sábado, 27 de dezembro de 2014

Papa pede coerência cristã e reza pela liberdade religiosa


ANGELUS
Praça São Pedro – Vaticano
Sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Hoje a liturgia recorda o testemunho de Santo Estêvão. Escolhido dos apóstolos, junto a outros seis, para a diaconia da caridade, isso é, para ajudar os pobres, os órfãos, as viúvas na comunidade de Jerusalém, ele se torna o primeiro mártir da Igreja. Com o seu martírio, Estêvão honra a vinda no mundo do Rei dos reis, dá testemunho Dele e oferece em doação a sua própria vida, como fazia no serviço aos mais necessitados. E assim nos mostra como viver em plenitude este mistério do Natal.

O Evangelho desta festa reporta uma parte do discurso de Jesus aos seus discípulos no momento em que os envia em missão. Diz entre outros: “Sereis odiados por todos, por causa do meu nome. Mas quem perseverar até o fim, esse será salvo” (Mt 10, 22). Estas palavras do Senhor não perturbam a celebração do Natal, mas a despojam daquele falso revestimento adocicado que não lhe pertence. Fazem-nos compreender que nas provas aceitas por causa da fé, a violência é derrotada pelo amor, a morte pela vida. E para acolher verdadeiramente Jesus na nossa existência e prolongar a alegria da Noite Santa, o caminho é justamente aquele indicado por esse Evangelho, isso é, dar testemunho de Jesus na humildade, no serviço silencioso, sem medo de ir contracorrente e de pagar pessoalmente. E se não todos são chamados, como Santo Estêvão, a derramar o próprio sangue, a cada cristão, porém, é pedido ser coerente em cada circunstância com a fé que professa. E a coerência cristã é uma graça que devemos pedir ao Senhor. Ser coerentes, viver como cristãos e não dizer: “sou cristão” e viver como pagão. A coerência é uma graça a pedir hoje.

Seguir o Evangelho é, de certo modo, um caminho exigente, mas belo, belíssimo, e quem o percorre com fidelidade e coragem recebe o presente prometido pelo Senhor aos homens e às mulheres de boa vontade. Como cantavam os anjos no dia do Natal: “Paz! Paz!”. Esta paz dada por Deus é capaz de tranquilizar a consciência daqueles que, através das provações da vida, sabem acolher a Palavra de Deus e se empenham em observá-la com perseverança até o fim (cfr Mt 10, 22). 

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Possui o nome "Católica" mas não é a Igreja Apostólica

Santa Sé: sede oficial da Igreja Católica Apostólica

Característica importante da Igreja Católica é a unicidade que faz dela uma única instituição. Seja em uma pequena capela ou em uma centenar basílica, as leituras da missa serão as mesmas, o rito segue uma ordem. A doutrina também possui um fundamento, não muda com os modismos.A obediência ao papa como vigário de Cristo a faz diferente de outras denominações cristãs que surgiram ao longo dos séculos em período de crises.

O blog alerta sobre instituições que tem nascido, inclusive, com o termo católico em sua denominação mas que não comungam com a instituição bimilenar fundada pelo próprio Cristo, a Igreja Católica Apostólica Romana. Vejamos algumas delas:

Igreja católica apostólica brasileira: Foi fundada em 6 de julho de 1945. Geralmente está presente em cemitérios e ministrando os sacramentos do batismo e do matrimônio. Utilizam os mesmos termos e vestimentas católicas, confundindo bem quem não é assíduo às  práticas da fé católica. Também celebram a missa, contudo, não é válida.

Igreja católica apostólica carismática: É uma mistura injustificável de práticas e sacramentos, todos inválidos. Não possui nenhuma relação com a Igreja Católica Apostólica Romana ou qualquer ramo da Renovação Carismática Católica.

Igreja católica apostólica antiga: Se diz em comunhão com a igreja una, o que não é verdade. Aceita em seus quadros homens e mulheres como sacerdotes.

