sábado, 5 de setembro de 2015

‘Parem a guerra na Síria, não queremos ir para a Europa’


Após a ampla divulgação das fotografias de Aylan Kurdi, um menino sírio três anos que foi encontrado morto em uma praia turca na tentativa de entrar na Europa com sua família, as repercussões não demoraram a chegar.

Kinan Masalmeh, um jovem de 13 anos, foi entrevistado por um jornalista da Al Jazeera em uma cidade húngara. O vídeo, no qual a criança pede o fim da guerra no seu país, enquanto é retido pela Polícia junto com centenas de refugiados sírios nas redondezas de uma estação de trem, começou a circular por todo o mundo através das redes sociais.

"A polícia não gosta dos sírios. Nem na Sérvia, nem na Hungria, nem na Macedônia, nem na Grécia", Kinan explica ao jornalista. "Qual é a sua mensagem, então?", pergunta o entrevistador. E o menino responde em Inglês: "A minha mensagem é, por favor, ajudem os sírios. Os sírios precisam de ajuda agora. Parem a guerra, não queremos vir para a Europa. Basta parar a guerra na Síria. Só isso".

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Cáritas: Parte da verba da campanha de Natal vai ajudar refugiados


O presidente da Cáritas Portuguesa revelou que a instituição vai canalizar parte da verba da campanha de Natal para o acolhimento de refugiados sírios.

Em declarações à agência Lusa a propósito do Dia Internacional da Caridade, que se assinala sábado, Eugénio da Fonseca adiantou que, além da campanha, a Cáritas está também a fazer um levantamento de casas devolutas.

"Neste momento estamos a identificar potenciais recursos que possam ajudar ao acolhimento das pessoas que vierem para Portugal. Nós não aceitamos campos de refugiados, estamos a falar de pessoas. Não se justifica quando há tanta casa devoluta neste país que se coloquem famílias em tendas ou contentores, mesmo que seja feito em nome do provisório", sublinhou.

O responsável adiantou também que parte do valor angariado na Campanha de Natal da Cáritas "Operação 10 Milhões de Estrelas" será canalizado para a causa dos refugiados, para satisfazer as necessidades primárias de subsistência e acolhimento das pessoas.

"Estamos também à procura de pessoas que depois da chegada dos refugiados queiram apoiar no ensino da língua portuguesa e que sejam guias de cidadania. Vão precisar de quem os leve aos centros de saúde, ao supermercado, etc.", concluiu. 

Sacerdote adianta alguns dos objetivos para o Encontro Mundial das Famílias


Um dos objetivos do Encontro Mundial das Famílias (EMF), a ser realizado entre os dias 22 e 27 de setembro na Filadelfia (Estados Unidos), é ajudar as pessoas a compreender que a família é um dom de Deus que precisa abrir seu coração a Jesus Cristo, explicou um sacerdote do comitê organizador do evento.

Em declarações ao Grupo ACI, o Pe. William Donovan, explicou que a família “é o lugar através do qual nos sentimos mais amados, protegidos, seguros e valorizados. Na economia natural das coisas, poderíamos afirmar que, depois da vida, a família é o maior dom que Deus nos deu”.

“A razão é que Deus nos deu a vida e deseja que seja plena”, afirmou o sacerdote que serve como elo entre o Arcebispo da Filadélfia, Dom Charles Chaput, com o Pontifício Conselho para a Família.

Através deste evento, “queremos reunir a maior quantidade de recursos e assistência à família humana a fim de que possamos compreender e executar seu papel como um lugar de amor”, disse o Pe. Donovan.

O presbítero explicou que este evento celebra “a importância, a natureza, a dignidade e a beleza da família” e que um dos objetivos é dar recursos aos participantes para que com eles voltem para seus respectivos países e dioceses.

A respeito da afirmação do Santo Padre, na qual assinala que a família é a primeira escola e o “primeiro hospital”, o Pe. Donovan disse: “Esta imagem é particularmente cativante, pois quando falamos das famílias como primeiro hospital, nos referimos às feridas e às debilidades”.

