sábado, 1 de novembro de 2014

Igrejas Modernas, “feias como o pecado” x Igrejas Tradicionais, "Antecâmaras do Céu".



Para arquiteto americano, muitos sentem, mas poucos dizem: as igrejas modernas criam um ambiente que leva à perda da fé. Em sentido contrário, as igrejas antigas, fiéis à tradição, estimulam a fé e a piedade, tornam atraente a virtude e alimentam o desejo do Céu.

Por certo o leitor já terá visto igrejas católicas em estilo moderno ou modernizado, ou mesmo entrado em alguma delas. Que impressão causam? Para muitos, as formas e estilos artísticos não tradicionais causam mal-estar psicológico. Por isso, não raramente lamentam-se, e confessam ter saudades dos estilos antigos. Se o leitor conhece gente assim, ou é um deles, encontrará aqui algo que lhe explicará muitas coisas.

Faltava a publicação de um estudo que apontasse com clareza, conhecimento, seriedade e respeito o que a nova arquitetura católica tem de censurável. 

Michael S. Rose, jovem arquiteto americano, doutor em Belas Artes pela Brown University (dos EUA), pôs o dedo na ferida. 

E a repercussão foi vasta. Seu livro, Feia como o pecado — Por que transformaram nossas igrejas de lugares sagrados em salas de reunião, e como voltar atrás (1), tornou-se leitura de referência. 

Na esteira desse sucesso, o autor publicou Em camadas da glória: o desenvolvimento orgânico da arquitetura das igrejas católicas através das épocas (2) e entrou na lista dos best sellers do “New York Times”.

No texto que segue, o primeiro livro será citado com a letra U (de Ugly, feia), seguida do número da página. E o segundo livro será citado com a letra T (de Tiers, camadas), também seguida pela página correspondente.

Ambiente arquitetônico influencia tendencialmente os fiéis

Embora Dr. Rose seja católico, escreveu sua obra do ponto de vista de um arquiteto. Identificou os princípios e usos que guiam os profissionais quanto à feiúra arquitetônica religiosa moderna. Vasculhou na tradição e na história da Igreja as razões pelas quais um templo é católico independente de estilos, escolas e eras históricas. 

Encontrou um tesouro de doutrinas — algumas reveladas por Deus, e muitas outras elaboradas pelo Magistério tradicional da Igreja.

Constatou que os fundamentos dos estilos católicos para construir igrejas ao longo de dois milênios foram contestados e expulsos pela nova arquitetura eclesiástica. 

Não é uma divergência de gostos, preferências, comodidade ou custos, segundo o autor. Trata-se de uma oposição medular entre dois modos de considerar a ordem do Universo, da Redenção e da Igreja, aplicados à arquitetura.

As duas concepções passam mensagens antagônicas, através de formas estéticas, cores, proporções, num sem-número de elementos simbólicos materiais. Elas modelam o modo de sentir, de praticar e de aderir à fé e atingem algo muito íntimo: o próprio modo de ser de quem freqüenta as igrejas.

Dr. Rose timbra em ressaltar: “Um postulado básico que os arquitetos aceitaram durante milênios é que o ambiente arquitetônico tem a capacidade de influenciar profundamente a pessoa, o modo como ela age e sente, o que ela é”(T, 9). 

E acrescenta: “A arquitetura da igreja afeta o modo mediante o qual o homem pratica o culto; o modo de prestar culto afeta o que ele crê; e o que ele crê afeta não somente sua relação pessoal com Deus, mas o modo como se comporta na vida diária” (U, 7). 

Como isso acontece? Rose o mostra, historiando a origem de ambas concepções. 

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Devo fazer uma reverência toda vez que passo na frente do altar?


Após uma fase na qual alguns ministros participaram das celebrações quase mostrando um entediante "rigor mortis", hoje em dia, em certas celebrações sacras, especialmente solenes, os ministros (em geral, acólitos bem preparados por padres com muito zelo), em seu caminhar pelo presbitério, gastam um excesso de exercícios cervicais e abdominais que poderia chegar até a afetar sua saúde.

É louvável o sentido de reverência que cresceu em nossos santuários, particularmente nos padres jovens e nos seminaristas.

Lembro de ter visto um sacerdote celebrar a missa com os braços cruzados sobre o peito, sem movê-los, a não ser para pegar o pão e o cálice. Um portento de expressividade!

Em outra ocasião, ouvi críticas a um comportamento similar durante um curso. Ou seja, progredimos para o bem, sem dúvida.

No entanto, cuidado com o famoso pêndulo que nos leva de um extremo a outro. O equilíbrio é o ideal – e deve ser o real –, e tal equilíbrio nos é dado precisamente pelos livros litúrgicos.

Os números 274 e 275 da "Institutio" do missal nos falam das genuflexões e inclinações. Leiam, leiam!

