sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

STJ suspende ação penal contra Pe. Robson por suspeita de ilegalidade das provas



O ministro do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), Nefi Cordeiro, suspendeu o andamento da ação penal contra Padre Robson de Oliveira, considerando, entre outros fundamentos, indícios de que o Ministério Público de Goiás (MP-GO) teria usado provas obtidas por meios ilícitos.

Segundo o site do STJ, a decisão do ministro se deu ao deferir liminar em habeas corpus impetrado pela defesa do ex-reitor da Basílica do Divino Pai Eterno e ex-presidente da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe). Além disso, é válida até que o STJ julgue o mérito do habeas corpus ou do recurso especial interposto pelo MP-GO.

Padre Robson passou a ser investigado na Operação Vendilhões, deflagrada em agosto, e entre as acusações estava lavagem de dinheiro e apropriação indébita.

Em outubro, a 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Goiás determinou o arquivamento das denúncias contra Pe. Robson, em decisão unânime. Na ocasião, o desembargador Nicomedes Domingos Borges afirmou que as provas obtidas pelo MP não comprovavam que o sacerdote desviava dinheiro para benefício próprio por meio da Afipe.

O caso ganhou novo andamento no dia 4 de dezembro, quando o presidente do Tribunal de Justiça de Goiás, Walter Carlos Lemes, expediu uma decisão permitindo a retomada das investigações.

Assim, em 7 de dezembro, o Ministério Público de Goiás (MP-GO) ofereceu novamente denúncia contra Pe. Robson e outras 17 pessoas, por supostos crimes cometidos com doações feitas à Afipe.

Entretanto, uma semana depois, o desembargador Leobino Valente Chaves acatou um pedido da defesa do sacerdote e voltou a bloquear a investigação contra o sacerdote. Na ocasião considerou que a decisão de retomada da investigação competia ao Superior Tribunal de Justiça e não a presidência da Corte estadual. Agora, a sentença do STJ reforça a decisão do magistrado.

5 Bispos publicam declaração sobre vacinas derivadas de fetos humanos abortados

Cinco Bispos, entre eles um Cardeal, tornaram pública uma declaração na qual demonstram preocupação em relação à utilização de fetos abortados nas novas vacinas e explicam o que diz a doutrina moral católica sobre este tema


Recentemente, constatou-se, a partir de serviços e de várias fontes de informação, que, em relação à emergência COVID-19, foram produzidas, em alguns países, vacinas que utilizam linhas celulares de fetos humanos abortados, noutros países está prevista a produção de tais vacinas. São cada vez mais numerosas as vozes de eclesiásticos (conferências episcopais, bispos e sacerdotais individuais) que afirmam que, na ausência de alternativas para uma vacinação com substâncias eticamente lícitas, seria moralmente lícito para os católicos utilizar as vacinas, apesar do uso de linhas celulares de crianças abortadas para o seu desenvolvimento.

Os defensores de tal vacina invocam dois documentos da Santa Sé (Pontifícia Academia para a Vida, Reflexões morais sobre vacinas preparadas a partir de células derivadas de fetos humanos abortados, de 9 de Junho de 2005, e Congregação para a Doutrina da Fé, Instrução Dignitas Personæ, sobre algumas questões bioéticas, de 8 de Setembro de 2008), que consentem o uso desta vacinação em casos excepcionais e por um tempo limitado com base no que, na teologia moral, é chamado de cooperação material, passiva e remota com o mal. Os documentos citados afirmam que os católicos que recorrem a esta vacinação têm, ao mesmo tempo, «o dever de manifestar o próprio desacordo a este respeito e de solicitar que os sistemas de saúde disponibilizem outros tipos de vacinas».   

No caso das vacinas obtidas a partir de linhas celulares de fetos humanos abortados, vemos uma clara contradição: entre a doutrina católica, que rejeita categoricamente, e para além de qualquer sombra de ambiguidade, o aborto em todos os casos como um grave mal moral que clama por vingança ao céu (ver Catecismo da Igreja Católica 2268, 2270ss.), e a prática de considerar as vacinas derivadas de linhas de células fetais abortadas moralmente aceitáveis ​​em casos excepcionais de “urgência” – com base numa cooperação material, passiva e remota. Argumentar que tais vacinas podem ser moralmente lícitas se não houver alternativas é, em si mesmo, contraditório e não pode ser aceitável para os católicos. 

