quinta-feira, 17 de julho de 2014

Sobre o Cristo Redentor do Rio de Janeiro (I)

Qual a razão do brado inquisitorial dos envolvidos 
no filme "Rio, eu te amo" e contra quem ele se dirige? 
É contra a Arquidiocese do Rio de Janeiro 
que os produtores do filme se levantam.

O Jornal O Globo publicou, em 8 de julho último, uma entrevista com José Padilha, produtor do filme “Rio, eu te amo”, e com Wagner Moura, um de seus principais atores. O título da matéria soa: “O veto é censura, representa um enorme retrocesso”.

Qual é a razão deste brado inquisitorial dos envolvidos no filme e contra quem ele se dirige? – Respondemos que o motivo está no fato de a Arquidiocese do Rio de Janeiro ter se negado a autorizar aos interessados o uso da imagem do Cristo Redentor, de modo indigno, no filme que pretendiam fazer sobre a cidade. Portanto, é contra aquela Arquidiocese que o grito de Padilha e de Moura se levantam.

O assunto merece reflexões serenas e ponderadas, conforme faremos a seguir, a fim de melhor esclarecer o povo de Deus e as pessoas de boa vontade em geral começando pelo respeito às imagens e símbolos religiosos em geral.

Lembramos que o livro do Êxodo 20,4 mostra que o Senhor Deus proíbe os israelitas de confeccionarem imagens. Tal proibição não era, no entanto, absoluta, mas se devia apenas a uma circunstância transitória que era a seguinte: cercada de povos idólatras, Israel poderia também ceder à tentação de adorar imagens, o que é idolatria (= adoração de um ídolo).

Passado esse perigo maior, o Senhor mesmo manda confeccionar imagens para ajudar a piedade dos israelitas, segundo atestam numerosas passagens bíblicas como, por exemplo, Êx 25,17-22; 1Rs 6,23-28. 6,29s; Nm 21,4-9; 1Rs 7,23-26. 7,28s etc.

No Novo Testamento, Deus se dirige a nós por meio de seu Filho Jesus Cristo, no mistério da Encarnação, mas o próprio Senhor Jesus, considerando a índole psicossomática (corpo e alma) do ser humano, quis falar-lhe por meio de simbolismos, conforme se vê nas parábolas e alegorias que perpassam os Evangelhos, com o intuito pedagógico de levar o homem e a mulher a sentir o invisível a partir do visível.

Daí, já nos primeiros séculos do Cristianismo, as catacumbas, antigos cemitérios cristãos, serem decorados com pinturas inspiradas em textos bíblicos tais como Noé salvo das águas do dilúvio, os três jovens na fornalha ardente cantando louvores ao Senhor sem se queimarem, os pães e os peixes restantes da multiplicação feita por Cristo e recolhidos em doze cestos etc.

Vê-se, portanto, que o uso de pinturas ou imagens no culto cristão sempre foi aceita, de modo que grandes Padres da Igreja (homens que nos primeiros 8 séculos da era cristã ajudaram na explicitação e sustentação das verdades de fé) a defenderam. Assim, São Gregório de Nissa (†394) escrevia que “o desenho mudo sabe falar sobre as paredes das igrejas e ajuda grandemente [na exemplificação das verdades de fé – nota nossa]” e São Gregório Magno (†604), por sua vez, advertia Severo, Bispo de Marselha, dizendo-lhe: “Tu não devias quebrar o que foi colocado nas igrejas não para ser adorado, mas simplesmente para ser venerado. Uma coisa é adorar uma imagem; outra é aprender, mediante esta imagem, a quem se dirigem as tuas preces. O que a Escritura é para aqueles que sabem ler, a imagem o é para os ignorantes; mediante as imagens, eles aprendem o caminho a seguir. A imagem é o livro daqueles que não sabem ler”.

Mortes no batismo evangélico


Essa é uma história triste
que muito tem ocorrido,
de “crente” que no batismo
sua vida tem perdido,
pelo pastor afogado,
seja ele o convidado 
ou mais novo “convertido”.

Pastor gosta de represa,
de piscina, de barranco,
pra lá batizar o “crente”
por isso que morre tanto.
Quanto mais profundidade
melhor pra publicidade
da seita daquele canto.

João Batista batizava
com água pela canela,
Paulo batizou o guarda
com água duma panela.
Já pastor pra se amostrar
vai o “crente” batizar
com água pela goela.

