No último
dia 6 de agosto a diocese de Cádiz (Espanha) admitiu a transexual Álex Salinas
como padrinho de batismo do seu sobrinho. Entretanto, depois da polêmica, o
Bispo consultou à Congregação para a Doutrina da Fé no Vaticano e recebeu como
resposta que é “impossível admitir” uma pessoa com comportamento transexual como
madrinha ou padrinho de batismo.
O Bispo
de Cádiz e Ceuta, Dom Rafael Zorzona Boy, divulgou hoje um comunicado no qual
explica que recorreu à Congregação para a Doutrina da Fé “ante a confusão
provocada entre alguns fiéis” pois atribuíram palavras e informações que não
foram pronunciadas por ele e também “pela complexidade e relevância mediática
alcançada por meio deste assunto”, assim como pelas “consequências pastorais”
que esta decisão tem.
Dom
Zorzona Boy explicou que após consultar a Congregação para a Doutrina da Fé,
dicastério do Vaticano encarregado de custodiar a correta doutrina católica, a
respeito da possibilidade de que a transexual Álex Salinas fosse padrinho de
batismo do filho da sua irmã, a resposta foi a seguinte:
“Sobre
este particular lhe comunico a impossibilidade de que lhe admita. O mesmo
comportamento transexual revela de maneira pública uma atitude oposta à
exigência moral de resolver o próprio problema de identidade sexual segundo a
verdade do próprio sexo. Portanto, é evidente que esta pessoa não possui o
requisito de levar uma vida conforme a fé e ao cargo de padrinho (CIC no. 874
§3), não podendo, portanto, ser admitido ao cargo nem de madrinha nem de
padrinho. Não se vê nisso uma discriminação, mas somente o reconhecimento de
uma objetiva falta dos requisitos que por sua natureza são necessários para
assumir a responsabilidade eclesiástica de ser padrinho".
Através
da nota, o Bispo precisou que o papel que os padrinhos assumem no sacramento do
batismo é “ante Deus e sua Igreja e em relação com o batizado, o dever de
colaborar com os pais em sua formação cristã, procurando que leve uma vida
coerente com a fé batismal e cumpra fielmente as obrigações inerentes”.
Segundo o
comunicado, “os padrinhos devem ser “crentes sólidos, capazes e dispostos a
ajudar ao novo batizado... no seu caminho da vida cristã”, como assinala o
Catecismo da Igreja Católica no numeral 1255.
Além
disso, aponta a que se não se encontrassem candidatos que reunissem os
requisitos para ser padrinho ou madrinha, o batismo poderia ser celebrado da
mesma forma, pois a figura dos padrinhos não é necessária neste sacramento.
Dom
Zorzona recolheu umas palavras do Papa Francisco na encíclica Laudato Si’,
através da qual explica que a transexualidade é um comportamento “contrário à
natureza do homem: a valorização do próprio corpo em sua feminilidade ou
masculinidade é necessária para reconhecer-se a si mesmo no encontro com o
diferente. Deste modo é possível aceitar gozosamente o dom específico do outro
ou da outra, obra de Deus criador, e enriquecer-se reciprocamente. Portanto,
não é adequada uma atitude que pretenda 'cancelar a diferença sexual porque já
não sabe confrontar-se com a mesma'”.
O Bispo
insistiu também em que “a Igreja acolhe A todas as pessoas com caridade
querendo ajudar A cada um em sua situação com vísceras de misericórdia, mas sem
negar a verdade que prega, que A todos propõe como um caminho de fé para ser
livremente acolhida”.
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ACI Digital
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