sexta-feira, 17 de abril de 2015

Carta Aberta ao público brasileiro: Gente decente não assiste Babilônia.


Babilônia veio para mudar. Veio para mudar a percepção que as famílias tem sobre telenovelas: será que finalmente os brasileiros caíram em si? Percebem agora o mal real, profundo e irreversível que essas programações causam às famílias cristãs e ao futuro de nossas crianças?

Se você concordar com pelo menos 5 dos motivos abaixo, significa que você está convencido a não assistir à mais nova História de Falta de Pudor das 21h:

10 motivos pelos quais você não deve assistir Babilônia:

1)  Não retrata a vida real, coisa nenhuma

“Se não gosta, muda de canal. As novelas não mostram nada além da realidade”.

Você certamente já viu ou ouviu essa frase depois de fazer ou ver alguém fazendo uma crítica à alguma novela, certo?

Então vamos lá:

A - Não é porque você não tem sua casa invadida por ladrões que você vai querer que seu vizinho tenha e que não deve fazer nada para ajudá-lo.

Então, não é porque você não assiste novela que você não pode criticá-la e tentar abrir os olhos de outras famílias do mal terrível que elas estão recebendo de portas, janelas, olhos e cabeça abertas.

B - O argumento de que novela “não mostra nada além da realidade” é o mais impensado que um telespectador assíduo pode usar.

Já que estamos falando de Babilônia, vamos usá-la como exemplo:

Quantas pessoas você conhece que batem na própria mãe? Quantas pessoas você conhece envolvidas com prostituição? Quantas pessoas você conhece que sofrem um aborto espontâneo e ficam felizes?

Poucas? Bom, essas características envolvem apenas uma das personagens da trama, Alice, vivida por Sophie Charlotte.

Nota sobre a personagem: como prostituta, ela fará programas com personagens que são pai e filho na trama. Embrulhou o estômago? Só vai piorar...

Ela é uma exceção, não uma regra. Ela é uma personagem que reúne diversos aspectos negativos numa pessoa só.

Não é que a novela retrata a vida real. Ela usa perfis reais e muda as suas características mais representativas para fazer do personagem uma generalização daquele perfil. A maioria das moças com problemas familiares não são como Alice, mas a novela quer que seja. Pior: quer que todo mundo acredite que seja.

Novas Mudanças na Missa



INTRODUÇÃO

O Concílio Vaticano II, através da Constituição sobre a Sagrada Liturgia Sacrosanctum Concilium consagrou o princípio da renovação permanente e da necessidade de uma permanente reforma da Sagrada Liturgia, "pois a Liturgia consta de uma parte imutável, divinamente instituída, e de partes suscetíveis de mudança. Estas, com o correr dos tempos, podem ou mesmo devem variar, se nelas se introduzir algo que não corresponda bem à natureza íntima da própria Liturgia, ou se estas partes se tornarem menos aptas"1. Os ritos ou a expressão significativa da Liturgia devem adaptar-se às necessidades de cada tempo para que os mistérios celebrados possam ser compreendidos e vividos pela Igreja celebrante. A reforma litúrgica não foi encerrada para sempre.

Assim se compreende que, após a grande reforma promovida pelo Concílio, haja sempre a necessidade de se retocar os ritos para facilitar a participação frutuosa dos fiéis.

Aqui se trata do centro de toda a Liturgia cristã, a Celebração eucarística ou da Ceia do Senhor que chamamos Missa. O Missal Romano foi profundamente reformado pela Constituição Apostólica Missale Romanum de Paulo VI que aprovava a Institutio Generalis Missalis Romani com o Ordo Missae. Publicou-se, em seguida, a edição típica do Missale Romanum, em 1970, cuja tradução portuguesa para o Brasil apareceu em 1973. Passados apenas cinco anos, foi publicada a segunda edição típica do Missal Romano com pequenas mudanças e alguns acréscimos. Sua tradução com algumas adaptações para o Brasil apareceu apenas em 1993, onde foram consideradas também as exigências do novo Código de Direito Canônico.

Mas, de 1975 ao ano de 2000, o Magistério central da Igreja a quem pertence em primeiro lugar a regulamentação da Sagrada Liturgia2, decretou uma série de orientações a respeito do Missal Romano, que agora foram incorporadas na terceira edição típica da Instrução Geral sobre o Missal3. À luz destas normas da legislação litúrgica posterior à primeira edição típica do Missal Romano, será reeditada a terceira edição típica de todo o Missal com repercussão particularmente sobre as rubricas do Ordinário da Missa.

