Segundo a imprensa noticiou recentemente, certa
escola de samba da cidade de São Paulo manifestou o interesse de “homenagear”
nossa Senhora Aparecida no carnaval de 2017, quando serão comemorados os 300
anos da invenção (descoberta) de uma imagem de Maria santíssima no Rio Paraíba.
Por mais bem-intencionados que estejam os
carnavalescos, o carnaval, festa pagã por excelência, não se compagina com a
pureza de santa Maria. Como conciliar a sensualidade inerente ao carnaval com a
castidade da mãe de Jesus, virgem antes, durante e depois de parir o salvador
do mundo?
Nossa Senhora Aparecida não é simplesmente
“patrimônio” da cultura popular; ela é um ser humano, que vive no céu com os
bem-aventurados, donde medeia todas as graças. A devoção à padroeira do Brasil
pertence, isto sim, à religiosidade popular.
Há alguns anos, sua eminência, dom Eugênio Salles,
de saudosa memória, proibiu que uma escola de samba do Rio de Janeiro levasse à
avenida uma imagem do Cristo Redentor, porque não se pode misturar o sagrado
com o profano, principalmente no carnaval, notoriamente conhecido pela lascívia
e pelos excessos de variegado jaez.