quinta-feira, 14 de junho de 2012

Imaculado Coração de Maria (1º sábado após o 2º domingo depois de Pentecostes).



A festa foi introduzida em 1944 por Pio XII e era celebrada na oitava da Assunção.

Quando a mencionada passagem do Evangelho de Lucas diz: “Maria guardava todas estas coisas e as meditava no seu coração”, faz uma afirmação importante sobre a sua disposição de ânimo mais íntima, sobre a profundidade existencial de sua receptividade, que sabe permanecer na escuta, refletir e introduzir os acontecimentos no cento da própria existência. Efetivamente também o pensamento bíblico une o conceito de “coração” com o de “pureza” e fala de pureza de coração[1], um conceito que hoje corremos o risco de perder.

De fato, ele não está indicando em primeiro lugar a castidade, mas (sem excluir esta) a dedicação total a Deus, sem hesitações, que torna o homem interiormente transparente e belo, porque o imerge de maneira completa na Luz Divina. Por isso, Maria é igualmente chamada “Mãe do Belo Amor”, cuja beleza brilha no interior sob a forma de pureza e está em condições de fascinar o homem que consegue acolher este valor.

A memória do Imaculado Coração de Maria causa, sem dúvida alguma, dificuldades também para muitos católicos.

A denominação dada à memória cria algumas dificuldades, e antes de tudo, o termo “imaculado”. Muitos o entendem no sentido de uma negação da sexualidade humana ou pelo menos no sentido hostil ao corpo, tido em muitos ambientes como tipicamente cristão e contra o qual as camadas mais profundas do homem protestam, e este protesto encontra sua expressão passional na perversão satânica do culto eclesial ou das formas edonistas de uma arte negativa que se serve como volúpia pragmática e sádica de imagens genitais e anais[2].

Com efeito, uma coisa teria justamente desagradado desde sempre ao diabo, ao arquipuritano, ao descobridor de uma castidade quase desencarnada, ao pregador da incorporeidade, isto é, o fato de que a carne devia ser modelada segundo a imagem de Deus, para ali receber o espírito do Espírito de Deus. Por isso, nunca me causou estranhesa encontrar o diabo dentro de tantos celebradores do “puro espírito”, aquele diabo que odeia toda a criação e, em particular, o homem.


Quando a Igreja confessa que o coração de Maria é um jardim fechado pela graça de Deus numa medida tal que as potências demoníacas não podem prejudicá-lo, com isso exprime simplesmente a sua fé no fato de que Maria acolheu a Palavra de Deus que tomou corpo no seu ventre.

O Evangelho, que fala que Jesus aos doze anos se perdeu no Templo, chega a propor um detalhe que faz pensar numa incompreensão da mãe com seu Filho: “Filho, por que agiste assim conosco?”

A isto segue a afirmação que conservava estas palavras em seu coração: aqui, no coração, as coisas não compreendidas e a excitação encontram a sua integração na abertura diante da Palavra de Deus.

As traduções às vezes manifestam outra perda da realidade quando traduzem que Maria conservava “tudo” no seu coração. Certamente, o original não é traduzido com exatidão nem quando se traduz “todas estas palavras” ou “todas estas coisas”; o termo grego em questão pode ser traduzido com “palavra”, “coisa” e também com “história”.

A Palavra de Deus que cria e faz história, a Palavra de Deus jamais impotente, uma Palavra que se pode “ver”,[3] mas que permanece “oculta” enquanto não é “experimentada”;[4] Trata-se da boa Palavra de Deus presente em todas as coisas como incompreensível, se for meditada e conservada num coração que diz com absoluta confiança: “Faça-se em mim segundo a tua Palavra” (Lc 1,38).

É este o evento histórico-salvífico que celebramos na memória do Imaculado Coração de Maria: a sua concretíssima, sempre renovada e constante prontidão em ver em todas as coisas, com o vigor indiviso de seu coração, uma Palavra de Deus, quando esta Palavra quis assumir no seu ventre a figura do Filho de Deus encarnado.


[1] Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus” (Mt 5,8).

[2] Segundo a concepção cristã, o campo do satânico funde-se em grande parte com o dionisíaco, da tenebrosa “Grande Mãe” e do sexual. Conseqüentemente, estes três setores se tornaram o domínio preferido do satanismo e, portanto, do culto de satanás, o fenômeno central do “lado escuro” do Cristianismo.

