segunda-feira, 29 de julho de 2013

Discurso do Papa aos voluntários da JMJ 2013


VISITA APOSTÓLICA DO PAPA FRANCISCO AO BRASIL
POR OCASIÃO DA XXVIII JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE
ENCONTRO COM OS VOLUNTÁRIOS DA XXVIII JMJ
DISCURSO DO SANTO PADRE
Pavilhão 5 do Rio Centro, Rio de Janeiro
Domingo, 28 de Julho de 2013


Queridos voluntários, boa tarde!

Não podia regressar a Roma sem antes agradecer, de modo pessoal e afetuoso, a cada um de vocês pelo trabalho e dedicação com que acompanharam, ajudaram, serviram aos milhares de jovens peregrinos; pelos inúmeros pequenos detalhes que fizeram desta Jornada Mundial da Juventude uma experiência inesquecível de fé. Com os sorrisos de cada um de vocês, com a gentileza, com a disponibilidade ao serviço, vocês provaram que "há maior alegria em dar do que em receber" (At 20,35).

O serviço que vocês realizaram nestes dias me lembrou da missão de São João Batista, que preparou o caminho para Jesus. Cada um, a seu modo, foi um instrumento para que milhares de jovens tivessem o “caminho preparado” para encontrar Jesus. E esse é o serviço mais bonito que podemos realizar como discípulos missionários: preparar o caminho para que todos possam conhecer, encontrar e amar o Senhor. A vocês que, neste período, responderam com tanta prontidão e generosidade ao chamado para ser voluntários na Jornada Mundial, queria dizer: sejam sempre generosos com Deus e com os demais. Não se perde nada; ao contrário, é grande a riqueza da vida que se recebe!


Deus chama para escolhas definitivas, Ele tem um projeto para cada um: descobri-lo, responder à própria vocação é caminhar para a realização feliz de si mesmo. A todos Deus nos chama à santidade, a viver a sua vida, mas tem um caminho para cada um. Alguns são chamados a se santificar constituindo uma família através do sacramento do Matrimônio. Há quem diga que hoje o casamento está “fora de moda”. Está fora de moda? [Não…]. Na cultura do provisório, do relativo, muitos pregam que o importante é “curtir” o momento, que não vale a pena comprometer-se por toda a vida, fazer escolhas definitivas, “para sempre”, uma vez que não se sabe o que reserva o amanhã. Em vista disso eu peço que vocês sejam revolucionários, eu peço que vocês vão contra a corrente; sim, nisto peço que se rebelem: que se rebelem contra esta cultura do provisório que, no fundo, crê que vocês não são capazes de assumir responsabilidades, crê que vocês não são capazes de amar de verdade. Eu tenho confiança em vocês, jovens, e rezo por vocês. Tenham a coragem de “ir contra a corrente”. E tenham também a coragem de ser felizes!

O Senhor chama alguns ao sacerdócio, a se doar a Ele de modo mais total, para amar a todos com o coração do Bom Pastor. A outros, chama para servir os demais na vida religiosa: nos mosteiros, dedicando-se à oração pelo bem do mundo, nos vários setores do apostolado, gastando-se por todos, especialmente os mais necessitados. Nunca me esquecerei daquele 21 de setembro – eu tinha 17 anos – quando, depois de passar pela igreja de San José de Florespara me confessar, senti pela primeira vez que Deus me chamava. Não tenham medo daquilo que Deus lhes pede! Vale a pena dizer “sim” a Deus. N’Ele está a alegria!

Queridos jovens, talvez algum de vocês ainda não veja claramente o que fazer da sua vida. Peça isso ao Senhor; Ele lhe fará entender o caminho. Como fez o jovem Samuel, que ouviu dentro de si a voz insistente do Senhor que o chamava, e não entendia, não sabia o que dizer, mas, com a ajuda do sacerdote Eli, no final respondeu àquela voz: Senhor, fala eu escuto (cf. 1Sm 3,1-10) . Peçam vocês também a Jesus: Senhor, o que quereis que eu faça, que caminho devo seguir?

