quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Chico Xavier disse que o Papa é a Besta do Apocalipse


Eu pensava que só os protestinhas mais desmiolados é que acusavam o Bispo de Roma de ser a Besta do Apocalipse, citada no livro escrito por São João. Qual não foi minha surpresa ao saber que o “bondoso” e “compassivo” Chico Xavier também tá no time dos que pregam que a Igreja Católica é a praga do mundo.

Quanto ao número 666, sem nos referirmos às interpretações com os números gregos, em seus valores, devemos recorrer aos algarismos romanos, em sua significação, n por serem mais divulgados e conhecidos, explicando que é o Sumo-Pontífice da igreja romana quem usa os títulos de “VICARIVS GENERALIS DEI IN TERRIS”, “VICARIVS FILII DEI” e “DVX CLERI” que significam “Vigário-Geral de Deus na Terra”, “Vigário do Filho de Deus” e “Príncipe do Clero”. Bastará ao estudioso um pequeno jogo de paciência, somando os algarismos romanos encontrados em cada título papal, a fim de encontrar a mesma equação de 666, em cada um deles. - Chico Xavier. “A caminho da luz”, cap. “Identificação da Besta Apocalíptica”

Esse conteúdo é encontrado no livro “A Caminho da Luz – História da civilização à Luz do Espiritismo”. Trata-se de uma obra “psicografada” (aham…), ditada pelo fantasminha Emmanuel. Eu não conhecia esse texto tão fofo, até receber a providencial indicação do nosso leitor Jotacê. Nesse livreco, Chico não só difama o catolicismo, como desrespeita um dos nossos maiores santos.

Santo Inácio de Loyola. O inferno treme ao ouvir seu nome! Esse basco viril, que entregou suas armas e sua armadura de cavaleiro aos pés da Virgem, foi eleito por Jesus Cristo para formar e comandar um dos exércitos mais combativos e disciplinados da Igreja, a Companhia de Jesus. Pois Chico Xavier o classificou como um homem de “cérebro obcecado e doentio”, inspirado por “espíritos tenebrosos e pervertidos”.

Pra piorar, Chico estendeu sua teia de calúnias sobre toda a Companhia de Jesus, ordem religiosa na qual se formaram numerosos santos e de onde saiu o nosso amado Papa Francisco.

A Companhia de Jesus, de nefasta memória, não procurava conhecer os meios, para cogitar tão-somente dos fins imorais a que se propunha. - Chico Xavier. “A caminho da luz”, cap. “Ações do Jesuitismo”

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

No Sri Lanka, Papa reitera respeito por outras religiões


Viagem do Papa Francisco 
ao Sri Lanka e Filipinas
DISCURSO
Encontro inter-religiosono
Bandaranaike Memorial Intrenational 
Conference Hall
Terça-feira, 13 de janeiro de 2015


Queridos amigos!

Agradeço a oportunidade de tomar parte neste encontro, que congrega, entre outras, as quatro maiores comunidades religiosas que são parte integrante da vida do Sri Lanka: budismo, hinduísmo, islamismo e cristianismo. Agradeço-vos a vossa presença e a calorosa recepção. Agradeço também a quantos ofereceram orações e bênçãos e, em particular, exprimo a minha gratidão a D. Cletus Chandrasiri Perera e ao Venerável Vigithasiri Niyangoda Thero pelas suas amáveis palavras.

Vim ao Sri Lanka seguindo os passos dos meus antecessores, os Papas Paulo VI e João Paulo II, para demonstrar o grande amor e a solicitude da Igreja Católica por esta nação. É uma graça especial para mim poder visitar a comunidade católica daqui, confirmá-la na fé em Cristo, rezar com ela e partilhar as suas alegrias e sofrimentos. De igual modo é uma graça também poder estar com todos vós, homens e mulheres destas grandes tradições religiosas, que partilhais connosco um desejo de sabedoria, verdade e santidade.

No Concílio Vaticano II, a Igreja Católica declarou o seu profundo e duradouro respeito pelas outras religiões. Afirma ela que «nada rejeita do que nessas religiões existe de verdadeiro e santo. Olha com sincero respeito esses modos de agir e viver, esses preceitos e doutrinas» (Nostra aetate, 2). Pela minha parte, desejo reafirmar o sincero respeito da Igreja por vós, vossas tradições e crenças.

