terça-feira, 26 de maio de 2015
Homilética: Santíssima Trindade - Ano B: "União com Cristo e o Pai no Espírito".
Depois de ter celebrado os mistérios da Salvação, desde o nascimento de Cristo (Natal) até a vinda do Espírito Santo (Pentecostes), a liturgia propõe-nos o mistério central de nossa fé, a fonte de tudo e à qual tudo deve voltar: a Trindade.
A fé da Igreja nos ensina que há um só Deus em três pessoas: Pai e Filho e Espírito Santo. Nós queremos dizer hoje com a liturgia da Igreja: “Sede bendita, ó Trindade indivisível, agora e sempre e eternamente pelos séculos, vós que criais e governais todas as coisas” (Ant.do Cântico evangélico de Laudes). E pedimos: “Fazei que, professando a verdadeira fé, reconheçamos a glória da Trindade e adoremos a Unidade onipotente” (oração coleta da Missa).
Toda a vida da Igreja está impregnada pelo Mistério da Santíssima Trindade. E quando falamos aqui de mistério, não pensemos no incompreensível, mais na realidade mais profunda que atinge o núcleo do nosso ser e do nosso agir.
A revelação da Trindade é, portanto, uma cascata de amor: é o gesto supremo da condescendência divina para com o homem. Os gregos diziam: “ Nenhum Deus pode se misturar com o homem” ( Platão). Nosso Deus, em vez disso, se misturou com o homem; tramou sua vida com a do homem preparando-o para a comunhão eterna com ele.
Mas é Cristo quem nos revela a intimidade do mistério trinitário e o convite para que participemos dele. “Ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar” (Mt, 11, 27). Ele revelou-nos também a existência do Espírito Santo junto com o Pai e enviou-o à Igreja para que a santificasse até o fim dos tempos; e revelou-nos a perfeitíssima Unidade de vida entre as Pessoas divinas (Cf. Jo16, 12-15).
O mistério da Santíssima Trindade é o ponto de partida de toda a verdade revelada e a fonte de que procede a vida sobrenatural e para a qual nos encaminhamos: somos filhos do Pai, irmãos e co-herdeiros do Filho, santificados continuamente pelo Espírito Santo para nos assemelharmos cada vez mais a Cristo.
Por ser o mistério central da vida da Igreja, a Santíssima Trindade é continuamente invocada em toda a liturgia. Fomos batizados em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, e em seu nome perdoam-se os pecados; ao começarmos e ao terminarmos muitas orações, dirigimo-nos ao Pai, por mediação de Jesus Cristo, na unidade do Espírito Santo. Muitas vezes ao longo do dia, nós, os cristãos repetimos: Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
Três Pessoas que são um só Deus, porque o Pai é amor, o Filho é amor e o Espírito Santo é amor. Deus é tudo e somente amor, amor puríssimo, infinito e eterno. Não vive numa solidão maravilhosa, mas é sobretudo fonte inesgotável de vida que se doa e se comunica incessantemente.
Desde que o homem é chamado a participar da própria vida divina pela graça recebida no Batismo, está destinado a participar cada vez mais dessa Vida. É um caminho que é preciso percorrer continuamente.
A Santíssima Trindade habita na nossa alma como num templo. E São Paulo faz-nos saber que o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado (Cf. Rm 5, 5). E aí, na intimidade da alma, temos de nos acostumar a relacionar-nos com Deus Pai, com Deus Filho e com Deus Espírito Santo. Dizia Santa Catarina de Sena: “Vós, Trindade eterna, sois mar profundo, no qual quanto mais penetro, mais descubro, e quanto mais descubro, mais vos procuro”.
Imensa é a alegria por termos a presença da Santíssima Trindade na nossa alma! Esta alegria é destinada a todo cristão, chamado à santidade no meio dos seus afazeres profissionais e que deseja amar a Deus com todo o seu ser; se bem que, como diz Santa Teresa, “há muitas almas que permanecem rodando o castelo (da alma), no lugar onde montam guarda as sentinelas , e nada se lhes dá de penetrar nele. Não sabem o que existe em tão preciosa mansão, nem quem mora dentro dela”. Nessa “preciosa mansão”, na alma que resplandece pela graça, está Deus conosco: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
Desde pequenos, aprendemos de nossos pais a fazer o sinal da cruz e chamar a Deus: de Pai, Filho e Espírito Santo.