“O Pontífice está interessado particularmente em curar as feridas e as debilidades da família humana”, adicionou o sacerdote. 

Bento XVI: “O que um homem deve fazer para ter um coração puro?”


O Papa Emérito Bento XVI explicou que a Palavra de Deus liberta os fiéis da falta de memória em um mundo que já nem sequer pensa n’Ele.

Assim indicou durante a homilia da Missa que presidiu no último domingo, 30 de agosto, no encontro anual com seus antigos alunos, conhecidos como os Ratzinger Schuelerkreis, na capela do Cemitério Teutônico, no Vaticano.

“A verdade, o amor e a bondade que vêm de Deus tornam o homem puro; e a verdade, o amor e a bondade encontramos através da Palavra, a qual nos liberta do 'esquecimento' em um mundo que já não pensa em Deus”, expressou o Papa Emérito.

Durante sua homilia, Bento XVI recordou que há três anos o grupo escutou a mesma passagem do Evangelho de São Marcos e que o Cardeal Christoph Schonborn lhes perguntou: "Não deveríamos ser purificados do exterior e não somente do interior? O mal provém exclusivamente do interior ou do exterior?".

O Papa Emérito considerou esta pergunta muito interessante e decidiu respondê-la nesta homilia, indicando que a resposta está no Evangelho.

Em seguida, perguntou se o mal que ataca a Igreja provém do mundo e sugeriu: “Poderíamos dizer que podemos combater com uma limpeza exterior as doenças e epidemias que nos ameaçam”. 

Vaticano se pronuncia e transexual não poderá ser padrinho de batismo


No último dia 6 de agosto a diocese de Cádiz (Espanha) admitiu a transexual Álex Salinas como padrinho de batismo do seu sobrinho. Entretanto, depois da polêmica, o Bispo consultou à Congregação para a Doutrina da Fé no Vaticano e recebeu como resposta que é “impossível admitir” uma pessoa com comportamento transexual como madrinha ou padrinho de batismo.

O Bispo de Cádiz e Ceuta, Dom Rafael Zorzona Boy, divulgou hoje um comunicado no qual explica que recorreu à Congregação para a Doutrina da Fé “ante a confusão provocada entre alguns fiéis” pois atribuíram palavras e informações que não foram pronunciadas por ele e também “pela complexidade e relevância mediática alcançada por meio deste assunto”, assim como pelas “consequências pastorais” que esta decisão tem.

Dom Zorzona Boy explicou que após consultar a Congregação para a Doutrina da Fé, dicastério do Vaticano encarregado de custodiar a correta doutrina católica, a respeito da possibilidade de que a transexual Álex Salinas fosse padrinho de batismo do filho da sua irmã, a resposta foi a seguinte:

“Sobre este particular lhe comunico a impossibilidade de que lhe admita. O mesmo comportamento transexual revela de maneira pública uma atitude oposta à exigência moral de resolver o próprio problema de identidade sexual segundo a verdade do próprio sexo. Portanto, é evidente que esta pessoa não possui o requisito de levar uma vida conforme a fé e ao cargo de padrinho (CIC no. 874 §3), não podendo, portanto, ser admitido ao cargo nem de madrinha nem de padrinho. Não se vê nisso uma discriminação, mas somente o reconhecimento de uma objetiva falta dos requisitos que por sua natureza são necessários para assumir a responsabilidade eclesiástica de ser padrinho". 

Em carta à juventude da Síria, Patriarca implora: “Não nos abandonem!”


Diante do que classificou um verdadeiro “tsunami” de emigração de jovens da Síria, o Patriarca greco-católico melquita, Gregorios III, lançou um apelo desesperado à juventude do país: “Apesar de todo o seu sofrimento, fiquem!”, pediu.

Em uma carta aberta à juventude, com cópia enviada à Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), Gregorios III declarou que o êxodo é tão grave que coloca sérias questões sobre o futuro da Igreja na Síria.