[3]E aconteceu que, ausentando-se deles os anjos para o céu, disseram os pastores uns aos outros: Vamos, pois, até Belém, e vejamos isso que aconteceu, e que o Senhor nos fez saber” (Lc 2,15).
[4]Mas eles não entendiam esta palavra, que lhes era encoberta, para que a não compreendessem; e temiam interrogá-lo acerca desta palavra” (Lc 9,45).
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Extraído do livro "O Culto a Maria Hoje", ed. Paulinas.

Sobre a devoção ao Sagrado Coração de Jesus...



166. A sexta-feira seguinte ao segundo domingo depois de Pentecostes a Igreja celebra a solenidade do Sagrado Coração de Jesus. Além da celebração litúrgica, muitas outras expressões de piedade têm por objeto o Coração de Cristo. Não tem dúvida de que a devoção ao Coração do Salvador tem sido, e continua a ser, uma das expressões mais difundidas e amadas da piedade eclesiástica. Entendida à luz da Sagrada Escritura, a expressão “Coração de Cristo” designa o mesmo mistério de Cristo, a totalidade do seu ser, a sua pessoa considerada no seu núcleo mais íntimo e essencial...

167. Como o têm lembrado freqüentemente os Romanos Pontífices, a devoção ao Coração de Cristo tem um sólido fundamento na Escritura. Jesus, (...) apresenta-se a si mesmo como mestre “manso e humilde de Coração” (Mt. 11, 29). Pode dizer-se que a devoção ao Coração de Jesus é a tradução em termos cultuais do reparo que, segundo as palavras proféticas e evangélicas, todas as gerações cristãs voltaram para aquele que foi atravessado (cfr. Jo. 19, 27; Zc. 12, 10), isto é, o costado de Cristo atravessado pela lança, do qual brotou sangue e água, símbolo do “sacramento admirável de toda a Igreja”.

O texto de São João que narra a ostentação das mãos e do costado de Cristo aos discípulos (Cfr. Jo. 20, 20) e o convite dirigido por Cristo a Tomás para que estendesse a sua mão e a introduzisse no seu costado (Cfr. Jo, 20 27), tiveram também um influxo notável na origem e no desenvolvimento da piedade eclesiástica ao Sagrado Coração.

168. Estes textos, e outros (...) foram objeto de assídua meditação por parte dos Santos Padres que desvendaram as riquezas doutrinais e com freqüência convidaram aos fiéis a penetrar no mistério de Cristo pela porta aberta de seu costado. Assim, santo Agostinho diz: “A entrada é acessível: Cristo é a porta. Também se abriu para ti quando o seu costado foi aberto pela lança. Lembra o que dali saiu; portanto olha por onde podes entrar. Do costado do Senhor pendurado que morria na Cruz saiu sangue e água quando foi aberto pela lança. Na água está a tua purificação, no sangue a tua redenção.”

169. A Idade Média foi uma época especialmente fecunda para o desenvolvimento da devoção ao Coração do Salvador. Homens insignes pela sua doutrina e santidade, como São Bernardo (+1153), São Boaventura (+1274) e místicos como Santa Lutgarda (+1246), Santa Matilde de Magdeburgo (+1282), as Santas Irmãs Matilde (+1299) e Gertrudes (+1302) do Mosteiro de Helfta, Ludolfo de Saxónia (+1378), Santa Catarina de Siena (+1380), aprofundaram o mistério do Coração de Cristo no qual percebiam o “refúgio” aonde acolher-se, a sé da misericórdia, o lugar de encontro com Ele, a fonte do amor infinito do Senhor, a fonte da qual brota a água do Espírito, a verdadeira terra prometida e o verdadeiro paraíso.

170. Na época moderna o culto ao Sagrado Coração do Salvador teve novo desenvolvimento. No momento em que o jansenismo proclamava os rigores da justiça divina, a devoção ao Coração de Cristo foi um antídoto para suscitar nos fiéis o amor ao Senhor e a confiança na sua infinita misericórdia, da qual o Coração é prenda e símbolo. São Francisco de Sales (+1622), que adotou como norma de vida e apostolado a atitude fundamental do Coração de Cristo, ou seja, a humildade, a mansidão, (Cfr. Mt. 11, 29), o amor terno e misericordioso; Santa Margarida Maria Alacoque (+1690), a quem o Senhor mostrou repetidas vezes as riquezas do Seu Coração; São João Eudes (+1680), promotor do culto litúrgico ao Sagrado Coração; São Cláudio de la Colombière (+1682), São João Bosco (+1888) e outros santos têm sido apóstolos insignes da devoção ao Sagrado Coração.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Santo Antônio



