Verificar o “desequilíbrio demográfico” controlando
o presumível incremento da população de cristãos e muçulmanos na Índia: com
este objetivo, o grupo extremista hindu “Rashtriya Swayamsevak Sangh” , rede
amplamente difundida, promotora da ideologia exclusivista do Hindutva e de
numerosos atos de violência contra minorias religiosas, mobilizou seus membros
acusando as minorias não-hindus de “infiltração no território indiano” e de
“políticas de conversão”. Citando dados do último censo, o movimento afirma: “A
cota da população de religião hinduísta que era 88% – ressalta – desceu para
83,8%, enquanto a população muçulmana que era 9,8% passou para 14,23% de
1951-2011”.
sexta-feira, 6 de novembro de 2015
Nota da Arquidiocese de Mariana sobre a tragédia em Bento Rodrigues
NOTA DA ARQUIDIOCESE DE MARIANA
Somos
atribulados, mas não desanimamos; postos em dificuldade, mas não vencidos;
prostrados por terra, mas não aniquilados (cf. 1Cor 4,8s)
A Arquidiocese de Mariana lamenta profundamente a
tragédia ocorrida na tarde desta quinta-feira, 5 de novembro, no Distrito de
Bento Rodrigues, neste Município de Mariana, provocada pelo rompimento da
barragem de rejeitos Fundão, da empresa Samarco Mineradora, vitimando centenas
de pessoas. Manifestamos nossa mais sentida solidariedade às famílias que
tiveram suas casas e seus bens destruídos e às que choram a morte de seus entes
queridos, vítimas dessa catástrofe de proporções incalculáveis.
O momento é de unir esforços para minimizar a
aflição e o sofrimento de todos os que foram atingidos por essa tragédia.
Exortamos nossas comunidades a prestarem sua solidariedade às vítimas,
acolhendo-as, doando alimentos e roupas, confortando-as, oferecendo-lhes suas preces.
A generosidade de todos será bálsamo a atenuar a aguda dor que toma o coração
dos irmãos e irmãs que sofrem com essa terrível catástrofe.
A apuração das responsabilidades por tamanha
tragédia é uma exigência da justiça e condição para que tal situação nunca mais
se repita.
O que fazer com o sentimento de culpa?
Desde a era mais primitiva, a culpa ou o sentimento
de culpa existiram. O homem, consciente de si e dotado de liberdade, tem como
distintivo o chamado à responsabilidade. A característica do ser humano que o
chama a ser responsável é a compreensão de si próprio e daquilo que é
necessário fazer segundo a sua consciência. A Logoterapia, abordagem
psicológica proposta por Viktor Frankl, entende que o homem possui capacidade
de escolher em quaisquer circunstâncias o que ele quer ser, e o afirma
responsável por essas escolhas. Isso engloba estar atento aos desacordos de
suas próprias decisões. Tais desacordos podem gerar a culpa por algo que
aconteceu como consequência de um ato.
Frankl (2005) escreveu: “o homem tem o direito de
ser considerado culpado e de ser punido. Encontrar uma explicação para a culpa
considerando-o como vítima das circunstâncias significa também tirar-lhe a
dignidade humana” (p. 45). A Logoterapia ressalta que não se pode tornar
ninguém escravo de suas “determinações”, tentando justificar as ações de outrem
pondo culpa em fatores externos ou até mesmo internos, ou seja, fazendo vitimizações.
É o caso dos crimes em que se procura investigá-los e até mesmo explicá-los
pondo a culpa inteiramente nos fatores sociais, biológicos, ambientais, etc.,
como se o homem fosse uma marionete dos condicionamentos biopsicossociais. Até
mesmo o sentimento de culpa pode transformar-se em conquista, pois ele ajuda a
rever os caminhos e tomar decisões.
Vatileaks: O Papa desfez equilíbrios atávicos, talvez corruptos, e há reações pesadas.
Mais uma vez temos a fuga de
notícias. Parece que nada mudou...
Um velho
vaticanista commo Benni Lai dizia que no Vaticano há muita fofoca porque os
padres não tem em casa mulher para poder conversar sobre o que ocorreu no
trabalho... mas, é claro, trata-se de uma explicação muito leve para descrever
o que realmente está acontecendo. Desenha-se um cenário, que me parece, não
corresponde ao que é verdadeiro, que visa dar uma ideia de um Vaticano sem um
governo forte, ou então, que seja impossível reformar.
