos efeitos de pandemia de coronavírus.

Na Missa celebrada, em 21 de junho, na Catedral de Shrewsbury, Dom Mark Davies, criticou a intenção do governo de aumentar o atual limite de seis horas para o comércio de domingo. "À medida que saímos do fechamento, é lamentável que o Governo esteja considerando remover as proteções legais restantes no domingo para torná-lo um dia completo de comércio", disse.

Para o Prelado, cuja diocese abrange os condados de Shropshire e Cheshire e partes de Merseyside, Derbyshire e Greater Manchester, afirmou que “as propostas para o comércio dominical sem restrições poderiam ser incluídas nos planos de reativação da atividade econômica e, portanto, impor novas demandas aos trabalhadores das lojas e suas famílias que nos apoiaram durante esta crise”.

"Por maiores que sejam as vantagens econômicas que o governo possa calcular, a perda humana certamente será maior se o domingo se converter em outro dia útil", acrescentou. 

Arcebispo nos EUA condena ataques à estátua de São Junípero Serra em manifestações contra o racismo



Depois que centenas de manifestantes derrubaram a estátua de São Junípero Serra, em São Francisco (Estados Unidos), o arcebispo local criticou o que aconteceu e disse que os protestos contra a injustiça racial foram "sequestrados" por uma máfia obstinada com a violência.

"O que está acontecendo com a nossa sociedade? Um movimento nacional renovado para curar memórias e corrigir as injustiças do racismo e da brutalidade policial em nosso país foi sequestrado por alguns para transformá-lo em um movimento de violência, saques e vandalismo", disse o Arcebispo de São Francisco, Dom Salvatore Cordileone, em um comunicado divulgado no sábado, 20 de junho.

A declaração do arcebispo veio depois que uma estátua de São Junípero Serra foi derrubada, na sexta-feira, no Golden Gate Park, em São Francisco, junto com as estátuas de Francis Scott Key e Ulysses S. Grant.

"A derrubada e a desfiguração das estátuas no Golden Gate Park, incluindo a de São Junípero Serra, tornaram-se o mais recente exemplo dessa mudança no movimento de protesto", acrescentou o Arcebispo.

“A memorização de figuras históricas merece uma discussão honesta e justa sobre como e a quem se deve conceder esta honra. Mas aqui, não havia uma discussão racional; foi a regra da máfia, um fenômeno preocupante que parece se repetir em todo o país”, assegurou.

Dom Cordileone enfatizou a importância dos chamados à justiça racial e ao fim da brutalidade policial, que começou após a morte de George Floyd, um negro morto por um policial de Minneapolis, em 25 de maio. Este ajoelhou-se no pescoço de Floyd por quase nove minutos até sua morte.
  
"Todos os que trabalham pela justiça e igualdade se juntam à indignação daqueles que foram e continuam sendo oprimidos", disse o arcebispo.

"É especialmente certo que os seguidores de Jesus Cristo, os cristãos, são chamados a trabalhar incansavelmente pela dignidade de todos os seres humanos", acrescentou, e assinalou que São Francisco de Assis, que deu origem ao nome da cidade de São Francisco, é "uma das figuras históricas mais importantes e icônicas da paz e da boa vontade”.

Além disso, afirmou que "durante os últimos 800 anos, as várias ordens franciscanas de irmãos, irmãs e sacerdotes inspirados por ele foram exemplares, não apenas servindo, mas se identificando com os pobres e oprimidos e dando a eles sua dignidade legítima como filhos de Deus", afirmou Dom Cordileone.

"São Junípero Serra não é exceção", enfatizou. 

Quando, onde e como as celebrações públicas serão retomadas no Brasil?



Devido à sua grande extensão territorial, nesta pandemia o Brasil se viu em meio a diferentes regulamentações político-administrativas sobre a quarentena e outras medidas para evitar o aumento do número de casos de Covid-19. As medidas adotadas nos estados e municípios por seus respectivos governantes refletiram no funcionamento das igrejas, que passou a ter diferentes diretrizes, de acordo com a região em que se encontram.

Algumas arquidioceses, por exemplo, seguindo as determinações das autoridades políticas, permitiram a volta das celebrações públicas (com número reduzido de fiéis e outras medidas de higienização e distanciamento social) no fim do mês de abril. Outras abriram suas igrejas, mas tiveram que fechar novamente por causa do aumento do número de casos da Covid-19. Há ainda aquelas cujas celebrações públicas estão suspensas há mais de três meses.