Durante o mês de junho as festas juninas fazem parte da vida do nosso povo. Junto com os festejos populares é muito importante celebrar a vida dos santos que são homenageados. A vida dos santos nos inspira a darmos passos com generosidade na vida cristã e levarmos adiante, com coragem, o seguimento de Jesus Cristo.
Iniciamos com o dia 13 de junho, quando a Igreja faz memória de Santo Antônio, grande homem, amigo de Deus e das pessoas. Fiel discípulo de Cristo e seguidor atento dos passos do Mestre. Antônio nasceu em Lisboa, Portugal, no ano de 1195, filho de Martim Afonso e Dona Maria. Seu nome de batismo era Fernando. Foi ordenado sacerdote no ano de 1220. Faleceu em Pádua no dia 13 de junho de 1231. Viveu em Portugal, na Itália e França. Destacou-se como teólogo, místico, asceta, taumaturgo e orador.
Após sua canonização recebeu ainda o título de doutor da igreja, tamanha expressividade e vivacidade de seus ensinamentos e de seu testemunho de fé e de amor a Cristo e à sua Igreja.
A sua vida é marcada por inúmeros milagres e fatos miraculosos e muitos deles ocorreram longo de sua vida e muitos outros após sua morte. Talvez sejam estes inúmeros fatos que fizeram de Antônio um dos santos mais populares da História do Cristianismo.
Nos documentos que pedem ao Santo Padre a beatificação e a canonização do frade são relatadas muitas curas, como de surdos, mudos, paralíticos, cegos e epiléticos. Os documentos ressaltam, ainda, que estes fatos narrados são poucos dos muitos milagres atribuídos à intercessão de Santo Antônio, ressaltando que mesmo muitos enfermos deixados do lado de fora da Igreja foram curados aos olhos de todos.

Além da fama popular de santo casamenteiro, atribuição de origem tardia, Antônio tem também a tradição de ser “o santo das coisas perdidas”. Nesse sentido, sentimos a necessidade de, inspirados na sua pregação, trabalhar pela família cristã, procurando orientar os jovens para um namoro sadio. Sempre atento às necessidades de seu povo, especialmente os mais pobres, Santo Antônio inspirou a obra assistencial e benemérita do "pão dos pobres", uma instituição preocupada em prover o pão para os mais pobres. Esse aspecto social acompanha a Igreja em toda a sua história.
Muitas são as formas de devoção em torno de Santo Antônio: orações, novenas, trezenas, medalhas, o "pão de santo Antônio", e outros. As paróquias e capelas dedicadas ao santo estão repletas de tradições devocionais que ajudam o povo a viver a vida cristã inspirados no exemplo de Santo Antônio.

Vale a pena visitar e aprofundar a biografia do Santo. Homem de profunda piedade, discípulo e apóstolo do Evangelho, grande e destacável pregador, não perdeu tempo no anúncio eficaz da Palavra de Deus. Sua pregação, sempre viva e atual, como nos Atos dos Apóstolos, era acompanhada de sinais que confirmavam sua origem e procedência. O que devemos buscar na vida de Santo Antônio é a santidade, procurando fazer a vontade de Deus, vivendo aberto aos sinais do Senhor.
Dentre os milagres mais conhecidos estão o da pregação para os peixes em Rimini; o coração do avarento encontrado dentro do cofre; a mula em adoração ao Santíssimo Sacramento; o recém-nascido que fala em favor da mãe inocente; o pé decepado que o santo une novamente à perna; a menina que recebe o bilhete e ganha moedas de acordo com o peso do papel, depois de recorrer ao santo para conseguir ajuda e não precisar se prostituir, e tantos outros.
Um dos dons mais destacados de Santo Antônio está na sua pregação. Talvez um aspecto pouco conhecido popularmente, mas profundo e importante em sua vida. A sua fala provoca o fascínio das pessoas e muitas se reúnem para ouvi-lo. Para sua memória não é possível recuperar toda a sua pregação a viva voz, mas boa parte se encontra em seus legítimos escritos, os 77 sermões que seu legado nos presenteou e estão compilados em suas obras. Textos zelosos, ricos da mais sã teologia, que enormemente contribuíram para a superação de heresias de seu tempo, a ponto de ser apelidado de "martelo dos hereges".
Nestes tempos em que somos chamados a uma nova evangelização, recorramos a Santo Antônio, pedindo sua intercessão para que nosso anúncio missionário seja eficaz e torne Cristo sempre mais conhecido e amado. Que nossa pregação seja confirmada com sinais e testemunhos, e ajudem nosso povo a contemplar as maravilhas de nosso Deus. Os vários tipos de pregação de Santo Antônio nos demonstram as várias possibilidades de evangelização para que as pessoas acolham Jesus Cristo como Senhor de suas vidas.
Que a exemplo de Antônio, o santo dos pobres, nunca nos esqueçamos daqueles que mais precisam e que em todos os momentos nos rodeiam, necessitando de roupas, pão, remédio e proteção. O amor a Deus se torna concreto na vida dos mais simples. "Estive com fome e me destes de comer; com sede, e me destes de beber, nu e me vestistes; enfermo e me fostes visitar" (cf. Mt. 25,35ss).
"Se milagres desejais, contra os males e o demônio, recorrei a Santo Antônio e não falhareis jamais. Pela sua intercessão, foge o erro, a peste e a morte; quem é fraco fica forte, mesmo o enfermo fica são. Rompem-se as mais vis prisões, recupera-se o perdido, cede o mar embravecido, no maior dos furacões. Penas mil e humanos ais se moderam, se retiram: isto digam os que viram, os paduanos e outros mais”. (Do antiquíssimo responsório de Santo Antônio, "Si quaeris miracula")
Que Santo Antônio inspire a todos, especialmente a nossa juventude, no seguimento de Nosso Senhor e Redentor Jesus Cristo!


