quinta-feira, 10 de julho de 2014

Felipão: 7 pedradas que não ensinaram nada

A incompetência e arrogância da Comissão Técnica da Seleção Brasileira só foram superadas por sua tenacidade; neste caso, ao apego por uma teimosia irracional


O poeta João Cabral de Melo Neto poderia chamar de “uma educação pela pedra”. Ou seja, pela pedrada, pelo choque da realidade. Mas seria educação se mudasse os hábitos. Não foi o que aconteceu com Luiz Felipe Scolari. Tomou a pedrada (ou melhor, sete pedradas) e manteve os mesmos hábitos.

Muitas atitudes de Scolari chocaram os brasileiros nos últimos dias. Ele chegou a dizer aos jornalistas: “gostou, gostou; não gostou, vai para o inferno”, referindo-se ao seu jeito e estilo.


Mas a sua grosseria e arrogância conseguiram ser superadas por sua tenacidade, pelo apego obstinado de Felipão à sua irracional teimosia.


O exemplo mais evidente disso não foram as confirmações das análises dos especialistas em futebol, que faziam críticas sérias ao trabalho da Comissão Técnica da Seleção Brasileira desde o início da preparação para a Copa.


O Brasil, que já estava atordoado com a derrota de terça-feira por 7 a 1 para a Alemanha, ficou ainda mais chocado com o balanço feito nessa quarta-feira por Felipão e Parreira. 


Eles defenderam o trabalho da Comissão Técnica da Seleção e disseram que mantinham a mesma visão de antes.


"A nossa visão é a mesma, de otimismo, de uma avaliação positiva”(...) "Não houve um deslize, um erro, no operacional nem na logística. Tudo foi perfeito. Só não funcionou o resultado do jogo contra a Alemanha”, afirmou Parreira.


“Tudo foi perfeito” é uma frase, no mínimo, irracional, quando proclamada no dia seguinte à maior derrota – e ao maior vexame – da história da Seleção Brasileira. 



A realidade não depende do que uma cabeça ou duas podem querer pensar sobre ela. A realidade, aqui, é o fato de que o Brasil perdeu por 7 a 1. A realidade é que o trabalho todo da Comissão Técnica foi desastroso. É a realidade. Não é a mera opinião de algumas pessoas. Mas Felipão e Parreira tentaram convencer a opinião pública de que a realidade não existe. Foi como dizer aos brasileiros que eles não tomaram a pedrada.


Felipão tomou a pedrada e ainda assim insistiu em fingir que ela não existiu. Os brasileiros – assim como os infelizes jogadores, que foram lançados naquele massacre sem estratégia e sem o devido preparo tático e técnico – tomaram a pedrada e choraram muito. Para estes, com humildade, poderá haver aprendizado, desde que com mudanças de hábitos.



Que um dos novos hábitos seja simplesmente deixar de lado a arrogância, a prepotência, a vontade de manipular os outros, de resolver as coisas pelo “jeitinho”. E passar a olhar mais a realidade, que não para de ensinar que o trabalho competente, honesto, bem planejado, realizado com esforço e valor, pode vencer por 7 a 1, ou quem sabe até mais.
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Fonte: Aleteia

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