sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Diocese de Hong Kong pede que escolas católicas ensinem polêmica lei de segurança nacional



O delegado para a educação da Diocese de Hong Kong pediu aos diretores das escolas católicas que ensinem a polêmica lei de segurança nacional, que pune a subversão para fins políticos contra o governo e que tem, entre as suas penas, a prisão perpétua.

Segundo Asia News, o delegado diocesano Peter Lau enviou uma carta aos diretores de cerca de 200 escolas católicas de Hong Kong, na qual pediu que os colégios ajudem os alunos a entender a nova lei, o respeito à bandeira e o hino nacional, assim como incentivar “os valores de sua identidade nacional”.

Lau também pediu que nas escolas não haja “politização” nem “promoção de mensagens políticas, posições ou perspectivas unilaterais”.

Para isso, explica, cada escola deveria ser dotada de um “mecanismo” de verificação do “ensino, lição de casa e material didático” utilizado nas aulas.

A carta foi enviada algumas semanas antes do início do ano letivo previsto para setembro e depois de uma carta enviada pela Secretaria de Educação no mês passado, com mensagens semelhantes para evitar a “politização” dos alunos.

A secretária de educação, Ingrid Yeung, pediu às escolas que parassem com as atividades políticas de seus estudantes e incentivou a suspender os acusados ​​de "motins" ou "incêndios criminosos".

Entre os mais de 9 mil presos nos protestos de junho, mais de 3.700 eram estudantes. 45% de ensino médio, ou seja, mais de 1.670.

A Diocese de Hong Kong explicou que o pedido em sua carta é mais uma "sugestão do que uma imposição".

Além disso, a carta, como indicou um sacerdote, especifica que “[os alunos] devem ser formados para ter uma compreensão correta da identidade nacional, seguindo a doutrina social da Igreja”.

Um jovem citado por Asia News escreveu em uma rede social que “não querem a politização das escolas, mas exigem a compreensão da lei de segurança. São eles que trazem a politização para a escola”. 

Documentário reflete sobre a situação da Igreja em tempo de pandemia



Com a pandemia do coronavírus, uma forma de prevenção adotada tem sido o isolamento social e, com isso, também a Igreja Católica sofreu as consequências e teve que adotar diferentes medidas de segurança, entre as quais o fechamento dos templos ao público; esta é a questão abordada no documentário “Igreja e Pandemia”, lançado no último domingo.

Conforme observa a sinopse do documentário, a crise do coronavírus neste ano “levou a Igreja Católica a uma situação sem precedentes”, pois, “com as portas fechadas aos fiéis, pela primeira vez na história, por motivos sanitários, o exercício da religião ficou gravemente dificultado”.

“O que o passado nos ensina? Qual a posição do clero? O que esperar do futuro?”, estas são algumas questões que o documentário busca responder.

A obra é conta com direção Lucas Monachesi, formado em Comunicação Social e graduando em História, o qual também dirigiu o documentário “In Illo Tempore”, sobre a Missa Tridentina.

Embora tenha sido lançado no último domingo, 9 de agosto, no Youtube, “Igreja e Pandemia” já alcançou um grande público, contando com mais de 2 mil visualizações até o momento.

“Para um documentário independente, feito por poucas pessoas e que conta apenas com o compartilhamento espontâneo nas redes sociais é um resultado muito acima do que eu poderia imaginar”, expressou Monachesi, acrescentando que “muitos padres vieram elogiar o trabalho e muitos leigos se sentiram representados pelas falas contidas no filme”.

O diretor explicou que a principal motivação para esta obra “foi tentar fazer um retrato histórico da Igreja neste momento de pandemia”. Segundo ele, embora agora já aja “uma flexibilização maior”, quando a ideia surgiu, “em várias cidades as igrejas estavam completamente fechadas e isso foi algo que nunca ninguém presenciou na história da Igreja”.

“É uma situação completamente estranha e que pegou a Igreja de surpresa e deixou boa parte dos fiéis sem acesso à Eucaristia e aos demais sacramentos”, indicou o diretor, ao observar que, embora a grande mídia ressalte o problema sanitário e econômico, “esquecem completamente que o aspecto religioso é muito importante para várias pessoas”.