O prelado, sediado em Damasco, afirmou que a emigração da juventude cristã é especialmente grave na Síria, mas também representa em uma grande preocupação em outras regiões do Oriente Médio.

“A quase coletiva onda de emigração da juventude, especialmente na Síria mas também no Líbano e no Iraque, é um golpe mortal que me parte o coração, ferindo-me profundamente”, escreveu.

“Devido a este tsunami de emigração”, o Patriarca questionou: “Que futuro está reservado à Igreja? O que será da nossa pátria? O que acontecerá às nossas paróquias e instituições?”.

Mesmo reconhecendo os imensos problemas da vida na Síria atualmente, Gregorios disse “implorar” aos jovens para que não abandonem o seu país. “Apesar de todo o vosso sofrimento, fiquem! Tenham paciência! Não emigrem! Fiquem por causa da Igreja, pela vossa pátria, pela Síria e pelo seu futuro! Fiquem! Fiquem, por favor!”. 

Pedagogia Litúrgica para o mês de Setembro de 2015



Esperança e discipulado 

Neste mês que a Igreja do Brasil dedica um olhar especial para a Sagrada Escritura, considerando setembro como sendo o “Mês da Bíblia”, a Palavra presente nas celebrações nos convoca a uma renovação total de nossas vidas.

Profecia da esperança e discipulado

O ponto de partida é o reconhecimento que “ele (Jesus) tem feito bem todas as coisas” (23DTC-B). Um reconhecimento que se transforma em profecia de esperança em favor da vida machucada, especialmente a vida dos mais pobres de nossa sociedade, neste tempo de crise. Um tempo para renovar a fé, com alegria e com confiança, pois o agir de Jesus, revitalizando a vida incapaz de se comunicar volta a acontecer entre nós. O início das celebrações, neste mês, portanto, celebra a força da esperança e professa que a força da vida é mais forte que as ameaças da morte (23DTC-B).

É interessante perceber como a decisão de se colocar a serviço do projeto divino atrai a agressividade social. Isto acontece porque existe uma espécie de aversão contra o projeto divino em nosso meio. Diante de tal fato, é necessário uma decisão, porque quem não for capaz de tomar a Cruz não terá condições de ser discípulo e discípula de Jesus (24DTC-B). A condição para que o discipulado aconteça na vida de uma pessoa resume-se na aceitação da Cruz de Jesus. Cruz como sinal da aceitação do projeto divino, que por ela passa e, como sinal das adversidades que todo discípulo e discípula precisam assumir ao ingressar no caminho do discipulado. 

Família de menino sírio afogado tentou fugir várias vezes da guerra


A família do menino que morreu afogado em uma praia depois do naufrágio de uma embarcação de refugiados sírios, e cuja foto comoveu o mundo, tentou fugir várias vezes dos combates na Síria e queria emigrar para o Canadá.

Aylan, de três anos de idade, morreu afogado na quarta-feira junto com seu irmão Ghaleb, de 5 anos, e sua mãe Rihanna ao largo da costa da cidade turca de Bodrum.

Apenas o pai, Abdallah, conseguiu sobreviver. Muito emocionado, ele relatou os momentos de desespero no mar. “Meus filhos escorregaram de minhas mãos”, contou, acrescentando que todos “estavam com coletes salva-vidas, mas o barco virou subitamente porque algumas pessoas se levantaram”.

“Estava escuro e todo mundo gritava. Foi por isso que minha esposa e meus filhos não escutaram minha voz. Tentei nadar em direção a eles, mas não os encontrei”, explicou Ebdi. Uma vez em terra, “fui ao hospital e lá recebi a notícia”.

Os corpos serão repatriados do hospital local para onde foram levados na cidade síria de Kobane para serem enterrados nas próximas 48 horas, indicou à AFP Mustefa Ebdi, um jornalista desta cidade que recebeu o pai.

A imprensa turca identificou a família como Kurdi, provavelmente em referência a sua origem étnica, mas Ebdi afirmou que o sobrenome da família é Shenu.