quinta-feira, 30 de abril de 2015

A CNBB e a Reforma Política; o Papa e o Comunismo.


“Por alguma fissura a fumaça de Satanás entrou no templo de Deus.” 
- Papa Paulo VI

AS CONTRADIÇÕES DA CNBB

Todos sabemos que a nova presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) tomou posse na manhã da sexta-feira, dia 24 de abril de 2015, durante a sessão de encerramento da 53ª Assembleia Geral (AG) da entidade, iniciada no dia 15 do mesmo mês, em Aparecida (SP). Também tomaram posse os doze presidentes da Comissões Episcopais. Na ocasião, a CNBB publicou uma nota sobre o momento nacional, nela “os bispos falam da necessidade de se retomar o crescimento econômico sem trazer prejuízo à população, aos trabalhadores e, principalmente, aos mais pobres. Refere-se à lei que permite a terceirização do trabalho, em tramitação no Congresso Nacional, com tendência a restringir os direitos dos trabalhadores. Recordam que os povos indígenas até hoje não receberam reparação das injustiças que sofreram desde a colonização do Brasil (demarcação e homologação das terras, e o fim dos conflitos). Insiste que a redução da maioridade penal não é solução para a violência que grassa no Brasil. E defende uma Reforma Política que atinja as entranhas do sistema político brasileiro. Apartidária, a proposta da Coalizão pela Reforma Política Democrática e Eleições Limpas, da qual a CNBB é signatária, se coloca nessa direção”. (Palavras de dom Pedro Luiz Stringhini, bispo de Mogi das Cruzes), disponíveis aqui.

Após as leituras das notas, os jornalistas puderam fazer perguntas ao eleito presidente e secretário geral da CNBB, dom Sérgio da Rocha, bispo da Arquidiocese de Brasília sobre as acusações de atitudes favoráveis ao partido do governo PT. Na ocasião, dom Sérgio respondeu:

“Nós deixamos muito claro que a CNBB, na sua história e no momento presente tem sempre se pautado por aquilo que é a Doutrina Social da Igreja. Nós temos sim o dever de nos pronunciar sobre as questões sociais e fazemos isso sempre na fidelidade a Cristo, iluminados pela palavra dele. A palavra da Igreja é profética, é de anúncio é de denúncia, sempre fundamentada na palavra de Deus. É a palavra de Deus que está sendo proclamada nas condições concretas do nosso tempo, do nosso país. De nossa parte, nós não temos adotado e não queremos adotar nenhuma posição que seja político-partidária. E no caso da Reforma Política, até mesmo existem outros projetos diversos daquele que a Coalizão, da qual a CNBB participa, está propondo. Então não é justo, às vezes as pessoas não estão muito atentas aos detalhes, às vezes vão misturando as coisas. Por exemplo, o fato da Igreja falar da reforma política, mostrar a importância da palavra política não quer dizer que esteja adotando uma posição que seja do governo que aí está ou então de um partido ou outro. Nós fazemos isso [falar da reforma política], com sentimento de corresponsabilidade e de responsabilidade na vida social. Eu deixo muito claro que se há equívocos, a gente respeita, até mesmo pessoas que possam ter uma postura mais crítica, mas, de nossa parte, aquilo que tem sido e que continuará a ser é uma postura de autonomia, de independência diante daquilo que é posição político-partidária. Lamentavelmente, às vezes, acaba-se confundindo as coisas dependendo daquilo que se fala”. Essa entrevista está disponível no site da CNBB.


No entanto, o que não faz sentido é que as palavras pronunciadas pela CNBB parecem não corresponder com a prática. Vejamos por que:

JOVEM É AGREDIDO NA PUC 
POR DEFENDER POSIÇÃO DA IGREJA

No dia 24 de abril de 2015, mesmo dia em que a nova presidência da CNBB foi empossada, a Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Goiás, recebeu o secretário da CNBB, Daniel Seidel, que foi encarregado de fazer propaganda do projeto de reforma política que faz parte do projeto de poder comunista do PT. No encontro havia representantes de vários movimentos sociais defendidos por partidos comunistas como o PT e também uma pequena representação de um grupo de católicos que não se intimidaram em condenar tal ação acontecendo em um espaço que pertence à Igreja Católica, que condena todo e qualquer movimento ligado diretamente ao comunismo. Transcrevemos abaixo parte das falas e o desenrolar da discussão:

“Olhando para a conjuntura que estamos atravessando, cada vez, vou me convencendo mais de que talvez nós tínhamos que dar um passo a mais: em vez de discutirmos reforma, talvez começarmos a discutir REVOLUÇÃO. Não há caminho para fazer as mudanças necessárias, fazer nosso ajuste de contas por caminhos de reformas. Todas as reformas têm um limite, tem um limite para a gente avançar. No fundo, no fundo, o que nós queremos é uma superação do sistema”. (Trecho do discurso do representante do MST).

