No
dia 15 de fevereiro o mundo ficou chocado com o vídeo do Estado Islâmico
(ISIS), que mostrou a decapitação de 21 cristãos coptas na costa da Líbia e
cujo sangue foi derramado no mar que leva a Roma (Itália) como uma ameaça para
a “Nação da Cruz”. Dois meses mais tarde, um grupo de missionários respondeu
aos jihadistas com uma mensagem que estes não esperariam e que começou a
circular no Oriente Médio.
O vídeo foi postado
no site de mighty.la e é intitulado “Carta do Povo da Cruz ao ISIS” e, segundo
observou a Ajuda a Igreja que Sofre (AIS), foi elaborado
por um grupo de missionários digitais dos Estados Unidos.
No vídeo, os
missionários recordam aos jihadistas que “o mundo está falando de vocês”. Os
“seus sonhos apocalípticos e pecados espetaculares”, como são as decapitações,
escravizações, estupros e execuções de cristãos sendo cometidos no Iraque,
Síria e Líbia, “Estão despertando o Oriente Médio. Em sua guerra santa,
chegaram à terra santa”.
“Venham, filhos de
Abraão, venham. O Povo da Cruz se reúne diante de tuas portas com uma mensagem:
O Amor vem até vocês como uma brisa sobre o mar (…). Um exército se aproxima.
Sem tanques ou soldados, mas um exército de mártires fiéis até a morte. Levando
uma mensagem de vida. O Povo da Cruz vem morrer a tuas portas.”
Mas, “se vocês não
ouvirem nossa mensagem com palavras, então iremos mostrar com as nossas vidas
em sacrifício”. O vídeo possui legendas em árabe, inglês e espanhol.
“Para cada garganta
que vocês cortem, para cada mulher que vocês violem, de cada homem que vocês
queimem vivo, de cada criança que vocês transformem em cinzas, há sangue em
suas mãos, irmãos”, lembram-lhes.
No
entanto, o vídeo, que mostra as imagens dos 21 mártires coptas, assegura aos
extremistas do ISIS que, apesar de suas atrocidades, o Povo da Cruz os convida
a colocar “suas armas e facas aos pés da Cruz”. “Ainda que os seus pecados
sejam vermelhos como o escarlate, eles podem ser lavados e ficarem brancos como
a neve”.
Vocês chamam a si
mesmos “servos”, mas Cristo “vos fará filhos”. “Para onde poderão fugir do amor
Dele? Nem mesmo as trevas podem escondê-los”.
Venham irmãos,
venham! Uma chuva corre para remover cada pecado. E curar suas feridas”.
“Vocês morrem para o
deus de vocês. Porém, o Nosso Deus morreu por nós. O Rei dos Reis veio como um
cordeiro, imolado no altar onde nós deveríamos estar. Jesus Cristo, Isa Al
Masih, caminha através do Oriente Médio”.
Finalmente, o vídeo
convida os jihadistas à conversão, uma vez que “há perdão para você nesta
noite, oh irmão”. “Nós não somos diferentes. Sem o Sangue de Cristo, nós não
somos melhor que o pior jihadista. Cristo foi crucificado uma vez, e para
todos, E foi para tornar pecadores como você e eu em irmãos. Inclusive você.
Inclusive agora”.
Desde que tomou Mosul
‒ a segunda maior cidade em importância do Iraque ‒ em meados de 2014, o Estado
Islâmico capturou rapidamente vilas e cidades no norte desse país e da Síria,
anunciando a criação de um califado onde rege a Sharia (lei islâmica), e
provocando o êxodo de centenas de milhares de cristãos e yasidíez para o
Curdistão iraquiano, onde agora vivem como refugiados, muitos em tendas de
campanha e outros compartilhando casas alugadas entre várias famílias.
Muitos relatam
inclusive que foram expulsos de suas casas e empresas por seus próprios
vizinhos muçulmanos muito antes do que o ISIS tomasse as vilas. “Foi muito
triste ver como algumas cidades da província de Nínive receberam com simpatia o
ISIS. Foi um verdadeiro choque. Os cristãos perderam a confiança e só irão
regressar para as suas casas sob a proteção internacional”, disse, em setembro
de 2014, Mons. Louis Sako, arcebispo de Bagdá.
No caso da Síria, o
Estado Islâmico sequestrou em fevereiro deste ano mais de duas centenas de
cristãos na região de Hassakeh. Deles não mais se tem notícias. Enquanto isso,
em Aleppo, os bairros cristãos sofreram há poucos dias bombardeios de outros
grupos rebeldes islâmicos que disputam a cidade com as forças do governo.
Além de receber os
jihadistas europeus – que usam a Turquia como um país de passagem ‒ o Estado
Islâmico tem agora o apoio de Boko Haram na Nigéria e de outros grupos
fundamentalistas na Líbia, onde emitiu ameaças contra a Europa, especialmente
contra Roma.
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Por:Eduardo
Berdejo
Fonte: ACI Prensa
Disponível em: Divina Misericórdia
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