quinta-feira, 15 de julho de 2021

Padre agredido em manifestações pede pelos que ainda estão presos em Cuba



O padre Castor Álvarez Devesa contou sua experiência de passar 13 horas como prisioneiro das autoridades cubanas por causa do protesto contra a situação do páis que ocorreu no domingo dia 11 de julho. Na tarde de ontem, depois de ser libertado, ele falou sobre a repressão do regime aos protestos e pediu pelas pessoas que continuam presas.

O padre Devesa, sacerdote da arquidiocese de Camagüey, foi detido na tarde do domingo quando defendia os manifestantes. Ele ficou preso até a madrugada da segunda-feira na delegacia de Monte-Carlo, acusado de desordem pública.

“Graças a Deus, já não estou preso e estou em casa. Obrigado a todos os que pediram por mim a Deus e pediram que eu estivesse em liberdade. Muito obrigado”, disse o sacerdote na mensagem difundida nas redes sociais na qual também contou o que aconteceu. “Ontem [domingo], comecei a rezar para ver o que fazia. E realmente, não pude chegar à minha casa. Fui aonde estavam os manifestantes para acompanhá-los”.

O padre Álvarez disse que caminhou ao lado das pessoas que protestavam para tentar “evitar que houvesse confrontos, que houvesse violência”, mas que “no final, tentando evitar a violência, recebi um golpe, de alguém com um taco”.

“Mas graças a Deus estamos bem e com o desejo de que todos os cubanos estejam em paz, que não haja violência, que não haja essa força que oprime, mas que tenhamos paz e justiça”, disse o sacerdote. “Acho que devemos seguir rezando pelos que ainda estão detidos, para que haja justiça e não haja excessos, e para que os cubanos possamos encontrar o caminho da paz e da liberdade”, afirmou.

ACI Prensa apurou que, em Camagüey, também foram detidos Yasmani González Aguilar, Leonardo Fernández Otaño, o cineasta Manuel Alejandro Rodríguez Yong, Neife María Rigau Chiang e Henry Constantín, diretor da revista La Hora de Cuba.

Osvaldo Gallardo, leigo católico de Camagüey que atualmente reside em Miami, informou que Manuel Yong foi transferido para a unidade El Cotorro, em Havana, “com outras 600 pessoas detidas no Capitólio”. “As acusações serão feitas em 72 horas. Essas pessoas já receberam roupas de presos”, informou.

Na segunda-feira, Gallardo informou que Leonardo Fernández também foi levado preso para Havana. Também informou que, ontem de manhã, “um grupo de jovens e um casal católico redigiram o habeas corpus dos desaparecidos em Camagüey”, entre os quais estão Henry Constantin, Neife Rigau e Iris Mariño.

“Dirigiram-se ao Tribunal Provincial, onde registraram sua petição. Depois se dirigiram à Promotoria Provincial, onde cada um deles representou um desaparecido. Eles informaram que os desaparecidos estavam na Unidade 2 e que o processo levaria 72 horas”, informou Gallardo à ACI Prensa.

Ele também informou que na terça-feira, 13 de julho, agentes do governo fizeram busca e apreensão na casa de Henry Constantin. “Sua casa é a sede desta revista em La Vigía”, na província de Camagüey. Constantin está “algemado” e o lugar está “cercado pelas forças repressivas Boinas Negras”, denunciou Gallardo.
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Diego López Marina | ACI Prensa
ACI Digital

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