Caros amigos, novamente lhes agradeço por tudo o que fizeram nestes dias. Agradeço aos grupos pastorais, aos movimentos e novas comunidades que colocaram seus membros ao serviço desta Jornada. Obrigado! Não se esqueçam de nada do que vocês viveram aqui! Podem contar sempre com minhas orações, e sei que posso contar com as orações de vocês. Uma última coisa: rezem por mim.

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Fonte: Santa Sé

domingo, 28 de julho de 2013

“Venham para a Polônia para a próxima JMJ”, já convidam jovens poloneses

Poloneses fizeram a festa em Copacabana após saber que país sediará a
próxima Jornada Mundial da Juventude em 2016

Poloneses fizeram festa na Praia de Copacabana após saberem que a próxima Jornada Mundial da Juventude, em 2016, será em Cracóvia, na Polônia. O anúncio foi feito pelo Papa Francisco após a Missa de envio celebrada na manhã deste domingo, 28, último dia da JMJ Rio2013.


A jovem polonesa Agnieszka Kania, 21 anos, confessou que já esperava pela notícia, mas ficou muito feliz com a confirmação. Ela convidou todos os jovens brasileiros para irem para a Polônia para a próxima JMJ. “É o país do Papa João Paulo II e um país católico de muitas tradições. Eu espero que vocês possam ir e os poloneses vão cuidar de vocês”.
 
Agnieszka também convida jovens
para irem à Polônia em 2016

“Eu estou muito muito feliz e orgulhosa de ser polonesa. Tenho esperança de que que na Polônia estes dias poderão ser tão bonitos quanto aqui no Brasil. Eu tenho muitas expectativas da organização e estar aqui deu-nos a oportunidade de preparar nossos corações. Vocês são um grande exemplo de hospitalidade”, disse a jovem Barbara Lopata, 25 anos.

“A Polônia será tão acolhedora quanto vocês. É um país bonito e nós convidamos a todos, especialmente os brasileiros”, completou Kataizyna Adamczyk, de 21 anos.

O polonês Jan Szydlo estava na praia na hora do anúncio e ficou feliz com a notícia. Ele disse que aproveitou muito a JMJ no Rio e que vai sentir saudades do Brasil, mas já deixou um convite para todos os jovens.

“Irmãos e irmãs, pequenos e grandes, gordos e magros, por favor, venham para Cracóvia porque nós esperamos por vocês, nós esperamos pelo seu abraço”.
 
Padre Adam Parszwka

Contraste


Depois de uma Jornada no Brasil, um país marcado pelo calor, climático e humano, e onde as manifestações de fé são tão espontâneas, a JMJ segue para a Polônia. O país tem como característica um frio rigoroso e o catolicismo é vivido de forma mais tradicional.


Jéssica Marçal
Enviada especial ao Rio de Janeiro
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Carta aberta a Bento XVI

Estamos tanto eufóricos nestes dias de recém-descoberta pobreza,
que já não pensamos mais em você, que neste momento é o mais pobre de todos.

Meu doce Bento, são dias estranhos esses, sabe? Há uma estranha atmosfera por aqui.

A euforia é tanta, o mundo parece estar de repente em busca de conversão. Talvez seja mesmo assim, espero realmente que seja assim. No entanto, eu, eu não consigo estar contente.

Pouco importa. Mas eu tento entender o porquê.

Esta noite tentei deixar claro no meu coração. Infelizmente, não tendo a sua santidade, não posso viver tudo isso com a sua mesma paz de espírito.

Bem, na luta contra a insônia, eu entendi a razão para essa minha sútil tristeza. A principal causa do meu mau humor é a minha ingratidão. Talvez seja o mais óbvio mal de todos os homens, e é o mal que, mais do que todos os outros, me faz ser menos homem. Estamos tanto eufóricos nestes dias de recém-descoberta pobreza, que já não pensamos mais em você, que neste momento é o mais pobre de todos.
 
Você escolheu a solidão e o silêncio; você não ama mostrar a sua pobreza ao mundo. Porque você nunca quis alardear suas virtudes. Você pôs suas virtudes a serviço de todos nós e da Igreja de Cristo. Você exerceu suas virtudes de modo tão discreto e impessoal que não as fez parecer suas.

Como tenho sido ingrato e sem amor por você!

