Prezados irmãos e irmãs, cristãos católicos e
pessoas de boa vontade:
Em nome de Jesus, quero me dirigir a todos os que
se encontram de coração aberto para acolher uma palavra do Bispo a respeito da
tentativa de inserção da chamada “ideologia de gênero” no Plano Municipal de
Educação (PME), a ser votado até o final de junho, em cada um dos nossos
municípios.
Essa ideologia consiste, em sínteses, no seguinte:
nós nascemos com um sexo biológico definido (homem ou mulher), mas, além dele,
existiria o sexo psicológico ou o gênero que poderia ser construído livremente
pela sociedade na qual o indivíduo está inserido.
Nesse contexto, deixaria de existir um homem e uma
mulher definidos segundo a natureza para dar lugar a um ser humano sexualmente
neutro, do ponto de vista psíquico. Cada um escolheria seu sexo conforme seu
querer. O plano do Criador estaria subvertido pela criatura a partir de nossas
escolas, repetindo o episódio bíblico da torre de Babel no qual os homens
querem desafiar a Deus colocando-se no seu lugar (cf. Gn 11,1-9).
Desejo, portanto, na condição de Pastor deste rebanho
a mim confiado, exortar a todos os irmãos e irmãs na fé e pessoas de boa
vontade em geral para que busquem, com empenho, se informar sobre a tramitação
do assunto junto aos vereadores, representantes do povo, em suas respectivas
cidades. Uma vez informados, manifestem a eles, de modo respeitoso e firme, a
sua posição contrária a essa perigosíssima ideologia.
Afinal, como afirmei em minha Carta Pastoral
(Amparo, 2012, 5.3), “a Igreja quer participar, qual fermento na massa, do
crescimento e do progresso de nossa sociedade, impregnando-a do Evangelho,
sendo sal e luz (Mt 5,14), porque Jesus assim o mandou. Porque tudo o que diz
respeito aos seres humanos diz respeito à missão da Igreja; ela não pode
abandonar o homem cuja sorte está unida a Cristo. O ser humano é ‘a via da
Igreja’, como diz João Paulo II na Redemptor Hominis (n. 14)”.
Mais: A Igreja tem o direito e o dever de fazer
ouvir a sua voz quando a sociedade se afasta da reta ordem natural. O Concílio
Vaticano II declara que “é de justiça que a Igreja possa dar em qualquer
momento e em toda parte o seu juízo moral, mesmo sobre matérias relativas à
ordem política, quando assim o exijam os direitos fundamentais da pessoa ou a
salvação das almas” (Gaudium et Spes, n. 76).
Portanto, só homens públicos impregnados de
laicismo agressivo que desejam banir da sociedade a Lei de Deus, tem a atitude
contraditória de buscar os votos dos eleitores na época das eleições e depois
que ganham, votarem contra o sentimento desta mesma população, (note-se que:
laicismo é algo bem diferente da laicidade que consiste na positiva separação e
respeito à liberdade religiosa por parte do Estado). Não permitamos que a ordem
natural seja subvertida por meio de conteúdos antinaturais ministrados em
nossas escolas.
Peço, pois, que cada um daqueles a quem chegar esta
minha comunicação se empenhe, em consciência, diante de Deus e do próximo, com
o direito que lhe assiste enquanto cidadão brasileiro, no combate à ideologia
de gênero de teor “diabólico”, como tem declarado o Papa Francisco.
Que o Senhor Jesus, pela intercessão de Nossa
Senhora do Amparo, Padroeira de nossa Diocese, cubra você e toda a sua família,
de bênçãos e graças divinas.
Dom Pedro Carlos Cipollini
Administrador Diocesano de Amparo.
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