“Nós temos de tomar juízo, vergonha na cara, e nos dedicarmos a esta coleta de assinaturas.  Por que eu digo isto? Porque, na verdade, nós não estamos querendo só a reforma política. A reforma política vai dar margem para a reforma tributária, vai dar margem para outras reformas necessárias para repartir. Porque, até então, nesses 12 primeiros anos de governo popular no Brasil, nós tivemos avanços importantes acontecendo, mas só que nós chegamos ao limite, e hoje nós temos que distribuir a riqueza que a classe trabalhadora produz nesse nosso país. Agora, a gente só distribui a riqueza com reforma tributária. Não dá mais para frcar apenas com os importantíssimos programas sociais que existem: o povo quer mais, e quer avançar para uma economia mais igualitária. Agora, para isso, precisa reformar o sistema político brasileiro”. (Trecho do discurso de Daniel Seidel, secretário da CNBB).

Católico 1: Secretário Daniel, eu peço a palavra por um segundo. O Reitor da PUC não está aqui não? Ele não vai dar uma palestra, nem nada? Não? ...Não estava aqui? É porque o senhor está representando a CNBB, certo?

Secretário da CNBB: Eu vim pela coalizão da reforma política.

Católico 1: Existe algum grupo de igreja aqui? Da Igreja?

Secretário da CNBB: Pela CNBB, sou eu.

Católico 1: Sem ser a CNBB, do pessoal daqui de Goiânia mesmo.

Comunista 1: Não, não se inscreveram. Dos que estão ouvindo, tem alguma instituição ligada à Igreja?

(silêncio)

Católico 1: Porque eu queria entender uma coisa...

Secretário da CNBB: Mas eu posso dar sequencia, então?

Católico 1: Não, não, porque eu queria entender uma coisa: Como é que uma instituição católica permite uma bancada formada só de excomungados? Isso que eu queria entender. Inclusive o senhor que é representante da CNBB. Isso que eu queria entender. Aqui ó, Decreto Contra o Comunismo, 1949, assinado pelo Papa Pio XII: “Todo católico que apoia o movimento comunista está automaticamente excomungado”. Bancada de excomungados! Bancada de excomungados! Eu quero entender isso, eu quero entender como é que a CNBB, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil... Que educado o que? Vocês querem fazer revolução armada! Vocês querem fazer revolução armada, mas falam de educação. Se está pregando revolução armada, é porque quer matar as pessoas. Quer matar fazendeiro! Quer matar empresário! Pede vocês para sair. Eu estou na minha casa: Isso aqui existe em função da Igreja Católica, que já condenou todos esses movimentos, um por um. [...] Que agredi o que? Quem agride as pessoas são vocês. A manifestação contra o PT teve 2 milhões de pessoas, e não teve um caso de agressão. Só quem agride é o pessoal da CUT, é o pessoal do MST. São só vocês que agridem as pessoas na rua.

Comunista 1: Vamos terminar a exposição e você terá direito à fala, porque aqui é democrático. Agora, você tem que respeitar a democracia. Democracia exige ordem, ordem.

Católico 1: Não há democracia quando se prega revolução armada. Não há democracia no socialismo. Não vem inventar moda. Não, não vem inventar moda.

Católico 2: Isso aqui é uma instituição privada da Igreja Católica, que condena esses movimentos.

Católico 1: Existe um documento da Igreja que excomunga comunistas. Existe um documento da Igreja que excomunga todo mundo que tem parte com socialismo. [...]

Comunistas [gritando em coro]: FORA, FORA!!!

Católicos: EXCOMUNGADOS! EXCOMUNGADOS!!!
[...]

Católico 1: Sai você rapaz, eu to na Igreja, eu sou católico.