É neste espírito de respeito que a Igreja Católica deseja cooperar convosco e com todas as pessoas de boa vontade na busca da prosperidade para todos os srilanqueses. Espero que a minha visita ajude a encorajar e aprofundar as várias formas de cooperação inter-religiosa e ecuménica que têm sido empreendidas nos anos recentes.

Arcebispo reclama de falta de atenção do Ocidente a massacres na Nigéria


Em meio à comoção gerada pelos atentados terroristas em Paris, na França, um arcebispo nigeriano acusou países ocidentais de ignorarem a ameaça representada pelo grupo extremista Boko Haram.

O Arcebispo da cidade de Jos, Ignatius Kaigama, ainda pediu que a mesma atenção dada aos atentados na França seja dada aos militantes que atuam com cada vez mais violência no nordeste do país africano.

Segundo ele, o mundo precisa agir de forma mais determinada para conter o avanço do Boko Haram na Nigéria.

No último fim de semana, 23 pessoas foram mortas por três mulheres-bomba, uma das quais tinha apenas 10 anos de idade.

Outras centenas de mortes foram registradas na semana passada, segundo relatos, durante a captura pelo Boko Haram da cidade de Baga, no Estado de Borno, no nordeste do país.

Em entrevista ao programa Newsday, da BBC, o arcebispo nigeriano disse que o massacre em Baga é a prova de que o Exército do país não consegue conter o grupo extremista.

"É uma tragédia monumental. Deixou a todos na Nigéria muito tristes. Mas parece que estamos desamparados. Porque, se fossemos capazes de deter o Boko Haram, já o teríamos feito. Eles continuam a atacar, matar e a tomar territórios impunemente", disse Kaigama.

Segundo ele, a luta contra o extremismo no país requer o mesmo apoio internacional e espírito de unidade que foi demonstrado após os ataques de militantes na França.

"Precisamos que este espírito se multiplique, não apenas quando isso ocorre na Europa, mas também na Nigéria, no Níger ou em Camarões."

Discurso do Papa na cerimônia de boas vindas no Sri Lanka

Viagem do Papa Francisco ao Sri Lanka
DISCURSO
Cerimônia de boas vindas
Aeroporto de Colombo
Terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Senhor Presidente,
Ilustres Autoridades do Governo,
Eminência, Excelências,
Queridos amigos!

Obrigado pela vossa recepção calorosa. Há muito que eu esperava por esta visita ao Sri Lanka e os dias que passaremos juntos. O Sri Lanka é conhecido como a Pérola do Oceano Índico pelas suas belezas naturais. Mas, e muito mais importante, esta ilha é conhecida pelo calor do seu povo e a rica diversidade das suas tradições culturais e religiosas.

Senhor Presidente, apresento-lhe meus venturosos votos para as suas novas responsabilidades. Saúdo os ilustres membros do governo e as autoridades civis que nos honram com a sua presença. De modo especial agradeço a presença dos proeminentes líderes religiosos, que têm um papel tão importante na vida deste país. E, evidentemente, desejo manifestar o meu apreço aos fiéis, aos membros do coro, bem como às inúmeras pessoas que trabalharam para tornar possível esta visita. Agradeço a todos, do fundo do coração, pela vossa gentileza e hospitalidade.

A minha visita ao Sri Lanka é primariamente pastoral. Como pastor universal da Igreja Católica, vim para encontrar e encorajar os católicos desta ilha, bem como para rezar com eles. Um ponto central desta visita será a canonização do Beato José Vaz, cujo exemplo de caridade cristã e de respeito por todos, sem distinção de etnia ou religião, continua a servir-nos de inspiração e lição ainda hoje. Mas a minha visita quer também expressar o amor e a solicitude da Igreja por todos os srilanqueses e confirmar o desejo da comunidade católica de participar activamente na vida desta sociedade. 