Dom Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)

sábado, 9 de junho de 2012

Entendendo a Missa: Temas de Liturgia V



Nos passados artigos sobre a liturgia, apresentei algumas questões gerais sobre o sentido dos ritos na Igreja. Agora, vou tratar concretamente de alguns ritos e partes da Santa Missa, começando, naturalmente, pelos ritos iniciais. Esses ritos são a entrada, o ato penitencial, o “Senhor, tende piedade”, o Glória e a oração do dia (chamada de “coleta”). Qual o sentido de todos estes ritos? Preparar e introduzir a comunidade num clima de comunhão e escuta sagrada da Palavra de Deus. Estes ritos, portanto, preparam a comunidade para entrar no clima de uma verdadeira ação litúrgica!

A procissão de entrada é feita pelo sacerdote, o diácono (caso haja um) e os ministros, isto é, os acólitos. Não é previsto nem é de acordo com a tradição litúrgica da Igreja que entrem os leitores e os que farão as preces. O correto é que esses estejam nos seus lugares no meio da assembléia sem nenhuma veste “litúrgica” que os destaque.

O canto de entrada não é para “receber o nosso celebrante, padre fulano de tal” – como se diz por aí a fora! O canto de entrada tem como finalidade abrir a celebração, promover a unidade da assembléia pela mesma voz e introduzir no sentido daquilo que se está celebrando, de acordo com o tempo ou a festa litúrgica. Então, é errado o comentarista dizer: “Fiquemos de pé para receber o nosso celebrando, os acólitos, etc...” Fica-se de pé para cantar louvando a Deus, e canta-se para introduzir a celebração. Também não se deve dizer o nome do sacerdote. É sempre e somente Cristo quem celebra! Na liturgia não há lugar para personalismos! Aliás, os comentários devem ser simples e diretos, com pouquíssimas palavras. Nunca se deve dizer o nome da pessoa que fará esta ou aquela ação; é um cristão, membro da comunidade. Basta!

Diante do Altar todos fazem uma reverência – a não ser que o Santíssimo esteja colocado no fundo da igreja, atrás do Altar. Neste caso, faz-se genuflexão. Só o sacerdote (e o diácono) beija o Altar. O sacerdote, inicia a Missa diretamente com o sinal da cruz. Aqui é importante esclarecer: nunca o padre deve fazer algum comentário neste momento. Simplesmente, começa a Missa e pronto! Para ser bem claro: a primeira palavra do padre na Missa é “Em nome do Pai...” Não pode ser outra! Depois do “Bendito seja Deus...” é que ele, antes de convidar ao ato penitencial, pode, com breves palavras, dar as boas vindas e introduzir no sentido da Missa daquele dia. Então, não é o comentarista quem diz: “Boa noite! Sejam todos bem-vindos!” Está errado! Não se deseja boa noite nem bom dia na celebração litúrgica! São essas coisas que vão tornando a missa um showzinho meloso e insuportável, que parece não mais ter fim! Ainda sobre o canto de entrada: ele deve terminar logo que o padre beija o Altar e se dirige à sua cadeira. É importante compreender que quando o canto acompanha um rito, terminado o rito, termina também o canto!

