É comum a qualquer ser humano, ao realizar uma obra
de valor, ser lembrado e ser reconhecido pelos demais. Não são todos os que se
dedicam a certas obras de valor no anonimato, não se importando com elogios ou
recompensas. Essas são pessoas que descobriram o outro lado da medalha. Fazem
tudo por amor e não por louvor.
E a sociedade tem seus critérios próprios para
avaliar as pessoas e suas ações. Para a sociedade uma pessoa bem sucedida e
importante seria aquela que tem dinheiro suficiente para realizar seus projetos
e seus sonhos. Seria alguém cercado e admirado por amigos ricos e poderosos.
Seria alguém invejado por seus talentos e posses. Seria alguém que diz e faz o
que lhe apetecer, mesmo pisando sobre princípios morais e éticos. Seria alguém
que expõe sua vaidade em tudo o que realiza.
Doutra parte existem os critérios de Deus. Deus não
olha a fama, o poder, o dinheiro e o orgulho. Respeita tudo isso e continua
concedendo graças para que chegue um dia a reconhecer e colocar tudo a serviço
da vida e da dignidade do ser humano. E compreenda que a fartura material terá valor
se colocada a serviço do Reino.
Para Deus tem valor quem souber amar a cada irmão e
irmã como o próprio Deus ama. Tem valor quem se mostrar solidário com os
pobres, com os desempregados, com os migrantes por serem vítimas da injustiça e
da exploração.
Para Deus tem valor quem der assistência aos
doentes e aos idosos, especialmente aqueles que sobrevivem com aposentadorias
de miséria sem possibilidades de adquirir os remédios indispensáveis à sua
saúde.
Para Deus tem valor quem, na simplicidade e na boa
vontade, socorrer e confortar as pessoas ou famílias que passam por momentos
difíceis, seja na parte financeira ou seja no que se refere à saúde.
Esses são critérios sagrados. Com certeza perturbam
e mexem com muitas consciências. Com certeza existem os que tentam justificar
sua posição e seu estado de vida. Chegam a participar de campanhas
beneficentes. E fazem doações generosas em favor de instituições humanitárias.
O difícil estará em ser honesto e justo com a
própria consciência. Dar o que sobra não é caridade. É justiça. Pois o que
sobra em sua casa não lhe pertence. Pertence a quem não tem.
E a recompensa? Dependerá de como cada qual tratar
os demais filhos de Deus. Dependerá de como cada qual empregar seus dons e suas
posses.
Feliz será quem ao terminar sua passagem por esse
mundo puder ouvir essa sentença do Mestre: “Venham vocês, benditos de meu Pai.
Recebam a recompensa que meu Pai lhes preparou desde a criação do mundo…Pois
tudo o que vocês fizeram ao menor dos meus irmãos, foi a mim que o fizeram”
(Mt.25,24-40).
Essa será a recompensa para quem passar por esse
mundo praticando o bem, semeando a justiça e construindo a verdade. Mesmo que
não realize grandes obras. Mesmo que não faça tantos milagres. Apenas tenha
amor em tudo o que realiza. Isso será suficiente para uma nobre recompensa,
Frei Venildo
Trevizan
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Capuchinhos BC
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