Jerusalém: fechada a mesquita de al-Aqsa


Alta tensão em Jerusalém. Tudo começou ontem, quando uma bala de uma pistola feriu um militante israelense-americano, o rabino Yehuda Glick, durante uma conferência sobre a reconstrução de um antigo templo judaico na mesquita de al-Aqsa. A situação piorou no início desta manhã, após o anúncio do assassinato, pelas forças policiais israelenses, de um homem de 32 anos palestino, suspeito de ser o homem-bomba do rabino.

Em um comunicado da polícia divulgado pelo porta-voz Luba Samri, posteriormente foi decretado o fechamento "até nova ordem" do local sagrado de al-Aqsa, “a todos os visitantes e excepcionalmente até aos muçulmanos vindos para rezar por causa das atuais tensões” na cidade.

A festa de Todos os Santos, uma chance para testemunhar a esperança cristã


Em uma sociedade que tende a evitar a questão da morte, a festa pagã do Halloween pode ser uma ocasião propícia para testemunhar a alegria do Evangelho e da esperança cristã.

Assim, em países de tradição católica, a solenidade de Todos os Santos é comemorada no dia 1 de novembro para destacar a vocação universal dos cristãos à santidade. Neste dia a Igreja comemora todos os santos que não têm uma festa própria no calendário litúrgico.

O grande número de mártires cristãos que a perseguição de Diocleciano produziu (284-305) levou a Igreja no século IV a estabelecer um dia para comemorá-los, já que o calendário não era suficiente para dar a cada um o seu. A primeira data era 21 de fevereiro.

Mas em 610 a festa litúrgica dos Santos mudou para 13 de maio, dia em que o Papa Bonifácio IV consagrou o Pantheon romano, onde se honravam os deuses pagãos, como templo da Santíssima Virgem e de Todos os Mártires.

Matar a morte


Ninguém tem poder para viver eternamente na terra. O desejo de eternidade acontece normalmente. Há quem afirma querer morrer. Mas, em geral, o que deseja é não ter que enfrentar muitos problemas, inclusive o sofrimento, a doença, as decepções, as dívidas... Promessas de vida após a morte física existem. As religiões em geral falam dessa possibilidade. A certeza da mesma é dada pela fé religiosa e por muitos líderes. Há a pergunta: é possível acreditar em fundadores de religiões que prometem isso? Quem pode dar base objetiva de certeza desse futuro imorredouro?

Muitos, mesmo não acreditando na vida eterna, fazem o que podem para se eternizar na terra, sendo lembrados pelos outros devido a ações feitas em sua trajetória terrena. Muitos são lembrados até poucos dias após sua morte, caindo, em seguida, no esquecimento. Há quem questione: vale a pena viver poucas horas, poucos dias, poucos anos? Há quem quer a eutanásia, o aborto, a pena de morte! Fazem-se até leis possibilitando isso!

Jesus fala da vida terrena. Ela é boa para a pessoa realizar a vontade de Deus. Isso é necessário para se conseguir o Reino definitivo ou a vida eterna feliz. Ao contrário, “do que adianta a pessoa ganhar o mundo inteiro se perder a vida eterna?”. Não adianta a pessoa acumular riquezas terrenas, viver em mansões, ter muito dinheiro, buscar desenfreadamente os prazeres efêmeros, lutar para se projetar como mais importante diante dos outros... Tudo é passageiro nesta vida. É preciso entesourar a riqueza de valores que são considerados necessários para se conquistar a vida eterna, conforme o Divino Mestre!

Que papo é esse de Sínodo das Famílias?


Nas últimas semanas, o mundo católico fervilhou em torno das notícias vindas do Sínodo Extraordinário das Famílias. A estratégia de comunicação do Vaticano (ou a falta dela) não ajuda muito, e a mídia divulga tanta informação desencontrada que a maioria dos católicos está boiando nessa história. O que, afinal, está rolando nesse Sínodo? Vai mudar alguma coisa na Igreja? Fique por dentro agora!

O que é um sínodo?

Sabe quando você tem dúvida sobre o que fazer em relação a algo na sua vida, e chama os seus melhores amigos pra pedir conselho? Então… um sínodo é mais ou menos a mesma coisa!

O sínodo é uma reunião de bispos e de alguns especialistas (que não necessariamente são membros do clero) convocados pelo Papa para aconselhá-lo sobre determinado tema – geralmente é algo complexo e cavernoso. Eles discutem e buscam um parecer comum. Se há algum impasse, a questão é decidida pelo voto da maioria, sendo que só os bispos têm poder de voto.

Ao final do sínodo, os bispos sinoidais publicam um documento final, com o resumo das discussões. O Papa, então, avalia essas orientações desses conselheiros e decide quais delas vai acatar e ou rejeitar. Após um ou dois anos, ele publica uma exortação apostólica pós-sinoidal fazendo eco às indicações positivas do sínodo.

O que está em discussão neste sínodo?

