A incompetência e arrogância da Comissão Técnica da Seleção Brasileira só foram superadas por sua tenacidade; neste caso, ao apego por uma teimosia irracional |
O poeta João Cabral de Melo Neto poderia chamar de “uma
educação pela pedra”. Ou seja, pela pedrada, pelo choque da realidade. Mas
seria educação se mudasse os hábitos. Não foi o que aconteceu com Luiz Felipe
Scolari. Tomou a pedrada (ou melhor, sete pedradas) e
manteve os mesmos hábitos.
Muitas
atitudes de Scolari chocaram os brasileiros nos
últimos dias. Ele chegou a dizer aos jornalistas: “gostou, gostou; não gostou,
vai para o inferno”, referindo-se ao seu jeito e estilo.
Mas a
sua grosseria e arrogância conseguiram ser superadas por sua tenacidade, pelo
apego obstinado de Felipão à
sua irracional teimosia.
O
exemplo mais evidente disso não foram as confirmações das análises dos
especialistas em futebol, que faziam críticas sérias ao trabalho da Comissão
Técnica da Seleção
Brasileira desde o início da preparação para a
Copa.
O Brasil, que já estava atordoado com a derrota de
terça-feira por 7 a 1 para a Alemanha, ficou ainda mais chocado com o balanço
feito nessa quarta-feira por Felipão e Parreira.
Eles
defenderam o trabalho da Comissão Técnica da Seleção e disseram que mantinham a
mesma visão de antes.
"A
nossa visão é a mesma, de otimismo, de uma avaliação positiva”(...) "Não
houve um deslize, um erro, no operacional nem na logística. Tudo foi perfeito.
Só não funcionou o resultado do jogo contra a Alemanha”, afirmou Parreira.
“Tudo
foi perfeito” é uma frase, no mínimo, irracional, quando proclamada no dia seguinte à maior
derrota – e ao maior vexame – da história da Seleção Brasileira.