O mês de maio é um dos meses mais bonitos do ano.
Ele está longe do barulho do carnaval, está distante da agitação do fim do ano,
tem a leveza e a ternura das noivas; está envolto nos mistério da palavra mãe
pronunciada com delicadeza e doçura pelos filhos; rememora Maria, a mãe de
Jesus; e tem um toque eucarístico que nos leva a adorarmos o divino redentor.
Maria é a mãe de Jesus. Geneticamente a carne de
Jesus é toda proveniente de Maria uma vez que na concepção do Filho de Deus não
houve a participação de José. Por isso na Eucaristia encontramos Maria.
Jesus instituiu a Eucarística que é seu corpo e
sangue dados para a vida do mundo. Esse corpo e sangue santos foram gerados em
Maria por ação de Deus. Não há como entrar em comunhão com Jesus sem viver a
ternura de Maria que o gerou, o acompanhou nos seus dias terrenos e esteve
presente no início da Igreja sendo presença de Mãe que muito acreditou na obra
de seu Filho.
A Eucaristia é o pão da unidade. Vivemos em um
momento histórico em que há muitas divisões na humanidade, na sociedade, nas
religiões, nas famílias, nos relacionamentos humanos e na vida pessoal de cada
um. Maria sempre foi sinal de uma unidade profunda e corajosa. Unida ao
mistério Divino ela disse sim se abrindo para que a vontade de Deus se
cumprisse colaborando, desta forma, para a restauração da unidade que foi
rompida pelos velhos pais da humanidade. Unida aos necessitados ela escalou
montanhas para socorrer sua prima Isabel. Unida as famílias esteve em Caná da
Galiléia e pediu aos discípulos de Jesus para fazerem tudo o que Ele dissesse
sabendo que o Vinho melhor seria encontrado. No calvário quando a Palavra
estava se tornando muda ali estava ela certamente não com os sentimentos
humanos de perda, ou desespero, mas de fé confiante na Redenção que seu Filho
estava realizando. Ela tinha confiança de que haveria uma vitória triunfal.
Unida aos apóstolos no Cenáculo foi sinal de esperança para os enlutados. Maria
gloriosa é sinal de que tudo é efêmero e a vida se ilumina com os raios da
presença de seu Filho Ressuscitado.
Maria enquanto acompanhava a vida de Jesus e dos
apóstolos vivia uma Eucaristia antecipada. Ela se doava, rezava e muitas vezes
como hóstia silenciosa, sem emitir nenhuma palavra deixava que pedaços de si
fossem arrancados para nutrir o mundo.
Cada sofrimento vivido por seu Filho era um pedaço
arrancado daquela materna hóstia antecipada que se fazia oblação ao Pai.
Sabemos que para viver a Eucaristia é preciso muita fé, amor e contemplação.
Essas realidades não faltaram na vida de Maria que viveu antecipadamente o
mistério da Eucaristia e por isso a chamamos de mulher eucarística.
Dom Messias
dos Reis Silveira
Bispo de
Uruaçu (GO)
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