Eu duvidei de sua escolha, foi tentado por um momento a reconhecê-la como um ato de covardia. Mas, nestes dias brilham mais a sua grandeza. Na verdade, a fazem resplandecer, mas de uma forma invisível. Você, Santidade escolheu a ocultação, a clausura. Quanta grandeza, quanta coragem. Nenhum amor-próprio. Apenas a Cruz. E nós continuamos a fazer comparações. Fizemos-las com seu amado predecessor João Paulo II, enquanto você escrevia páginas memoráveis e ​​silenciosas do Magistério da Igreja. E as fazemos agora, enquanto você, com a sua ausência voluntária, escreve a sua encíclica mais bela: aquela sobre a humildade. Hoje é o seu onomástico, meu amado Bento. Por favor, perdoe-me por minha ingratidão, mas acima de tudo pela minha falta de fé.

Desejo-lhe dias felizes; eu vou me esforçar para ser um melhor filho de Papa Francisco, mais do que tenha sido de você.

Roma, 18 de março de 2013

Em Cristo,

Ivan Quintavalle (Estudante, I Ciclo di Teologia). 

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(26 de Julho de 2013) © Innovative Media Inc.

A carta foi escrita por Ivan Quintavalle (Estudante, I Ciclo di Teologia) e publicada originalmente em “Notizie dalla Santa Croce”, informativo da Pontificia Università della Santa Croce – Roma.

Disponível em: ZENIT

Angelus com o Papa Francisco e anúncio da próxima JMJ


Viagem Apostólica ao Brasil 
Angelus com o Papa Francisco
Praia de Copacabana – Rio de Janeiro
Domingo, 28 de julho de 2013


Amados irmãos e irmãs!

No término desta Celebração Eucarística, com a qual elevamos a Deus o nosso canto de louvor e gratidão por todas as graças recebidas durante esta Jornada Mundial da Juventude, quero ainda agradecer a Dom Orani Tempesta e ao Cardeal Ryłko as palavras que me dirigiram. Agradeço também a vocês, queridos jovens, por todas as alegrias que me deram nestes dias. Levo a cada um de vocês no meu coração!

Dirijamos agora o nosso olhar à Mãe do Céu, a Virgem Maria. Nestes dias, Jesus lhes repetiu com insistência o convite para serem seus discípulos-missionários; vocês escutaram a voz do Bom Pastor que lhes chamou pelo nome e vocês reconheceram a voz que lhes chamava (cf. Jo 10,4). Não é verdade que, nesta voz que ressoou nos seus corações, vocês sentiram a ternura do amor de Deus? Não é verdade que vocês experimentaram a beleza de seguir a Cristo, juntos, na Igreja? Não é verdade que vocês compreenderam melhor que o Evangelho é a resposta ao desejo de uma vida ainda mais plena? (cf. Jo 10,10). É verdade?


A Virgem Imaculada intercede por nós no Céu como uma boa mãe que guarda dos seus filhos. Maria nos ensina, com a sua existência, o que significa ser discípulo missionário. Cada vez que rezamos o Ângelus, recordamos o acontecimento que mudou para sempre a história dos homens. Quando o anjo Gabriel anunciou a Maria que se tornaria a Mãe de Jesus, Ela – mesmo sem compreender todo o significado daquele chamado – confiou em Deus e respondeu: «Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra» (Lc 1,38). Mas, o que fez Maria logo em seguida? Após ter recebido a graça de ser a Mãe do Verbo encarnado, não guardou para si esse dom; partiu, saiu da sua casa e foi, apressadamente, visitar a sua parente Isabel que precisava de ajuda (cf. Lc 1, 38-39); cumpriu um gesto de amor, de caridade, de serviço concreto, levando Jesus que trazia no ventre. E se apressou a fazer este gesto!

Eis aqui, queridos amigos o nosso modelo. Aquela que recebeu o dom mais precioso de Deus, como primeiro gesto de resposta, põe-se a caminho para servir e levar Jesus. Peçamos a Nossa Senhora que também nos ajude a transmitir a alegria de Cristo aos nossos familiares, aos nossos companheiros, aos nossos amigos, a todas as pessoas. Nunca tenham medo de ser generosos com Cristo! Vale a pena! Sair e ir com coragem e generosidade, para que cada homem e cada mulher possa encontrar o Senhor.


