terça-feira, 10 de junho de 2014

O futebol explicado por Bento XVI


Antes da Copa do Mundo de 1986, foi publicado um texto do então cardeal Joseph Ratzinger, com o título: “Busquem as coisas do alto”. O texto foi escrito em resposta à seguinte pergunta: “Por que este esporte movimenta tanta gente assim?”. O jornal italiano tempo.it publicou a resposta de Bento XVI.

A cada quatro anos a Copa do Mundo se transforma num evento que fascina milhões de pessoas. Nenhum acontecimento na Terra pode ter um efeito vasto assim, o que demostra que esta manifestação esportiva toca qualquer elemento primordial da humanidade.

O jogo vai além da vida do dia a dia. Mas, sobretudo nas crianças, tem a característica de exercício para a vida. Simboliza a própria vida e a antecipa a experiência, por assim dizer, de uma maneira de viver livremente estruturada.


Força o homem a se impor uma disciplina de modo a obter com treinamento o domínio de si. Com o domínio, a superioridade; e com a superioridade, a liberdade. Ensina sobretudo uma disciplinada harmônica: como jogo de equipe obriga à inclusão do indivíduo na equipe. Unir os jogadores com um objetivo comum; o sucesso e o insucesso de cada um está no sucesso e no insucesso de tudo.

Eu me casei sem conhecer bem meu marido. Meu casamento é nulo?


Poderiam ampliar esta informação, por favor? Há nulidade matrimonial quando se dão casos de coerção moral, erro ou dolo sobre alguma qualidade essencial do cônjuge?
 
Aqui estamos falando, de fato, de duas possíveis causas de nulidade matrimonial contempladas no Direito Canônico da Igreja, dentro da área dos “vícios de consentimento”. Detalharei as duas, citando os respectivos cânones do Código de Direito Canônico (CIC) e acrescentando um breve comentário.

 
De qualquer maneira, como ocorre nestes temas, a lei indica a causa, que necessariamente deve ser uma fórmula geral, mas que depois precisa ser aplicada ao caso concreto pelos tribunais. É impossível “enquadrar” a vida em um pequeno conjunto de artigos de um código, e inevitavelmente haverá casos difíceis de discernir – mas é para isso que existem os tribunais.

 
Em outras palavras, não se pode esperar que a simples leitura dos cânones permita deduzir de forma indiscutível uma solução clara – se incidem ou não – para todos os casos que possam se apresentar.

 
Além disso, aqui há uma dificuldade a mais: estamos falando de defeitos (“vícios”) de consentimento, e o consentimento é algo interior. Então, os tribunais só podem trabalhar com provas externas que indicam, melhor ou pior, o consentimento que houve, mas não há uma garantia total do que se prova, ou seja, de que o consentimento tenha estado realmente viciado.

 
Dito isso, passo a examinar os casos:


Um Brasil de fé e de chuteiras


“Quem te viu e quem te vê”, velho chavão que hoje podemos aplicar ao período chamado da Copa do Mundo no Brasil. Nunca se viu tanta bandeira, tantos símbolos pátrios, tanto verde e amarelo como agora. Será que seríamos capazes de expor os símbolos pátrios com a mesma garra, em tempos de inflação, em tempos de baixa estima política, em tempos de corrupção e gritar “eu te amo meu Brasil, eu te amo, mais que o futebol, mais que um mundial ou as olimpíadas que vêm aí”?

Eu te amo minha pátria e por ti dou a minha vida. Como dizia o literato Rui Barbosa: “A pátria é a família ampliada.”

Parece impossível ficar indiferente num momento tão bonito como a Copa do Mundo. Com certeza o sangue ferve, as emoções tomam conta da razão. Porém as emoções passam, o sangue volta a circular normalmente e o que fica é o gosto da vitória ou o amargo sabor da derrota.

Um Brasil de chuteiras passa e passa rápido. O verde e o amarelo vão continuar, na luta e no suor em garantir o pão nas mesas de cada dia. "Quando olho para o meu Brasil, posso ver um pedacinho de mim em cada cidadão. Eles são o que eu sou, e dividem o mesmo amor que eu divido, o amor do Brasil." (Jean Lacerda)

CNBB distribui folhetos com críticas à gestão do governo para a Copa


A Pastoral do Turismo da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) vai distribuir panfletos nas 12 cidades-sede da Copa do Mundo com críticas à gestão do governo para a competição. Os panfletos dão "cartão vermelho" à  inversão de prioridades no uso do dinheiro público do país para eventos como a Copa do Mundo, e critica o fato de o governo delegar responsabilidades públicas a grandes corporações e entidades privadas que se apropriam do esporte.