Mas, aos poucos, a maioria das regiões brasileiras está flexibilizando a quarentena. Por isso, a CNBB publicou um documento em que recomenda diretrizes para a reabertura das igrejas e a participação dos fiéis em celebrações, observando todas as medidas de prevenção ao coronavírus (clique aqui e leia o documento).

Além disso, a conferência traçou um panorama de quando e onde as igrejas poderão voltar às suas atividades com a presença da comunidade. O país foi dividido de acordo com as regiões administrativas da CNBB, mas se a sua cidade não aparecer na lista abaixo, é importante ficar atento aos comunicados oficiais de sua paróquia ou diocese para saber quando as atividades irão ser retomadas. 

domingo, 21 de junho de 2020

Homilética: Vigília da Natividade de São João Batista (23 de junho)*: "Muitos hão-de alegrar-se com o seu nascimento".



Celebramos a vigília da Natividade do Precursor do Senhor. O nascimento de João Batista é celebrado, porque ele foi chamado e santificado já no ventre de sua mãe. Zacarias, seu pai, num belo cântico, profetiza a respeito dele: Serás profeta do Altíssimo, ó menino, pois irás andando à frente do Senhor para aplainar e preparar os seus caminhos, anunciando ao seu povo a salvação. Como João Batista, cada um de nós é chamado, pelo Batismo, a ser profeta do Senhor, isto é, ser instrumento de conversão e salvação pelo testemunho de fé e de vida para todos que conosco convivem ou encontramos no nosso caminho.

São João encontra-se no coração das festas juninas, marcadas pela alegria e pela certeza de que Deus é misericordioso com os empobrecidos.

O culto a São João Batista remonta aos primeiros séculos do cristianismo. João, denominado Batista, é filho de Zacarias, o mudo, e de Isabel, a estéril. Seu nascimento anuncia a chegada dos tempos messiânicos, em que a esterilidade se torna fecunda e o mutismo se faz exuberância profética. Todos os vizinhos perguntavam: “O que esse menino vai ser?”. Zacarias eleva seu cântico de reconhecimento, profetizando a grande missão de João: “E tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo, pois irás à frente do Senhor para preparar os caminhos dele, e para dar a seu povo o conhecimento da salvação, mediante o perdão dos pecados” (Lc 1,76-77). Segundo avaliação do próprio Jesus, João é o maior dos profetas de Israel: “Entre os nascidos de mulher, não apareceu ninguém maior do que João Batista” (Mt 11,11). 

quinta-feira, 11 de junho de 2020

Vaticano deve renovar acordo com a China por um ou dois anos, diz Arcebispo negociador



O Arcebispo italiano Claudio Maria Celli, diplomata que foi fundamental para a negociação do acordo provisório da Santa Sé - China para a nomeação dos bispos, disse que o Vaticano deve renovar esse tratado por mais um ou dois anos.

"O acordo é provisório, ou seja, expira, como você diz, em setembro deste ano. Temos que encontrar uma fórmula. Temos que ver o que fazer após esse período. Acho que devemos provavelmente reconfirmá-lo por um ano ou dois”, disse o Arcebispo em uma entrevista, em 7 de junho, no programa Stanze Vaticane de Tgcom24.

"No entanto, a Santa Sé ainda não tomou uma decisão a esse respeito, uma decisão que será comunicada depois às autoridades chinesas", acrescentou o Prelado que atuou como presidente do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais entre 2007 e 2016.

Após a assinatura do acordo provisório em setembro de 2018, as autoridades do governo comunista chinês continuaram a perseguição contra os católicos, continuaram demolindo igrejas e cruzes e continuaram com as prisões do clero clandestino ou subterrâneo, que são aqueles que se mantêm fiéis a Roma.

Na China, o regime exige que os membros da Igreja se associem à Associação Patriótica Católica, uma instituição que está sob o controle do Partido Comunista que administra o Governo. Aqueles que não aceitam essa adesão, a Igreja clandestina, subterrânea ou não oficial, frequentemente sofrem perseguição, detenções e prisões.

"É inegável que ainda existem situações que exigem um caminho", disse o Arcebispo Celli na entrevista, destacando a "necessidade de respeito" e "entendimento mútuo" entre a Igreja Católica e a China.

"Não vai ser fácil. A Santa Sé quer continuar com este passo. Queremos avançar e queremos alcançar uma normalidade na qual um católico chinês possa expressar toda a sua fidelidade ao Evangelho e também respeito ao seu ser chinês”, continuou o Prelado.