Católico 2: Vocês são excomungados e estão usando de uma desonestidade intelectual monumental: usando o espaço católico para pregar algo contra o catolicismo. [...]

Católico 3: Ei vai ficar olhando? Ei CNBB, vai ficar olhando?

Professora da PUC dirigindo-se ao Católico 1: [...] Moleque, desrespeitoso, eu quero que me agrida! Me agrida!

Católico 1: Não vou que eu não sou de esquerda. Quem agride é comunista. Quem agride é comunista.

Professora da PUC dirigindo-se ao Católico 1: Desrespeitoso, desrespeitoso, moleque! Desrespeitoso, saia daqui. Moleque! Eu sou professora daqui, eu sou professora daqui. [...] Saia daqui, moleque.

[...]

Católico 2: Ele foi agredido, ele foi agredido, ele não agrediu ninguém. Vocês não tem direito de usar o espaço católico...

Comunista 2: Eu sou católico.

Católico 2: Não, você não é católico. Você apoia isso aí, você não é católico.

Católico 4 [Dirigindo-se ao secretário da CNBB]: Você deveria ter vergonha, ó, vergonha disso aí, olha aqui: Decreto contra o Comunismo...  [...]

Comunista 2: O papa apoia a CNBB no Brasil...

Comunistas [gritando em coro]: Reforma política, deixa acontecer, eu quero ver o povo e as mulheres no poder!
[...]

Toda a confusão acima está disponibilizada em vídeo e vocês podem conferir logo abaixo:


A recompensa


É comum a qualquer ser humano, ao realizar uma obra de valor, ser lembrado e ser reconhecido pelos demais. Não são todos os que se dedicam a certas obras de valor no anonimato, não se importando com elogios ou recompensas. Essas são pessoas que descobriram o outro lado da medalha. Fazem tudo por amor e não por louvor.

E a sociedade tem seus critérios próprios para avaliar as pessoas e suas ações. Para a sociedade uma pessoa bem sucedida e importante seria aquela que tem dinheiro suficiente para realizar seus projetos e seus sonhos. Seria alguém cercado e admirado por amigos ricos e poderosos. Seria alguém invejado por seus talentos e posses. Seria alguém que diz e faz o que lhe apetecer, mesmo pisando sobre princípios morais e éticos. Seria alguém que expõe sua vaidade em tudo o que realiza.

Doutra parte existem os critérios de Deus. Deus não olha a fama, o poder, o dinheiro e o orgulho. Respeita tudo isso e continua concedendo graças para que chegue um dia a reconhecer e colocar tudo a serviço da vida e da dignidade do ser humano. E compreenda que a fartura material terá valor se colocada a serviço do Reino.

Para Deus tem valor quem souber amar a cada irmão e irmã como o próprio Deus ama. Tem valor quem se mostrar solidário com os pobres, com os desempregados, com os migrantes por serem vítimas da injustiça e da exploração.

Para Deus tem valor quem der assistência aos doentes e aos idosos, especialmente aqueles que sobrevivem com aposentadorias de miséria sem possibilidades de adquirir os remédios indispensáveis à sua saúde.

Para Deus tem valor quem, na simplicidade e na boa vontade, socorrer e confortar as pessoas ou famílias que passam por momentos difíceis, seja na parte financeira ou seja no que se refere à saúde. 

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Arquidiocese de Salvador presta solidariedade às famílias desabrigadas



A Cidade de Salvador vive um momento de sofrimento e dor, causados pelas enchentes dos últimos dias e pelos deslizamentos ocorridos em vários bairros. Vendo o drama de pessoas, famílias e comunidades inteiras, vem-me à lembrança a parábola do Bom Samaritano, contada por Jesus a um doutor da Lei. Diante da pergunta: “Quem é o meu próximo?”, Jesus lhe respondeu: “Certo homem descia de Jerusalém para Jericó…” O resto, é conhecido: diante do homem que, ferido, estava à beira do caminho, um habitante da cidade de Samaria “chegou perto dele, viu, e moveu-se de compaixão”. O que se segue na parábola também é conhecido: o Samaritano, depois dos curativos possíveis naquela situação, colocou o ferido em seu animal e o levou para uma pensão, pagando ao seu dono todo o tratamento (cf. Lc 10,25-37). Terminada a história, Jesus perguntou ao que o interrogara: “Quem foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?” Ele respondeu: “Aquele que usou de misericórdia para com ele”. Então Jesus lhe disse: “Vai e faze tu a mesma coisa”.