Esperavam-se algumas mudanças mais profundas no Ordinário da Missa, particularmente referentes ao Rito penitencial e à localização da saudação da paz. Isso não aconteceu na atual edição típica. Em geral, o novo documento mantém os princípios do anterior Missal Romano. Trata-se antes de incorporar a legislação já existente e de adições, de insistências, de pequenas mudanças e acréscimos, especificações que permitem esclarecer ou enfatizar alguns conceitos e, a meu ver, de alguns retrocessos.

Para muitos certas mudanças apresentadas na nova Instrução Geral poderão constituir até novidades.

I. NOVIDADES

As novidades propriamente ditas são poucas. Eis as mais significativas:

Abolição do altar voltado para a parede. - O Missal Romano ainda permitia o altar voltado para a parede, sobretudo em igrejas antigas. Agora se exige o altar voltado para o povo. Assim o altar deverá estar separado da parede, permitindo a locomoção do celebrante e dos ministros na celebração (cf. n. 299).

A posição do tabernáculo. - O tabernáculo não pode mais estar sobre ou embutido no altar da celebração eucarística. É de singular importância que o Santíssimo esteja numa capela reservada, ou no sacrário separado do altar da celebração. Numa capela, esta deverá estar conectada com a igreja e acessível aos fiéis. Se, ao contrário, se utiliza o sacrário no lugar da celebração, este não deverá estar no altar onde se celebra a Missa, sendo que a decisão sobre a colocação do sacrário pertence ao juízo do bispo diocesano (cf. n. 314-315). Se a Eucaristia se encontra no sacrário, aqui, sinônimo de presbitério, o sacerdote, o diácono e outros ministros fazem uma genuflexão, quando se aproximam ou abandonam o altar, salvo durante a celebração da missa. Mas, os que não estão envolvidos na celebração da missa, deverão fazer a genuflexão, cada vez que passam diante do altar do Santíssimo Sacramento. Aqui parece tratar-se, do altar do Santissimo Sacramento e não do tabernáculo situado atrás do altar. Portanto, o sacerdote, o diácono e todos os ministros só fazem genuflexão ao Santíssimo ao chegar ao altar no início da Celebração eucarística e no fim (cf. n. 274).

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Feliz Aniversário, Papa Emérito Bento XVI!



O Papa Emérito Bento XVI completa hoje 88 anos e o Santo Padre Francisco ofereceu a Missa em Santa Marta nesta intenção.

Francisco disse: "Quero recordar que hoje é o aniversário do Papa Bento XVI. Eu ofereci a missa por ele e também convido a todos a rezarem por ele, para que o Senhor o ajude e lhe dê muita alegria e felicidade".

Conforme notícia da Rádio Vaticano, o Papa Ratzinger passará estes dias em clima de recolhimento e oração no mosteiro Mater Ecclesia, no Vaticano, onde vive desde o anuncio de sua renúncia em 11 de fevereiro de 2013.

Joseph Ratzinger foi eleito Papa em 19 de abril de 2005, após a morte de João Paulo II.


O Papa Francisco disse várias vezes que ter Bento XVI no Vaticano é como ter um avô sábio em casa.
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ZENIT

Declaração conjunta do Papa João Paulo II e do Patriarca Ignacios Zakka I Iwas


DECLARAÇÃO COMUM ENTRE O PAPA JOÃO PAULO II E
MORAN SS. MAR IGNATIUS ZAKKA Ir IWAS


1. O Papa João Paulo II, Bispo de Roma e Papa da Igreja Católica, e o Moran Mar Ignatius Zakka SS 1º Iwas, Patriarca de Antioquia e de todo Oriente Chefe Supremo da Igreja Universal Ortodoxa Síria ajoelhando-se humildemente diante do trono de glória do nosso Senhor Jesus Cristo, dando graças a Deus pela oportunidade maravilhosa que lhes deu em conhecer no seu amor para o aprofundamento das relações entre as duas Igrejas irmãs, a Igreja de Roma e da Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia, já possuindo excelentes relações com a iniciativa conjunta da Sua Santidade, de abençoada memória, o Papa Paulo VI e o Patriarca Mar Ignatius Moran Jacob III.