Veja o nome de outras instituições que se dizem Católicas e Apostólicas, mas nada tem a ver com a Igreja Católica Apostólica Romana:

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Mensagem do Papa Francisco para o Natal 2014


MENSAGEM
Mensagem de Natal do Papa Francisco e Benção Urbi et Orbi
Quinta-feira, 25 de dezembro de 2014


Queridos irmãos e irmãs, bom Natal!

Jesus, o Filho de Deus, o Salvador do mundo, nasceu para nós. Nasceu em Belém de uma virgem, dando cumprimento às profecias antigas. A virgem chama-se Maria; o seu esposo, José.

São as pessoas humildes, cheias de esperança na bondade de Deus, que acolhem Jesus e O reconhecem. Assim o Espírito Santo iluminou os pastores de Belém, que acorreram à gruta e adoraram o Menino. E mais tarde o Espírito guiou até ao templo de Jerusalém Simeão e Ana, humildes anciãos, e eles reconheceram em Jesus o Messias. «Meus olhos viram a salvação – exclama Simeão – que ofereceste a todos os povos» (Lc 2, 30-31).

Sim, irmãos, Jesus é a salvação para cada pessoa e para cada povo!

A Ele, Salvador do mundo, peço hoje que olhe para os nossos irmãos e irmãs do Iraque e da Síria que há tanto tempo sofrem os efeitos do conflito em curso e, juntamente com os membros de outros grupos étnicos e religiosos, padecem uma perseguição brutal. Que o Natal lhes dê esperança, como aos inúmeros desalojados, deslocados e refugiados, crianças, adultos e idosos, da Região e do mundo inteiro; mude a indiferença em proximidade e a rejeição em acolhimento, para que todos aqueles que agora estão na provação possam receber a ajuda humanitária necessária para sobreviver à rigidez do inverno, retornar aos seus países e viver com dignidade. Que o Senhor abra os corações à confiança e dê a sua paz a todo o Médio Oriente, a começar pela Terra abençoada do seu nascimento, sustentando os esforços daqueles que estão ativamente empenhados no diálogo entre Israelitas e Palestinianos.

Jesus, Salvador do mundo, olhe para quantos sofrem na Ucrânia e conceda àquela amada terra a graça de superar as tensões, vencer o ódio e a violência e embarcar um caminho novo de fraternidade e reconciliação.

Feminista nua tira estátua do menino Jesus do presépio do Vaticano


Enquanto o Papa Francisco fazia suas orações de Natal para mais de 80 mil fiéis, e lembrava as crianças que sofrem maus-tratos ou violência, uma manifestante do grupo ativista Femen invadiu nu a um presépio em tamanho natural montado na Praça São Pedro e tentou sair com a estátua do menino Jesus.

Diante dos olhares assustados de centenas de pessoas, ela foi contida com dificuldades por policiais. A manifestante não teve tempo de explicar os motivos do protesto, mas conseguiu exibir o corpo onde havia uma inscrição com um protesto feminista: "Deus é mulher" (God is woman).

Ele é o dono e o sentido da festa – Feliz Natal!


É o Natal do Senhor, e Cristo é nascido para nós. No mais alto dos Céus os anjos entoam o cântico de Glória, e na terra os homens de boa vontade podem enfim gozar de paz. Foi-nos dado um Menino para a nossa salvação!

É Natal! Que as portas do Céu neste dia abertas de par em par possam derramar copiosas graças sobre nós. Que, após a peregrinação do Advento, possamos chegar jubilosos a Belém para adorar o Deus-Menino nos braços virginais de Sua Santíssima Mãe. Que o fulgor desta Luz que resplandece nas Trevas possa afastar as trevas dos nossos próprios corações, e que a vista de um Deus envolto em faixas por amor a nós possa comover-nos e nos converter.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Homilia do Papa Francisco na Missa do Natal 2014