Devem-se recordar as seguintes palavras do Papa João Paulo II sobre a dignidade da vida humana não nascida: «Ora, a inviolabilidade da pessoa, reflexo da inviolabilidade absoluta do próprio Deus, tem a sua primeira e fundamental expressão na inviolabilidade da vida humana. É totalmente falsa e ilusória a comum defesa, que, aliás, justamente se faz, dos direitos humanos – como, por exemplo, o direito à saúde, à casa, ao trabalho, à família e à cultura, – se não se defende, com a máxima energia, o direito à vida, como primeiro e fontal direito, condição de todos os outros direitos da pessoa» (Christifideles Laici, 38). O uso de vacinas produzidas a partir de células de crianças não nascidas assassinadas contradiz a máxima energia em defender a vida por nascer.    

O princípio teológico da cooperação material é, certamente, válido e pode ser aplicado a toda uma série de casos (pagamento de impostos, uso de produtos de trabalho escravo, etc.). Todavia, este princípio dificilmente pode ser aplicado ao caso das vacinas obtidas a partir de linhas celulares fetais, porque aqueles que, consciente e voluntariamente, recebem tais vacinas, entram numa espécie de vínculo, embora muito remoto, com o processo da indústria do aborto. O crime do aborto é tão monstruoso que qualquer tipo de concatenação com este crime, mesmo que muito remota, é imoral e não pode ser aceite, em nenhuma circunstância, por um católico, uma vez que esteja plenamente ciente disso. Quem usa estas vacinas deve perceber que o seu corpo está a beneficiar dos “frutos” (embora tenham ocorrido uma série de processos químicos) de um dos maiores crimes da humanidade.

Qualquer ligação com o processo de aborto, mesmo o mais remoto e implícito, lançaria uma sombra sobre o dever da Igreja de dar firme testemunho da verdade de que o aborto deve ser completamente rejeitado. Os fins não podem justificar os meios. Estamos a viver um dos piores genocídios conhecidos pelo Homem. Milhões e milhões de bebés em todo o mundo foram massacrados no útero da mãe e, dia após dia, este genocídio oculto continua através da indústria do aborto e das tecnologias fetais e da pressão de governos e de organismos internacionais para promover tais vacinas como um dos seus objetivos. 

Os católicos não podem ceder agora; fazê-lo seria grosseiramente irresponsável. A aceitação destas vacinas da parte dos católicos, sob o fundamento de que envolvem apenas uma “cooperação remota, passiva e material” com o mal, faria o jogo dos seus inimigos e enfraqueceria o último reduto contra o aborto.    

O que mais pode ser o uso de linhas células embrionárias de bebês abortados senão a violação da ordem da criação dada por Deus, considerando que se baseia na já grave violação desta ordem matando um nascituro? Se o direito à vida não tivesse sido negado a essa criança, se as suas células (que, desde então, foram cultivadas várias vezes em tubo de ensaio) não estivessem disponíveis para a produção de uma vacina, não poderiam ser comercializadas. Assim, há uma dupla violação da sagrada ordem de Deus: de um lado, por meio do próprio aborto, e, do outro, através do atroz negócio de comercializar o tecido dos bebés abortados. 

Contudo, este duplo desprezo pela ordem da criação nunca pode ser justificado, mesmo com a intenção de preservar a saúde de uma pessoa por meio de uma vacinação baseada neste desprezo pela ordem da criação dada por Deus. A nossa sociedade criou uma religião substitutiva: a saúde tornou-se o bem maior, operação feita com a criação de um “deus” a quem se devem fazer sacrifícios. Neste caso, com uma vacinação que explora a morte de uma outra vida humana.

Cardeal Sarah aumenta limite de missas diárias para o Natal, Ano Novo e Epifania



Para facilitar a participação dos fiéis, um decreto da Congregação do Culto Divino concede uma exceção ao número máximo de missas diárias para os dias de Natal, 1º de janeiro e Epifania. Isso garantirá melhor que as medidas de saúde necessárias sejam tomadas para evitar o contágio pelo coronavírus Covid-19.

Mais missas para facilitar a participação dos fiéis. Isso acaba de ser autorizado pela Igreja por meio de um decreto publicado nesta quarta-feira, 16 de dezembro, no site da Congregação para o Culto Divino. O texto é assinado pelo prefeito, cardeal Robert Sarah e pelo secretário, arcebispo Arthur Roche.