Quanto ao Ato penitencial, há algumas observações importantes. A primeira delas é a seguinte: é preciso distinguir o Ato penitencial do “Senhor, tende piedade”. Não são a mesma coisa! O Ato penitencial é um pedido público de perdão por parte da comunidade e de cada seu membro; o “Senhor, tende piedade”, ao invés, é um canto de aclamação ao Senhor morto e ressuscitado e de pedido pela sua gloriosa misericórdia. Este “Senhor, Cristo, Senhor” não é dirigido à Trindade, mas ao Cristo: é ele o Senhor!

O Ato penitencial pode ser feito de três modos diferentes: 1) “Confessemos os nossos pecados...”; e reza-se o Confesso, 2) “Tende compaixão de nós, Senhor...” e 3) unido ao “Senhor, tende piedade”... Sobre este terceiro modo, veremos logo abaixo. O Ato penitencial é concluído pela absolvição: “Deus todo-poderoso tenha compaixão de nós...” Depois disso, canta-se ou recita-se o “Senhor, tende piedade...”, que não tem nada a ver com o Ato penitencial!

Mas, como disse acima, pode-se unir o Ato penitencial e o “Senhor, tende piedade”. Como fazer? O sacerdote convida a reconhecer os pecados e, depois diz-se: “Senhor, que... Cristo, que... Senhor, que...” apresentando-se uma invocação. Após isso, o padre dá a absolvição: “Deus todo-poderoso tenha compaixão...” Então, resumindo: quando se diz “Senhor, que... Cristo, que... Senhor, que...” isso já é o “Senhor” com o Ato penitencial misturados; quando se reza o modelo 1 ou 2 de Ato penitencial, após a absolvição, tem-se que rezar o “Senhor”, e aí é de modo simples: “Senhor, tende piedade de nós; Cristo, tende piedade de nós; Senhor, tende piedade de nós” e passa-se logo ao Glória ou ao Oremos. É só olhar o Missal, que explica isso direitinho! No entanto, é muitíssimo comum errar nisso! Sendo assim, o coral deve sempre dizer ao padre que canto penitencial irá cantar. Se no canto penitencial já tiver “Senhor, Cristo, Senhor tende piedade”, então, com isso dá-se a absolvição passa-se ao Glória ou Oremos. Caso o canto penitencial não tenha o “Senhor”, terminada a absolvição, canta-se ou recita-se o “Senhor, tende piedade”, como eu expliquei logo acima.

Quanto ao canto do Glória, é importante saber que trata-se de um hino de louvor ao Pai pelo Filho no Espírito e sua letra não pode ser substituída por outra. A Introdução do Missal diz claramente: “O texto deste hino não pode ser substituído por outro”. Lembrem-se os responsáveis pela liturgia que tal hino é cantado nos Domingos, solenidade e festas, exceto no Advento e na Quaresma.

Os ritos iniciais terminam com a Coleta, isto é, a Oração do dia. O padre diz “Oremos”, guarda um breve silêncio para que aí, cada um se coloque diante de Deus com suas intenções para a Santa Missa; depois diz a oração. Todos se sentam para a Liturgia da Palavra.

Continuaremos no próximo número.

Côn. Henrique Soares da Costa
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Fonte: http://www.padrehenrique.com/index.php/liturgia/geral/148-temas-de-liturgia--v

Temas de Liturgia III



Já afirmei, nos artigos passados desta série, que a liturgia não pode ser manipulada. Somente a autoridade competente pode estabelecer e modificar as normas litúrgicas. Quem são essas autoridades? A Santa Sé, enquanto exprime e executa as determinações do Papa e, em alguns casos bem específicos, a Conferência Episcopal e o Bispo local. Fora disso, ninguém – nem mesmo um padre – tem autoridade para introduzir mudanças na liturgia. Isso seria um abuso! E, no entanto, todos sabemos o quanto tais abusos são comuns, tornando-se quase uma regra... Alguns exemplos? Não faltam: missas com excessos de cânticos, missas nas quais se mudam arbitrariamente os textos litúrgicos, orações eucarísticas inventadas, o costume absolutamente errado de permitir que os leigos aproximem-se do altar e tomem com suas próprias mãos a sagrada comunhão, o costume de permitir ou até mesmo mandar que os fiéis rezem juntamente com o padre a oração da paz e a doxologia “Por Cristo, com Cristo, em Cristo”, as missas-show ou de cura da Canção Nova... A lista de abusos e indisciplina seria enorme...