Além disso, Monachesi chamou a atenção para outro aspecto que sofreu impactos devido à pandemia, a questão financeira das igrejas, “que dependem muito de doações e dízimos para se sustentarem” e “começaram a ter problemas para pagar as suas contas” e também com relação a suas ações caritativas.

Nesse sentido, pontuou, o documentário tenta “mostrar às pessoas que a Igreja é importante sim e que a presença física nos sacramentos é de fundamental importância para os católicos”.

Segundo ele, as pessoas devem refletir “o quão importante é a fé e como que o fechamento total das igrejas afetou o espírito das pessoas e até mesmo a vida financeira das paróquias”. 

China prende ativistas católicos que apoiam democracia em Hong Kong



As autoridades chinesas prenderam ativistas pró-democracia de Hong Kong e impuseram novas sanções aos legisladores dos Estados Unidos, como parte de uma aparente repressão às liberdades civis na cidade.

Na segunda-feira, 10 de agosto, a ativista católica pela democracia Agnes Chow, de 23 anos, e outras figuras proeminentes foram presas e acusadas de violar a nova lei de segurança nacional de Hong Kong, que entrou em vigor em 1º de julho, sem aprovação pelo legislativo municipal.

Segundo a nova lei, uma pessoa que seja condenada por secessão, subversão, terrorismo ou conspiração com forças estrangeiras receberá um mínimo de 10 anos de prisão, com possibilidade de prisão perpétua.

A definição de terrorismo contemplada neste novo regulamento inclui incêndio criminoso e atos de vandalismo em transporte público "que visem intimidar o governo de Hong Kong ou o governo chinês para fins políticos". Além disso, podem ser acusados de secessão por exibir ou anunciar slogans como "Hong Kong Livre".

A lei foi duramente criticada por líderes de vários países ocidentais, bem como por líderes católicos, que a descreveram como o fim da política de "um país, dois sistemas" acordada entre a China e a Grã-Bretanha no momento da transferência de Hong Kong.

A prisão de Chow foi informada pela primeira vez na segunda-feira por Nathan Law, um ex-líder do Demosisto, partido político pró-democracia criado pela ativista católica e que foi dissolvido pouco antes da nova lei entrar em vigor.

Hong Kong Standard informou mais tarde que Chow havia sido presa por "incitar a secessão".

Também foi preso Jimmy Lai, editor do Apple Daily, jornal chinês de Hong Kong conhecido por suas críticas abertas à ação do governo. Lai foi acusado de "conspiração estrangeira". 

terça-feira, 11 de agosto de 2020

Cuba: Grupo de jovens lança a primeira rádio online católica



A Rede Católica Juvenil (RCJ) lançou a primeira rádio online católica em Cuba, que pode ser sintonizada em todo o mundo e pretende ser um espaço de oração e escuta para todos os fiéis.

RCJ Rádio "O Som da Esperança" é a primeira rádio online católica da ilha e conta com transmissão 24 horas por dia, onde informam sobre os acontecimentos da Igreja em Cuba e no mundo.

“Sintonize conosco e mantenha-se informado dos acontecimentos eclesiais nacionais e estrangeiros, ouvindo nosso Suplemento Informativo ‘Em Detalhes’ e outros conteúdos radiofônicos publicados pela RCJ”, indica a rede em seu site.

Em Cuba, a Igreja sofreu restrições à sua liberdade desde que a revolução de Fidel Castro assumiu o poder em 1959, com o confisco de propriedades, a eliminação das escolas católicas, a expulsão de sacerdotes e religiosas, entre outras medidas.

Embora certas restrições tenham sido levantadas à Igreja após a visita de São João Paulo II, em 1998, ainda tem certas limitações, como o acesso aos meios de comunicação.

Apenas em raras ocasiões o Governo permitiu que sacerdotes e bispos dessem uma mensagem pública; no entanto, essas concessões são especiais e limitam sua participação a uma data específica. 

Na França, parlamento aprova aborto até 9° mês de gestação



A Assembleia Nacional da França, equivalente à Câmara dos Deputados no Brasil, aprovou na última semana uma emenda pró-aborto que pode permitir que bebês em gestação sejam abortados em qualquer momento da gravidez, seja ele o primeiro ou o último mês.