Vendo a cidade mobilizada em torno dos que tudo ou muito perderam; testemunhando a dor de quem sofre a perda de um ente querido; impactados por imagens que trazem para os nossos lares e, particularmente, para os nossos corações o sofrimento de tantos irmãos, como não nos lembrarmos da figura do Bom Samaritano? Descobrimos, sem muito esforço, que ele não é uma pessoa: são muitas. São bombeiros e autoridades; são membros da Defesa Civil e militares; são pessoas anônimas que se mostram incansáveis no atendimento ao “próximo”. 

Homilética: 5º Domingo da Páscoa - Ano B: “Permanecei em mim e eu permanecerei em vós”.


No quinto Domingo da Páscoa, a Liturgia apresenta – nos a página do Evangelho de João na qual Jesus, falando aos discípulos na Última Ceia, os exorta a permanecer unidos a Ele como os ramos à Videira. Trata-se de uma parábola verdadeiramente significativa, porque expressa com grande eficiência que a vida cristã é Mistério de Comunhão com Jesus: “Quem permanece em Mim e Eu nele, esse dá muito fruto, pois, sem mim, nada podeis fazer” (Jo 15, 5). O segredo da fecundidade espiritual é a união com Deus, união que se realiza sobretudo na Eucaristia, justamente chamada também “Comunhão”.

Meditar as Palavras de Jesus sobre a videira e os ramos significa refletir sobre a relação que nos une com ele em sua dimensão mais profunda: Eu sou a vidra; vós, os ramos. É uma relação até mais profunda que aquela que existe entre o pastor e seu rebanho que meditamos domingo passado. No evangelho de hoje, descobrimos onde se encontra “a força interior” da nossa religião (cf. 2Tm 3,5).

Pensemos na realidade natural que deu origem a esta imagem. O que há de mais intimamente unido do que a videira e seu ramo? O ramo é um fruto e um prolongamento da videira. Dele vem a linfa que o nutre, a umidade do solo e tudo o que depois se transforma em uva, sob o calor estival do sol; se não for alimentado pela videira, ela não pode produzir nada, mas nada absolutamente: nem um raminho, nem um grão de uva, nada. É a mesma imagem que São Paulo transmite com a comparação do corpo e dos membros: Cristo é a Cabeça de um corpo que é a Igreja, da qual cada cristão é um membro (cf. Rm 12,4s; 1Cor 12,12s). Também o membro, se está separado do resto do corpo, não pode fazer nada.

Onde está o fundamento desta relação, aplicada a nós homens? Não contraria nosso sentido de autonomia e de liberdade, isto é, nosso sentimento de ser um todo e não uma parte? Este fundamento tem uma base bem precisa que o apóstolo Paulo, com uma imagem tirada da agricultura, chama de enxerto. No batismo, nós éramos videiras selvagens, fomos inseridos e enxertados em Cristo (cf. Rm 11,16ss), tornamo-nos ramos da verdadeira vide. Tudo isto pelo Espírito Santo que nos foi dado (Rm 5,5). Entre o ramo e a parreira há em comum o Espírito Santo!

Qual é, portanto, nosso papel de ramos? João, como vimos, tem um verbo predileto para expressar esta unidade: “permanecer” (entende-se, unidos à videira que é Cristo): Permanecei em mim e eu permanecerei em vós […]; quem permanecer em mim […]. Permanecer unidos à videira e permanecer em Cristo Jesus significa, antes de tudo, não abandonar os compromissos assumidos no batismo; não ir para um país distante, como o filho pródigo, sabendo que se pode separar-se de Cristo com uma decisão de momento, entregando-se a uma vida de pecado consciente e procurado, mas também pouco a pouco, quase sem que se perceba, dia após dia, infidelidade atrás de infidelidade, omissão após omissão, uma incoerência depois de outra, deixando primeiro de comungar, depois de participar da Missa, depois de rezar, enfim, depois abandonando tudo.