O mesmo vale para alguns especialistas em liturgia, que se acham no direito de desobedecer publica e sistematicamente às normas da Igreja. Vejamos alguns exemplos: recentemente, numa revista de liturgia das paulinas, uma conhecida doutora em liturgia, professora em alguns cursos no Brasil, a Ir. Ione Buyst, escreveu que não é correto ajoelhar-se durante a Oração Eucarística e nem mesmo durante a Consagração. Pois bem, a cara Doutora está totalmente errada e fere as normas da Igreja. Uma coisa é uma opinião que um estudioso de liturgia tenha; isso é mais que legítimo. Outra, bem diferente, é um liturgista meter-se a legislador da prática litúrgica da Igreja. No caso da Ir. Ione, ela apresenta um monte de motivos para demonstrar que o ideal seria permanecer de pé mesmo durante a consagração. É uma opinião dela e a Igreja permite que ela tenha essa opinião; mas não permite que ela deobedeça às normas litúrgicas e faça do seu jeito e, o que é pior, ensine o Povo de Deus a fazer errado, desobedecendo às determinações da Santa Sé. Isso seria um abuso, uma exorbitância que os católicos devem claramente rejeitar. Quanto ao ajoelhar-se na Consagração e na Oração Eucarística, eis o que diz a Instrução Geral do Missal Romano, aprovada pela Santa Sé, a quem todos, inclusive a Ir. Ione,devem obediência: “Ajoelhem-se durante a Consagração, a não ser que, por motivo de saúde ou falta de espaço, ou o grande número de presentes ou outras causas razoáveis não o permitam. Contudo, aqueles que não se ajoelham na Consagração, façam inclinação profunda enquanto o sacerdote faz genuflexão após a consagração” (n. 43). Ainda mais: “Onde for costume o povo permanecer de joelhos do fim da aclamação do Santo até ao final da Oração Eucarística e antes da comunhão quando o sacerdote diz ‘Eis o Cordeiro de Deus’, é louvável que ele seja mantido” (n. 43). Então, ainda que algum liturgista não goste desta norma, tem, no entanto, o dever de respeitá-la e ensinar ao Povo de Deus de modo correto. Do mesmo modo, os padres e arquitetos, têm o dever de providenciar para que os bancos das igrejas tenham o genuflexório para que os fiéis possam se ajoelhar: “Sobretudo nas novas igrejas que são construídas, disponham-se os bancos ou as cadeiras de tal forma que os fiéis possam facilmente assumir as posições requeridas pelas diferentes partes da celebração...” (n. 311).

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Projeto Gotinha de Amor




A Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro estará realizando no dia 09 de junho a partir das 8h no Centro Catequético da Igreja Matriz - cohab, o Projeto "Gotinha de Amor" que destina-se à doação de sangue. O que é necessário para ser doador:


- ter no mínimo 18 anos;


- não ingerir bebida alcóolica pelo menos nas últimas 12 horas antes da doação;


Seja solidário/a! Abrace esse projeto que é nosso. Amanhã pode ser você que esteja precisando. Compareça e traga mais irmãos, estaremos o dia todo com a equipe do Hemomar. Você pode salvar vidas!

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Nota de Falecimento


Na manhã desta quinta-feira, 07/06, Solenidade de Corpus Chriti, faleceu o Frei Elias Baldeli. O corpo será velado na Fraternidade de Nossa Senhora Auxiliadora, Belém - PA. Contamos com a oração de todos na certeza da Ressurreição.


PNSPS: Servimos ao que veio servir!

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Corpus Christi: o que significa?


O nome vem do latim e significa Corpo de Cristo. A festa de Corpus Christi tem por objetivo celebrar solenemente o mistério da Eucaristia - o sacramento do Corpo e do Sangue de Jesus Cristo. 

Acontece numa quinta-feira, em alusão à Quinta-feira Santa, quando se deu a instituição deste sacramento. Durante a última ceia de Jesus com seus apóstolos, Ele mandou que celebrassem sua lembrança comendo o pão e bebendo o vinho que se transformariam em seu Corpo e Sangue. 

"O que come a minha carne e bebe o meu sangue, tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia.

Porque a minha carne é verdadeiramente comida e o meu sangue é verdadeiramente bebida. 

O que come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. O que come deste pão viverá eternamente" (Jo 6, 55 - 59).

Através da Eucaristia, Jesus nos mostra que está presente ao nosso lado, e se faz alimento para nos dar força para continuar. Jesus nos comunica seu amor e se entrega por nós.