Assim com toda a naturalidade, estávamos invocando o mistério mais profundo de nossa fé e da vida cristã: Santíssima Trindade que hoje celebramos.
Só Cristo nos revelou claramente essa verdade: Fala constantemente do Pai: Quando Felipe diz: “Mostra-nos o Pai…”, Jesus responde: “Felipe… quem me vê, vê o Pai” (Jo 14,8).
Jesus promete o Espírito Santo: “Quando vier o Espírito da Verdade, ele vos conduzirá à plena Verdade”.
Quando se despede, no dia da Ascensão, afirma: “Ide… e batizai em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.”
A contemplação e o louvor à Santíssima Trindade são a substância da nossa vida sobrenatural, e esse é também o nosso fim: porque no Céu, junto de Nossa Senhora , a nossa felicidade e o nosso júbilo serão um louvor eterno ao Pai, pelo Filho, no Espírito Santo. Estes vieram em nós no Batismo. Estabeleceram em nós sua habitação e nos são mais íntimos do que nós mesmos, diz Santo Agostinho. Em seu nome e no diálogo com eles desenvolve-se toda a nossa vida de fé, desde o berço até o túmulo. No limiar da existência fomos batizados “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. No ocaso dela, partiremos deste mundo ainda “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”.
Em nosso coração fomos criando falsas imagens de Deus que não correspondem ao Deus que nos foi manifestado por Seu Filho Jesus Cristo. As leituras deste domingo ajudam-nos a purificar o nosso coração dessas falsas imagens.
Fazendo o sinal da Cruz, nós declaramos a cada vez, nossa vontade de pertencer à Trindade.
É verdade que a Igreja Católica não apoia a Monarquia?
Outro dia, conversando com um sacerdote da Igreja onde frequento, falamos
sobre a Monarquia e este mostrou-se contrário a esta forma de governo, sob a
alegação de que, nos tempos do Império, a Igreja teria sido
"sufocada" pelos Imperadores. Corri atrás de uma resposta para este
descontentamento, visto que, durante o Império, a Igreja Católica era declarada
a Religião Oficial do Brasil, basta ver o "detalhe" no topo da Coroa
Brasileira - a Cruz de Cristo.
Convido, antes,
o leitor a ler este artigo, dando especial atenção ao subtítulo: "As Tensões entre o Estado e a Igreja".
Em uma conversa agradável com um amigo, exímio
conhecedor de História, o advogado Dr. Carlos Vasconcelos, pude sanar algumas
destas questões.
Dr. Vasconcelos disse que o que houve, de fato, foi a tal "Questão
Religiosa" em que D. Pedro II se envolveu e que, talvez, o tenha
estigmatizado um pouco - por isso, acusado de favorecer os maçons em detrimento
da Igreja.
A Questão
Religiosa foi a seguinte:
As coroas dos imperadores Pedro I e Pedro II. |
Pelo
Beneplácito e Padroado, toda ordem do Papa, para ser obedecido no Brasil,
precisaria, antes, ser aprovada por D. Pedro II, ou seja, o Imperador
controlava politicamente a Igreja Católica no Brasil.
Já no
final do Império, por volta de 1870, veio a Questão Religiosa que foi o
seguinte: os
Bispos de Olinda e Belém simplesmente resolveram obedecer ao Papa antes do
Beneplácito (da aprovação) de D. Pedro II. Na ocasião, o Papa mandou punir
religiosos ligados à maçonaria. E os Bispos puniram mesmo. Isso, à revelia de
D. Pedro II.
D. Pedro
II, então, pediu aos Bispos que sobrestassem (suspendessem) as punições. Eles
recusaram-se a fazê-lo. Como desobedeceram o Imperador, acabaram presos e
condenados a 4 anos de cadeia.