HOMILIA
Santa Missa na Solenidade do Natal do Senhor
Basílica Vaticana
Quarta-feira, 24 de dezembro de 2014


«O povo que andava nas trevas viu uma grande luz; habitavam numa terra de sombras, mas uma luz brilhou sobre eles»(Is 9,1). «Um anjo do Senhor apareceu [aos pastores], e a glória do Senhor refulgiu em volta deles» (Lc 2,9). É assim que a Liturgia desta santa noite de Natal nos apresenta o nascimento do Salvador: como luz que penetra e dissolve a mais densa escuridão. A presença do Senhor no meio do seu povo cancela o peso da derrota e a tristeza da escravidão e restabelece o júbilo e a alegria.

Também nós, nesta noite abençoada, viemos à casa de Deus atravessando as trevas que envolvem a terra, mas guiados pela chama da fé que ilumina os nossos passos e animados pela esperança de encontrar a «grande luz». Abrindo o nosso coração, temos, também nós, a possibilidade de contemplar o milagre daquele menino-sol que, surgindo do alto, ilumina o horizonte.

A origem das trevas que envolvem o mundo perde-se na noite dos tempos. Pensemos no obscuro momento em que foi cometido o primeiro crime da humanidade, quando a mão de Caim, cego pela inveja, feriu de morte o irmão Abel (cf. Gn 4, 8). Assim, o curso dos séculos tem sido marcado por violências, guerras, ódio, prepotência. Mas Deus, que havia posto suas expectativas no homem feito à sua imagem e semelhança, esperava. O tempo de espera fez-se tão longo que a certo momento, quiçá, deveria renunciar; mas Ele não podia renunciar, não podia negar-Se a Si mesmo (cf. 2 Tm 2, 13). Por isso, continuou a esperar pacientemente face à corrupção de homens e povos. A paciência de Deus. Quão difícil é entender isso, a paciência de Deus para conosco.

Ao longo do caminho da história, a luz que rasga a escuridão revela-nos que Deus é Pai e que a sua paciente fidelidade é mais forte do que as trevas e do que a corrupção. Nisto consiste o anúncio da noite de Natal. Deus não conhece a explosão de ira nem a impaciência; permanece lá, como o pai da parábola do filho pródigo, à espera de vislumbrar ao longe o regresso do filho perdido, todos os dias, com paciência, a paciência de Deus.

A profecia de Isaías anuncia a aurora duma luz imensa que rasga a escuridão. Ela nasce em Belém e é acolhida pelas mãos amorosas de Maria, pelo afeto de José, pela maravilha dos pastores. Quando os anjos anunciaram aos pastores o nascimento do Redentor, fizeram-no com estas palavras: «Isto vos servirá de sinal: encontrareis um menino envolto em panos e deitado numa manjedoura» (Lc 2, 12). O «sinal» é a humildade de Deus levada ao extremo; é o amor com que Ele, naquela noite, assumiu a nossa fragilidade, o nosso sofrimento, as nossas angústias, os nossos desejos e as nossas limitações. A mensagem que todos esperavam, que todos procuravam nas profundezas da própria alma, mais não era que a ternura de Deus: Deus que nos fixa com olhos cheios de afeto, que aceita a nossa miséria, Deus enamorado da nossa pequenez. 

Mensagem de Natal


“E deu à luz seu filho primogênito, e, envolvendo-o em faixas, reclinou-o num presépio; porque não havia lugar para eles na hospedaria“. (Lc 2,7)

“Hoje vos nasceu na Cidade de Davi um Salvador, que é o Cristo Senhor". (Lc 2,11)

É noite de alegria. Porque, no meio da escuridão, uma Luz resplandeceu. No meio das Trevas, uma Luz brilhou, e todos A vieram contemplar.

O Menino Deus nasceu à noite, porque é na noite que precisamos da luz. Nasceu à noite, para ensinar que era noite na humanidade; uma noite longa que se arrastava por séculos. Era noite desde o pecado de Adão. Todo o mundo jazia no maligno.