Papa no Angelus: O pecado nos afasta de Deus


ÂNGELUS
Praça São Pedro - Vaticano
Domingo, 11 de janeiro de 2015


Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Celebramos hoje a festa do Batismo do Senhor, que conclui o tempo do Natal. O Evangelho descreve o que aconteceu na margem do Jordão. No momento em que João Batista batiza Jesus, o céu se abre. "No momento em saía da água – disse São Marcos- viu os céus abertos” (1,10). Recorda-se a súplica dramática do profeta Isaías: "Se tu rasgasses os céus e descesses." (Is 63,19). Esta súplica foi ouvida no Batismo de Jesus. Com isto, acabou o tempo dos ‘céus fechados’, que indica a separação entre Deus e o homem, consequência do pecado. O pecado nos afasta de Deus e rompe a ligação entre a terra e o céu, determinando, assim, a nossa miséria e a falência de nossas vidas. Os céus abertos indicam que Deus deu a sua graça para que a terra dê os seus frutos (cf. Sl 85,13). Assim a terra tornou-se a morada de Deus entre os homens e cada um de nós tem a oportunidade de encontrar o Filho de Deus, experimentando todo o amor e a misericórdia infinita.  Podemos realmente encontra-lo nos Sacramentos, especialmente na Eucaristia. Podemos reconhecê-lo na face dos nossos irmãos, em particular nos pobres, nos doentes, nos presos, nos refugiados: estes são a carne viva de Cristo sofredor e a imagem visível do Deus invisível.

Com o Batismo de Jesus não apenas os céus se rasgam, mas Deus fala novamente, fazendo ressoar a sua voz: "Tu és o meu Filho muito amado; em ti ponho a minha afeição" (Marcos 1, 11). A voz do Pai proclama o mistério que se esconde no homem batizado pelo precursor.

Os 7 Sacramentos da Igreja: 7º Sacramento - Matrimônio

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA

A CELEBRAÇÃO
DO MISTÉRIO CRISTÃO

SEGUNDA SECÇÃO
OS SETE SACRAMENTOS DA IGREJA

ARTIGO 7

O SACRAMENTO DO MATRIMÓNIO

1601. «O pacto matrimonial, pelo qual o homem e a mulher constituem entre si a comunhão íntima de toda a vida, ordenado por sua índole natural ao bem dos cônjuges e à procriação e educação da prole, entre os baptizados foi elevado por Cristo Senhor à dignidade de sacramento» (93) .

I. O matrimónio no desígnio de Deus

1602. A Sagrada Escritura começa pela criação do homem e da mulher, à imagem e semelhança de Deus (94), e termina com a visão das «núpcias do Cordeiro» (Ap 19, 9) (95). Do princípio ao fim, a Escritura fala do matrimónio e do seu «mistério», da sua instituição e do sentido que Deus lhe deu, da sua origem e da sua finalidade, das suas diversas realizações ao longo da história da salvação, das suas dificuldades nascidas do pecado e da sua renovação «no Senhor» (1 Cor 7, 39), na Nova Aliança de Cristo e da Igreja (96).

O MATRIMÓNIO NA ORDEM DA CRIAÇÃO

1603. «A íntima comunidade da vida e do amor conjugal foi fundada pelo Criador e dotada de leis próprias [...]. O próprio Deus é o autor do matrimónio» (97). A vocação para o matrimónio está inscrita na própria natureza do homem e da mulher, tais como saíram das mãos do Criador. O matrimónio não é uma instituição puramente humana, apesar das numerosas variações a que esteve sujeito no decorrer dos séculos, nas diferentes culturas, estruturas sociais e atitudes espirituais. Tais diversidades não devem fazer esquecer os traços comuns e permanentes. Muito embora a dignidade desta instituição nem sempre e nem por toda a parte transpareça com a mesma clareza (98), existe, no entanto, em todas as culturas, um certo sentido da grandeza da união matrimonial. Porque «a saúde da pessoa e da sociedade está estreitamente ligada a uma situação feliz da comunidade conjugal e familiar» (99).

1604. Deus, que criou o homem por amor, também o chamou ao amor, vocação fundamental e inata de todo o ser humano. Porque o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus (100) que é amor (1 Jo 4, 8.16). Tendo-os Deus criado homem e mulher, o amor mútuo dos dois torna-se imagem do amor absoluto e indefectível com que Deus ama o homem. É bom, muito bom, aos olhos do Criador (101). E este amor, que Deus abençoa, está destinado a ser fecundo e a realizar-se na obra comum do cuidado da criação: «Deus abençoou-os e disse-lhes: "Sede fecundos e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a"» (Gn 1, 28).