Permanecer em Cristo significa também algo de positivo, isto é, permanecer em “seu amor” (Jo 15,19). Primeiro no amor que ele tem por nós, mais do que o amor nosso por ele; significa, por isso, permitir que ele nos ame, que nos passe sua “linfa”, que é seu Espírito, evitando colocar entre nós e ele os obstáculos da autossuficiência, da indiferença e do pecado.

Jesus insiste sobre a urgência de permanecer nele fazendo-nos entrever as consequências fatais da separação dele. O ramo que não permanece unido à videira seca, não frutifica, é cortado e lançado ao fogo; não serve mesmo para nada, porque a madeira da parreira –diferentemente de outras madeiras que, cortadas, servem para tantas finalidades, é uma madeira inútil para qualquer fim a não ser o de produzir uva (cf. Ez 15,1ss). Alguém pode ter uma vida muito rigorosa externamente, estar cheio de saúde, de ideias, produzir energia, negócios, gerar filhos e ser, aos olhos de Deus, madeira árida, material pronto para ser queimado, apenas encerrada estação da vindima.

Permanecer em Cristo, portanto, significa permanecer em seu amor, em sua lei; por vezes significa permanecer na cruz, “perseverar com ele na prova” (cf. Lc 22,28). Mas não “permanecer,” somente ficando no estado infantil do batismo, quando o ramo tinha apenas brotado ou tinha sido enxertado; mas antes “crescer” em relação à Cabeça (cf. Ef 4,15), tornar-se adultos e maduros na fé, isto é, produzir frutos de boas obras.

Nesta luz, devemos esforçar-nos para ver não apenas nossos sofrimentos individuais – lutos, doenças, angústias que afligem a cada um de nós ou a nossa família – mas também o grande e universal sofrimento que oprime nossa sociedade e o mundo inteiro, inclusive o mais misterioso de todos, que fere os inocentes. 

Cada um de nós é um ramo, que só vive se fizer crescer cada dia na oração, na participação nos Sacramentos e na caridade a sua união com o Senhor. E quem ama Jesus, videira verdadeira, produz frutos de fé para uma abundante vida espiritual. Supliquemos à Mãe de Deus, a fim de permanecermos solidamente enxertados em Jesus, e para que  cada uma das nossas obras tenha n’Ele o seu início e o seu cumprimento.

Papa na Audiência: Por que muitos jovens não querem se casar?


PAPA FRANCISCO

AUDIÊNCIA GERAL
Quarta-feira, 29 de Abril de 2015

Locutor:

Desde o tempo das Bodas de Caná, para as quais foi convidado Jesus, muita coisa mudou. Devemos interrogar-nos seriamente sobre as razões que levam tantos jovens a optar por não se casarem. Preferem a convivência e, habitualmente, de responsabilidade limitada… Por que não se casam? As dificuldades não são apenas de carácter económico, nem se ficam a dever – como querem alguns – à emancipação da mulher. Na realidade, quase todos os homens e mulheres sonham com uma segurança afectiva estável, um matrimónio sólido e uma família feliz. A família aparece no topo das preferências dos jovens, mas, com medo de falir, muitos descartam-na; e este medo de falir é talvez o maior obstáculo para aceitarem a palavra de Cristo, que promete a sua graça à união conjugal e à família. Em Caná, Jesus não só participou nas Bodas, mas salvou a festa com o milagre do vinho. Queridos irmãos e irmãs, não tenhais medo de convidar Jesus para as vossas Bodas. Quando se casam «no Senhor», os cristãos são transformados num sinal eficaz e duradouro do amor de Deus: o matrimônio é uma festa que se renova nas sucessivas estações da vida dos esposos. O testemunho mais persuasivo da bênção do matrimónio cristão é a vida boa dos esposos cristãos e da família. Não há modo melhor para manifestar a beleza deste sacramento.

“A minha Diocese não existe mais. O Estado Islâmico levou-a embora”, diz Arcebispo de Mossul


Depois de mais de 2 mil anos de presença em Mossul, a segunda maior cidade do Iraque, os cristãos receberam um ultimato e foram obrigados a abandonar a região nestes últimos dias, deixando todos os seus bens para trás. O Estado Islâmico lhes deu as opções: morrer; se converter ao islamismo; pagar o imposto dos infiéis (a jizya) e viver sob a lei da sharia; ou deixar a cidade imediatamente.