“Em vista da situação causada pela propagação mundial da pandemia”, diz o texto latino da disposição: “em virtude dos poderes atribuídos a esta Congregação pelo Santo Padre Francisco, de boa vontade concedemos ao Ordinário local – a causa do persistente contágio geral com o chamado Covid-19 – que permite este ano, na época do Natal, celebrar quatro missas »no dia de Natal (25 de dezembro), dia de Maria Santíssima Mãe de Deus (1 de janeiro) e no dia da Epifania (6 de janeiro), “aos sacerdotes que residam nas suas dioceses, sempre que o considerem necessário para o bem dos fiéis. .. »

quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

França: Universidade Católica de Lille vai demolir capela do século XIX


Última e desesperada tentativa da Urgences Patrimoine foi publicar anúncio no maior site de classificados da França à procura de "parlamentares corajosos"


Já se iniciaram as obras para a demolição da Capela de São José, antiga capela do Colégio Saint-Paul e mas agora pertencente à Universidade Católica de Lille. Localizada na cidade de Lille, ao norte da França, a última missa celebrada em seu interior de 2 mil m2 foi no ano de 2002.

Agora, a universidade quer usar o terreno para erguer um novo prédio para a sua escola de engenharia, informa a rádio France Bleu. Em comunicado à rádio, eles informaram que “a capela está profanada há mais de vinte anos, está abandonada. Precisamos criar este campus para continuar a ser uma escola de engenheiros de padrão europeu.”

O Ministério da Cultura francês se recusou a classificar a capela como patrimônio histórico da França. Após diversas tentativas de impedir a demolição e já quase sem esperanças, a presidente da associação Urgences Patrimoine (Emergências Patrimoniais, em livre tradução), Alexandra Sobczak, fez um anúncio irônico em um dos maiores sites de classificados da França, Le Bon Coin.

“Precisa-se urgente de Parlamentar corajoso para defender patrimônio. Nosso patrimônio histórico está sendo destruído pouco a pouco, com a conivência das nossas instituições. O Urgences Patrimoine pede para que parlamentares corajosos e responsáveis façam ouvir a voz de cidadãos que se recusam a testemunhar a nossa história coletiva se transformar em estacionamentos”, diz o texto do anúncio.

Arcebispo brasileiro expressa perplexidade perante restrições a igrejas devido a Covid-19



O Arcebispo de Juiz de Fora (MG), Dom Gil Antônio Moreira, expressou sua perplexidade diante das medidas estabelecidas pela prefeitura local devido à pandemia de Covid-19, as quais impõem mais restrições a igrejas do que a praças de alimentação.

Na última semana, a Prefeitura chegou a anunciar que Juiz de Fora entraria na Onda Vermelha do programa estadual "Minas Consciente", a fase mais restritiva das medidas de prevenção ao coronavírus.

Entretanto, na sexta-feira, 4 de dezembro, a Prefeitura voltou atrás e decidiu manter o município na Onda Amarela.  A decisão foi tomada pelo Comitê Municipal de Enfrentamento à Covid-19, que definiu algumas medidas que devem ser adotadas na cidade.

Entre tais medidas está a determinação de que templos religiosos funcionem com, no máximo, 20% da capacidade e que Missas e cultos tenham duração máxima de 45 minutos.

Por outro lado, as praças de alimentação em todos os empreendimentos comerciais poderão funcionar com, no máximo, 50% de capacidade.

Diante disso, Dom Gil Antônio afirmou que é “incompreensível por que praças comerciais de alimentos podem funcionar com 50% de sua capacidade de fregueses, sem restrição de horários, e as igrejas, que são lugares muito mais seguros, que cuidam com muito mais rigor do distanciamento, uso de máscara, higienização das mãos repetidas vezes numa única celebração, tapetes químicos e medição de temperatura, devem funcionar apenas com 20% do espaço e restringir suas celebrações em apenas 45 minutos”.

“Leve-se em consideração que estamos para celebrar, nas igrejas, a segunda mais importante liturgia do ano, que é o Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo, festa que se caracteriza pela harmonia, pela ternura e pela paz. Incompreensível!”, concluiu.

A idolatria e os tempos atuais



Uma boa definição para a mentalidade da sociedade moderna é o que a Bíblia chama de idolatria, que os profetas bíblicos descrevem melhor do que ninguém: fazer um deus sob medida, algo ou alguém que construo com os meus pensamentos, atos e palavras, que venero incondicionalmente e dou um valor absoluto.

Idolatria é um jeito de viver a relação com as coisas e as pessoas. Pode ser o trabalho, os filhos, um relacionamento afetivo, o marido, a mulher, os bens quando estão acima de tudo e de todos, e tudo sacrifico para preservá-los. É colocar acima de tudo o bem-estar material, o poder, algumas pessoas. Idolatram-se as pessoas, chefes políticos ou religiosos, quando se deposita neles a esperança de que possam resolver nossos problemas. Eles são “bons” e “capazes” de nos salvar do mal.

