O sétimo discute-se assim. — Parece que os
heréticos, os cismáticos e os excomungados não podem consagrar.
1. — Pois, diz Agostinho, que fora da Igreja
Católica não há lugar para verdadeiro sacrifício. E Leão Papa diz como
também está nas Decretais: Só na Igreja, que é o corpo de Cristo os
sacerdotes são legítimos e os sacrifícios verdadeiros. Ora, os heréticos,
os cismáticos e os excomungados estão separados na Igreja. Logo, não podem celebrar
um verdadeiro sacrifício.
2. Demais. — Como no mesmo lugar se lê, diz
Inocência Papa: Embora acolhamos os leigos, que deixam os Arianos, e as
outras heresias pestilenciais dessa espécie, quando parecem querer se
penitenciar delas, contudo não pensamos que se devam receber os seus clérigos
com a dignidade do sacerdócio ou de qualquer outro ministério, se só lhes
permitimos o poder de batizar. Ora, ninguém pode consagrar a Eucaristia senão
tendo a dignidade do sacerdócio. Logo, os heréticos e outros tais não podem
consagrar a Eucaristia.
3. Demais. — Quem está fora da Igreja nada pode
fazer em nome de toda a Igreja. Ora, o sacerdote, consagrando a Eucaristia,
fá-lo em nome de toda ela, como se conclui de fazer todas as orações em nome da
Igreja. Logo, parece que os que estão fora da Igreja, isto é, os heréticos, os
cismáticos e os excomungados, não podem consagrar a Eucaristia.
Mas, em contrário, diz Agostinho: Assim
como o batismo produz neles, isto é, nos heréticos, nos cismáticos e nos excomungados
todos os seus efeitos, assim também a ordenação. Ora, por força da
ordenação o sacerdote pode consagrar a Eucaristia. Logo, os heréticos, os
cismáticos e os excomungados, desde que neles permanece íntegra a ordenação,
parece que podem consagrar a Eucaristia.