segunda-feira, 8 de junho de 2015

Na Bósnia, Papa encoraja líderes religiosos na busca pela paz


Viagem do Papa Francisco a Sarajevo
Bósnia Herzegovina

DISCURSO

Encontro ecumênico e inter-religioso 
no Centro Internacional Franciscano
Sábado, 6 de junho de 2015

Senhor Cardeal,
Ilustres Autoridades religiosas,
Queridos amigos!

Sinto-me feliz por participar neste encontro, que reúne os representantes das confissões religiosas presentes na Bósnia-Herzegovina. Dirijo uma cordial saudação a cada um de vós e às vossas comunidades e agradeço, em particular, as amáveis palavras de boas-vindas e as reflexões que foram propostas.

O encontro de hoje é sinal dum desejo comum de fraternidade e de paz; testemunha uma amizade que tendes vindo a construir ao longo dos anos e que já viveis na convivência diária e na colaboração. O facto de nos encontrarmos aqui já é uma «mensagem» daquele diálogo que todos procuramos e para o qual trabalhamos.

Gostaria especialmente de recordar, como fruto deste desejo de encontro e reconciliação, a instituição em 1997 do Conselho local para o Diálogo Inter-religioso, que reúne muçulmanos, cristãos e judeus. Alegro-me pela obra que o Conselho está a fazer com a promoção de diversas actividades de diálogo, a coordenação de iniciativas comuns e o confronto com as Autoridades estatais. O vosso trabalho é muito valioso nesta região e, de modo particular, aqui em Sarajevo, encruzilhada de povos e culturas, onde a diversidade, se por um lado constitui um grande recurso que permitiu o desenvolvimento social, cultural e espiritual desta região, por outro serviu de motivo para dilacerações dolorosas e guerras sangrentas.

Não é por acaso que o nascimento do Conselho para o Diálogo Inter-religioso e doutras apreciáveis iniciativas no campo inter-religioso e ecuménico tenha tido lugar no fim da guerra como uma resposta à exigência de reconciliação e perante a necessidade de reconstruir uma sociedade dilacerada pelo conflito. Na realidade o diálogo inter-religioso, aqui como em qualquer parte do mundo, é uma condição imprescindível para a paz e, por isso, é um dever para todos os crentes (cf. Exort. ap. Evangelii gaudium, 250). 

Padre Luiz Augusto, o moralista desmoralizado?


Segundo o escritor Adaildes Alves Moreira, “honestidade prega justiça, uma pessoa completamente correta não tem que ser santa, tem que ser correta mesmo, conseguir algo com seus esforços.” Para muitos fiéis da Igreja Católica, o padre Luiz Augusto Ferreira é uma espécie de Madre Tereza do Cerrado. Suas obras de caridade, numa reconhecida defesa dos indigentes, assim como sua verve no púlpito com sermões de elevadíssimo cunho moral, justificam sua reputação.

Seria uma injustiça duvidar de seus propósitos qualificados. Mas é bom lembrar que o caldeirão do inferno, segundo a crença popular, está transbordando de pessoas com boas intenções.

Moralista extremado, ao ponto de criticar seus colegas de batina que adotam posições mais liberais, e se lançar numa cruzada contra a divulgação de casas noturnas que apresentam shows de nudez, o padre Luiz sempre deu ares de pairar acima das águas que afligem a babel de pecadores.

domingo, 7 de junho de 2015

Religiosos mundanos são uma caricatura, não servem, diz Papa


VIAGEM APOSTÓLICA DO PAPA FRANCISCO
A SARAJEVO (BOSNIA-HERZEGÓVINA)

ENCONTRO COM OS SACERDOTES, RELIGIOSAS, RELIGIOSOS
E SEMINARISTAS NA CATEDRAL

Sábado, 6 de Junho de 2015


Eu tinha preparado um discurso para vós, mas depois de ouvir os testemunhos deste Sacerdote, deste Religioso, desta Religiosa, sinto necessidade de vos falar espontaneamente.

