quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Papa lamenta interpretações equivocadas sobre a família


O Arcebispo Becciu, um dos mais próximos colaboradores do Papa - e que estava presente no encontro com os jornalistas - disse que Francisco sentiu-se surpreso ao ler os jornais do dia seguinte nos quais “as suas palavras, voluntariamente expressas com a linguagem de todos os dias, não tivessem sido plenamente contextualizadas”, disse Becciu. Francisco teria ainda expresso sua tristeza “pela desorientação” causada especialmente às famílias numerosas.

“Ao ler as manchetes dos jornais, o Papa, com quem eu falei ontem, sorriu e ficou um pouco surpreso com o fato de que suas palavras – propositalmente simples – não tivessem sido completamente contextualizadas de acordo com um trecho claríssimo da Encíclica Humanae Vitae sobre a paternidade responsável”, afirmou Becciu diante da interpretação dos jornais para as palavras do Papa que dominou as manchetes: “para ser bons católicos não é necessário fazer filhos como coelhos”.

Pensamento claro

Uma vez que o raciocínio do Papa era claro, mas a leitura fornecida pelos jornais, isolando uma só frase, nem tão clara assim, Dom Becciu esclarece: “A frase do Papa deve ser interpretada no sentido de que o ato de procriação no homem não pode seguir a lógica do instinto animal, mas deve ser fruto de um ato responsável com raízes no amor e na doação recíproca de si mesmo. Infelizmente, com muita frequência, a cultura contemporânea tende a diminuir a autêntica beleza e o valor do amor conjugal, com todas as consequências negativas que disso derivam”.

Portanto, Dom Becciu oferece uma interpretação correta sobre a paternidade responsável à luz da Humanae Vitae: “aquela que nasce do ensinamento do Beato Paulo VI e da tradição milenar da Igreja reiterada na Casti Connubii (encíclica publicada por Pio XI, em 1930). Ou seja: que, sem jamais dividir o caráter unitivo e procriativo do ato sexual, este deve se inserir sempre na lógica do amor na medida que a pessoa como um todo (física, moral e espiritual) abre-se ao mistério da doação de si mesma no vínculo do matrimônio. 

Eleito o governo da Província dos Capuchinhos do Maranhão, Pará e Amapá para 2015 - 2017


A Província Nossa Senhora do Carmo se alegra pela eleição do novo governo da província, eleitos nesta manhã de quinta feira:

Min. Provincial - Frei Deusivan Conceição

Vigário Provincial - Frei José Nilton

Conselheiros:

Frei Sílvio Almeida

Frei Hugo César

Frei Luís Spelgatti.

Je suis Charlie aussi, mas...


Repugna ao senso comum a chacina perpetrada contra os jornalistas do Charlie Hebdo. Todo homicídio é um pecado gravíssimo e jamais justificável.  As religiões têm um papel insubstituível na manutenção da paz.

O cartunismo, contudo, não há de pactuar com a ofensa  à religiosidade. Qual é o católico que não se sente visceralmente vituperado com a charge do papa Bento XVI, no ato da consagração eucarística, envergando uma camisinha (preservativo) no lugar da hóstia santa?

É inequívoco que o cartunismo supõe certa complacência, uma boa dose de espírito esportivo e a capacidade de o leitor rir de si próprio. Isto é saudável! Sem embargo, os países ditos democráticos precisam normatizar a tão propalada e exaltada liberdade de expressão ou de imprensa, salvaguardando, destarte, os valores religiosos, sobretudo dos grupos cuja suscetibilidade encontra-se à flor da pele. Para determinados crentes, a “brincadeira” da charge consiste em autêntico vitupério à fé; algo comparável a xingar a mãe. 

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Catequese do Papa sobre sua viagem ao Sri Lanka e Filipinas


CATEQUESE
Sala Paulo VI – Vaticano
Quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Queridos irmãos e irmãs, bom dia.

Hoje me concentrarei na viagem apostólica ao Sri Lanka e Filipinas, que realizei na semana passada. Depois da visita à Coreia há alguns meses, voltei à Ásia, continente de ricas tradições culturais e espirituais. A viagem foi, sobretudo, um alegre encontro com as comunidades eclesiais que, naqueles países, dão testemunho a Cristo: confirmei-as na fé e na missionariedade. Conservarei sempre no coração a recordação do acolhimento festivo por parte da multidão – em alguns casos até mesmo oceânicas – que acompanhou os momentos marcantes da viagem. Além disso, encorajei o diálogo inter-religioso a serviço da paz, bem como o caminho daqueles povos rumo à unidade e o desenvolvimento social, especialmente com o protagonismo das famílias e dos jovens.