Queridos jovens, temos encontro marcado na próxima Jornada Mundial da Juventude, no ano de 2016 em Cracóvia, na Polônia. Pela intercessão materna de Maria, peçamos a luz do Espírito Santo sobre o caminho que nos levará a esta nova etapa da jubilosa celebração da fé e do amor de Cristo. [Oração do Angelus]

Homilia do Papa Francisco na Missa de envio da Jornada Mundial da Juventude


Homilia do Papa Francisco
Santa Missa pela XXVIII Jornada Mundial da Juventude 

Rio de Janeiro
Domingo, 28 de julho de 2013


Venerados e amados Irmãos no episcopado e no sacerdócio,
Queridos jovens!

«Ide e fazei discípulos entre todas as nações». Com estas palavras, Jesus se dirige a cada um de vocês, dizendo: «Foi bom participar nesta Jornada Mundial da Juventude, vivenciar a fé junto com jovens vindos dos quatro cantos da terra, mas agora você deve ir e transmitir esta experiência aos demais». Jesus lhe chama a ser um discípulo em missão! Hoje, à luz da Palavra de Deus que acabamos de ouvir, o que nos diz o Senhor? Três palavras: Ide, sem medo, para servir.

1.    Ide. Durante estes dias, aqui no Rio, vocês puderam fazer a bela experiência de encontrar Jesus e de encontrá-lo juntos, sentindo a alegria da fé. Mas a experiência deste encontro não pode ficar trancafiada na vida de vocês ou no pequeno grupo da paróquia, do movimento, da comunidade de vocês. Seria como cortar o oxigênio a uma chama que arde. A fé é uma chama que se faz tanto mais viva quanto mais é partilhada, transmitida, para que todos possam conhecer, amar e professar que Jesus Cristo é o Senhor da vida e da história (cf. Rm 10,9).

Mas, atenção! Jesus não disse: se vocês quiserem, se tiverem tempo, mas: «Ide e fazei discípulos entre todas as nações». Partilhar a experiência da fé, testemunhar a fé, anunciar o Evangelho é o mandato que o Senhor confia a toda a Igreja, também a você. É uma ordem sim; mas não nasce da vontade de domínio ou de poder, nasce da força do amor, do fato que Jesus foi quem veio primeiro para junto de nós e nos deu não somente um pouco de Si, mas se deu por inteiro, deu a sua vida para nos salvar e mostrar o amor e a misericórdia de Deus. Jesus não nos trata como escravos, mas como homens livres, amigos, como irmãos; e não somente nos envia, mas nos acompanha, está sempre junto de nós nesta missão de amor.

Para onde Jesus nos manda? Não há fronteiras, não há limites: envia-nos para todas as pessoas. O Evangelho é para todos, e não apenas para alguns. Não é apenas para aqueles que parecem a nós mais próximos, mais abertos, mais acolhedores. É para todas as pessoas. Não tenham medo de ir e levar Cristo para todos os ambientes, até as periferias existenciais, incluindo quem parece mais distante, mais indiferente. O Senhor procura a todos, quer que todos sintam o calor da sua misericórdia e do seu amor.

De forma especial, queria que este mandato de Cristo -”Ide” – ressoasse em vocês, jovens da Igreja na América Latina, comprometidos com a Missão Continental promovida pelos Bispos. O Brasil, a América Latina, o mundo precisa de Cristo! Paulo exclama: «Ai de mim se eu não pregar o evangelho!» (1Co 9,16). Este Continente recebeu o anúncio do Evangelho, que marcou o seu caminho e produziu muito fruto. Agora este anúncio é confiado também a vocês, para que ressoe com uma força renovada. A Igreja precisa de vocês, do entusiasmo, da criatividade e da alegria que lhes caracterizam! Um grande apóstolo do Brasil, o Bem-aventurado José de Anchieta, partiu em missão quando tinha apenas dezenove anos! Sabem qual é o melhor instrumento para evangelizar os jovens? Outro jovem! Este é o caminho a ser percorrido!

