Foi a “segunda mensagem para a América”: o vídeo do
assassinato de Steve Sotloff foi publicado na internet pelo Estado Islâmico
(EI) e mostra o assassino vestido de preto, com o rosto coberto e com o
jornalista ao lado.
Steve Sotloff foi sequestrado no dia 14 de agosto perto de Aleppo, na Síria. Sotloff, 31 anos, falava árabe e colaborava como freelancer para Time e também Foreign Policy. No dia 19 de agosto, num vídeo publicado divulgando a morte de outro jornalista americano, James Foley, os jihadistas disseram que a próxima vítima seria Steve, caso os Estados Unidos não recuassem.
No vídeo, o carrasco fala inglês, com um sotaque parecido com o da decapitação de Foley. O assassino falou diretamente ao presidente americano, Barack Obama: “Voltei, Obama, voltei por causa da sua arrogante política externa perante o Estado Islâmico. Porque os seus mísseis continuam a atingir o nosso povo, também a nossa faca continua a cortar o pescoço do seu povo”.
O assassino especificou particularmente os ataques dos americanos contra o Estado Islâmico. Isso mostra que a execução do jornalista americano aconteceu recentemente.
Governo americano
Uma recente execução de outro jornalista americano – Foley – com poucos dias de distância entre as duas, levou o Congresso de Washington a se expressar: “O vídeo demonstra que o Estado Islâmico é composto por bárbaros – afirmou Ed Royce, presidente da Comissão de Relações Exteriores –; a América e os aliados devem aumentar os ataques militares contra eles”.
Para o governo Obama, o assassinato significa um desafio direto e impiedoso, por parte do grupo mais sanguinário dos jihadistas. O porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, disse: “os nossos pensamentos e as nossas orações vão antes de tudo para Sotloff, sua família e aqueles que trabalharam com ele, estamos considerando com grande atenção todas as informações que temos”. Também o porta-voz do Departamento de Estado, Jan Psaki, pronunciou algumas palavras: “se o vídeo for verdadeiro, estamos chocados com sua brutalidade”, também acrescentou que “alguns americanos” são ainda prisioneiros “do Estado Islâmico”.
Obama
“Nosso objetivo é destruir o EI. Não nos deixaremos intimidar e faremos justiça”, disse o presidente americano Barack Obama diante das ameaças do Estado Islâmico. Após recordar a agonia que vive a família do jornalista, o presidente americano acrescentou: “o nosso objetivo é de desmantelar o Estado Islâmico, de modo que não seja uma ameaça para o Iraque, para o Oriente Médio e para os Estados Unidos” (Il Fatto Quotidiano, 3 de setembro).