O momento culminante da minha estadia no Sri Lanka foi a canonização do grande missionário José Vaz. Este santo sacerdote administrava os sacramentos, muitas vezes em segredo, aos fiéis, mas ajudava indistintamente todos os necessitados, de toda religião e condição social. O seu exemplo de santidade e amor ao próximo continua a inspirar a Igreja no Sri Lanka no seu apostolado de caridade e de educação. Indiquei São José Vaz como modelo para todos os cristãos, chamados hoje a propor a verdade salvífica do Evangelho em um contexto multirreligioso, com respeito para com os outros, com perseverança e com humildade.

Arquidiocese de Salvador faz campanha por famílias atingidas por incêndio


SOS – Incêndio Massaranduba

Tendo em vista os imensos prejuízos sofrido pelas famílias cujas residências foram atingidas pelo incêndio ocorrido na madrugada do dia 14 de janeiro passado, no bairro da Massaranduba, em Salvador, que destruiu mais de 30 casas, deixando dezenas de pessoas sem abrigo, a Arquidiocese de São Salvador da Bahia faz um apelo às pessoas de boa vontade: Vamos nos unir, para ajudar esses nossos irmãos que estão sofrendo.

Como as necessidades básicas e imediatas das famílias estão sendo atendidas pela Prefeitura Municipal, pensamos em direcionar nossa ajuda para um segundo momento: quando se tratar da reconstrução das casas e, particularmente, da aquisição dos móveis de que cada família necessitará.

O atendimento das famílias que realmente foram atingidas será possível, tendo por base os registros que os poderes públicos têm das pessoas que ali moravam e graças, também, às anotações da Pastoral da Criança, que atua na comunidade há vários anos.

As pessoas de boa vontade que desejarem atender a este nosso apelo, poderão participar desta campanha depositando sua contribuição na conta corrente abaixo indicada.

S O S Incêndio Massaranduba
Banco BRADESCO
Agência 3072-4
Conta Corrente 2187-3

Por uma tolerância universal, generosa e compassiva


No dia 21 de janeiro celebramos o dia de luta contra a intolerância religiosa, iniciativa que está originariamente ligada a Fé Bahia, mas que quer unir a todas as religiões na busca do diálogo e da paz mundial. Este ano a data está indubitavelmente focalizada no bárbaro e cruel atentado a revista Charlie Hebdo em Paris e ao assassinato de seus jornalistas e cartunistas.

Mais uma vez se verifica a letalidade do fanatismo e fundamentalismo religioso, que como disse o Papa Francisco antes de excluírem pessoas contrárias a seu credo do direito a vida expulsam e atentam contra o próprio Deus. Momento propício para fazer ponderações e reflexões oportunas, começando a manifestar que não devemos identificar este terrorismo jihadista com a religião islâmica, pois a grande maioria dos dirigentes e fieis muçulmanos expressaram o repúdio ao ato. Tampouco deve criminalizar-se a migração, ou culpar as etnias não européias pela violência o que significaria um juízo preconceituoso. 

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Homilética: 3º Domingo do Tempo Comum - Ano B: "Deus ama todos os homens e a todos chama à salvação".


“Vinde após mim; eu vos farei pescadores de homens” (Mc 1,17). Estamos ainda no mês de janeiro e, graças a bondade de Deus e a sabedoria da nossa Mãe Igreja, estamos meditando nesses primeiros domingos alguns temas importantíssimos na configuração da própria vida cristã. Hoje o Evangelho nos leva a fazer oração sobre a realidade da vocação.

Deus chamou a cada um de nós – leigos, sacerdotes, religiosos – para sermos pescadores de homens. Sendo isso verdade, não nos esqueçamos de que antes de sermos pescadores nós fomos pescados pelo Senhor. E isso tem uma importância enorme: considerar-se pescado pelo Senhor é saber-se na mesma barca de Cristo governada visivelmente pelo sucessor de Pedro e que navega rumo à eternidade, à santidade, à felicidade. Todos e cada um de nós, ao considerarmo-nos pescados por Cristo, somos conscientes de que a Igreja vai adiante também com a nossa santidade pessoal. Sem dúvida, a Igreja é indefectível, isto é, chegará à escatologia, será fiel até o fim; mas nós, que também somos Igreja, precisamos ser fiéis de verdade, ou seja, santos. O primeiro chamado que Deus nos dirigiu foi a vocação à santidade, chamou-nos desta maneira: “vinde após mim”. Estas palavras significam discipulado, seguimento, imitação fiel, santidade!