2.    Sem medo. Alguém poderia pensar: «Eu não tenho nenhuma preparação especial, como é que posso ir e anunciar o Evangelho»? Querido amigo, esse seu temor não é muito diferente do sentimento que teve Jeremias, um jovem como vocês, quando foi chamado por Deus para ser profeta. Acabamos de escutar as suas palavras: «Ah! Senhor Deus, eu não sei falar, sou muito novo». Deus responde a vocês com as mesmas palavras dirigidas a Jeremias: «Não tenhas medo… pois estou contigo para defender-te» (Jr 1,8). Deus está conosco!

«Não tenham medo!» Quando vamos anunciar Cristo, Ele mesmo vai à nossa frente e nos guia. Ao enviar os seus discípulos em missão, Jesus prometeu: «Eu estou com vocês todos os dias» (Mt 28,20). E isto é verdade também para nós! Jesus não nos deixa sozinhos, nunca lhes deixa sozinhos! Sempre acompanha a vocês!

Além disso, Jesus não disse: «Vai», mas «Ide»: somos enviados em grupo. Queridos jovens, sintam a companhia de toda a Igreja e também a comunhão dos Santos nesta missão. Quando enfrentamos juntos os desafios, então somos fortes, descobrimos recursos que não sabíamos que tínhamos. Jesus não chamou os Apóstolos para viver isolados, chamou-lhes para que formassem um grupo, uma comunidade. Queria dar uma palavra também a vocês, queridos sacerdotes, que concelebram comigo esta Eucaristia: vocês vieram acompanhando os seus jovens, e é uma coisa bela partilhar esta experiência de fé! Mas esta é uma etapa do caminho. Continuem acompanhando os jovens com generosidade e alegria, ajudem-lhes a se comprometer ativamente na Igreja; que eles nunca se sintam sozinhos!

3.    A última palavra: para servir. No início do salmo proclamado, escutamos estas palavras: «Cantai ao Senhor Deus um canto novo» (Sl 95, 1). Qual é este canto novo? Não são palavras, nem uma melodia, mas é o canto da nossa vida, é deixar que a nossa vida se identifique com a vida de Jesus, é ter os seus sentimentos, os seus pensamentos, as suas ações. E a vida de Jesus é uma vida para os demais. É uma vida de serviço.

São Paulo, na leitura que ouvimos há pouco, dizia: «Eu me tornei escravo de todos, a fim de ganhar o maior número possível» (1 Cor 9, 19). Para anunciar Jesus, Paulo fez-se «escravo de todos». Evangelizar significa testemunhar pessoalmente o amor de Deus, significa superar os nossos egoísmos, significa servir, inclinando-nos para lavar os pés dos nossos irmãos, tal como fez Jesus.


Ide, sem medo, para servir. Seguindo estas três palavras, vocês experimentarão que quem evangeliza é evangelizado, quem transmite a alegria da fé, recebe alegria. Queridos jovens, regressando às suas casas, não tenham medo de ser generosos com Cristo, de testemunhar o seu Evangelho. Na primeira leitura, quando Deus envia o profeta Jeremias, lhe dá o poder de «extirpar e destruir, devastar e derrubar, construir e plantar» (Jr 1,10). E assim é também para vocês. Levar o Evangelho é levar a força de Deus, para extirpar e destruir o mal e a violência; para devastar e derrubar as barreiras do egoísmo, da intolerância e do ódio; para construir um mundo novo. Jesus Cristo conta com vocês! A Igreja conta com vocês! O Papa conta com vocês! Que Maria, Mãe de Jesus e nossa Mãe, lhes acompanhe sempre com a sua ternura: «Ide e fazei discípulos entre todas as nações». Amém.

Discurso do Papa Francisco na Vigília de Oração em Copacabana


Viagem Apostólica ao Brasil 
Discurso do Papa Francisco
Vigília com os jovens na Praia de Copacabana
Sábado, 27 de julho de 2013


Queridos jovens,

Olhando para vocês presentes aqui hoje, me vem a mente a história de São Francisco de Assis. Diante do Crucifixo, ele escuta a voz de Jesus que lhe diz: «Francisco, vai e repara a minha casa». E o jovem Francisco responde, com prontidão e generosidade, a esta chamado do Senhor: repara a minha casa. Mas qual casa? Aos poucos, ele percebe que não se tratava fazer de pedreiro para reparar um edifício feito de pedras, mas de dar a sua contribuição para a vida da Igreja; tratava-se de colocar-se ao serviço da Igreja, amando-a e trabalhando para que transparecesse nela sempre mais a Face de Cristo.