2. Papa e o Patriarca deseja afirmar solenemente por tudo o que os une já em profunda comunhão espiritual, eles e os bispos, sacerdotes e fiéis de suas igrejas, para fortalecer ainda mais esses laços de fé, esperança e amor e, gradualmente, retomar a vida comum completa eclesial.

3. Primeiro: a sua Santidade confessa a fé de ambas as igrejas feitas pelo Concílio de Nicéia, em 325, expressas em Credo Niceno-Constantinopolitano. As confusões e cismas que ocorreram nos séculos seguintes entre as duas igrejas - eles reconhecem hoje - não atingem a substância da sua fé, uma vez que estas só surgiram por causa das diferenças na terminologia, diferenças culturais, diversas fórmulas adotadas pelas diferentes escolas teológicas para exprimir a mesma realidade. Assim, não encontramos hoje nenhuma base real para as divisões e tristes cismas que ocorreram posteriormente entre as duas Igrejas sobre a doutrina da Encarnação. Em palavra e ação, eles confessam a verdadeira doutrina acerca de Cristo, nosso Senhor, não obstante as diferenças na interpretação da doutrina, que teve lugar na época do Concílio de Calcedônia. 

Por que a Igreja proíbe a união gay?


Aquilo que a Igreja ensina sobre o matrimonio e sobre a complementaridade dos sexos propõe uma verdade, evidenciada pela reta razão e reconhecida como tal por todas as grandes culturas do mundo. O matrimonio não é uma união qualquer entre pessoas humanas. Foi fundado pelo Criador, com uma sua natureza, propriedades essenciais e finalidades.(3) Nenhuma ideologia pode cancelar do espírito humano a certeza de que só existe matrimonio entre duas pessoas de sexo diferente, que através da recíproca doação pessoal, que lhes é própria e exclusiva, tendem à comunhão das suas pessoas. Assim se aperfeiçoam mutuamente para colaborar com Deus na geração e educação de novas vidas.

3. A verdade natural sobre o matrimónio foi confirmada pela Revelação contida nas narrações bíblicas da criação e que são, ao mesmo tempo, expressão da sabedoria humana originária, em que se faz ouvir a voz da própria natureza. São três os dados fundamentais do plano criador relativamente ao matrimónio, de que fala o Livro do Génesis.

Em primeiro lugar, o homem, imagem de Deus, foi criado « homem e mulher » (Gn 1, 27). O homem e a mulher são iguais enquanto pessoas e complementares enquanto homem e mulher. A sexualidade, por um lado, faz parte da esfera biológica e, por outro, é elevada na criatura humana a um novo nível, o pessoal, onde corpo e espírito se unem.

Depois, o matrimonio é instituído pelo Criador como forma de vida em que se realiza aquela comunhão de pessoas que requer o exercício da faculdade sexual. « Por isso, o homem deixará o seu pai e a sua mãe e unir-se-á à sua mulher e os dois tornar-se-ão uma só carne » (Gn 2, 24).

Por fim, Deus quis dar à união do homem e da mulher uma participação especial na sua obra criadora. Por isso, abençoou o homem e a mulher com as palavras: « Sede fecundos e multiplicai-vos » (Gn 1, 28). No plano do Criador, a complementaridade dos sexos e a fecundidade pertencem, portanto, à própria natureza da instituição do matrimonio.

Além disso, a união matrimonial entre o homem e a mulher foi elevada por Cristo à dignidade de sacramento. A Igreja ensina que o matrimonio cristão é sinal eficaz da aliança de Cristo e da Igreja (cf. Ef 5, 32). Este significado cristão do matrimonio, longe de diminuir o valor profundamente humano da união matrimonial entre o homem e a mulher, confirma-o e fortalece-o (cf. Mt 19, 3-12; Mc 10, 6-9).