A CNBB ressalta, no entanto, que o governo só marcará o "gol da vitória" quando ninguém for perseguido por trabalhar em espaço público, e direitos dos consumidores e torcedores forem respeitados. 

Os folhetos foram impressos em três idiomas (português, espanhol e inglês) e mostram a preocupação da Igreja com oito pontos que merecem “cartão vermelho”. 

Padre usa paramentos de futebol na Santa Missa


E recomeça o Tempo Comum, se estendendo até o dia 30 de novembro de 2014.

O Cônego Luiz Carlos Magalhães aproveitou a cor litúrgica deste Tempo e a iminência da Copa do Mundo da Fifa, e se paramentou de um modo peculiar para torcer pela Seleção Brasileira, confirmando que a capacidade humana em inventar sempre supera as nossas expectativas.

Em defesa dos ateus


O mundo precisa respeitar mais o ateísmo. Pode parecer estranho que uma católica diga isto, mas, por favor, leve em consideração o que eu vou dizer.
 
Eu conheço um monte de ateus. No mundo acadêmico, uma fartura. Muitos deles estão convencidos de que o mundo os odeia. O cristianismo pode não estar no auge da sua popularidade hoje em dia, mas o ateísmo também não está.

 
Se você quer um bom emprego, declarar-se abertamente ateu pode não ser uma boa ideia. Você pode, no máximo, se dizer "não religioso". Mesmo os liberais, apesar do seu desconforto com a religião levada a sério, parecem considerar moralmente positivo frequentar uma igreja, tanto que um recente estudo norte-americano mostrou que os autoproclamados liberais, nos Estados Unidos, são especialmente propensos a exagerar o próprio nível de observância religiosa quando estão em ambientes sociais.
 
Os jornalistas liberais, às vezes, tentam usar casos como este para mostrar que a nossa sociedade é predominantemente pró-religião (e, de passagem, para dar a entender que boa parte das queixas de violações da liberdade religiosa são pura paranoia e busca de atenção). Na verdade, porém, não há muitas razões para que a sociedade se sinta “ameaçada” nem por ateus declarados nem por crentes religiosos, já que o que realmente está espalhado hoje pela sociedade é o triunfo da mornidão.
 

Pároco pede aos catequistas para se vestirem de palhaços na Santa Missa, o que fazer?


A Santa Missa é a celebração de um mistério sagrado; é a celebração da Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. Quando se tem essa visão as coisas ocupam os seus respectivos lugares, ou seja, Deus se torna o centro da celebração e abusos não acontecem. Entretanto, a Igreja vive um momento ímpar em sua história: o que se vê por todos os lados, é a inculturação, ou seja, o espaço sagrado sendo despido de sua sacralidade em nome de uma maior aproximação com o mundo. O mundo sendo trazido para dentro da Igreja, o rito sendo esvaziado de seu sentido e significado e, consequentemente, Deus sendo deixado à margem.

O Beato Cardeal John Henry Newman, acerca do sentido do sagrado diz que:

Os sentimentos de temor e do sagrado são ou não sentimentos cristãos? Ninguém pode em sã razão duvidar disso. São sentimentos que teríamos, em grau intenso, se tivéssemos a visão do Deus soberano. São sentimentos que teríamos se nos apercebêssemos claramente de sua presença. Na medida em que cremos que Ele está presente, devemos tê-los. Não tê-los é não perceber, não crer que Ele está presente. (Parochial and Plain Sermons, v. 5)

O Papa disse ou não disse isso?


Recebi por torpedo. Uma amiga me encaminhava a frase, dizendo: “O Papa disse”.
 
Era um texto dirigido aos jovens. Eu mal tinha começado a ler, quando saltou à vista uma frase que dizia que precisamos de santos que comam pizza e bebam cerveja, e que tomem refrigerante de cola (e dizia até a marca!). Então percebi que era um texto falso, porque o Papa nunca, jamais teria feito, faz ou fará propaganda de uma marca comercial.

 
Pesquisei e descobri que tal texto já havia circulado na internet há alguns anos, sendo falsamente atribuído ao Papa João Paulo II, e agora o tinham reciclado para atribuí-lo ao Papa Francisco.

 
Outro dia, no Facebook, publicaram um texto com a foto do Papa Francisco. Começava citando algo que o Papa disse no Ângelus, mas depois seguiam umas frases tão repetitivas e enfeitadas, que ficava evidente que o Papa não as havia dito nem de brincadeira!

 
Alguém usou uma parte da homilia do Papa, acrescentou o que lhe deu na telha e publicou, como se o Papa tivesse dito tudo aquilo!
 
E o pior é que tal texto já circulava nas redes sociais e em sites católicos administrados por pessoas que o divulgavam com boa vontade, mas de maneira imprudente.