Uma das críticas sobre o projeto foi o fato da emenda ter sido aprovada com um número pequeno de votos. Apesar da Assembleia contar com 577 membros, apenas 101 votaram: 60 a favor e 37 contra. A legislação agora será encaminhada ao Senado francês para consideração.

Segundo o portal The Christian Institute, a medida basicamente permitiria a realização do aborto, sob demanda, até o nascimento para mães que sofram de “problemas psicossociais”, sem qualquer restrição. A questão, porém, é criticada por tratar o termo de forma genérica, o que poderia permitir uma liberdade para aprovar o procedimento.

Atualmente, o aborto é legalmente permitido, por qualquer motivo, até 12 semanas de gravidez na França. De acordo com relatórios de entidades oficiais, cerca de 220 mil bebês em gestação são abortados no país todos os anos. 

segunda-feira, 10 de agosto de 2020

CNBB realizará Dia de Oração e Reflexão sobre o Pacto pela Vida e pelo Brasil



A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) realizará, no próximo 15 de agosto, o Dia de Oração e Reflexão sobre o Pacto pela Vida e pelo Brasil. O Pacto foi assinado em 7 de abril, Dia Mundial da Saúde, por seis entidades representativas de diversos setores da sociedade brasileira. O documento foi lançado num período em que o Brasil se deparava com o agravamento da pandemia.

O Pacto começou a ser elaborado cerca de um mês antes, por meio de reuniões entre representantes das entidades signatárias, todas bastante preocupadas com o quadro que se agravava no país. A CNBB, seguindo a trajetória de seis décadas de compromisso evangélico com a realidade nacional, fez parte, desde o primeiro momento, das reflexões e da formulação do texto.

Porque essa preocupação

Para o arcebispo de Belo Horizonte (MG), dom Walmor Oliveira de Azevedo, presidente da CNBB, a entidade assinou o Pacto pela vida e pelo Brasil impulsionada por sua fidelidade ao Evangelho de Jesus Cristo, fonte inesgotável da luz da verdade, luz indispensável para clarear caminhos e rumos novos que a sociedade brasileira precisa, com urgência, para construir um novo tempo.

Segundo ele, a missão evangelizadora da Igreja, no rico e interpelante horizonte de sua Doutrina Social, não se exime na tarefa de, em cooperação com segmentos da sociedade civil, no que lhe é próprio e devido, ajudar a superar injustiças e discriminações para com os pobres e vulneráveis, defesa dos direitos e promoção da justiça, apoio à democracia e contribuição na conquista do Bem comum. “A Igreja assim o faz, estando no coração do mundo solidária, na força do testemunho do Reino de Deus, a caminho”, afirmou.

Para o bispo auxiliar do Rio de Janeiro, dom Joel Portella Amado, secretário- geral da CNBB, não se tratava, como continua não se tratando, apenas do aspecto sanitário, ou seja, da doença em si, porém de muitos outros aspectos, entre os quais as consequências econômicas, sociais, políticas e a desinformação.

Quando juntamos tudo isso, explica dom Joel, temos uma situação que exige posicionamento. Conforme o primeiro parágrafo do Pacto, não se trata, portanto, de um único aspecto, mas de uma complexa realidade que exige “de todos, especialmente de governantes e representantes do povo, o exercício de uma cidadania guiada pelos princípios da solidariedade e da dignidade humana, assentada no diálogo maduro, corresponsável”. 

Itália legaliza abortos em casa


O último posto avançado da Itália contra o aborto caiu. No sábado, em um tweet, o ministro da Saúde, Roberto Speranza, deu às mães o “direito” de assassinar seus bebês em casa usando o produto químico RU486 .

As novas diretivas permitem abortos farmacológicos DIY até a nona semana sem hospitalização.

“É um passo importante em total conformidade com a [lei] 194, que é e continua sendo uma lei da civilização”, postou Speranza no twitter, sinalizando a vitória dos pró-aborto em uma batalha de 10 anos.

A Lei 194 , a primeira lei de aborto aprovada em 1978 na Itália predominantemente católica, permite o aborto voluntário em um hospital ou ambulatório por razões de saúde, econômicas, sociais ou familiares nos primeiros 90 dias de gestação. Após 90 dias, apenas o  aborto terapêutico é permitido.