Acho que
aconteceram coisas graves, mas circunscritas. E, sobretudo, relativas à esfera
econômica sobre a qual se abateu a foice de Francisco. O Pontífice mexeu com
equilíbrios atávicos, algumas vezes, corruptos, e isto suscitou reações pesadas
no interior da Cúria. Os documentos que estão no centro das fugas de notícias
são todas de tipo econômico e isto confirma que o desafio se dá neste terreno.
É aqui que está a areia movediça. Daqui é que se fala de uma crise de governo
ou de um Papa que não sabe escolher as pessoas certas. O Papa governa de
maneira forte e com sucesso, mas podem acontecer incidentes.
As duas pessoas presas foram
nomeadas durante o seu pontificado...
A senhora
Chaoqui não tinha uma posição tão importante que tivesse ser escolhida pelo
Pontífice. Quando ao padre Vallejo Balda, ele já estava na Cúria e o seu nome foi
sugerido pelo então arcebispo de Madri (cardeal Rouco). Mas o Papa não o quis
como número dois de Pell (o 'ministro da Economia do Vaticano'). Assim, não se
pode falar de nomeações erradas, ainda que isto também pode acontecer...
Mas parece haver uma forte
contradição entre a espiritualidade da Igreja de Francisco e estes fatos tão
terrenos...
A
contradição existe. O Vaticano é uma grande administração internacional, feita
por homens, uma grande instituição com as suas debilidades. Mais ainda: é composta
por tipos humanos muito diferentes, filhos de culturas, mentalidades e hábitos
diferentes. Uma Cúria muito variada, filha de uma internacionalização que
susbtitui a precedente, toda italiana. Uma instituição sujeita às mesmas leis
das classes dirigentes e burocráticas do mundo, que nem sempre são de tão alto
nível... acrescento que esta Cúria não está no Céu mas em Roma, e o clima que
se respira nesta cidade, certamente, não é o melhor...
Antes o senhor falava da reforma
da Cúria. Em que direção se moverá esta reestruturação?
Não é
necessária somente uma reforma das estruturas ou do seu conjunto, mas também de
uma revolução no recrutamento: é preciso ter a presença de mais mulheres e
leigos na máquina administrativa. A burocracia é ainda muito clerical.
A senhora Chaouqui é uma mulher e
leiga, mas o seu perfil, inclusive nas colunas sociais, parece ser pouco idôneo
para a Igreja...
Não a
conheço, mas recordo que ela não tinha um posto importante. Até agora o
recrutamento é feito por cooptação clerical e isto é um limite. São necessárias
regras: se numa grande empresa são revelados documentos reservados,
imediatamente se demite.
quinta-feira, 5 de novembro de 2015
Em campanha abortista diabólica, artistas globais insinuam que Maria não era virgem
Os atores do vídeo Bruna Linzmeyer, Barbara Raquel
Paz, Johnny Massaro, Nando Alves Pinto, Ricardo Targino, Alexandre Borges,
Julia Lemmertz, Mumu, Nanda Costa, Gus Machado e Julia, todos funcionários da
Rede Globo participaram de um vídeo abortista.
Logo no inicio do vídeo os atores falam a respeito
da gravides da Virgem Maria “Falar de gravidez é um tabu. Vem desde Nossa
Senhora, que engravidou virgem. Uma gravides sem sexo, sem corpo, sem desejo e
sem medo. (Sem sexo?) Esse lance de virgindade (é) erro de tradução. Do
hebraico pro grego…”, dizem os atores.
Sob uma mascara de defesa das mulheres, o
promocional diz que a mulher é explorada, obrigada a ter o filho e patati e
patata… Ora, ataques tão violentos a mulher que vem, segundo o promocional, da
classe intelectual e do show bussines deveriam ser uma verdade inconveniente,
mas não, muito pelo contrário. Todos os grandes veículos de imprensa
enalteceram o promocional. Que coincidência assombrosa.
O vídeo demonstra um grande problema que vemos hoje:
Pessoas desqualificadas a darem qualquer parecer básico sobre como somar 1+1
vomitam sua opinião e gozam de um espaço proeminente na mídia.