1605. Que o homem e a mulher tenham sido criados um para o outro, afirma-o a Sagrada Escritura: «Não é bom que o homem esteja só» (Gn 2, 18). A mulher, «carne da sua carne» (102), isto é, sua igual, a criatura mais parecida com ele, é-lhe dada por Deus como uma ,auxiliar» (103), representando assim aquele «Deus que é o nosso auxílio» (104). «Por esse motivo, o homem deixará o pai e a mãe, para se unir à sua mulher: e os dois serão uma só carne» (Gn 2, 24). Que isto significa uma unidade indefectível das duas vidas, o próprio Senhor o mostra, ao lembrar qual foi, «no princípio», o desígnio do Criador (105): «Portanto, já não são dois, mas uma só carne» (Mt 19, 6).

O MATRIMÓNIO SOB O REGIME DO PECADO

1606. Todo o homem faz a experiência do mal, à sua volta e em si mesmo. Esta experiência faz-se também sentir nas relações entre o homem e a mulher. Desde sempre, a união de ambos foi ameaçada pela discórdia, o espírito de domínio, a infidelidade, o ciúme e conflitos capazes de ir até ao ódio e à ruptura. Esta desordem pode manifestar-se de um modo mais ou menos agudo e ser mais ou menos ultrapassada, conforme as culturas, as épocas, os indivíduos. Mas parece, sem dúvida, ter um carácter universal.

1607. Segundo a fé, esta desordem, que dolorosamente comprovamos, não procede da natureza do homem e da mulher, nem da natureza das suas relações, mas do pecado. Ruptura com Deus, o primeiro pecado teve como primeira consequência a ruptura da comunhão original do homem e da mulher. As suas relações são distorcidas por acusações recíprocas (106); a atracção mútua, dom próprio do Criador (107), converte-se em relação de domínio e de cupidez (108): a esplêndida vocação do homem e da mulher para serem fecundos, multiplicarem-se e submeterem a terra (109) fica sujeita às dores do parto e do ganha-pão (110).

1608. No entanto, a ordem da criação subsiste, apesar de gravemente perturbada. Para curar as feridas do pecado, o homem e a mulher precisam da ajuda da graça que Deus, na sua misericórdia infinita, nunca lhes recusou (111). Sem esta ajuda, o homem e a mulher não podem chegar a realizar a união das suas vidas para a qual Deus os criou «no princípio».

O MATRIMÓNIO SOB A PEDAGOGIA DA LEI

1609. Na sua misericórdia, Deus não abandonou o homem pecador. As penas que se seguiram ao pecado, «as dores do parto» (112), o trabalho «com o suor do rosto» (Gn 3, 19), constituem também remédios que reduzem os malefícios do pecado. Depois da queda, o matrimónio ajuda a superar o auto-isolamento, o egoísmo, a busca do próprio prazer, e a abrir-se ao outro, à mútua ajuda, ao dom de si.

1610. A consciência moral relativamente à unidade e indissolubilidade do matrimónio desenvolveu-se sob a pedagogia da antiga Lei. A poligamia dos patriarcas e dos reis ainda não é explicitamente rejeitada. No entanto, a Lei dada a Moisés visa proteger a mulher contra um domínio arbitrário por parte do homem, ainda que a mesma Lei comporte também, segundo a palavra do Senhor, vestígios da «dureza do coração» do homem, em razão da qual Moisés permitiu o repúdio da mulher (113).

1611. Ao verem a Aliança de Deus com Israel sob a imagem dum amor conjugal, exclusivo e fiel (114), os profetas prepararam a consciência do povo eleito para uma inteligência aprofundada da unicidade e indissolubilidade do matrimónio (115). Os livros de Rute e de Tobias dão testemunhos comoventes do elevado sentido do matrimónio, da fidelidade e da ternura dos esposos. E a Tradição viu sempre no Cântico dos Cânticos uma expressão única do amor humano, enquanto reflexo do amor de Deus, amor «forte como a morte», que «nem as águas caudalosas conseguem apagar» (Ct 8, 6-7).

O MATRIMÓNIO NO SENHOR

1612. A aliança nupcial entre Deus e o seu povo Israel tinha preparado a Aliança nova e eterna, pela qual o Filho de Deus, encarnando e dando a sua vida, uniu a Si, de certo modo, toda a humanidade por Ele salva (116), preparando assim as «núpcias do Cordeiro» (117).