Na Igreja todos temos vocação: a universal, à santidade; outra, específica. Esta vocação específica nada mais é que a maneira concreta de realizarmos a vocação universal à santidade: uns se santificarão como leigos no meio do mundo, levando todas as coisas a Deus desde dentro das mesmas realidades temporais; outros, santificar-se-ão através do ministério sacerdotal, no qual se dedicarão inteiramente ao serviço dos seus demais irmãos na fé ministrando-lhes a Palavra de Deus e os Sacramentos da fé, governando o Povo de Deus com a autoridade do próprio Cristo; outros, finalmente, encontram o seu caminho de santidade na vida consagrada através dos conselhos evangélicos de pobreza, obediência e castidade vividos em comunidade e como sinal da vida eterna presente no meio de nós. Em cada uma dessas vocações se deve viver o seguimento do Senhor: vinde após mim! Segue-me com o teu amor e a tua fidelidade!

A vocação é uma realidade norteadora de toda a nossa vida. Quem tem uma meta sente-se motivado a procurar determinados meios para conseguir o objetivo vocacional. Para cada cristão é capital saber o chamado específico que Deus lhe faz: qual é a minha vocação? Pergunta-se a filha ou o filho de Deus interessado no cumprimento da vontade amorosa do seu Pai do céu.

Nesse sentido, é muito importante que os pais ajudem os seus filhos a descobrirem a própria vocação. Uma vez descoberta a vontade do Senhor para um dos seus, os pais devem respeitar o caminho que o Senhor escolheu para eles e que eles aceitaram livremente para a glória de Deus, o bem dos outros e a consecução da própria felicidade. Neste sentido, é interessante notar o fato de que Zebedeu, pai de João e de Tiago, que contava com a ajuda de seus filhos no ofício de pescadores, não os impediu de seguirem Jesus. Gosto de pensar em Zebedeu como um homem bom que, apesar das próprias necessidades laborais, entendia que os seus filhos iam estar muito bem na companhia do Messias, de Jesus Cristo. Também a mulher de Zebedeu será contada entre o grupo daquelas mulheres piedosas que seguiram o Cristo (cf. Mt 27,56).

Ajudados ou não pelos pais, cada pessoa deve sentir-se responsável diante de Deus pela resposta que lhe dá ao chamado feito para segui-lo. Cada um é responsável pela própria vocação e ninguém o substitui na resposta e na conservação do chamado. A grande maioria da juventude será chamada para a vocação laical e matrimonial; alguns serão chamados à entrega a Deus no celibato apostólico. Destes últimos, uns permanecerão no estado laical, outros receberão o sacramento da ordem, outros ainda se dedicarão ao Senhor na vida religiosa. No dia de hoje, vamos pedir ao Senhor que muitos jovens descubram a sua vocação, o sentido das suas vidas, o encanto do seu existir.

Papa diz que deve visitar África e América Latina em 2015


Um balanço da intensa visita às Filipinas e uma série de considerações sobre temas de grande relevo público: da corrupção nas instituições civis e eclesiais ao problema da “colonização ideológica”, da teoria do gênero ao tema da contracepção. Em seguida, uma série de possíveis metas para as próximas viagens apostólicas, África e América Latina, neste 2015. Foram os temas que nortearam o encontro do Papa com os jornalistas, de pouco mais de uma hora, durante o voo de Manila para Roma.

Sobretudo “os gestos”. E o amor genuíno que os acompanhava. Respondendo à pergunta sobre o que trazia das Filipinas, o Santo Padre disse e repetiu ainda, “os gestos”: gestos que me comoveram, porque não eram “protocolares”, porque eram expressão de um “entusiasmo não finto”. “Comovia-me”, sobretudo, acrescentou, quando via um pai levantar o filho sobre a multidão para fazer com que o Papa o abençoasse e ficar feliz por aquela bênção, como se eles quisessem dizer: “este é o meu tesouro, o meu futuro, o meu amor”.

“O gesto da paternidade, da maternidade, do entusiasmo, da alegria (...) Um povo que sabe sofrer, e que é capaz de levantar-se e seguir adiante. Ontem, no conversa que tive com o pai de Crystal, a jovem voluntária que morreu em Tacloban, fiquei edificado (por aquilo que me disse – ndr): “Morreu em serviço”. E buscava palavras para conformar-se, para aceitar isto”.

Os gestos que tocaram o coração de Francisco foram também os dos sobreviventes em Tacloban. “Ver – disse – todo aquele povo de Deus rezar após a catástrofe” me fez sentir “como abatido, a voz quase não me saia”.

O tom de Francisco mudou quando lhe foi perguntado sobre quais viagens apostólicas pensa fazer nos próximos meses. O Como de costume, o Papa respondeu precisando tratar-se de hipótese, possibilidade:

“Respondo hipoteticamente. Mas o plano é ir à República Centro-Africana e Uganda. Estes dois. Este ano. Creio que será em torno do final do ano (...) estão previstos para este ano três países latino-americanos – é tudo ainda como esboço (nada definitivo, ndr) – Equador, Bolívia e Paraguai. Estes três. Para o próximo ano, gostaria de visitar – mas ainda não tem nada previsto – o Chile, Argentina e Uruguai.”