O
problema não foi a punição dos maçons - D. Pedro II não quis proteger os
maçons! O problema foi que os Bispos resolveram obedecer às ordens do Papa
(ordens de fora) antes de D. Pedro II dar seu Beneplácito, de terem agido à
sua revelia.
Se os
Bispos houvessem esperado pelo Beneplácito, dificilmente D. Pedro II iria
contra a orientação da Santa Sé e a maçonaria poderia ser punida, no Brasil,
pela Igreja e com o apoio do Imperador.
segunda-feira, 25 de maio de 2015
A maioria dos católicos e dos bispos do Brasil não apoiaram a proposta de "reforma política" da Coalizão
Este
capítulo da coleta de assinaturas para uma proposta de “reforma política”
redigida por uma “coalizão” com entidades de esquerda, sindicais, corporativas
e eclesiais parece ter sido encerrado no último dia 20 de maio. Houve a entrega
do projeto de reforma política apoiado por esta Coalizão ao Congresso Nacional,
com cerca de 630.000 assinaturas, entre presenciais e eletrônicas.
Não quero
discutir mais os defeitos e a linha ideológica do projeto. Já o fiz diversas
vezes em outros artigos publicados aqui mesmo, como este , este, este e este. Como já foi dito, não se nega nem
a necessidade de fazer-se, no Brasil, uma reforma política urgentemente, nem a
necessidade de repensar a forma de financiamento de campanha. Mas incomoda aos
católicos a adoção, por parte de uma instituição eclesial, de um determinado
modelo em preferência a todos os outros, sem claras razões de fé e moral, a
apontar pendores estritamente ideológicos em matéria opinável. Mas a meditação
agora é outra.
Como foi
possível reunir tão poucas assinaturas?
Trata-se
de pensar como foi possível que uma coalizão que existe há mais de três anos, e
que é composta por entidades como a OAB e a CNBB, não tenha conseguido chegar
senão a pouco mais de um terço do número mínimo de assinaturas necessárias
para que a proposta se transformasse em projeto de lei de iniciativa popular. É
interessante proceder a esta reflexão, até por um imperativo bíblico: sempre
foi critério, para reconhecer uma eventual profecia ruim, examinar os
respectivos frutos.
Nem falo
aqui dos descaminhos da esquerda bolivariana em toda a América Latina. Estes
são por demais visíveis: falência dos respectivos países em que se instalou,
aumento da violência e da miséria, destruição dos respectivos regimes
democráticos e instauração de ditaduras que se proclamam “populares e
libertadoras”, mas cujos frutos estão bem claros para quem os quiser enxergar.
Devemos lutar para que esta situação jamais se instale no Brasil.
Mensagem do Papa Francisco para o 89º Dia Mundial das Missões.
MENSAGEM
DE SUA SANTIDADE PAPA FRANCISCO
PARA
O DIA MUNDIAL DAS MISSÕES 2015
Queridos irmãos e irmãs,
Neste ano de 2015, o Dia Mundial das Missões tem
como pano de fundo o Ano da Vida Consagrada, que serve de estímulo para a sua
oração e reflexão. Na verdade, entre a vida consagrada e a missão subsiste uma
forte ligação, porque, se todo o baptizado é chamado a dar testemunho do Senhor
Jesus, anunciando a fé que recebeu em dom, isto vale de modo particular para a
pessoa consagrada. O seguimento de Jesus, que motivou a aparição da vida
consagrada na Igreja, é reposta à chamada para se tomar a cruz e segui-Lo,
imitar a sua dedicação ao Pai e os seus gestos de serviço e amor, perder a vida
a fim de a reencontrar. E, dado que toda a vida de Cristo tem carácter
missionário, os homens e mulheres que O seguem mais de perto assumem plenamente
este mesmo carácter.