Eles contaram-nos vida, contaram-nos experiências, contaram-nos muitas coisas feias e belas. Entrego o discurso – que é belo – ao Cardeal Arcebispo.

Os testemunhos falavam por si. E esta é a memória do vosso povo! Um povo que esquece a sua memória não tem futuro. Esta é a memória dos vossos pais e mães na fé: aqui falaram apenas três pessoas, mas por detrás delas existem muitos e muitas que sofreram as mesmas coisas.

Queridas irmãs, queridos irmãos, não tendes direito de esquecer a vossa história. Não para vos vingardes, mas para fazerdes a paz. Não para olhar [estes testemunhos] como uma coisa estranha, mas para amar como eles amaram. No vosso sangue, na vossa vocação, há a vocação, há o sangue destes três mártires. E há o sangue e há a vocação de tantas religiosas, tantos padres, tantos seminaristas. O autor da Carta aos Hebreus diz-nos: «Por favor, não esqueçais os vossos antepassados, aqueles que vos transmitiram a fé. Estes [aponta para as testemunhas] transmitiram-vos a fé; estes transmitiram-vos como se vive a fé. O próprio Paulo diz-nos: «Não vos esqueçais de Jesus Cristo», o primeiro Mártir. E estes seguiram os passos de Jesus.

Guardar a memória, para fazer paz. Algumas palavras ficaram-me no coração. Uma, repetida: «Perdoo». Um homem, uma mulher que se consagra ao serviço do Senhor e não sabe perdoar, não serve. Perdoar a um amigo, com o qual tinhas litigado, e te disse um palavrão, ou a uma religiosa que tem ciúmes de ti, não é muito difícil. Mas perdoar a quem te bate, a quem te tortura, a quem te espezinha, a quem ameaça matar-te com a carabina, isto é difícil. E eles fizeram-no, e eles pregam para que se faça!

Outra palavra que me ficou é a dos 120 dias no campo de concentração. Quantas vezes o espírito do mundo nos faz esquecer estes nossos antepassados, os sofrimentos dos nossos antepassados! Esta contagem não foi feita por dias, mas por minutos, porque cada minuto, cada hora é uma tortura. Viver todos amontoados, sujos, sem comida, nem água, esteja calor ou frio, e isto por tanto tempo! E nós, que nos queixamos quando temos um dente que nos dói, ou que queremos ter a televisão no nosso quarto com tantas comodidades, e que criticamos a superiora ou o superior quando a refeição é menos boa... Não esqueçais, por favor, os testemunhos dos vossos antepassados. Pensai quanto sofreram estas pessoas; pensai naqueles seis litros de sangue que recebeu o padre – o primeiro que falou – para sobreviver. E levai uma vida digna da Cruz de Jesus Cristo.

Irmãs, sacerdotes, bispos, seminaristas mundanos são uma caricatura, não servem. Não têm a memória dos mártires. Perderam a memória de Jesus Cristo crucificado, a nossa única glória.

Outra coisa que me vem à mente é aquele miliciano que deu a pêra à irmã; e aquela mulher muçulmana, que agora vive na América, mas então trouxe-lhes de comer... Todos somos irmãos. Mesmo aquele homem cruel pensou... (não sei que coisa pensou!), mas sentiu o Espírito Santo no seu coração e talvez tenha pensado na sua mãe e disse: «Toma esta pêra e não digas nada». E aquela mulher muçulmana passava por cima das diferenças religiosas: amava. Acreditava em Deus e fazia o bem.

Procurai o bem de todos. Todos têm a possibilidade, a semente do bem. Todos somos filhos de Deus.

Felizes de vós que tendes tão perto estas testemunhas! Não as esqueçais, por favor. Que a vossa vida cresça com esta memória. Penso naquele sacerdote a quem morreu o pai quando ele ainda era criança, depois morreu-lhe a mãe, em seguida a irmã… e ficou sozinho. Mas ele era fruto de um amor, dum amor matrimonial. Pensai naquela irmã mártir: também ela era filha duma família. E pensai também no franciscano, com duas irmãs franciscanas; e vem-me à mente aquilo que disse o Cardeal Arcebispo: Que sucede ao jardim da vida, isto é, à família? Sucede uma coisa ruim: não floresce. Rezai pelas famílias, para que floresçam em muitos filhos e haja também tantas vocações.

