Caros leitores e leitoras,
Graça e paz!
Neste ano, o livro proposto pela CNBB para
aprofundamento no mês da Bíblia é o Evangelho de João. O lema escolhido é
“Permanecei no meu amor para produzir muitos frutos”, e o tema, “Discípulos
missionários a partir do Evangelho de João”. O mandamento do amor de uns para
com os outros, sinal do discipulado, é o principal legado do Evangelho de João.
Não se trata de um “amor” qualquer, lembrando que a palavra “amor” é muito
banalizada e usada para tudo em nossos dias. Trata-se de amor que tem como meta
e como ideal o amor de Cristo. A vivência desse amor nas comunidades cristãs e
dos cristãos para com o todo da criação é a principal força missionária. Como
tem repetido o papa Francisco, a Igreja cresce não por proselitismo, mas pela
força de atração que vem do testemunho.
Aspectos muito concretos do contexto da comunidade
de João ocasionaram a ênfase dada ao mandamento do amor e a busca por
fortalecer e aprofundar a fé. A comunidade era formada por significativa
diversidade: judeus convertidos, samaritanos, pagãos convertidos, galileus,
pobres, ricos, membros do grupo de João Batista. Isso exigiu maior abertura
para conviver com pessoas de mentalidades diferentes. A convivência e os
vínculos de fraternidade foram possíveis por meio do amor, força capaz de
ultrapassar as barreiras e preconceitos e ideal de uma nova aliança baseada na
solidariedade. A comunidade também era marcada por conflitos e perseguições por
parte das autoridades judeu-farisaicas e do império romano, além de manter
divergências com outras correntes filosóficas e religiosas. Tanto pela
diversidade cultural como pelos conflitos e dificuldades gerados pelas
perseguições, a comunidade precisou aprofundar os laços de amor e a fé para
resistir e manter-se fiel.