Ninguém tem poder para viver eternamente na terra.
O desejo de eternidade acontece normalmente. Há quem afirma querer morrer. Mas,
em geral, o que deseja é não ter que enfrentar muitos problemas, inclusive o
sofrimento, a doença, as decepções, as dívidas... Promessas de vida após a
morte física existem. As religiões em geral falam dessa possibilidade. A
certeza da mesma é dada pela fé religiosa e por muitos líderes. Há a pergunta:
é possível acreditar em fundadores de religiões que prometem isso? Quem pode
dar base objetiva de certeza desse futuro imorredouro?
Muitos, mesmo não acreditando na vida eterna, fazem
o que podem para se eternizar na terra, sendo lembrados pelos outros devido a
ações feitas em sua trajetória terrena. Muitos são lembrados até poucos dias
após sua morte, caindo, em seguida, no esquecimento. Há quem questione: vale a
pena viver poucas horas, poucos dias, poucos anos? Há quem quer a eutanásia, o
aborto, a pena de morte! Fazem-se até leis possibilitando isso!
Jesus fala da vida terrena. Ela é boa para a pessoa
realizar a vontade de Deus. Isso é necessário para se conseguir o Reino
definitivo ou a vida eterna feliz. Ao contrário, “do que adianta a pessoa
ganhar o mundo inteiro se perder a vida eterna?”. Não adianta a pessoa acumular
riquezas terrenas, viver em mansões, ter muito dinheiro, buscar
desenfreadamente os prazeres efêmeros, lutar para se projetar como mais
importante diante dos outros... Tudo é passageiro nesta vida. É preciso
entesourar a riqueza de valores que são considerados necessários para se
conquistar a vida eterna, conforme o Divino Mestre!
Jesus nos fala sobre como construir a cidade
terrestre, com a hipoteca ou o compromisso do amor vivenciado em relação ao
semelhante. Isso exige doação, desapego, serviço ao próximo, prática do bem e
da justiça, mesmo às custas do sacrifício de si. Ele fez isso e nos dá o
exemplo a seguir.
Mas, afinal, quem é o próprio Jesus para nos dar a
certeza da vida eterna? Além de inúmeros milagres, até de ressuscitar mortos,
provou-nos, com a superação da própria morte, seu poder de matar a morte em sua
raiz, com todos os seus mecanismos. Estes são fortes em nosso convívio. Para
termos a certeza de que podemos conquistar a vida imorredoura, precisamos
colocar todo nosso esforço para vencermos os mecanismos de destruição da vida.
A caminhada terrestre nos serve para assumirmos essa luta. Aí, sim, teremos a
força da conquista da vida futura eterna e feliz. O próprio Jesus mostrou que
sua promessa é realizável, a despeito de todas as promessas de outras
lideranças humanas. Só Ele nos provou que tem poder divino, com a própria
ressurreição.
A loucura da cruz é superada com a sanidade da vida
nova do Senhor ressuscitado! Quem quer fazer a caminhada do Filho de Deus
confia nele e realiza na terra o que Ele nos pede. Assim alcançamos o que Ele
promete. Por isso, os valores do Evangelho são por nós assumidos, apesar das
oposições dos que confiam em si e na matéria, assumindo-os em sua idolatria.
Precisamos usar todas as nossas energias para encantarmos a todos com o segredo
da superação da morte. A doação amorosa de cada um para promover a vida digna
do semelhante dá base de sustentação para alcançarmos a promessa de Cristo!
Dom José
Alberto Moura
Arcebispo de
Montes Claros (MG)
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