Também hoje o Senhor continua precisando de vocês, jovens, para a sua Igreja. Querido jovens, o Senhor necessita de você. Também hoje ele chama a cada um de vocês para segui-lo na sua Igreja, para serem missionários. Queridos jovens, o Senhor hoje os chama. Não a muitos, mas a você, a você, a você, a você… a cada um. Escutem-no no coração.

Penso que podemos aprender com o que aconteceu nesses dias. Como tivemos que cancelar, devido ao mau tempo, a realização desta vigília no Campus Fidei (Campo da Fé), em Guaratiba, não estaria o Senhor querendo dizer-nos que o verdadeiro Campo da Fé, o verdadeira Campus Fidei, não é um lugar geográfico, mas somos nós?

Sim, é verdade. Cada um de nós, cada um de vocês, eu, vocês, todos, que ser discípulos missionários significa reconhecer que somos Campos da Fé de Deus. Por isso, a partir da imagem do Campo da Fé, pensei em três imagens que podem nos ajudar a entender melhor o que significa ser um discípulo missionário: a primeira, o campo como lugar onde se semeia; a segunda, o campo como lugar de treinamento; e a terceira, o campo como canteiro de obras.


1.    O campo como lugar onde se semeia. Todos conhecemos a parábola de Jesus sobre um semeador que saiu pelo campo lançando sementes; algumas caem à beira do caminho, em meio às pedras, no meio de espinhos e não conseguem se desenvolver; mas outras caem em terra boa e dão muito fruto (cf. Mt 13,1-9). Jesus mesmo explica o sentido da parábola: a semente é a Palavra de Deus que é lançada nos nossos corações (cf. Mt 13,18-23). Queridos jovens, isso significa que o verdadeiro Campus Fidei é o coração de cada um de vocês, é a vida de vocês. E é na vida de vocês que Jesus pede para entrar com a sua Palavra, com a sua presença. Por favor, deixem que Cristo e a sua Palavra entrem na vida de vocês, e nela possam germinar e crescer.

Jesus nos diz que as sementes, que caíram à beira do caminho, em meio às pedras e em meio aos espinhos não deram fruto. Qual terreno somos ou queremos ser? Quem sabe se, às vezes, somos como o caminho: escutamos o Senhor, mas na vida não muda nada, pois nos deixamos aturdir por tantos apelos superficiais que escutamos; ou como o terreno pedregoso: acolhemos Jesus com entusiasmo, mas somos inconstantes e diante das dificuldades não temos a coragem de ir contra a corrente; ou somos como o terreno com os espinhos: as coisas, as paixões negativas sufocam em nós as palavras do Senhor (cf. Mt 13, 18-22). Mas, hoje, tenho a certeza que a semente está caindo numa terra boa, sei que vocês querem ser um terreno bom, não querem ser cristãos pela metade, nem “engomadinhos”, nem cristãos de fachada, mas sim autênticos. Tenho a certeza que vocês não querem viver na ilusão de uma liberdade que se deixe arrastar pelas modas e as conveniências do momento. Sei que vocês apostam em algo grande, em escolhas definitivas que deem pleno sentido para a vida. Jesus é capaz de oferecer-lhes isto. Ele é o «caminho, a verdade e a vida» (Jo 14,6)! Confiemos n’Ele. Deixemo-nos guiar por Ele!