"Eu sempre digo e sempre uso uma expressão simples: a Igreja Católica na China precisa ser plenamente chinesa, mas também plenamente católica". 

quarta-feira, 10 de junho de 2020

Respeito para com a Eucaristia



São João Paulo II, em várias oportunidades, chamou atenção ao respeito para com a Eucaristia. A convocação do “Ano da Eucaristia” (2004) tinha, entre outras finalidades, chamar atenção para a centralidade da Eucaristia na vida da Igreja e ressaltar o respeito para com a Eucaristia.

Ao dividir a palavra respeito — res + peito — nota-se que a mesma tem a ver com aquilo que trazemos dentro da gente, lá no peito; no coração. A gente respeita aquilo que ama, que tem tanta consideração a ponto de guardá-la no coração. São coisas do peito, coisas do coração, coisas com as quais a gente mantém uma relação diferente, mais aprimorada, mais recata, mais carinhosa; mais respeitosa.

Lembro-me, numa ocasião, que antes da Missa, um jovem se apresentou para proclamar a Palavra vestindo bermuda e camiseta regata. O padre perguntou onde iria vestido daquele jeito. — Vou fazer uma leitura na Missa, respondeu. O padre lhe disse: só se colocar uma roupa mais respeitosa para a Missa. O jovem argumentou que o importante não é a roupa, mas o que está dentro do coração. Uma resposta infeliz, mas que ofereceu a oportunidade para o padre lhe ensinar uma coisa importante: se o teu coração estiver cheio de amor pela Eucaristia, a ponto de compreender o que você vai celebrar e que vai proclamar a Palavra de Deus, você não viria vestido deste modo.

Moral da história: o modo como nos apresentamos para celebrar tem a ver com o sentimento que devotamos à Eucaristia. Não se conhecendo o que é a Eucaristia qualquer roupa serve, mesmo que seja desrespeitosa para o ambiente celebrativo litúrgico, a qual se acrescenta o comentário: o que importa é o que está no coração.

A falta de respeito não se limita ao modo de vestir-se do celebrante. Tem a ver também com outras atitudes, como o silêncio, por exemplo. Noutro domingo, quatro adolescentes passaram a missa inteira (do começo ao fim) conversando, brincando e rindo; na hora da comunhão foram cochichando na fila até comungar. Será este um comportamento respeitoso? Também a postura, o modo de se comportar na Eucaristia demonstra e revela carinho ou indiferença para com a Eucaristia.

Corpus Christi em tempos de pandemia



Caros diocesanos. A Igreja celebra novamente Corpus Christi, Corpo de Cristo, solenidade que tem profunda ligação com a Quinta-feira santa, dia em que Jesus instituiu a eucaristia, o sacerdócio e ensinou o mandamento do amor, com o rito do lava-pés. No contexto celebrativo da semana santa fica difícil valorizar toda riqueza que o mistério da eucaristia merece. Assim sendo, a história da liturgia, a partir do séc. XIII, fez surgir o que nós celebramos em Corpus Christi, tendo como objetivo litúrgico agradecer pela eucaristia e realizar uma manifestação pública de fé na presença real e permanente de Jesus Cristo no Pão vivo descido do céu. Em Corpus Christi, esta atitude de gratidão se expressa pela celebração da própria missa e pela procissão solene nas ruas com a Hóstia consagrada. Os enfeites nos caminhos públicos e corredores das igrejas, fazem parte desta gratidão e deste louvor.

Mesmo com toda riqueza celebrativa e do significado da própria palavra Eucaristia, como ação de graças, devemos abordar outras dimensões que ela contém, sobretudo como ceia de comunhão, sacrifício pascal e missão, pois a espiritualidade eucarística revela diversos aspectos em sua unidade indivisível: ela nasce numa Ceia pascal que torna presente (memória) o Sacrifício da Cruz e a Ressurreição de Cristo (Páscoa), realizando a maior Ação de Graças possível para a salvação da humanidade, em todos os tempos, tornando-se fonte e ponto alto da evangelização. Portanto, viver uma espiritualidade de Jesus eucarístico, longe de qualquer devocionismo ou intimismo, significa comungar sua vida, dada em sacrifício, tornando-nos, com Ele e os irmãos, oblação e ação de graças ao Pai em nossa missão evangelizadora. Eucaristia e caridade (serviço), portanto, andam de braços dados e essa relação nos faz entender porque o evangelista João inclui o lava-pés (Jo 13) onde os demais evangelistas narram a instituição da Eucaristia. São Paulo não pensa diferente (1Cor 11, 17-22.27-34). A autenticidade de nossas celebrações eucarísticas será avaliada com este critério, afirma João Paulo II (MND 28). Por isso, em Corpus Christi, faz-se coletas de caridade para os necessitados, ainda mais em tempos de pandemia.