Desde o tempo de Jesus
o batismo é derramado
não tem essa obrigação,
de ser num rio afundado,
pra quem gosta de leitura,
basta ver nas Escrituras
que pastor é amostrado.

Pastor pega pela nuca
o “crente”, no batizado
e afunda ele na água,
faz um sermão demorado,
quer subir? Ele diz “guenta!”
Entra água pela venta
e o “crente” morre afogado.

Acharam um “crente” morto
a seis metros de fundura,
veja a que aberração
ta levando essa loucura
da livre interpretação
de quem não tem condição
de falar das Escrituras.

Bento XVI: “Espero que os argentinos se recomponham rápido”


O Prefeito da Casa Pontifícia e secretário pessoal de Bento XVI, o Arcebispo Georg Ganswein, assinalou que o Sumo Pontífice Emérito fez votos para que “os argentinos se recomponham rápido” depois da derrota da seleção argentina por 1 a 0 contra a Alemanha na final da Copa do Mundo 2014.

Em declarações à Rádio Vaticano, o Prelado disse que o bom ambiente que se viveu nas redes sociais durante o mundial do Brasil deixou claro “que o futebol tem a força de unir”.

“Viram-se muitas coisas expressas de forma engraçada, às vezes de forma irônica, mas ao final das contas sempre de modo simpático, sincero. Acredito que esta ocasião permitiu entender que há um belo entendimento entre os dois papas”.

A verdade inteira sobre o abuso sexual contra menores

A Igreja está ou não fazendo o suficiente?

Nesta semana, o papa Francisco recebeu em encontro privado seis vítimas de abusos sexuais cometidos por clérigos. Vindas da Irlanda, da Grã-Bretanha e da Alemanha, elas assistiram à missa com o pontífice na capela da Casa Santa Marta, compartilharam o almoço com ele e, em seguida, se reuniram em particular com o papa e lhe contaram as suas dolorosas histórias. O encontro aconteceu depois da segunda reunião de uma comissão especial estabelecida pelo próprio papa e voltada a enfrentar o problema dos abusos sexuais por parte do clero.

O abuso sexual contra menores, cometido por padres católicos, é um crime abominável que o papa Francisco comparou a um "culto sacrílego". Assim como o papa emérito Bento XVI, também Francisco assumiu a luta contra esse flagelo e pediu perdão em nome da Igreja. Expressando os sentimentos da maioria dos católicos, o papa declarou: "Diante de Deus e do seu povo, expresso a minha tristeza pelos pecados e pelos graves crimes de abusos sexuais cometidos por clérigos contra vocês. Eu humildemente peço perdão".


Previsivelmente, os críticos da Igreja católica estão insatisfeitos. Barbara Blaine, presidente da Rede de Sobreviventes Vítimas de Abusos ​​de Padres (SNAP, na sigla em inglês) desprezou a importância do encontro de Francisco com as seis vítimas. O pedido de desculpas feito pelo papa também não foi suficiente para a SNAP. Blaine declarou: "Francisco deve tomar medidas decisivas já" para enfrentar o escândalo mais diretamente. Ela minimizou o apelo do papa por reparações e disse que “frear o abuso e proteger as crianças vem em primeiro lugar. Nenhuma criança na face da terra ficou hoje mais segura por causa desse encontro. Com ou sem a Igreja, as vítimas de abuso podem ser tratadas. Mas só com a ajuda da Igreja é que as crianças podem ser protegidas dos clérigos abusadores. É nisto que o papa deve se concentrar. E é nisto que ele se recusa a agir”.


Se Blaine é especialista neste problema, como afirma ser, ela está mentindo deliberadamente. Ela deve saber dos extensos planos de proteção à criança que a Igreja já está pondo em prática há anos. Além da criação de uma comissão internacional para lidar com o problema, Francisco respondeu com clareza e vigor em vários momentos. Em face dos contínuos ataques anticatólicos realizados pelas Nações Unidas e por outras entidades, o papa Francisco defendeu as ações da Igreja em uma entrevista de março ao diário italiano Corriere della Sera: "A Igreja católica é, possivelmente, a única instituição pública a ter agido com transparência e responsabilidade" nesse tipo de escândalo.

William Oddie, do Catholic Herald, destaca o que a Igreja católica tem feito para resolver o problema e coloca a crise em um contexto social, mostrando que a Igreja católica está longe de ser a única instituição afetada. Citando Francisco e mostrando o que está sendo feito, Oddie ressalta o alto índice de abusos sexuais contra crianças em escolas públicas norte-americanas e cita as notícias vindas da Inglaterra nesta semana, que revelam histórias de proporções chocantes sobre abuso sexual infantil no mundo político e do entretenimento da Grã-Bretanha.