Mas uma Luz resplandeceu em meio às Trevas. Na noite de Belém, nos nasceu um Salvador. E aquela Luz brilhou tão forte nas trevas do pecado, que todos A perceberam. Os Reis Magos A perceberam, e vieram adorá-La. Herodes A percebeu, e tentou apagá-La. Porque, em meio às Trevas, é impossível não notar uma Luz resplandecente. Os filhos da Luz buscam-Na e sentem-se à vontade junto a Ela; os filhos das Trevas d’Ela fogem horrorizados, pois têm vergonha das suas obras ímpias, que realizam na escuridão. A Luz atrai os bons e afugenta os maus. Por isso, o Deus Menino nascido em Belém estava destinado a ser um sinal de contradição, como profetizou o velho Simeão.

“Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua mãe: Eis que este menino está destinado a ser uma causa de queda e de soerguimento para muitos homens em Israel, e a ser um sinal que provocará contradições“ (Lc 2,34)

O Cristo Deus, Unigênito do Pai, Deus de Deus, Luz da Luz, Deus Verdadeiro do Deus Verdadeiro, veio ao mundo destinado a ser uma causa de queda para muitos. Causa de queda para os que preferissem as Trevas à Luz. Causa de queda para os que, como Herodes, quisessem apagar essa Luz para continuar a viver nas Trevas.

E, neste Natal, somos como os Reis Magos, ou somos como Herodes? Procuramos ao Deus Menino para oferecer-Lhe o melhor que temos, ou fugimos d’Ele e O queremos matar, justamente para que não nos desfaçamos de nossos vícios que nos são tão caros? Desejamos que o Cristo nasça? Ou queremos que Ele não venha, para que possamos viver ainda um pouco mais nas Trevas, ainda um pouco mais no pecado, sem que nossas torpezas sejam postas a descoberto?

Instruções litúrgicas para a Missa do Natal do Senhor


Embora seja a terceira maior solenidade do ano litúrgico, atrás da Páscoa e de Pentecostes, a liturgia do Natal não tem muitas particularidades referentes aos ritos. Contudo, alguns detalhes podem ser observados para a melhor e correta celebração e mais aprofundada espiritualidade de uma das noites mais belas do ano civil também, ainda que não se iguale à Vigília Pascal.

As indicações a seguir são feitas mediante as experiências nas igrejas, o que pode ser aplicado universalmente em vista da celebração papal e também como forma de coibir algumas imprecisões e sanar algumas dúvidas.

PREPARATIVOS

A Basílica Vaticana em penumbra antes da Missa da Noite de Natal,
enquanto entram os Pueri Cantores, do Coro Pontifício da Capela Sistina
Imagem: Erick Marçal/Direto da Sacristia

Antes do canto do Precônio Natalino ou Kalenda

1. Como dissemos, embora não seja Vigília Pascal, não é obrigatório que a igreja esteja escura. Contudo, para referir ainda mais que nesta Missa é celebrado o Mistério da encarnação da Luz do mundo, no Vaticano, por exemplo, há 2 iluminações: uma penumbra antes do canto da Kalenda e a iluminação plena e comum momentos antes do início da Missa.

2. Ainda comparando com a Vigília de Páscoa, a Missa da Noite de Natal não é propriamente um marco litúrgico do Mistério celebrado: o Sábado de Aleluia, ao contrário, é uma divisão entre a morte e a vida. A Missa “do Galo”, porém, não apresenta nenhum limite entre 2 períodos: desde o seu início, já é Natal; desde o seu início, a Missa é comum, diferentemente da Vigília Pascal, com um rito próprio e único. Portanto, não há por que marcar o início do Natal apenas com o ingresso da Imagem do Menino Jesus durante o canto do Glória, que desvia a atenção de todos. É mais adequado que ou a Imagem esteja velada ou seja colocada no altar após o canto da Kalenda ou, se esta não for feita, antes do início da Missa.