O padre Francisco José Delgado afirmou: “Acho que o mais inteligente agora é, de forma tranquila e sossegada, defender a verdade acima das leis injustas. O papa não pode mudar a tradição por decreto, nem dizer que a liturgia posterior ao Vaticano II é a única expressão da lex orandi no rito romano”, escreveu em um tuíte. O padre Delgado é pároco das paróquias Lominchar e Palomeque em Toledo, na Espanha. Ele fez referência ao artigo 1 do motu proprio que afirma: “os livros litúrgicos promulgados pelos Santos Pontífices Paulo VI e João Paulo II, em conformidade com os decretos do Concílio Vaticano II, são a única expressão da lex orandi do Rito Romano”. Lex orandi pode ser traduzido como “lei da oração”. “Como isso é falso, a legislação que brota desse princípio é inválida e, de acordo com a moral católica não deve ser observada, o que não implica desobediência. Bastaria simplesmente ignorá-la, mas acho que, neste caso, não é suficiente”, afirmou o sacerdote. “É nosso dever, como sacerdotes fiéis, exercer a obrigação moral de defender a verdade, pública e notoriamente, dando a cara perante as possíveis consequências. Convido todos os meus irmãos fiéis a fazer isso”, acrescentou.
“Até hoje não senti a necessidade de celebrar a missa tradicional. Sim, assisti e rezei com o breviário anterior à reforma, mas nos meus trabalhos paroquiais, não achei imprescindível fazê-lo. Mas isso, graças ao Francisco, muda a partir de hoje”, acrescentou. O sacerdote disse que agora tem como propósito “começar a celebrar, quanto antes e de forma privada, a missa tradicional. Obviamente não posso impô-la aos meus fiéis, mas posso fazê-lo quando não interfira com as minhas obrigações paroquiais”.
“Além disso, considero que é necessário tornar público este fato de alguma forma. Estou fazendo isso aqui, mas acho que seria muito conveniente que se organizasse algum tipo de iniciativa que desse visibilidade aos que fizéssemos este gesto”, afirmou o padre Delgado.
O padre Alfredo Hher, L.C., sacerdote mexicano de Guadalajara, afirmou no Twitter que solicitou a autorização formal do seu arcebispo “para continuar celebrando a Eucaristia em ambas as formas do rito romano”. O padre escreve que, para ele, “a celebração da santa missa tradicional é uma fonte de espiritualidade e fervor sacerdotal. E considero que, para os fiéis, é também uma riqueza e fonte de espiritualidade”, algo feito “sempre cuidando da beleza, da dignidade e da fidelidade às rubricas e normas litúrgicas”.
O pe. Gabriel Maria Abascal, sacerdote mexicano e autor do livro “Depende de mim”, publicou no Twitter: “Se fôssemos totalmente coerentes com a tradição tal como alguns a entendem, deveríamos celebrar a Eucaristia exatamente da mesma forma como Jesus o fez. E isso não acontece há cerca de 1,9 mil anos”.
O pe. Abascal disse também que “a Igreja, por estar sustentada pelo Espírito Santo, alimenta o seu povo como Ela considera conveniente, em cada momento e etapa da história”.
Walter Sánchez Silva | ACI Prensa
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