1613. No umbral da sua vida pública, Jesus realiza o seu primeiro sinal –a pedido da sua Mãe – por ocasião duma festa de casamento (118). A Igreja atribui uma grande importância à presença de Jesus nas bodas de Caná. Ela vê nesse facto a confirmação da bondade do matrimónio e o anúncio de que, doravante, o matrimónio seria um sinal eficaz da presença de Cristo.

1614. Na sua pregação, Jesus ensinou sem equívocos o sentido original da união do homem e da mulher, tal como o Criador a quis no princípio: a permissão de repudiar a sua mulher, dada por Moisés, era uma concessão à dureza do coração (119): a união matrimonial do homem e da mulher é indissolúvel: foi o próprio Deus que a estabeleceu: «Não separe, pois, o homem o que Deus uniu» (Mt 19, 6).

1615. Esta insistência inequívoca na indissolubilidade do vínculo matrimonial pôde criar perplexidade e aparecer como uma exigência impraticável (120). No entanto, Jesus não impôs aos esposos um fardo impossível de levar e pesado demais (121), mais pesado que a Lei de Moisés. Tendo vindo restabelecer a ordem original da criação, perturbada pelo pecado, Ele próprio dá a força e a graça de viver o matrimónio na dimensão nova do Reino de Deus. É seguindo a Cristo, na renúncia a si próprios e tornando a sua cruz (122), que os esposos poderão «compreender» (123) o sentido original do matrimónio e vivê-lo com a ajuda de Cristo. Esta graça do Matrimónio cristão é fruto da cruz de Cristo, fonte de toda a vida cristã.

1616. É o que o Apóstolo Paulo nos dá a entender, quando diz: «Maridos, amai as vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e Se entregou por ela, a fim de a santificar» (Ef 5, 25-26): e acrescenta imediatamente: «"Por isso o homem deixará o pai e a mãe para se unir à sua mulher e serão os dois uma só carne". É grande este mistério, digo-o em relação a Cristo e à Igreja» (Ef 5, 31-32).

1617. Toda a vida cristã tem a marca do amor esponsal entre Cristo e a Igreja. Já o Baptismo, entrada no povo de Deus, é um mistério nupcial: é, por assim dizer, o banho de núpcias (124) que precede o banquete das bodas, a Eucaristia. O Matrimónio cristão, por sua vez, torna-se sinal eficaz, sacramento da aliança de Cristo com a Igreja. E uma vez que significa e comunica a graça desta aliança, o Matrimónio entre baptizados é um verdadeiro sacramento da Nova Aliança (125).

A VIRGINDADE POR AMOR DO REINO

1618. Cristo é o centro de toda a vida cristã. A união com Ele prevalece sobre todas as outras, quer se trate de laços familiares, quer sociais (126). Desde o princípio da Igreja, houve homens e mulheres que renunciaram ao grande bem do matrimónio, para seguirem o Cordeiro aonde quer que Ele vá (127), para cuidarem das coisas do Senhor, para procurarem agradar-Lhe para saírem ao encontro do Esposo que vem (128). O próprio Cristo convidou alguns a seguirem-n'O neste modo de vida, de que Ele é o modelo:

«Há eunucos que nasceram assim do seio materno; há os que foram feitos eunucos pelos homens; e há os que a si mesmos se fizeram eunucos por amor do Reino dos céus. Quem puder entender, entenda!» (Mt 19, 12).

1619. A virgindade por amor do Reino dos céus é um desenvolvimento da graça baptismal, um sinal poderoso da preeminência da união com Cristo e da espera fervorosa do seu regresso, um sinal que lembra também que o matrimónio é uma realidade do tempo presente, que é passageiro (130).