E, finalmente, quereria dizer-vos que esta foi uma história de crueldade. Também hoje, nesta guerra mundial, vemos muitas, muitas, muitas crueldades. Fazei sempre o oposto da crueldade: tende atitudes de ternura, de fraternidade, de perdão. E levai a Cruz de Jesus Cristo. É assim que a Igreja, a santa Mãe Igreja, vos quer: pequenos, pequenos mártires, tendo diante dos olhos estes pequenos mártires, pequenas testemunhas da Cruz de Jesus.

Que o Senhor vos abençoe! E, por favor, rezai por mim. Obrigado! 

Homilia do Papa Francisco em Sarajevo, na Bósnia


Visita do Papa Francisco a Sarajevo
Bósnia-Herzegovina

HOMILIA

Santa Missa no Estádio Koševo
Sábado, 6 de junho de 2015

Amados irmãos e irmãs!

Nas leituras bíblicas que ouvimos, ressoou várias vezes a palavra «paz». Palavra profética por excelência! Paz é o sonho de Deus, é o projeto de Deus para a humanidade, para a história, com toda a criação. E é um projeto que encontra sempre oposição por parte do homem e por parte do maligno. Também no nosso tempo, a aspiração pela paz e o compromisso de a construir colidem com o facto dos numerosos conflitos armados existentes no mundo. É uma espécie de terceira guerra mundial travada “aos pedaços”; e, no contexto da comunicação global, sente-se um clima de guerra.

Há quem queira deliberadamente criar e fomentar este clima, de modo particular aqueles que procuram o conflito entre culturas e civilizações diferentes e também quantos, para vender armas, especulam sobre as guerras. Mas a guerra significa crianças, mulheres e idosos nos campos de refugiados; significa deslocamentos forçados; significa casas, estradas, fábricas destruídas; significa sobretudo tantas vidas destroçadas. Bem o sabeis vós, que experimentastes isto mesmo precisamente aqui: quanto sofrimento, quanta destruição, quanta tribulação, quanta dor! Hoje, amados irmãos e irmãs, desta cidade ergue-se mais uma vez o grito do povo de Deus e de todos os homens e mulheres de boa vontade: Nunca mais a guerra!

Dentro deste clima de guerra salienta-se, como um raio de sol que atravessa as nuvens, a palavra de Jesus no Evangelho: “Felizes os pacificadores” (Mt 5, 9). Trata-se dum apelo sempre atual, que vale para cada geração. Jesus não diz “Felizes os pregadores de paz”: todos são capazes de a proclamar, até de maneira hipócrita ou mesmo enganadora. Não. Ele diz: “Felizes os pacificadores”, isto é, aqueles que a fazem. Fazer a paz é um trabalho artesanal: requer paixão, paciência, experiência, tenacidade. Felizes são aqueles que semeiam paz com as suas ações diárias, com atitudes e gestos de serviço, de fraternidade, de diálogo, de misericórdia… Estes sim, “serão chamados filhos de Deus”, porque Deus semeia paz, sempre, por todo o lado; na plenitude dos tempos, semeou no mundo o seu Filho, para que tivéssemos a paz! Fazer a paz é um trabalho que se deve realizar todos os dias, passo a passo, sem nunca nos cansarmos.

E como se faz, como se constrói a paz? Recordou-no-lo, de forma essencial, o profeta Isaías: «A paz será obra da justiça» (32, 17). A frase «opus iustitiae pax» – segundo a versão da «Vulgata» – tornou-se um lema célebre, profeticamente adotado pelo próprio Papa Pio XII. A paz é obra da justiça. Também aqui falamos, não duma justiça declamada, teorizada, planificada, mas da justiça praticada, vivida. E o Novo Testamento ensina-nos que o pleno cumprimento da justiça é amar o próximo como a nós mesmos (cf. Mt 22, 39; Rom 13, 9).

