Esperança e
discipulado
Neste mês que a Igreja do Brasil dedica um olhar
especial para a Sagrada Escritura, considerando setembro como sendo o “Mês da
Bíblia”, a Palavra presente nas celebrações nos convoca a uma renovação total
de nossas vidas.
Profecia da
esperança e discipulado
O ponto de partida é o reconhecimento que “ele
(Jesus) tem feito bem todas as coisas” (23DTC-B). Um reconhecimento que se
transforma em profecia de esperança em favor da vida machucada, especialmente a
vida dos mais pobres de nossa sociedade, neste tempo de crise. Um tempo para
renovar a fé, com alegria e com confiança, pois o agir de Jesus, revitalizando
a vida incapaz de se comunicar volta a acontecer entre nós. O início das
celebrações, neste mês, portanto, celebra a força da esperança e professa que a
força da vida é mais forte que as ameaças da morte (23DTC-B).
É interessante perceber como a decisão de se
colocar a serviço do projeto divino atrai a agressividade social. Isto acontece
porque existe uma espécie de aversão contra o projeto divino em nosso meio.
Diante de tal fato, é necessário uma decisão, porque quem não for capaz de
tomar a Cruz não terá condições de ser discípulo e discípula de Jesus
(24DTC-B). A condição para que o discipulado aconteça na vida de uma pessoa
resume-se na aceitação da Cruz de Jesus. Cruz como sinal da aceitação do projeto
divino, que por ela passa e, como sinal das adversidades que todo discípulo e
discípula precisam assumir ao ingressar no caminho do discipulado.
Conseqüências
do discipulado
Depois de Jesus propor, com a cura do surdo-mudo a
necessidade de se libertar de formas comunicativas que nos ensurdecem para a
fraternidade (23DTC-B), e convidar para seu seguimento, no caminho do
discipulado (24DTC-B), a Liturgia traz algumas conseqüências do
discipulado que livremente se comunica e livremente enfrenta as adversidades. A
primeira delas consiste na necessidade de mudar a mentalidade, para se tornar
simples e fraterno como as crianças (25DTC-B). E, neste movimento de conversão,
é que nos deparamos com um fato: o estilo de vida do justo sempre incomoda o
ímpio, aqueles que vivem distantes de Deus. Um incômodo transformado em
agressão contra o justo por ele depositar em Deus a proteção de sua vida.
Diante de tais fatos, a proposta é reagir com simplicidade, com fé e com a
coragem dos que confiam em Deus
Como viver, então, de modo justo numa sociedade
agressiva? Eis uma segunda conseqüência: cultivando a paz interior,
dedicando-se ao serviço na fraternidade e vivenciando a simplicidade das
crianças (25DTC-B). É com tais características que nos tornamos discípulos e
missionários do Evangelho. Isto vem ao encontro do desejo de Moisés que cada
membro do povo tivesse em si o Espírito Santo. Isto é, vivesse movido pelo
Espírito divino (26DTC-B). Com isso, concluímos as celebrações deste mês com um
projeto de vida bem cristão, que pode ser resumido no seguinte pensamento: pelo
Batismo recebemos o dom da profecia e a missão de testemunhar a vontade divina
através da vida cotidiana como discípulos e missionários do Evangelho.
Concluindo
Setembro, “Mês da Bíblia”, é uma oportunidade para
ajudar nossos celebrantes a tomarem consciência de que o projeto divino
acontece no mundo, por meio da Igreja, dos pastores que estão à sua frente
e de todos os que se fazem discípulos e discípulas do Senhor por se deixarem conduzir
pelo Espírito Santo de Deus. Em conseqüência, podemos dizer que o melhor modo
de celebrar o “Mês da Bíblia” é acolhendo a Palavra de Deus com o propósito de
nos fazer discípulos e discípulas de Jesus Cristo, nosso Mestre.
Serginho
Valle
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Serviço de
Animação Vocacional - SAV
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