Em todo o planeta, os bispos católicos colocaram em prática programas extensos de proteção aos menores. Nos Estados Unidos, por exemplo, 194 dioceses possuem programas de treinamento para garantir ambientes seguros. Mais de 2 milhões de adultos foram treinados para reconhecer comportamentos de abusadores e reagir adequadamente. Mais de 5 milhões de crianças foram ensinadas a se proteger de abusos. Além dos treinamentos, são verificados os antecedentes de todos os funcionários que entram em contato com crianças nessas dioceses.


Deus não se cansa de semear Sua Palavra nos corações, diz Papa


PAPA FRANCISCO
ANGELUS
Praça de São Pedro
Domingo, 13 de Julho de 2014

Caros irmãos e irmãs, bom dia!

O Evangelho deste domingo (Mt 13, 1-23) mostra-nos Jesus que prega à margem do lago da Galileia, e dado que é circundado por uma grande multidão, Ele entra numa embarcação, afasta-se um pouco da margem e dali anuncia. Quando fala ao povo, Jesus recorre a muitas parábolas: uma linguagem que todos podem compreender, com imagens tiradas da natureza e das situações da vida diária.

A primeira que Ele narra é uma introdução a todas as parábolas: é aquela do semeador, que sem poupar lança as suas sementes em todos os tipos de terreno. E o verdadeiro protagonista desta parábola é precisamente a semente, que produz mais ou menos frutos, em conformidade com o terreno onde ela caiu. Os primeiros três terrenos são improdutivos: ao longo da estrada a semente é comida pelos pássaros; no terreno pedregoso, os rebentos secam-se imediatamente porque não têm raízes; no meio dos arbustos a semente é sufocada pelos espinhos. O quarto terreno é fértil, e somente ali a semente medra e produz fruto.

Neste caso, Jesus não se limitou a apresentar a parábola; também a explicou aos seus discípulos. A semente que caiu ao longo do caminho indica quantos ouvem o anúncio do Reino de Deus, mas não o acolhem; assim, sobrevém o Maligno e leva-a embora. Com efeito, o Maligno não quer que a semente do Evangelho germine no coração dos homens. Esta é a primeira comparação. A segundo consiste na semente que caiu no meio das pedras: ela representa as pessoas que escutam a palavra de Deus e que a acolhem imediatamente, mas de modo superficial, porque não têm raízes e são inconstantes; e quanto chegam se apresentam as dificuldades e as tribulações, estas pessoas deixam-se abater repentinamente. O terceiro caso é o da semente que caiu entre os arbustos: Jesus explica que se refere às pessoas que ouvem a palavra mas, por causa das preocupações mundanas e da sedução da riqueza, é sufocada. Finalmente, a semente que caiu no terreno fértil representa quantos escutam a palavra, aqueles que a acolhem, cultivam e compreendem, e ela dá fruto. O modelo perfeito desta terra boa é a Virgem Maria.

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Francisco fala sobre o drama da migração


Mensagem do Papa Francisco aos participantes do
“Encontro México e Santa Sé sobre mobilidade humana e desenvolvimento”
Vaticano, 15 de julho de 2014

Desejo enviar minha saudação aos organizadores, aos relatores e aos participantes do “Encontro México e Santa Sé sobre mobilidade humana e desenvolvimento”.

A globalização é um fenômeno que nos desafia, especialmente em uma de suas principais manifestações que é a emigração. Trata-se de um dos “sinais” deste tempo em que vivemos e que nos traz de volta para as palavras de Jesus: “E por que não julgais vós mesmos o que é justo?” (Lc 12,57). Apesar do grande fluxo de migrantes presentes em todos os continentes e em quase todos os países, a migração ainda é vista como uma emergência, ou como uma questão circunstancial e esporádica, porém já se tornou uma marca e um desafio de nossa sociedade.

É um fenômeno que traz consigo uma grande promessa com muitos desafios. Muitas pessoas forçadas a emigrar sofrem e muitas vezes morrem tragicamente; muitos de seus direitos são violados; elas são obrigados a deixarem suas famílias e, infelizmente, continuam a ser objeto de atitudes racistas e xenófobas.