4. Não existe nenhum fundamento para equiparar ou estabelecer analogias, mesmo remotas, entre as uniões homossexuais e o plano de Deus sobre o matrimónio e a família. O matrimonio é santo, ao passo que as relações homossexuais estão em contraste com a lei moral natural. Os atos homossexuais, de fato, « fecham o ato sexual ao dom da vida. Não são fruto de uma verdadeira complementaridade afectiva e sexual. Não se podem, de maneira nenhuma, aprovar ».(4)

Na Sagrada Escritura, as relações homossexuais « são condenadas como graves depravações… (cf. Rm 1, 24-27; 1 Cor 6, 10; 1 Tm 1, 10). Desse juízo da Escritura não se pode concluir que todos os que sofrem de semelhante anomalia sejam pessoalmente responsáveis por ela, mas nele se afirma que os atos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados ».(5) Idêntico juízo moral se encontra em muitos escritores eclesiásticos dos primeiros séculos,(6) e foi unanimemente aceito pela Tradição católica.

Também segundo o ensinamento da Igreja, os homens e as mulheres com tendências homossexuais « devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Deve evitar-se, para com eles, qualquer atitude de injusta discriminação ».(7) Essas pessoas, por outro lado, são chamadas, como os demais cristãos, a viver a castidade.(8) A inclinação homossexual é, todavia, « objectivamente desordenada »,(9) e as práticas homossexuais « são pecados gravemente contrários à castidade ».(10) 

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Papa identifica retrocesso na teoria do gênero


PAPA FRANCISCO

AUDIÊNCIA GERAL
Quarta-feira, 15 de Abril de 2015

«Deus criou o ser humano à sua imagem: criou-os homem e mulher». Esta afirmação da Sagrada Escritura diz-nos que não só o homem em si mesmo é imagem de Deus, nem só a mulher em si mesma é imagem de Deus, mas também o homem e mulher, como casal, são imagem de Deus. A diferença entre o homem e a mulher não tem em vista a contraposição nem a subordinação, mas a comunhão e a geração, e isto sempre à imagem e semelhança de Deus. A propósito, a cultura moderna gerou muitas dúvidas e criou muito cepticismo. Pergunto-me se a chamada teoria do gênero não seja expressão de uma desistência e frustração, negando a diferença sexual porque não sabe entender-se com ela. A remoção da diferença é o problema, não a solução. Para resolver os seus problemas de relação, o homem e a mulher devem mutuamente falarem-se mais, ouvirem-se mais, conhecerem-se mais e amarem-se mais. Deus confiou a terra à aliança do homem e da mulher: a falência desta aliança gera a aridez dos afectos no mundo e obscurece o céu da esperança. Por isso, é grande a responsabilidade que têm todos os crentes de descobrir e dar a conhecer a beleza do desígnio criador de Deus. A terra enche-se de harmonia e confiança, quando a aliança entre o homem e a mulher é vivida como deve ser. E, se o homem e a mulher a procurarem juntos entre si e com Deus, sem dúvida que a encontram.

Homilética: 3º Domingo da Páscoa - Ano B: "Testemunhando a fé no nome de Jesus ressuscitado".


Hoje, no terceiro Domingo da Páscoa, encontramos Jesus ressuscitado que se apresenta no meio dos discípulos (Lc 24, 36), os quais, dominados pelo espanto e cheios de temor, julgavam ver um espírito (Lc 24, 37). Escreve Romano Guardini: “O Senhor mudou. Já não vive como antes. A sua existência… a sua vida inteira, o destino atravessado, a sua Paixão e a sua Morte. Tudo é realidade. Ainda que mudada, é sempre realidade tangível”. Visto que a Ressurreição não cancela os sinais da Crucifixão, Jesus mostra aos Apóstolos as mãos e os pés. E para os convencer, pede até algo para comer. Então os discípulos “deram-lhe um pedaço de peixe assado; e, tomando-o, comeu diante deles” (Lc 24, 42-43).

Que alegria! Voltar a ver o Mestre. Foram os discípulos de Emaús que disseram: “não se nos abrasava o coração quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?” (Lc 24,32). Quando eles ainda estão conversando sobre o que tinha acontecido com eles no caminho, Jesus aparece e lhes deseja a paz; ele continua a explicar-lhes sem interromper o argumento: “Isto é o que vos dizia quando ainda estava convosco: era necessário que se cumprisse tudo o quede mim está escrito na Lei de Moisés, nos profetas e nos salmos” (Lc 24,44).

Observe-se o seguinte: Jesus fala com eles recordando-lhes diretamente as profecias do Antigo Testamento e, indiretamente, as maravilhas de Deus outrora operadas. Isto é, as grandes obras que Deus operou noutros tempos continuam sendo uma referência para falar do Messias Salvador, que é Jesus Cristo. Contudo, o Antigo Testamento ganha todo o seu esplendor somente quando interpretado desde Cristo, é ele quem faz a interpretação das antigas escrituras de Israel. Neste sentido, o Concílio Vaticano II afirmou que “Deus, inspirador e autor dos livros dos dois Testamentos, dispôs sabiamente que o Novo Testamento estivesse escondido no Antigo, e o Antigo se tornasse claro no Novo” (DV 16). Na verdade, toda a Bíblia só tem sentido como revelação divina em Cristo e na Igreja. Desvincular a Escritura Sagrada de Cristo e da Igreja é transformá-lo num mero livro de literatura.

Os discípulos de Emaús contaram o que tinha acontecido no caminho e como haviam reconhecido Jesus na fração do pão. 

Também nós encontramos o Senhor na Celebração Eucarística. Explica São Tomás de Aquino que “é necessário reconhecer segundo a fé católica, que Cristo está inteiramente Presente neste Sacramento, (…) porque a divindade deixou o corpo que adquiriu” (S. Tomás, lll, q. 76, a. 1).

A Eucaristia, o lugar privilegiado no qual a Igreja reconhece “o Autor da Vida” ( At 3, 15 ), é “a Fração do Pão”, como é chamada nos Atos dos Apóstolos.

Os discípulos falavam ainda, quando o próprio Jesus se apresentou no meio deles e disse: “A paz esteja convosco”. Diante da dúvida dos discípulos, Jesus lhes mostra as chagas das mãos e dos pés. Pede-lhes, enfim, de comer. Apresentam-lhe um pedaço de peixe assado. Jesus o tomou e comeu diante deles.

A seguir passa a interpretar as Escrituras: “Era preciso que se cumprisse tudo o que está escrito sobre mim na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos”. Então abriu-se-lhes a mente para que entendessem as Escrituras, e disse-lhes: “Assim está escrito que o Messias devia sofrer e ressuscitar dos mortos ao terceiro dia, e que, em seu nome, fosse proclamada a conversão para a remissão dos pecados a todas as nações, a começar por Jerusalém. Vós sois testemunhas disso”.

Esta missão impossível é aquilo que vemos realizar-se no trecho bíblico de At 3, 13-19. Na manhã de Pentecostes, Pedro diz ao povo de Jerusalém: Matastes o Príncipe da Vida, mas Deus o ressuscitou dentre os mortos: disso nós somos testemunhas […]. Arrependei-vos, portanto, convertei-vos, para que vossos pecados sejam apagados. Embora tendo ficado poucos e sozinhos, com o encargo de pregar o Evangelho em todo o mundo (Mc 16,15), os apóstolos não desanimam; sabiam que sua missão era uma só: dar testemunho do que tinham ouvido e visto cumprir-se em Jesus de Nazaré; o resto o teria feito Ele mesmo agindo junto com eles e confirmando Sua Palavra com os prodígios (At 1,22). A este Jesus, Deus o ressuscitou: do que todos nós somos testemunhas é o resumo de sua pregação (At 2,32; 5,15; 10, 40). Nós vimos a Vida e lhe damos testemunho ( 1Jo 1,2).

Esse testemunho levou a todos, um depois do outro, ao martírio; no entanto, porém, em poucos decênios se cumpriu aquilo que antes parecia uma missão impossível aos homens a divulgação do Evangelho em todo o mundo, fazendo discípulos todos os povos.

Os Apóstolos não demoraram a descobrir que não estavam sozinhos para dar testemunho de Jesus; outra testemunha, silenciosa, mas irresistível, se unia a eles toda vez que falavam de Jesus, o Espírito Santo: Deste fato nós somos testemunhas, nós e o Espírito Santo, que Deus concedeu a todos aqueles que lhe obedecem (At 5,32). O Espírito da Verdade, que procede do Pai- tinha predito Jesus -, ele dará testemunho de mim. Também vós dareis testemunho (Jo 15,26).

Ser testemunha é conhecer, viver e anunciar a mensagem de amor, que Cristo trouxe.

A Ressurreição de Jesus, no Evangelho, aparece como um fato real, mas assim mesmo os apóstolos não conseguiam acreditar facilmente. O caminho foi longo, difícil, penoso, carregado de dúvidas e incertezas.

A Ressurreição de Cristo é o acontecimento central do Cristianismo, verdade fundamental que se deve reafirmar com vigor em todos os tempos, porque negá-la como se tentou fazer de várias formas, e ainda se continua a fazer, ou transformá-la num acontecimento meramente espiritual, significa banalizar a nossa própria fé. “Mas se Cristo não ressuscitou, vã é a nossa pregação, e vã nossa fé” (1 Cor 15, 14).

O caminho espiritual para chegar à fé continua o mesmo.

“Tocai em mim”, diz Jesus. O gesto de tocar nos ensina que o encontro dos discípulos com Jesus ressuscitado foi um fato real e palpável.

Também o Ressuscitado revela o sentido profundo das Escrituras.

Cada um de nós, a comunidade, deve reunir-se com Jesus ressuscitado para escutar a Palavra, que sempre ilumina a nossa vida e nos ajuda a descobrir os caminhos de Deus na história…

Os discípulos recebem a MISSÃO de serem testemunhas de tudo isso…

A raiz da Missão é o Encontro com o Ressuscitado e a compreensão das Escrituras.

Cristo continua precisando, ainda hoje, de testemunhas…

O Concílio Vaticano II fala dos bispos e sacerdotes como “testemunhas de Cristo e do Evangelho” (LG, 21.25).

Porém, referindo-se aos leigos diz que eles também são testemunhas da Ressurreição de Cristo. “Cada leigo deve ser diante do mundo uma testemunha da Ressurreição e da vida de Jesus, um sinal do Deus vivo” (LG 38).

Todos somos chamados a ser testemunhas da presença do Ressuscitado, através de nossas palavras e ações.

Cristo, ainda hoje, continua nos lembrando: “Vocês também devem ser minhas testemunhas!”

terça-feira, 14 de abril de 2015

O fato da Ressurreição


A revista VEJA da Semana da Páscoa (8 de abril de 2015) trouxe interessante reportagem sobre a Ressurreição de Jesus, “o grande dogma do cristianismo”, ressaltando que a comemoração do domingo de Páscoa reafirma o poder da fé na Ressurreição do Filho de Deus morto na Cruz, “ideia”, constata a reportagem, “que se fortalece com a passagem dos milênios”. E pergunta: “por que, depois de pouco menos de 2000 anos, a crença na ressurreição de Jesus Cristo, um dos mais extraordinários mistérios da fé, ainda exerce efeito tão arrebatador?” E constata que, se nada houvesse ocorrido na Páscoa daquele ano, ou seja, se a Ressurreição do Senhor não fosse um fato extraordinário atestado e comprovado, não se conseguiria explicar a miraculosa e extraordinária expansão do cristianismo diante de tantas forças contrárias do paganismo.

Houve tentativas modernas de se negar a Ressurreição de Jesus como fato histórico. Segundo algumas dessas teorias, Jesus teria ressuscitado “dentro do Kerigma”, segundo a fórmula de Rudolf Bultmann, famoso teólogo protestante, ou seja, a ressurreição significaria apenas que os discípulos haviam reconhecido que “a causa de Jesus continua”! Por isso, torna-se muito elucidativa para nós a tese de Heinrich Schlier, discípulo de Bultmann, sobre a Ressurreição de Jesus, provando o fato histórico, base da fé cristã.

Heinrich Schelier era pastor luterano, professor de exegese na Alemanha, e, depois, fez parte da “Igreja confessante”, ou seja, a parte da comunidade evangélica alemã que tentava salvaguardar a substância cristã do luteranismo, não aceitando que esse se desintegrasse no movimento que apoiava o nazismo. Depois da guerra, lecionou Novo Testamento e História da Igreja na Faculdade Teológica Evangélica de Bonn. Em 1953, para surpresa do seu mestre Bultmann, converteu-se à Igreja Católica e disse que sua conversão ocorrera de uma forma completamente protestante, ou seja, a partir de sua relação com a Escritura, segundo nos conta Ratzinger. Em 24 de outubro de 1953, foi recebido na Igreja Católica. No dia seguinte, recebe a primeira comunhão e, depois, a confirmação. Tem inúmeras obras teológicas, especialmente essa sobre a Ressurreição de Jesus, prefaciada pelo então Cardeal Joseph Ratzinger.