Na solenidade de Corpus Christi desejamos louvar e agradecer a Jesus eucarístico pela sua presença entre nós neste sacramento e lhe oferecemos o que de melhor possuímos, através de precioso ostensório, dignos sacrários em nossos templos e ruas enfeitadas com belos símbolos religiosos. Contudo, não podemos esquecer o mais importante: acolhê-lo como divino hóspede em nossos corações, em nossa vida, e sermos sacrários vivos, portadores do Senhor na vida pessoal e familiar, em nossos ambientes de trabalho e de convivência na sociedade. 

A Eucaristia



Aproveitando a Solenidade do Corpo do Senhor, Corpus Christi, vamos tratar de Eucaristia, o último dos sacramentos da Iniciação Cristã, o último dos sacramentos que nos inserem na Vida do Cristo morto e ressuscitado, fazendo-nos plenamente cristãos. Trata-se do maior e mais sublime de todos os sacramentos, o Sacramento por excelência – o Santíssimo Sacramento! A Eucaristia é o Sacramento e todos os outros somente podem ser chamados de sacramentos porque preparam para ela ou dela decorrem! O Batismo nos abre a porta para o Banquete eucarístico, pois fomos todos batizados num só Espírito para formarmos um só Corpo na Ceia do Senhor (cf. 1Cor 12,13), a Confirmação, ao nos dar o Espírito como Força, faz-nos membros vivos que edificam o Corpo do Senhor que é a Igreja, alimentando-nos com o Sacramento do Corpo presente no Altar, de modo que somos sempre, de novo, reunidos e alimentados num só Corpo, assumindo a parte da missão que o Espírito do Senhor nos dá para o bem da Igreja. O Sacramento da Penitência nos reinsere, pelo perdão, na Assembleia eucarística, pois, reconciliados no Corpo, participamos do Corpo do Senhor. Depois, os sacramentos da missão: a Ordem e o Matrimônio: deveriam ser celebrados dentro da Eucaristia ou pelo menos, no caso do Matrimônio, com a comunhão eucarística, pois são sacramentos que servem à edificação da Igreja, Corpo do Senhor, seja pelo pastoreio, seja pela geração de novos membros e edificação da Igreja doméstica em cada família. Assim, tudo gira em torno da Eucaristia, lugar bendito, celebração sagrada, na qual o Cristo faz-Se Corpo imolado e ressuscitado para alimentar a Igreja e dela fazer o Seu Corpo, unindo a Si cada membro, de modo que todos comunguem no Santo Espírito para a glória do Pai!

Mas, como falar desse sacramento é muito complexo, dada a riqueza e a pluralidade de facetas da Eucaristia, vou seguir o esquema do Catecismo da Igreja Católica, comentando-o e aprofundando-o. E vamos iniciar precisamente citando Catecismo: O nosso Salvador instituiu na Última Ceia, na noite em que foi entregue, o sacrifício eucarístico do Seu Corpo e do Seu Sangue, para perpetuar no decorrer dos séculos, até Ele voltar, o sacrifício da Cruz, e para confiar, assim, à Igreja, Sua amada Esposa, o memorial da Sua Morte e Ressurreição: sacramento de piedade, sinal de unidade, vínculo de caridade, banquete pascal em que se recebe Cristo, a alma se enche de graça e nos é dado o penhor da Glória futura” (n. 1323).

Estas palavras resumem de modo admirável o sentido e a riqueza da Eucaristia. Já aqui é interessante observar algo muito importante: quando falamos em Eucaristia não estamos pensando primeiramente na hóstia e no vinho consagrados, mas sim na Celebração eucarística, isto é, na Missa, sacrifício eucarístico do Corpo e do Sangue do Senhor, para perpetuar no decorrer dos séculos, até que Ele venha, o Sacrifício da Cruz! Então, a Eucaristia é a Missa! Mas, que significa “missa”? Onde, nas Escrituras Sagradas, se fala nela?