A agência de notícias local informou que os integrantes do ISIS estupraram a esposa e a filha de um cristão na frente dele, pois o homem era pobre e não podia pagar a jizya, no valor de 450 dólares mensais. Tal soma é impossível de ser paga pela grande maioria das famílias da região. Um professor da Universidade de Mossul, o muçulmano Mahmoud Al ‘Asali, saiu em defesa dos cristãos, dizendo discordar da forma como estavam sendo maltratados, e por isso foi morto no dia 20.

Dom Saad Syroub, bispo auxiliar caldeu de Bagdá, contou que os militantes sunitas escreveram na fachada da casa dos cristãos a frase “Imóvel de propriedade do ISIS” (sigla em inglês de “Estado Islâmico do Iraque e do Levante”). Junto com o escrito, circulada em vermelho, a letra árabe “nun” (que aparece em vermelho na foto abaixo), equivalente ao nosso “n”, que é a inicial da palavra “nazarenos”. Agora, essas casas já foram todas saqueadas.

Antes desse ultimato, milhares de famílias cristãs e xiitas já haviam deixado Mossul, e ao menos conseguiram levar algumas malas e automóveis. Mas nos últimos dias, os refugiados cruzaram a fronteira só com a roupa do corpo: nos postos de controle do ISIS, os jihadistas roubaram seu dinheiro, seus carros, jóias, tudo! Muitas mulheres tiveram seus crucifixos arrancados do pescoço, e alguns refugiados foram abatidos a tiros durante a fuga (veja o vídeo).

Grande parte dos refugiadas foi para o Curdistão; muitos também fugiram para aldeias próximas de Nínive. Nem todas as famílias optam por fugir; alguns aceitaram fazer a profissão de fé islâmica para preservar seus bens e suas vidas. Mas infelizmente, talvez não consigam preservar sua dignidade: os órgãos internacionais ainda não puderam confirmar a informação, mas no dia 21 o califa do ISIS ordenou que todas as mulheres tenham seu clitóris e lábios superiores da vagina costurados (Fonte: JB).

Para aumentar a desgraça, o edifício do episcopado da Igreja Católica Siría em Mossul foi completamente incendiado pelos jihadistas no dia 19 (foto abaixo). A dez minutos da cidade de Qaraqosh, os muçulmanos tomaram o mosteiro de Mar Behnam e expulsaram de lá os monges católicos sírios, que foram impedidos até mesmo de levar qualquer relíquia. O mosteiro, construído no século IV, é um dos lugares de culto mais antigos e venerados pelo cristianismo. Também foram ocupados o Mosteiro de São Jorge, a Casa das Irmãs do Sagrado Coração e o Mosteiro dos dominicanos.


A resposta do Povo da Cruz que não espera o Estado Islâmico


No dia 15 de fevereiro o mundo ficou chocado com o vídeo do Estado Islâmico (ISIS), que mostrou a decapitação de 21 cristãos coptas na costa da Líbia e cujo sangue foi derramado no mar que leva a Roma (Itália) como uma ameaça para a “Nação da Cruz”. Dois meses mais tarde, um grupo de missionários respondeu aos jihadistas com uma mensagem que estes não esperariam e que começou a circular no Oriente Médio.

O vídeo foi postado no site de mighty.la e é intitulado “Carta do Povo da Cruz ao ISIS” e, segundo observou a Ajuda a Igreja que Sofre (AIS), foi elaborado por um grupo de missionários digitais dos Estados Unidos.

No vídeo, os missionários recordam aos jihadistas que “o mundo está falando de vocês”. Os “seus sonhos apocalípticos e pecados espetaculares”, como são as decapitações, escravizações, estupros e execuções de cristãos sendo cometidos no Iraque, Síria e Líbia, “Estão despertando o Oriente Médio. Em sua guerra santa, chegaram à terra santa”.

“Venham, filhos de Abraão, venham. O Povo da Cruz se reúne diante de tuas portas com uma mensagem: O Amor vem até vocês como uma brisa sobre o mar (…). Um exército se aproxima. Sem tanques ou soldados, mas um exército de mártires fiéis até a morte. Levando uma mensagem de vida. O Povo da Cruz vem morrer a tuas portas.”

Mas, “se vocês não ouvirem nossa mensagem com palavras, então iremos mostrar com as nossas vidas em sacrifício”. O vídeo possui legendas em árabe, inglês e espanhol.

