Mesmo se conquistar outros cinco títulos, a seleção pentacampeã mundial nunca poderá apagar o vexame. |
Foi mais do que uma derrota. Um massacre. Uma humilhação sem
precedentes. O 'Maracanazo' de 1950 ficou para trás, e a goleada por 7 a 1 para
a Alemanha pode ser um novo divisor de águas na história da seleção brasileira,
que precisa se reinventar.
O 'Rei' Pelé
afirmou no Twitter poucas horas depois do desastre que o Brasil vai conquistar
o 'hexa' em 2018, na Rússia, mas para isso muito trabalho precisa ser feito.
Depois da ressaca, é preciso ter consciência de que o 'Mineiratzen' deixa clara
a necessidade de uma revolução no futebol brasileiro.
Mesmo se
conquistar outros cinco títulos, a seleção pentacampeã mundial nunca poderá
apagar o vexame de ver novamente frustrado o sonho de levantar o troféu em
casa, numa derrota dessa magnitude.
"Poderíamos
ficar marcados positivamente pelo resto da vida, e vai acontecer o contrário.
Vamos ficar marcados pelo resto da vida por um 7 a 1. Um resultado que acabou
com nosso sonho e de todos os brasileiros", resumiu Thiago Silva, que não
jogou no Mineirão por estar suspenso.
Problemas na base
Quando foi
perguntado sobre que lição o Brasil poderia tirar da humilhação, Daniel Alves
cobrou mudanças profundas na gestão do esporte no país.
"O futebol
brasileiro precisa evoluir, num contexto geral. A gente tinha pela frente uma
equipe muito bem posta, foi possível notar o tempo de trabalho e a qualidade
que resultou desse trabalho", explicou o lateral do Barcelona.
"O futebol
no Brasil e seu entorno precisam melhorar", insistiu.
Os problemas
começam na base, onde técnicos preferem incentivar um futebol físico, sem
espaço para criatividade, para buscar resultados a curto prazo ao invés de
valorizar as maiores riquezas do futebol brasileiro: o talento natural, a
improvisação e a imprevisibilidade.
"Precisamos
rediscutir a formação de jogadores e a educação, não só da vida, como do
esporte. A base precisa ser revista. Os jogadores não podem ser olhados apenas
como um objeto de negócio. O grande legado que a Alemanha deixa para gente é
que não se faz um grande time sem formação", declarou Ricardo Caetano,
diretor de futebol do Vasco, em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo.