Páscoa (do hebraico Pessach) significa passagem. É
uma grande festa cristã para nós, é a maior e a mais importante solenidade.
Reunimo-nos como povo de Deus para celebrar a Ressurreição de Jesus Cristo, Sua
vitória sobre a morte e Sua passagem transformadora em nossa vida.
O Tempo Pascal compreende cinquenta dias, a partir
do Domingo da Ressurreição até o Domingo de Pentecostes, vividos e celebrados
com grande júbilo. A oitava da Páscoa (oito dias) vivemos como se fosse um só e
único dia festivo, como um grande domingo. A Páscoa é o centro do Ano Litúrgico
e de toda a vida da Igreja. Celebrá-la é celebrar a obra da redenção humana e
da glorificação de Deus, que Cristo realizou quando, morrendo, destruiu a
morte, e, ressuscitando, renovou a nossa vida.
A Páscoa cristã é a celebração da paixão e morte do
Senhor, acontecimento mais importante da obra salvadora de Deus. Assim, a
Ressurreição de Jesus, além de ser a realização plena das profecias bíblicas, é
a prova definitiva e irrefutável de que o Senhor Jesus é realmente Deus, o
messias enviado pelo Pai. A páscoa de Jesus expressa o infinito amor e total
generosidade do Filho de Deus para com a humanidade. É, portanto, a festa da
gratuidade, do amor (doação) e da bondade sem limites. Deus nos ama não porque
somos bons ou porque merecemos, mas porque Ele é a essência do amor, da bondade
sem limites que se irradia e que se manifesta em Jesus para todos os homens,
sobretudo, para os pecadores.
A vida é a expressão do amor de Deus! Por isso,
hoje somos chamados a retribuir este amor, vivendo na obediência a Deus, na
humildade e generosidade, a exemplo de Jesus. Numa sociedade mercantilista e
consumista marcada pelo “toma lá dá cá”, precisamos cultivar a espiritualidade
da gratidão a Deus na gratuidade das ações. Todo bem que fazemos para os irmãos
neste mundo, é pouco diante daquilo que Deus fez por nós. Ele nos amou
primeiro, nos criou, nos deu o seu Filho que morreu na cruz e, ainda, cuida de
nós com tanto carinho na cotidianidade da vida. O salmista confirma esta
verdade da gratuidade, rezando: “vendo a lua e estrelas brilhantes,
perguntamos: Senhor, que é o homem, para dele assim vos lembrardes e o
tratardes com tanto carinho”? (SL8,5). Portanto, devemos ser pessoas
agradecidas, louvando o Senhor pela Sua misericórdia e Seu Amor para conosco.