2.    O campo como lugar de treinamento. Jesus nos pede que o sigamos por toda a vida, pede que sejamos seus discípulos, que “joguemos no seu time”. Acho que a maioria de vocês ama os esportes. E aqui no Brasil, como em outros países, o futebol é uma paixão nacional. Ora bem, o que faz um jogador quando é convocado para jogar em um time? Deve treinar, e muito! Também é assim na nossa vida de discípulos do Senhor. São Paulo nos diz: «Todo atleta se impõe todo tipo de disciplina. Eles assim procedem, para conseguirem uma coroa corruptível. Quanto a nós, buscamos uma coroa incorruptível!» (1Co 9, 25). Jesus nos oferece algo muito superior que a Copa do Mundo! Oferece-nos a possibilidade de uma vida fecunda e feliz e nos oferece também um futuro com Ele que não terá fim: a vida eterna. Jesus, porém, nos pede que treinemos para estar “em forma”, para enfrentar, sem medo, todas as situações da vida, testemunhando a nossa fé. Como? Através do diálogo com Ele: a oração, que é diálogo diário com Deus que sempre nos escuta. através dos sacramentos, que fazem crescer em nós a sua presença e nos conformam com Cristo; através do amor fraterno, do saber escutar, do compreender, do perdoar, do acolher, do ajudar os demais, qualquer pessoa sem excluir nem marginalizar ninguém. Queridos jovens, que vocês sejam verdadeiros “atletas de Cristo”!

3.    O campo como canteiro de obras. Quando o nosso coração é uma terra boa que acolhe a Palavra de Deus, quando se “sua a camisa” procurando viver como cristãos, nós experimentamos algo maravilhoso: nunca estamos sozinhos, fazemos parte de uma família de irmãos que percorrem o mesmo caminho; somos parte da Igreja, mais ainda, tornamo-nos construtores da Igreja e protagonistas da história. São Pedro nos diz que somos pedras vivas que formam um edifício espiritual (cf. 1Pe 2,5). E, olhando para este palco, vemos que ele tem a forma de uma igreja, construída com pedras, com tijolos. Na Igreja de Jesus, nós somos as pedras vivas, e Jesus nos pede que construamos a sua Igreja; e não como uma capelinha, onde cabe somente um grupinho de pessoas. Jesus nos pede que a sua Igreja viva seja tão grande que possa acolher toda a humanidade, que seja casa para todos! Ele diz a mim, a você, a cada um: «Ide e fazei discípulos entre todas as nações»! Nesta noite, respondamos-lhe: Sim, também eu quero ser uma pedra viva; juntos queremos edificar a Igreja de Jesus! Digamos juntos: Eu quero ir e ser construtor da Igreja de Cristo!

No coração jovem de vocês, existe o desejo de construir um mundo melhor. Acompanhei atentamente as notícias a respeito de muitos jovens que, em tantas partes do mundo, saíram pelas ruas para expressar o desejo de uma civilização mais justa e fraterna. Mas, fica a pergunta: Por onde começar? Quais são os critérios para a construção de uma sociedade mais justa? Quando perguntaram a Madre Teresa de Calcutá o que devia mudar na Igreja, ela respondeu: você e eu!


Queridos amigos, não se esqueçam: Vocês são o campo da fé! Vocês são os atletas de Cristo! Vocês são os construtores de uma Igreja mais bela e de um mundo melhor. Elevemos o olhar para Nossa Senhora. Ela nos ajuda a seguir Jesus, nos dá o exemplo com o seu “sim” a Deus: «Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua Palavra» (Lc 1,38). Também nós o dizemos a Deus, juntos com Maria: faça-se em mim segundo a Tua palavra. Assim seja!

Edir Macedo ataca JMJ dizendo que"vocês estão sendo enganados sobre indulgências concedidas pelo evento".


Edir Macedo publicou um artigo intitulado "Atalho para o Céu" em seu site, com críticas veementes à realização da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) e à concessão de indulgências plenárias pelo papa Francisco através da internet, para os participantes do evento.

"Trocando em miúdos, quem acompanhar a Jornada online 'com a devida devoção' garante a impunidade... Assassinos, mentirosos, adúlteros e pedófilos devem estar bem felizes com a notícia. Mas sinto desapontá-los... Vocês estão sendo enganados", diz o texto, que foi assinado pela jornalista Vanessa Lampert.

As críticas de Edir Macedo à Igreja Católica são antigas e incisivas. Neste texto, publicado no última segunda feira, 22 de julho, a liturgia da denominação liderada pelo Papa Francisco é atacada frontalmente pela jornalista.