Diante desta situação, repito o que afirma a Mensagem para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado deste ano: “É necessário mudança de atitude para com os migrantes e refugiados por parte de todos. A transição de uma atitude de defesa e medo, desinteresse ou exclusão – que, no final, corresponde precisamente à ‘cultura do descartável’ – a uma atitude que tenha na base a ‘cultura do encontro’, a única capaz de construir um mundo mais justo e fraterno, um mundo melhor”.

Líbia ameaçada por nova guerra civil


Os combates pelo controle do aeroporto de Trípoli ameaçam mergulhar a Líbia em uma nova guerra civil, e o governo, impotente, não descarta pedir ajuda de uma força internacional.

O secretário de Estado americano, John Kerry, alertou nesta terça-feira que a violência no país é "perigosa e deve parar".

"Estamos trabalhando arduamente para encontrar uma coesão política", declarou Kerry, em coletiva de imprensa em Viena, na Áustria.

O governo líbio anunciou na segunda-feira que examinava a possibilidade de pedir ajuda a tropas internacionais para restabelecer a segurança no país. Na noite de segunda, o aeroporto da capital foi alvo de uma chuva de foguetes, que causou grandes estragos em suas instalações, danificando vários aviões.

De acordo com um comunicado divulgado, 90% das aeronaves no aeroporto foram atingidas, além da torre de controle, de um centro de manutenção e do prédio da alfândega.

Congresso Nacional Católicos Online dura 7 dias, com quatro eixos temáticos


Comunicação, Arte & Design, Ação Política e Juventude são os quatro eixos temáticos que conduzirão as palestras a serem apresentadas no Congresso Nacional Católicos Online (Conacat) – “Todos pela Cultura do Encontro”,primeiro evento católico nacional online e gratuito, de 11 a 17 de agosto (www.catolicoemrede.com.br). Cada eixo é composto por pelo menos dez palestrantes cujas apresentações serão transmitidas em três turnos diferentes ao longo de sete dias. Até o momento o Conacat tem 42 palestrantes confirmados, dentre presbíteros, seminaristas, religiosas, missionários e leigos de diversos estados do Brasil e também do exterior, protagonistas da evangelização nas redes sociais eletrônicas.

“O Conacat é um modelo novo de evento católico, ele permite que fiéis de diferentes carismas e expressões de fé integrem uma mesma reunião e troquem conhecimentos de vida. Não se trata de um evento acadêmico ou promovido por um organismo específico da Igreja, mas sim algo informal para quem quer ouvir e aprender com diferentes experiências de evangelização sempre comprometidas com a doutrina e com a caridade católica. Em cada apresentação os palestrantes têm o desafio de mostrar caminhos para integrar fé e vida”, explica Wagner Moura, jornalista e organizador do evento inspirado no Vatican Blog Meeting, evento internacional promovido pelo Vaticano em 2011, para o qual o jornalista foi convidado.

Gratuito

A gratuidade do evento, que reforça a integração entre diversos carismas e faz uma reflexão sobre a Cultura do Encontro pregada pelo Papa Francisco, é um atrativo a mais. Ela torna possível que católicos do interior do Brasil, especialmente, possam assistir a formações sem ter de investir em viagens longas para os grandes centros onde geralmente, supõe-se, há maior promoção do conhecimento sobre a Igreja Católica. 

Para facilitar ainda mais a experiência dos participantes, a organização do evento levou em conta as diferentes formas de acesso à internet, no Brasil, e optaram por transmitir apresentações previamente gravadas, o que causa menos impacto na conexão de internet da audiência. Isso permite aos participantes assistirem sem medo de perder o evento, e com menos risco de interrupções na transferência de dados durante a conexão na sala virtual com limite de 4 mil pessoas, a princípio.

Social

Todos os inscritos poderão participar de todos os eixos temáticos. Não haverá necessidade de escolha de temas para os participantes, a proposta é justamente abrir as diversas discussões à participação do maior número de inscritos. “O mais importante é que essa iniciativa tem um cunho social: ela vai ajudar casas que amparam mulheres gestantes e permitem que vivam dignamente. Os participantes podem contribuir com essas iniciativas adquirindo, se desejarem, as palestras inéditas que irão assistir. Essa é uma forma de ter as apresentações consigo e não apenas por sete dias; e ainda contribuir concretamente com as casas de amparo Frei Galvão (RJ) e Associação Guadalupe (SP)”, explica o organizador do Conacat, Wagner Moura.