Quando, ajudados pela graça de Deus, seguimos este mandamento, como mudam as coisas! Porque mudamos nós! Aquela pessoa, aquele povo que eu via como inimigo, na realidade tem o meu próprio rosto, o meu próprio coração, a minha própria alma. Temos o mesmo Pai nos Céus. Então a verdadeira justiça é fazer àquela pessoa, àquele povo, o mesmo que eu queria que fosse feito a mim, ao meu povo (cf. Mt 7, 12). 

Discurso do Papa no encontro com autoridades em Sarajevo


Visita do Papa Francisco a Sarajevo 
Bósnia-Herzegovina

Encontro com as autoridades 
no Palácio Presidencial de Sarajevo
Sábado, 6 de junho de 2015

Agradeço sentidamente aos membros da Presidência da Bósnia-Herzegovina pela gentil recepção e, de modo particular, pelas cordiais palavras de saudação que me foram dirigidas, em nome de todos, pelo Senhor Presidente de turno Mladen Ivanić. É para mim motivo de grande alegria encontrar-me nesta cidade que, depois de tantos sofrimentos por causa dos conflitos sangrentos do século passado, voltou a ser lugar de diálogo e convivência pacífica. Passou-se de uma cultura do confronto, da guerra, a uma cultura do encontro.

Sarajevo e a Bósnia-Herzegovina revestem um significado especial para a Europa e o mundo inteiro. Há séculos que, nestes territórios, estão presentes comunidades que professam religiões diferentes e pertencem a distintas etnias e culturas, cada uma das quais se sente rica com as suas características peculiares e ciosa das suas tradições específicas, mas sem que isto tenha impedido uma prolongada vivência de mútuas relações amistosas e cordiais.

A própria estrutura arquitetônica de Sarajevo apresenta traços visíveis e consistentes disso mesmo, já que, no seu tecido urbanístico, surgem – a curta distância umas das outras – sinagogas, igrejas e mesquitas, a ponto de a cidade receber o cognome de «Jerusalém da Europa». Na verdade, constitui uma encruzilhada de culturas, nações e religiões; e semelhante função exige que se construam sem cessar novas pontes e se cuidem e restaurem as existentes, para se garantir uma comunicação fácil, segura e civil.

Precisamos de comunicar, descobrir as riquezas de cada um, valorizar aquilo que nos une e olhar as diferenças como possibilidades de crescimento no respeito por todos. Torna-se necessário um diálogo paciente e confiante, para que as pessoas, as famílias e as comunidades possam transmitir os valores da própria cultura e acolher o bem proveniente das experiências alheias.

Assim, as próprias feridas graves do passado recente têm possibilidade de cicatrizar e pode-se olhar com esperança para o futuro, enfrentando, com ânimo liberto de medos e rancores, os problemas diários que se colocam a cada comunidade civil. 

Catequese do Papa: misérias sociais que afetam as famílias


CATEQUESE
Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 3 de junho de 2014

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Nestas quartas-feiras temos refletido sobre família e sigamos adiante neste tema, refletir sobre família. E a partir de hoje, as nossas catequeses se abrem, com a reflexão à consideração da vulnerabilidade que tem a família, nas condições da vida que a colocam à prova. A família tem tantos problemas que a colocam à prova.

Uma dessas provas é a pobreza. Pensemos em tantas famílias que povoam as periferias das megalópoles, mas também nas zonas rurais. Quanta miséria, quanta degradação! E depois, para piorar a situação, em alguns lugares chega também a guerra. A guerra é sempre uma coisa terrível. Essa também afeta especialmente as populações civis, as famílias. Realmente a guerra é a “mãe de todas as pobrezas”, a guerra empobrece a família, uma grande predadora de vidas, de almas e dos afetos mais sagrados e mais queridos.