A dimensão missionária, que pertence à própria
natureza da Igreja, é intrínseca também a cada forma de vida consagrada, e não
pode ser transcurada sem deixar um vazio que desfigura o carisma. A missão não
é proselitismo, nem mera estratégia; a missão faz parte da «gramática» da fé, é
algo de imprescindível para quem se coloca à escuta da voz do Espírito, que
sussurra «vem» e «vai». Quem segue Cristo não pode deixar de tornar-se
missionário, e sabe que Jesus «caminha com ele, fala com ele, respira com ele,
trabalha com ele. Sente Jesus vivo com ele, no meio da tarefa missionária»
(Exort. ap. Evangelii gaudium, 266).
A missão é uma paixão por Jesus Cristo e, ao mesmo
tempo, uma paixão pelas pessoas. Quando nos detemos em oração diante de Jesus
crucificado, reconhecemos a grandeza do seu amor, que nos dignifica e sustenta
e, simultaneamente, apercebemo-nos de que aquele amor, saído do seu coração
trespassado, estende-se a todo o povo de Deus e à humanidade inteira; e,
precisamente deste modo, sentimos também que Ele quer servir-Se de nós para
chegar cada vez mais perto do seu povo amado (cf. Ibid., 268) e de todos
aqueles que O procuram de coração sincero. Na ordem de Jesus – «Ide» –, estão
contidos os cenários e os desafios sempre novos da missão evangelizadora da
Igreja. Nesta, todos são chamados a anunciar o Evangelho pelo testemunho da
vida; e, de forma especial aos consagrados, é pedido para ouvirem a voz do
Espírito que os chama a partir para as grandes periferias da missão, entre os
povos onde ainda não chegou o Evangelho.
O pedido esquecido de Nossa Senhora
Quando Nossa
Senhora apareceu aos três pastorinhos de Fátima, a 13 de maio de 1917, ela
fez-lhes uma pergunta: "Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os
sofrimentos que Ele quiser mandar-vos, em ato de reparação pelos pecados com
que Ele é ofendido, e de súplica pela conversão dos pecadores?" Na ocasião,
os jovens Francisco, Jacinta e Lúcia responderam que sim, assumiram o pedido da
Virgem Maria e toda a sua vida se transformou em uma verdadeira entrega a Deus,
pelo resgate das almas.
Impossível não
se lembrar do episódio da Anunciação, quando o Céu, de um modo nunca antes
visto, dependeu da liberdade de uma única criatura para descer sobre a Terra.
Às palavras do anjo, dizendo que Maria Santíssima conceberia e daria à luz o
próprio Filho de Deus, ela prontamente respondeu: "Eis aqui a serva do
Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra" (Lc 1, 38). Naquele
momento, também ela, de modo muito singular, assumia para si a missão de
"suportar todos os sofrimentos", "em ato de reparação (...) e de
súplica pela conversão dos pecadores" – missão que o profeta do templo resumiria
na famosa expressão: "Uma espada traspassará a tua alma"
(Lc 2, 35).
É essa a missão
a que se referiu o Papa Bento XVI em 2010, quando peregrinou à cidade de
Fátima. "Iludir-se-ia quem pensasse que a missão profética de
Fátima esteja concluída" [1], disse ele na ocasião. De fato,
ainda hoje, Nossa Senhora dirige a toda a humanidade o mesmo apelo que fez aos
três pastorinhos na Cova da Iria. "Rezai, rezai muito, e fazei sacrifícios
pelos pecadores", dizia ela. "Muitas almas vão para o inferno por não
haver quem se sacrifique e peça por elas".
Às portas do
centenário das aparições da Virgem em Portugal, a hora é propícia para um
profundo exame de consciência. O terceiro segredo de Fátima revelou a visão de um Anjo
"apontando com a mão direita para a terra" e clamando, com voz forte:
"Penitência, Penitência, Penitência!" Diante desse
quadro, a pergunta a ser feita é: A humanidade realmente tem se penitenciado? O
que tem sido feito para atender aos pedidos de Nossa Senhora?
É preciso bater
no peito e reconhecer o quão pouco foi feito pelo homem moderno para
corresponder aos apelos da Mãe de Deus.