1620. Quer, o sacramento do Matrimónio, quer a virgindade por amor do Reino de Deus, vêm do próprio Senhor. É Ele que lhes dá sentido e concede a graça indispensável para serem vividos em conformidade com a sua vontade (131). A estima pela virgindade por amor do Reino (132) e o sentido cristão do matrimónio são inseparáveis e favorecem-se mutuamente:

«Denegrir o Matrimónio é, ao mesmo tempo, diminuir a glória da virgindade: enaltecê-lo é realçar a admiração devida à virgindade [...] Porque, no fim de contas, o que só em comparação com um mal parece bom, não pode ser um verdadeiro bem: mas o que ainda é melhor do que bens incontestados, esse é que é o bem por excelência» (133)

La Croce: um novo jornal que não terá medo de causar escândalo


A partir de 13 de janeiro de 2015, os leitores italianos vão encontrar nas bancas uma nova voz. Uma voz que, para citar o seu fundador Mario Adinolfi, "não cantará junto com o coro e irá contra toda mistificação". E não sofrerá de falta de coragem: num momento histórico que não tem nada de cor-de-rosa para os pequenos editores, o jornal “La Croce” [“A Cruz”] decidiu renunciar ao financiamento público e embarcar nesta aventura sem ter por trás nenhum rico empreendedor. É um sinal de confiança no futuro; de confiança no fato de que um número crescente de leitores está cansado dos "mitos do progresso" em questões como o aborto, a eutanásia, a teoria de gênero e os chamados "novos direitos". “La Croce” vai desafiar esses "mitos" propondo "uma cultura da vida e da família". E não só isso: todos os dias, o jornal abarcará toda a realidade, da política à economia, da cultura ao esporte.

Na véspera da estreia nas bancas, Adinolfi apresenta o “La Croce” para ZENIT.


ZENIT: Vamos começar com o que eu chamo de “escolha corajosa”: o que motivou você a se lançar nesta aventura sem financiamento público e sem grandes grupos por trás?

Adinolfi: A necessidade de fazer desse jeito. Eu escrevi um pequeno livro, “Voglio la mamma” [“Eu quero a minha mãe”], para um público de poucas centenas de amigos. De repente, descobri que muitas pessoas queriam falar dos temas-tabu que eu tinha encarado no livro, do ponto de vista que eu tinha proposto. Milhares, dezenas de milhares de pessoas se reuniram comigo numa turnê massacrante de 125 reuniões em oito meses, que, no fundo, foram só para repetir em conjunto que nós temos algo a dizer sobre os temas essenciais do nascer, do amar e do morrer. Queremos falar "contra os mitos do progresso", como o aborto, a eutanásia, a paternidade ou maternidade homossexual, a ideologia de gênero, e dizer que somos a favor da cultura da vida e da família, sempre em apoio dos mais frágeis e realmente carentes de direitos. Não aceitamos a visão antropológica de quem quer transformar as pessoas em coisas: os filhos em objetos de compra e venda, as mulheres em barrigas que podem ser alugadas, os idosos e os doentes em produtos deteriorados que devem ser eliminados, os ainda não nascidos em produtos invisíveis que podem ser jogados fora ou usados para fazer experimentações.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Je suis Hipócrita


Este será apenas um breve comentário sobre o terrível massacre ocorrido na França. Antes de mais nada, quero deixar registrado que condeno os terríveis ataques perpetrados por radicais islâmicos ao pasquim francês "Charlie Hebdo". Faço questão de deixar isso bem claro antes mesmo de comentar, para evitar possíveis problemas ocasionados justamente pelos mesmos motivos que pretendo denunciar em meu comentário a seguir.

Pois bem, como sabemos, os líderes (criadores/diretores e cartunistas) de um "jornal" francês foram brutalmente assassinados por radicais islâmicos na última quarta-feira (07 de janeiro), gerando indignação em todo o mundo. Para solidarizar-se com as vítimas da tragédia, uma das principais formas difundidas em todo o mundo é a exibição de cartazes com os dizeres "je suis Charlie" (todos somos Charlie). Após expressar minha tristeza e indignação diante da barbárie em si (o brutal assassinato dos integrantes do Charlie Hebdo), quero também deixar claro que - e penso que todos os católicos deveriam fazer o mesmo - "não sou Charlie Hebdo", isto é, não me identifico, não os represento e tampouco sou representado por eles! O motivo pelo qual digo isso? Simples: o pasquim Charlie Hebdo é, na realidade, um jornaleco que tem como principal "diferencial" atacar gratuitamente aos outros sob pretexto da tal "liberdade de expressão". Seus ataques visam, sobretudo, a religião - e "mais sobretudo ainda" a religião católica". Para eles, quanto mais desrespeitosas fossem suas publicações, mais "engraçadas" elas seriam.