Apesar disso tudo, há tantas famílias pobres que com dignidade procuram conduzir a sua vida cotidiana, muitas vezes confiando abertamente na benção de Deus. Esta lição, porém, não deve justificar a nossa indiferença, mas sim aumentar a nossa vergonha pelo fato de existir tanta pobreza! É quase um milagre que, mesmo na pobreza, a família continua a se formar e até mesmo a conservar – como pode – a especial humanidade das suas relações. O fato irrita aqueles planejadores de bem-estar que consideram os afetos, as relações familiares como uma variável secundária da qualidade de vida. Não entendem nada! Em vez disso, nós deveríamos nos ajoelhar diante dessas famílias que são uma verdadeira escola de humanidade que salva a sociedade das barbáries.

O que nos resta, de fato, se cedemos à chantagem de César e do Dinheiro, da violência e do dinheiro, e renunciamos também aos afetos familiares? Uma nova ética civil chegará somente quando os responsáveis da vida pública reorganizarem os laços sociais a partir da luta contra a espiral perversa entre família e pobreza, que nos leva ao abismo. 

O Segredo de Fátima


O texto abaixo foi extraído do site do Vaticano (tradução para língua portuguesa) e contém a íntegra do documento divulgado pela Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, no qual é revelado e comentado o terceiro segredo de Fátima

O « SEGREDO » DE FÁTIMA

Primeira e segunda parte do « Segredo » segundo a redação feita pela Irmã Lúcia na «Terceira Memória », de 31 de agosto de 1941, destinada ao bispo de Leiria-Fátima. Terei para isso que falar algo do segredo e responder ao primeiro ponto de interrogação.


O que é o segredo?

Parece-me que o posso dizer, pois que do Céu tenho já a licença. Os representantes de Deus na terra, têm-me autorizado a isso várias vezes, e em várias cartas, uma das quais, julgo que conserva V. Ex.cia Rev.ma do Senhor Padre José Bernardo Gonçalves, na em que me manda escrever ao Santo Padre. Um dos pontos que me indica é a revelação do segredo. Algo disse, mas para não alongar mais esse escrito que devia ser breve, limitei-me ao indispensável, deixando a Deus a oportunidade d'um momento mais favorável.

Expus já no segundo escrito a dúvida que de 13 de Junho a 13 de Julho me atormentou e que n'essa aparição tudo se desvaneceu.

Bem o segredo consta de três coisas distintas, duas das quais vou revelar.

sábado, 6 de junho de 2015

Se podemos receber licitamente a comunhão dos sacerdotes heréticos ou excomungados, ou também pecadores, e ouvir a missa dita por eles.


O nono discute-se assim. — Parece que podemos receber licitamente a comunhão, dos sa­cerdotes heréticos ou excomungados, ou também pecadores, e ouvir a missa celebrada por eles.

1. — Pois, como diz Agostinho, não devemos fugir dos sacramentos quer administrado por um homem bom, quer por um homem mau. Ora, os sacerdotes, embora pecadores, e os heréticos ou excomungados, celebram um verdadeiro sacra­mento. Logo, parece que não devemos evitar o receber deles a comunhão, ou ouvir-lhes a missa.

2. Demais. — O corpo verdadeiro de Cristo é figurativo do corpo místico, como se disse. Ora, o verdadeiro corpo de Cristo é consagrado pelos referidos sacerdotes. Logo, parece que os per­tencentes ao corpo místico podem comungar no sacrifício deles.

3. Demais. — Muitos pecados são mais gra­ves que a fornicação. Ora, não é proibido ouvir missa dos sacerdotes que cometeram outros pe­cados. Logo, também não deve sê-lo ouvi-las dos sacerdotes fornicários.

Mas, em contrário, dispõe um cânone: Ninguém ouça a missa de um sacerdote de quem tem certeza que vive em concubinato. E Gregó­rio narra: Um pai pérfido mandou ao filho um bispo ariano, a fim de que das mãos deste rece­besse a comunhão sacrilegamente consagrada. Ora, aquele, varão temente a Deus, vendo-o che­gar, exprobrou como devia o bispo ariano.