Cresce o mau humor contra o "papa herege"
As
tropas ultratradicionalistas não aguentam: o papa que veio do fim do mundo não
as agrada, nunca lhes agradou, para dizer a verdade, só que agora o ruído de
fundo, o descontentamento que se sentia como um rumor à distância, explodiu.
O papa não é católico, acusam elas, é quase um herege, melhor;
elas se aproximam, assim, das clássicas posições sedevacantistas dos
lefebrvianos, a Fraternidade São Pio X, que continua sendo, para muitos deles,
um ponto de referência.
O ponto de inflexão foi o Sínodo sobre a família ou, melhor, os
dois Sínodos: por muito tempo, a ala conservadora mais intransigente cultivou o
objetivo de frustrar o projeto reformista do papa que colocava fora de jogo a
doutrina concebida como ideologia: quem está em regra está dentro; todos os
outros estão fora. Nada de misericórdia, nada de amor de Deus, nada de
acolhida: portas fechadas, e não se fala mais disso.
Sobre essa linha se afiava o integralismo duro e piro que tinha
mais do que uma tonalidade púrpura nos sagrados palácios, embora certos
cardeais integralistas não usassem a linguagem agressiva e feroz de certos
grupos e sites da internet.
Por outro lado, um dos Padres sinodais, o arcebispo Tomash Peta,
de Astana (Cazaquistão), pertencente à corrente mais intransigente, foi até o
fim e disse sem rodeios – retomando uma célebre expressão de Paulo VI – que a
"fumaça de Satanás" entrou no Vaticano com o Sínodo e
"precisamente através da proposta de admitir à Sagrada Comunhão aqueles
que estão divorciados e vivem em uma nova união civil; a afirmação de que a
coabitação é uma união que pode ter em si mesma alguns valores; a abertura à
homossexualidade como algo dado como normal".
Não é de se admirar, então, que, nas profundezas da internet,
entre grupos e associações fundamentalistas, o papa se torna uma espécie de
anti-Cristo, um diabo que se infiltrou no topo da Igreja Católica; ambientes
marginais dos quais, no entanto, transparece um clima pesado, uma perigosa
agressividade mal reprimida.
Não devemos esquecer, contudo, que, se o extremismo religioso
católico está irritado com Bergoglio, os primeiros que lhe chamaram de
"comunista" foram os fanáticos do hiperliberalismo econômico dos EUA,
os líderes do Tea Party, as falanges republicanas aderentes ao cristianismo
evangélico com tempero fundamentalista, o do "Cinturão da Bíblia" que
se uniam aos ideólogos de Wall Street: que o papa cuide das almas, o
capitalismo financeiro em crise nestes anos turbulentos não pode ser tocado,
muito menos era tarefa do bispo de Roma falar de direitos sociais.
Em todo o caso, se uma oposição coerente ao papa não consegue
ganhar forma e parece estar bastante despedaçada e dividida, grupos e atitudes
diversas convergem, porém, em um mau humor crescente contra Francisco e os seus
colaboradores.
Só que essa revolta teve que fazer as contas com o imenso
consenso que acompanhava o papa argentino, de Manila ao Rio de Janeiro, onde
povos católicos inteiros, multidões de "descartados", de marginais
reencontravam um guia e uma referência em um mundo regulado pelo poder de uma
economia que não tinha – nas favelas filipinas e brasileiras – um rosto humano.
Além disso, é longa a lista das coisas que fazem com que os
grupos tradicionalistas se abalem: da crítica às finanças mundiais ao São
Francisco ecológico, do ataque contra a corrupção na Igreja ao pedido de
pastores "com o cheiro de ovelhas" – isto é, capazes de estar no meio
do povo –, da excomunhão direta aos mafiosos e, talvez especialmente, aos
muitos silêncios interiores de padres e bispos coniventes à reforma das finanças
vaticanas, passando pelo enfraquecimento da corte papal.
E depois houve a recusa de todo critério hierárquico nas
nomeações cardinalícias: a escolha não premiava mais dioceses poderosas e
carreiras construídas para chegar ao solidéu vermelho, mas homens da Igreja que
moram nos lugares complexos de um mundo real: da Birmânia à distante Tonga, de
Montevidéu a Agrigento.