Os profetas bíblicos nos alertam de que podemos ter uma relação idolátrica com o próprio Deus ou na forma de praticar a religião. Em sua época, os deuses idolatrados foram o bezerro de ouro que Aarão construiu a pedido do povo no êxodo, destruído por Moisés; e Baal, deus cananeu da fertilidade e abundância. Trazendo para os dias de hoje, podemos viver a mesma relação idolátrica nas nossas práticas cultuais-religiosas.

Nascido no coração do ser humano, o ídolo orienta as escolhas concretas, distorcendo a realidade, abandonando-nos a falsas ilusões, tornando tudo vazio e inconsistente (“tem olhos, mas não vê, ouvidos, mas não ouve”). Ele parece dar segurança, está à nossa mão, próximo de nós, parece ser garantia, amigo, aliado e até cúmplice. O ídolo manipula o ser humano (“correndo atrás do nada se torna ele mesmo nulidade”). Estabelece-se com ele uma relação falsa, ilusória, vazia, sem capacidade de mudar a história.

Vivemos uma relação idolátrica quando as práticas religiosas não tocam o fundo do nosso coração, sem nos “ferir” e comover, sem nos fazer mudar o modo de ver e entender a realidade. Tornam-se práticas exteriores que não convertem, não fazem mudar de posição: do ser escravo do ídolo para a liberdade na relação com as coisas, as pessoas e o próprio Deus. Cria- -se uma dissociação entre prática religiosa e vida real.

Bispos portugueses dão indicações para celebrar o Natal em tempo de pandemia


A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) publicou uma nota sobre a celebração do Natal em tempo de pandemia, solicitando que sejam adotadas medidas para manter a prevenção ao contágio por coronavírus.

No texto, a CEP afirma acolher “as orientações anunciadas pelas autoridades civis e sanitárias” que permitem “às famílias algum reencontro e celebração comum das próximas festas do Natal”.

Nesse sentido, recomenda que “a alegria da festa e dos encontros familiares seja acompanhada de todas as cautelas, de modo que às festividades não suceda nova vaga de contágios com os consequentes sofrimentos e lutos”.

Do mesmo modo, assinala que, em meio às restrições de circulação entre concelhos de horários para permanecer nas ruas, foram “ampliadas as possibilidades de celebrar em comunidade festas tão marcantes na vida da fé”.

Assim, indica, “as orientações anunciadas nos permitem celebrar em assembleia não apenas nas manhãs dos dias de Natal, do Domingo da Sagrada Família (27 de dezembro) e da Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus (1 de janeiro), mas também na véspera desses dias festivos e na tarde dos dias de Natal e de Ano Novo”.

Para as celebrações, a CEP exorta “a manter todos os cuidados” a fim de evitar o contágio por coronavírus. “Coerentemente, abstenham-se da prática tradicional de dar a imagem do Menino a beijar, substituindo esse gesto de veneração afetuosa por qualquer outro que não implique contato físico e previna aglomerações”, solicita.

Jovens realizam vigílias de oração pela paz e liberdade em Cuba


Centenas de jovens cubanos se reuniram em uma igreja em Havana, Cuba, para participar de uma vigília de oração pela paz e liberdade no país.

Na noite de domingo, 6 de dezembro, jovens de toda a cidade convocados pela Pastoral Juvenil do Vicariato do Sagrado Coração de Cuba e na companhia de sacerdotes, religiosos e religiosas, participaram da segunda jornada de oração pela “Paz, diálogo respeitoso, unidade e liberdade de Cuba”.

O primeiro dia de oração por Cuba foi realizado na noite de domingo, 29 de novembro, na Igreja de Nossa Senhora da Caridade, por iniciativa da Arquidiocese de Camagüey.

O segundo dia de oração foi celebrado na igreja dos Padres Passionistas, localizada em Havana, e foi presidido pelo Pe. Jorge Luis Pérez Soto, responsável pela Pastoral Juvenil daquele vicariato; e pelo Pe. Evelio Rodríguez Soto, pároco da Igreja dos Passionistas e vice-presidente da Conferência Cubana dos Religiosos (CONCUR).

Durante o encontro, os jovens cantaram, se confessaram, adoraram Jesus Sacramentado exposto no Santíssimo Sacramento e pediram por um país “melhor para todos”. Além disso, “meditaram sobre a santidade, a coerência da vida e a importância do testemunho cristão em meio à atual realidade cubana”.

Um dos momentos mais marcantes foi quando a imagem de Nossa Senhora da Caridade do Cobre, padroeira de Cuba, chegou ao templo e foi colocada aos pés de Jesus. “Com ela, a nova geração de fiéis cubanos rezou a Cristo: ‘Senhor, mantém-nos firmes na esperança’”, disse Yandry Fernández, segundo o Facebook da revista ‘Palabra Nueva’, da Arquidiocese de Havana.