Jesus ia ao encontro dos pecadores públicos e sentava-se para conversar e comer com eles – em especial, os cobradores de impostos, prostitutas e samaritanos. Com diálogo, afeição e verdade, o Bom Pastor buscava as ovelhas perdidas e cuidava de suas feridas. Por isso, também as nossas comunidades precisam saber como imitar o Mestre nesse ponto.

Assim, as discussões desse sínodo giraram em torno do tema “Os desafios pastorais sobre a família no contexto da evangelização”. Como a Igreja deve acolher e evangelizar as pessoas que estão inseridas em uma realidade familiar que contraria a doutrina cristã? Essa discussão é muito necessária no mundo contemporâneo, em que se multiplicam os divórcios e as práticas homossexuais.

Uma coisa deve ficar muito clara: ninguém, muito menos o Papa, está considerando alterar nenhuma vírgula da doutrina, que seguirá INALTERADA, conforme a profecia de Jesus: “Passarão o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão” (Lc 21,33).  O casamento é indissolúvel e se dá somente entre homem e mulher, ponto final. O que está em debate é a AÇÃO PASTORAL para a acolhida e a evangelização das pessoas em “situações familiares complexas e problemáticas para a escolha cristã”.

Papa elogiou teoria do Big Bang há mais de 60 anos!


Nesta semana, a mídia anunciou, como se fosse uma coisa revolucionária e muito inusitada, que o Papa Francisco disse que a teoria do Big Bang (que explica a origem do Universo) e a Teoria da Evolução (que explica a origem das espécies) estão corretas.

O tom de “oh, que coisa incrível!” das manchetes, somado à falta de conhecimento das massas sobre a Igreja, refletiu o sentimento de surpresa geral. Mas gente… em 1951, há mais de 60 anos (!!!), o Papa Pio XII já havia acolhido com extrema simpatia a Teoria do Big Bang, afirmando que ela era perfeitamente compatível com o ensinamento da Igreja sobre a criação do mundo pelas mãos de Deus. Maravilhado com a então chamada “Hipótese átomo primordial”, ele disse:

“Realmente parece que a ciência moderna, olhando para milhões de séculos atrás, conseguiu se tornar testemunha daquele primordial Fiat lux, pelo qual do nada irrompe, com a matéria, um mar de luz e radiação, enquanto as partículas químicas dos elementos se separam e se reúnem em milhões de galáxias.” (…)

“…com a concretude própria das provas físicas, a contingência do universo e a fundamentada dedução sobre a época em que o cosmo saiu das mãos do Criador. A criação no tempo, então; e, portanto, um Criador: Deus! É essa a voz, ainda que não explícita e nem completa, que Nós pedíamos à ciência, e que a atual geração humana espera dela.” ( Discurso de Pio XII. 22/11/1951. Tradução: blog Tubo de Ensaio)

Como vocês veem, Pio XII não só aprovou a Teoria do Big Bang, como se empolgou com ela além da conta. Ele chega até mesmo a dizer que essa teoria era praticamente a prova científica da existência de Deus. Ao ouvir isso, o “pai” da teoria, o Padre – é isso mesmo, PADRE – Georges Lamaître fez chegar aos ouvidos do Papa um apelo do tipo: “Menos, Santidade… Meeeeeenos!”.

Quanto à teoria da evolução das espécies, o mesmo Pio XII, em 1950, já havia dito que, desde que mantida a devida prudência, “o magistério da Igreja não proíbe que nas investigações e disputas entre homens doutos de ambos os campos se trate da doutrina do evolucionismo” (Encíclica Humani Generis).

Temos que ser justos e dizer que ao menos a Folha de São Paulo publicou uma matéria bem ponderada, apresentando o parecer positivo de papas anteriores sobre essas teorias, como Pio XII, São João Paulo II e Bento XVI.

Papa defende diálogo teológico com os vétero-católicos


O Papa Francisco recebeu em audiência nesta quinta-feira, 30, uma delegação de bispos vétero-católicos da União de Utrecht, Igreja separada de Roma depois do Concílio Vaticano I, realizado em 1870. O Santo Padre defendeu o diálogo teológico entre a Igreja católica e a vetero-católica e a colaboração delas para responder à crise espiritual na Europa.

“Há sede de Deus. Há um profundo desejo de redescobrir o sentido da vida. E há uma necessidade urgente de um testemunho credível das verdades e dos valores do Evangelho. Nisto, podemos nos apoiar e encorajar reciprocamente, sobretudo em nível de paróquias e de comunidades locais”.

Francisco reconheceu a importância do trabalho da comissão internacional de diálogo entre católicos e vétero-católicos, que busca uma crescente fidelidade na oração de Deus para que todos sejam um. Ele destacou as pontes de entendimento construídas ao longo do tempo, lembrando, porém, os desacordos que também surgiram.

“O desafio que católicos e veterocatólicos precisam enfrentar é, então, aquele de perseverar em um substancial diálogo teológico e continuar a caminhar juntos, a rezar juntos e a trabalhar juntos em um mais profundo espírito de conversão a tudo aquilo que Jesus quer para a sua Igreja”, disse.