“Para cada garganta que vocês cortem, para cada mulher que vocês violem, de cada homem que vocês queimem vivo, de cada criança que vocês transformem em cinzas, há sangue em suas mãos, irmãos”, lembram-lhes.

No entanto, o vídeo, que mostra as imagens dos 21 mártires coptas, assegura aos extremistas do ISIS que, apesar de suas atrocidades, o Povo da Cruz os convida a colocar “suas armas e facas aos pés da Cruz”. “Ainda que os seus pecados sejam vermelhos como o escarlate, eles podem ser lavados e ficarem brancos como a neve”.

Vocês chamam a si mesmos “servos”, mas Cristo “vos fará filhos”. “Para onde poderão fugir do amor Dele? Nem mesmo as trevas podem escondê-los”.

Venham irmãos, venham! Uma chuva corre para remover cada pecado. E curar suas feridas”.

“Vocês morrem para o deus de vocês. Porém, o Nosso Deus morreu por nós. O Rei dos Reis veio como um cordeiro, imolado no altar onde nós deveríamos estar. Jesus Cristo, Isa Al Masih, caminha através do Oriente Médio”.

Finalmente, o vídeo convida os jihadistas à conversão, uma vez que “há perdão para você nesta noite, oh irmão”. “Nós não somos diferentes. Sem o Sangue de Cristo, nós não somos melhor que o pior jihadista. Cristo foi crucificado uma vez, e para todos, E foi para tornar pecadores como você e eu em irmãos. Inclusive você. Inclusive agora”. 

Por que os espíritas fazem obras de caridade?


Várias matérias aqui no site mostram que o Espiritismo se divide em diversas espécies, conforme sua origem: kardecista, umbanda, quimbanda, candomblé, etc. Porém em toda espécie de espiritismo se ensina que os homens podem comunicar-se com os espíritos dos mortos e em quase todas se pratica magia, adivinhação, despachos, feitiçarias. Todas essas práticas são abomináveis e Deus castiga severamente.

LEI DO KARMA
Pagamos pelos pecados cometidos nesta vida ou em vidas passadas?


Ora, é comum entre nós o comentário de que “pagamos nesta vida pelos pecados cometidos em vidas passadas” quando nos acontece algo mal. Nas Sagradas Escrituras encontramos várias passagens em que Deus, por exemplo, castiga o pecado dos pais nos filhos:

Êxodo 20,5: “... Castigo a culpa dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração dos que me odeiam....”.

Êxodo 34,6-7: “... O Senhor, o Senhor, Deus misericordioso e clemente, paciente, rico em bondade e fiel, que conserva a misericórdia por mil gerações e perdoa culpas, rebeldias e pecados, mas não deixa nada impune, castigando a culpa dos pais nos filhos e netos, até a terceira e quarta geração”.

De fato, os pecados cometidos por nós podem ter sérias consequências futuras, inclusive atingindo algumas gerações, como afirma o evangelista Lucas:

Jesus lhes respondeu: “Pensais que esses galileus eram mais pecadores do que qualquer outro galileu, por terem sofrido tal coisa? Digo-vos que não. Mas se vós não vos converterdes, perecereis todos do mesmo modo. E aqueles dezoito que morreram quando a torre de Siloé caiu sobre eles? Pensais que eram mais culpados do que qualquer outro morador de Jerusalém? Eu vos digo que não. Mas, se não vos converterdes, perecereis todos do mesmo modo”. (13,2-4).

Ao contrário do que geralmente entende-se dos versículos citados, o profeta Ezequiel mostra justamente o contrário quando o próprio Deus diz:

“Que provérbio é este que andais repetindo na terra de Israel: ‘Os pais comeram uvas verdes e os dentes dos filhos ficaram embotados’? Juro por minha vida – oráculo do SENHOR Deus – não repetireis mais este provérbio. Todas as vidas me pertencem. Tanto a vida do pai como a vida do filho me pertencem. Quem peca é que morrerá”. “Quem peca é que deve morrer. O filho não pagará pela culpa do pai, nem o pai pagará pela culpa do filho. A justiça será creditada ao justo e a maldade será imputada ao ímpio” (18,2-4.20).