O aborto farmacológico, introduzido em 2009 após muitas batalhas, até agora foi legal na Itália apenas nas primeiras sete semanas de amenorréia (ausência de período menstrual em uma mulher em idade reprodutiva) – a Organização Mundial da Saúde recomenda o aborto com RU486 até nove semanas.

Além disso, pela lei anterior, as mulheres em aborto farmacológico eram obrigadas a ficar internadas por três dias.

Parlamentar: Riscos ‘sérios’

As novas diretrizes permitirão que a “pílula abortiva RU486 seja tomada sem hospitalização compulsória até a nona semana de gestação”, disse o parlamentar católico pró-vida Vito Comencini ao Church Militant.

“A decisão do ministro da saúde é inaceitável”, disse Comencini, membro do Partido Lega de Matteo Salvini. “Compartilho a posição do Movimento pela Vida: com as novas diretrizes, as mulheres ficam sozinhas em uma situação que também apresenta graves riscos à saúde”.

“Eles estão tentando passar a mensagem de que o aborto é trivial. Mas não é o caso. A vida de muitos seres humanos está em jogo”, advertiu Comencini.

TALVEZ SURPREENDA QUEM AINDA IMAGINA A ITÁLIA
COMO UM PAÍS CATÓLICO,
MAS JÁ NÃO É ASSIM HÁ ALGUM TEMPO.

Embora o ministro da saúde afirmasse que o procedimento era “seguro”, o professor Gulisano alertou “não é assim porque o uso desses medicamentos sempre envolve riscos para a saúde de quem os toma”.

“Tudo é facilitado porque, do ponto de vista de quem faz essas leis, a vida do concebido não conta. Só conta a possibilidade de eliminá-la de forma rápida e quase invisível”, lamentou o médico pró-vida.

“A Itália está se adaptando à situação de muitos outros países europeus, e isso não é surpreendente. Talvez possa surpreender aqueles que ainda imaginam a Itália como um país católico, mas não é assim há algum tempo”, acrescentou Gulisano.

“As vozes dos bispos que condenarão esta lei serão muito poucas e isoladas. O Movimento pela Vida fez sentir a sua oposição, mas não há uma reação política forte que em casos como este seria indispensável”, observou.

“No parlamento, poucos opositores contestaram a lei. Enquanto isso, os expoentes da Cultura da Morte podem atuar, piorando ainda mais o grau de civilização do país”, destacou o especialista em higiene e medicina preventiva.

Gulisano também destacou que as diretrizes foram reprimidas “em um momento em que o governo ainda aplica um alto grau de pressão psicológica aos cidadãos italianos, continuando a alimentar o medo do coronavírus”. 

Bomba Atômica: por que Nagasaki, uma cidade de 63 mil católicos?



Depois de 75 anos, neste domingo, 9 de agosto, recordou-se, o dia em que, já no final da Segunda Guerra Mundial, os aliados lançaram a segunda das bombas atômicas sobre o território japonês.

Desta vez o alvo não era mais Hiroshima. Ela ainda enterrava seus mortos, fazia um computo das destruições de seus edifícios, contemplava fatos miraculosos, chorava seus mártires cristãos.

Desta vez a segunda bomba atômica da história seria lançada pelos norte-americanos sobre Nagasaki; uma cidade japonesa com uma florescente comunidade católica e que já tinha uma rica história de mártires cristãos mortos por ódio à fé nos séculos XVI e XVII.

No dia em que foi lançada a bomba atômica que chamaram de “FAT Man”, a comunidade católica de Nagasaki era composta por cerca de 63 mil almas das quais dois terços morreram.

O que dizem ter levado Nagasaki a ser atacada no lugar de Kokura

Depois da destruição de Hiroshima no dia 6 de agosto de 1945, o alto comando militar americano tinha seu olhar colocado sobre a cidade de Kokura e sua intenção era destruí-la.

Mas, afirma-se ainda hoje que mudanças climáticas fizeram com que Kokura fosse poupada e Nagasaki sacrificada.

Naquela época, Nagasaki tinha 240 mil habitantes.

A bomba atirada sobre ela não caiu no centro da cidade, como era previsto; mas, mesmo assim, seu efeito foi devastador: de repente foram assassinadas 75 mil pessoas.

E nos dias seguintes o mesmo número de pessoas morreu como consequência de lesões e doenças ocasionadas pela radiação atômica.