Referendo gay na Irlanda "reflete a cultura dominante e criará muitos problemas”, diz arcebispo.
O arcebispo de Dublin, Diamuid
Martin, prelado que provém das fileiras da diplomacia vaticana e que
conhece muito bem os mecanismos internacionais, depois de sua nomeação à chefia
da diocese da capital irlandesa, precisou combater uma não fácil batalha contra
aqueles que queriam acobertar os abusos contra menores cometidos pelos
clérigos. Comentando calorosamente o resultado do referendum e a esmagadora
vitória do sim ao casamento gay, Martin não se deixa cair no
vitimismo, mas reconhece a significativa disparidade que existe entre a Igreja
e a sociedade irlandesa.
Esperava
uma avalanche de sim ao matrimônio gay?
Entendi que
havia vencido o "sim" quando vi que a afluência era muito alta. Havia
fila desde as primeiras horas de abertura das urnas. Realmente muitos jovens
que trabalham fora entraram na Irlanda para votar. O 'sim' tinha o apoio
oficial de todos os partidos, somente pouquíssimos políticos se expressaram, a
título pessoal, a favor do 'não'. O primeiro ministro e todos os líderes
fizeram campanha pelo 'sim' nas ruas e nos bares gay.
A
direita católica acusou-o de não ter feito o suficiente para a frente do não. O
que replica?
A maioria que
emergiu em quase todos os recantos do País surpreendeu também aqueles que
propunham o referendum. O ministro da Saúde disse que não foi um referendo, mas
uma revolução cultural. A Igreja deve interrogar-se quando começou esta
revolução cultural e por que alguns no seu interior se recusaram a enxergar
esta mudança. É necessário também rever a pastoral juvenil: o referendo foi
vencido com o voto dos jovens e 90 por cento dos jovens que votaram 'sim'
frequentou escolas católicas.
A Comunhão Eucarística na mão
Em síntese: A Comunhão Eucarística foi ministrada nas mãos dos
comungantes até o século IX. Verificaram-se, porém, abusos e irreverências, que
levaram a Igreja a preferir dar a Eucaristia na boca dos fiéis. Em nossos dias
a praxe antiga foi restaurada sob certas condições, que visam a garantir o
respeito ao Ssmo. Sacramento. Uma Declaração recente da Santa Sé enfatiza o
direito, dos fiéis, de receber a Comunhão na boca desde que o desejem.
Foi
proposta à Congregação para o Culto Divino a seguinte pergunta:
«Nas dioceses em que é
permitido distribuir a Comunhão nas mãos dos fiéis, pode o sacerdote ou o
ministro extraordinário da S. Eucaristia obrigar os comungantes a receber a
Comunhão nas mãos e não sobre a língua?»
Eis a
resposta publicada no boletim Notitiae (março-abril de 1999), órgão oficial da
Congregação para o Culto Divino:
«Dos documentos da Santa
Sé depreende-se claramente que nas dioceses em que o pão eucaristico é
depositado nas mãos dos fiéis, a estes fica absolutamente garantido o direito
de o receber sobre a língua. Aqueles que obrigam os comungantes a receber a
santa Comunhão unicamente nas mãos como também aqueles que recusam aos fiéis a
Comunhão nas mãos nas dioceses que utilizam tal indulto, procedem
contrariamente às normas estabelecidas.
Segundo as normas referentes à
distribuição da Santa Comunhão, estejam os ministros ordinários e
extraordinários particularmente atentos a que os fiéis consumam imediatamente a
partícula consagrada, de modo que ninguém se afaste com as espécies
eucarísticas nas mãos.
Em todo caso, é para desejar que todos
tenham presente que a tradição secular consiste em receber a Comunhão sobre a
língua. O sacerdote celebrante, caso exista perigo de sacrilégio, não dê a
Comunhão nas mãos dos fiéis e exponha-lhes as razões por que assim procede» (Notitiae nº 392.393/1999).
Este
texto nos dá a ocasião de percorrer as grandes linhas da história da Comunhão
na mão.
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