O padre Gabriel Romanelli, único pároco católico da Faixa de Gaza disse que a situação no lugar é gravíssima depois de 5 dias de combates entre o Exército de Israel e o grupo islâmico radical Hamas, que controla Gaza, que já deixaram 119 mortos no território palestino, 31 dos quais, crianças, e 8 em Israel, entre os quais duas crianças.
É o pior enfrentamento entre as duas partes desde 2014.
O padre Romanelli é pároco da igreja da Sagrada Família, única paróquia católica da Faixa de Gaza. “A situação é muito ruim. De noite e de dia temos bombardeios. Habitualmente eles se dão só à noite e de dia há vida mais ou menos normal. Mas nestes dias tanto de noite como de dia há bombardeios, mísseis da parte da Faixa e outros que são a resposta israelense com aviação e tanques”, disse o padre. “Até quando param o silêncio é estranho e fazem a gente se sentir no olho do furacão.”
O pároco afirma que, desde novembro de 2019 não havia “ares de guerra” na região e até “se via um progresso material, havia mais negócios e as casas estavam melhor.” Depois do início dos ataques, porém, a população vive “com muita incerteza”.
O sacerdote do Instituto do Verbo Encarnado diz que “não há bairro ou cidade que não tenha sido atingida” na Faixa de Gaza. “As autoridades israelenses garantem que, enquanto durar a agressão, continuarão bombardeando, e os palestinos dizem que, enquanto não pare o avanço, continuarão respondendo.”
A Faixa de Gaza tem cerca de dois milhões de habitantes, dos quais 1.077 são cristãos e, desses, 133, católicos.
“Nossa paróquia é uma comunidade pequena, mas bonita e forte. Os ortodoxos gregos também vêm a ela. Somos 133 católicos contando os 13 religiosos da comunidade do Verbo Encarnado. Nós nos dividimos para entrar em contato com as famílias para que sintam a proximidade espiritual e material da paróquia tanto os católicos como os ortodoxos, assim como as famílias pobres muçulmanas”, disse o sacerdote à ACI Prensa, serviço em espanhol do grupo ACI.
O padre Romanelli diz que não se deve esquecer as dificuldades que a população de Gaza enfrenta porque “sofre todo tipo de embargo há anos, por isso a chamam de a maior prisão a céu aberto do mundo.”
Diante das dificuldades, padre Romanelli anima a orar e oferecer sacrifícios pela paz e para que “se iluminem os governantes e os que têm capacidade de instaurar uma trégua nessa situação que o façam.”
O sacerdote também falou da importância de fazer chegar ajuda material “através dos canais oficiais como o patriarcado latino de Jerusalém ou associações católicas de caridade, que são muito efetivas.”
_________________________________
ACI Digital
Nenhum comentário:
Postar um comentário