A encíclica sobre o ambiente, além disso, mobilizou ao redor do
papa mundos que, antes, olhavam apenas com desconfiança para a Santa Sé, mas
particularmente aproximou à cúpula da Igreja depois de muito tempo uma miríade
de organizações católicas que, do Brasil à África, passando pela Austrália,
combateram com o Evangelho em mãos batalhas muitas vezes desesperadas para
defender territórios depredados e comunidades humanas despeçadas.
Assim, é o próprio Papa Francisco que descreve o modelo de
Igreja que ele tem em mente como uma pirâmide invertida, onde o povo de Deus –
conforme a definição do Concílio Vaticano II – é o protagonista e não mais o
purpurado da Cúria com o Código de Direito Canônico em mãos.
Por fim, chegou o tema principal, a família, em que Bergoglio
deu indicação, sem mudar a doutrina, de abrir as portas para todos:
divorciados, conviventes, mães solteiras, homossexuais. Não uma ausência de
regras, mas o retorno ao fundamento da fé cristã, o perdão e a acolhida. E,
sobre isso, começou uma batalha cultural crucial na Igreja.
Aumenta nos EUA a demanda por exorcismos
O Padre
Gary Thomas, Exorcista da Diocese de São José, Califórnia, Estados Unidos, que
por sua vez foi treinado pelo especialista exorcista Padre Carmine de Filippis
em Roma, destacou a necessidade crescente do Ministério de exorcismo e
descreveu à The Catholic Register alguns detalhes de seu trabalho. "A
sociedade está se tornando rapidamente mais pagã. Há pessoas que simplesmente
estão caindo longe de Deus e há pessoas que não somente estão se distanciando
do Senhor, mas estão caindo em outras coisas buscando respostas às suas
perguntas".
Esta
busca desordenada também é alimentada por uma cultura contra religiosa e uma
grande quantidade de produtos que inclusive chegam a ser industriais, como é o
caso do tabuleiro Ouija. "Algumas dessas pessoas nem sequer sabem que o
que estão fazendo é perigoso; algumas sabem, mas a maioria não", comentou.
Este descuido diante das realidades que significam um risco espiritual é o que
motiva que o Padre Thomas fale frequentemente sobre seu ministério.
Santuário de São Sebastião, no Rio de Janeiro, é elevado a Basílica Menor
O Santuário São Sebastião, dos Frades Capuchinhos, na
Arquidiocese do Rio de Janeiro, foi elevado pelo Papa Francisco ao grau de Basílica
Menor, o mais alto posto que uma Igreja pode alcançar. “Com a nova Basílica, a
Igreja Católica do Rio assume uma responsabilidade maior de ajudar a cidade e
os habitantes”, disse o Arcebispo, Cardeal Orani João Tempesta, durante a
celebração no domingo, 1º de novembro.
Dom Orani representou o Papa Francisco e presidiu a
cerimônia de elevação, que contou com a presença de autoridades civis e
religiosas.
“Com alegria nós participamos desta celebração de
elevação do Santuário São Sebastião Frades Capuchinhos à Basílica Menor nesta
solenidade de Todos os Santos”, expressou o Cardeal.
Segundo ele, “além da ligação com Roma, da
autorização do Santo Padre para que ocorresse essa elevação, nós sabemos que
neste ano em que a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro completa seus 450
anos trazemos à tona uma ligação muito importante que sempre existiu e que hoje
nós temos o compromisso de reavivá-la nessa nossa cidade, que quando foi criada
já nasceu e foi fundada justamente com a devoção a São Sebastião, sendo marcada
desde o início pela ligação com a fé católica”.
Durante a cerimônia, foi lido o decreto que elevou
o Santuário à Basílica Menor e houve a entrada das insígnias papais: a Umbrela
Basilical e o Tintinabulo.
Ao final, foi assinada a ata de elevação da Igreja
à Basílica pelo Cardeal Orani, pelo Provincial da Ordem dos Capuchinhos do Rio
de Janeiro e Espírito Santo, Frei Luiz Carlos Siqueira, pelo Reitor do
Santuário Basílica de São Sebastião, Frei Arles de Jesus, e pelo secretário
municipal de Cultura, Marcelo Calero.
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