"Na tradição católica (sem base bíblica alguma), os 'méritos' dos santos podem ser distribuídos pelo Papa através de indulgências, para que as pessoas sejam salvas pelos méritos alheios. A confissão eliminaria a culpa, mas somente uma indulgência seria capaz de eliminar a punição por um pecado cometido. Mesmo arrependido e perdoado, o cidadão ainda poderia ir para o 'purgatório' ou mesmo para o inferno, pois lhe foi perdoada a culpa, mas continua a ter de pagar a pena, seja aqui na Terra ou no além!", critica.

As indulgências, no passado, foram o estopim para a reforma protestante, e Macedo cita em seu artigo que a iniciativa do Papa Leão X visava apenas "convencer os fiéis a contribuir financeiramente para construir a basílica de São Pedro, no Vaticano, em 1517".

"Quem não quer um atalhozinho para o céu? O caminho largo, sem grande esforço... Meia dúzia de rituais religiosos e uma contribuição para os cofres do Vaticano eram suficientes para alcançar a salvação", diz o texto, que completa: "Essa prática levou Lutero a dar início à reforma protestante, depois, a prática da venda de indulgências foi proibida. Porém, agora, ela está de volta, com nova cara, antenada com a modernidade! No mundo em que ter seguidores no Twitter e estar entre os Trending Topics é importantíssimo para qualquer empresa ou evento, a nova moeda é a popularidade", ironiza.

Para o líder da Igreja Universal do Reino de Deus, o Vaticano estaria "trocando tickets rápidos para salvação por participação online na Jornada", e assim, garantindo que evento tenha "o sucesso que a propaganda na mídia promete".

O ataque ácido e duro à Igreja Católica ainda menciona as polêmicas relacionadas aos crimes de pedofilia: "Talvez por isso os padres pedófilos não costumam ser punidos pela Igreja (apenas transferidos para outras paróquias, onde podem fazer novas vítimas). Agora está ainda mais fácil, podem acompanhar pela internet os eventos que dão uma indulgência de brinde! [...] Igreja nenhuma tem poder para perdoar pecados ou mesmo para negociar um lugarzinho no céu. O engraçado é que é disso que eles nos acusam há 36 anos: 'vender um lugarzinho no céu'", frisa.


No artigo, por fim, há uma crítica aos governantes, pelo uso de dinheiro público na recepção ao Papa Francisco e na organização da JMJ: "Em um Estado que se diz laico, mais de trezentos milhões serão gastos com o evento. Recentemente, as pessoas saíram às ruas para protestar contra o mau uso do dinheiro público e o Vaticano não vê problema algum em deixar que o Brasil arque com a maior parte dos custos da viagem do Papa... Afinal de contas, o Vaticano é tão pobrezinho...".


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Fonte: Gnotícias
Disponível em: Portal Ecclesia

sábado, 27 de julho de 2013

Participantes da Marcha das Vadias criticam a Igreja Católica em Copacabana, no Rio



A Marcha das Vadias teve início no posto 5 da praia de Copacabana e se dirigiria para o posto 9, em Ipanema. No trajeto, locais popularmente conhecidos pela concentração de homossexuais e usuários de maconha. Para algumas integrantes a rota é simbólica pelo fato de o protesto ser favorável à liberdade do próprio corpo.
 

Durante o trajeto, os manifestantes intercalavam gritos de ordem por direitos de gênero com críticas à Igreja. "O, Vaticano, vou te dizer, existe amor independente de você", era uma das frases. Apesar de a manifestação ocorrer de maneira pacifica, algumas pessoas reagiam ao protesto, especialmente quando se trata de descriminalização do aborto. Alguns mais exaltados chamaram feministas de assassinas.
 

Dentre as principais reivindicações estão a descriminalização do aborto e o apoio a diversidade sexual. Os assuntos estão presentes nos principais gritos de ordem das manifestantes. "Se o Papa fosse mulher, o aborto já seria legal", bradava um grupo. "Lutar, lutar, não deixe de lutar. Por um orgasmo livre, coletivo e popular", acrescentava outro.
 

A organização da marcha em meio à JMJ desagradou parte dos peregrinos. "Não há necessidade disso, é uma falta de respeito", diz Júnior Freitas. Marcela Vilar concorda. "Elas querem só chamar a atenção e se aproveitam da festa católica para isso".
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Fonte: Terra
Imagens: web