Também diz o profeta Jeremias: Naquele dia ninguém mais dirá: “Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos ficaram embotados”. Pelo contrário, cada qual morre por seu próprio pecado; fica com os dentes embotados quem comeu as uvas verdes. (31,29-30)

Tal concepção é reafirmada por Jesus no episódio do cego de nascença. Os apóstolos acreditavam que se alguém nascia com alguma doença ou se algo de mal acontecia na vida de alguém, estaria este pagando pelos pecados de seus pais, vejamos:

Jesus ia passando, quando viu um cego de nascença. Os seus discípulos lhe perguntaram: “Rabi, quem pecou para que ele nascesse cego, ele ou seus pais?” Jesus respondeu: “Nem ele, nem seus pais pecaram, mas é uma ocasião para que se manifestem nele as obras de Deus” (Jo 9,1-3).


Segundo uma crença muito arraigada no AT e acatada pelos rabinos, as doenças e desgraças são castigo de uma vida pecaminosa, seja do próprio indivíduo, seja dos pais. Por isso a pergunta dos discípulos “ou cometeu um pecado antes de nascer (em vidas passadas) ou seus pais o cometeram” (v.2). De modo algum se pensa numa existência anterior e na reencarnação no sentido do espiritismo. A resposta de Jesus não nega de todo alguma ligação entre doença e pecado. No entanto, ele deixa bem claro que certos males vem de Deus para que sejam ocasião para mostrar-lhes o seu poder, ou como diria o apóstolo Paulo: “a força se realiza na fraqueza” (2Cor 12,9). Em outras palavras Jesus afirma que não se deve perguntar pela razão, mas pela finalidade, que é a maior glória de Deus. De fato, o milagre que segue, além de curar o cego (v.7), devia manifestar Jesus como luz do mundo. Além do mais, fosse assim, Jesus, que foi concebido e permaneceu sem pecado (cf. 2Cor 5,21; Hb 4,15; 7,26; 9,14; 1Pd 1,19; 2,22; 1Jo 3,5) estaria pagando por qual pecado cometido haja vista que sua mãe Maria, também foi concebida sem pecado? (cf. Lc1,28.30).*

O profeta Isaías diz que Eram na verdade os nossos sofrimentos que ele carregava, eram as nossas dores, que levava às costas. E a gente achava que ele era um castigado, alguém por Deus ferido e massacrado. Mas estava sendo traspassado por causa de nossas rebeldias, estava sendo esmagado por nossos pecados. O castigo que teríamos de pagar caiu sobre ele, com os seus ferimentos veio a cura para nós. Como ovelhas estávamos todos perdidos, cada qual ia em frente por seu caminho. Foi então que o SENHOR fez cair sobre ele o peso dos pecados de todos nós.” (53,4-6).

Ora, o Evangelho segundo o Espiritismo, ao contrário do que afirma as Sagradas Escrituras diz:

Por que uns sofrem mais do que outros? Por que uns nascem na miséria e outros na riqueza, sem nada terem feito para justificar essa posição? (…) As contrariedades da vida são de duas espécies (…): umas têm sua causa na vida presente, outras, não nesta vida. (…) Tal é, por exemplo, a perda de seres queridos (…); as calamidades naturais e as enfermidades de nascença (…), as deformidades (…) etc. Aqueles que nascem nessas condições seguramente não fizeram nada nesta vida para merecer uma sorte tão triste (…). É certo que Deus não pune o bem que se faz e nem o mal que não se faz; se somos punidos, é porque fizemos o mal; se não o fizemos nesta vida, seguramente o fizemos em outra. (A.  Kardec, O Evang. Segundo o Espiritismo. Cap. 5 – itens 3, 4 e 6).

Essa ideia de Allan Kardec de que todas as pessoas carregam uma espécie de lei de “causa e efeito”, é conhecida como “lei do karma” que seria uma dívida gerada por atos realizados nesta vida ou em vidas passadas e foi completamente, como vimos, refutadas pela Bíblia uma vez que nega o perdão divino. Também os hinduístas, budistas e esotéricos professam essa crença. Como dissemos antes, embora possamos sofrer nesta vida que é a única que temos (cf. Hb 9,27) consequências de ações passadas, nem sempre esta é a causa do sofrimento. Sobre isto, você pode saber mais em uma matéria do blog “O Catequista”, publicada em nosso site, sob o título: “Lei do Karma: as pessoas sofrem por que merecem?”.