quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Centenas de pessoas rezam o Rosário ante exposição blasfema em Pamplona


Mais de 400 pessoas se congregaram na terça-feira, 24, para rezar ante a mostra blasfema de Abel Azcona, na qual ele usou mais de 200 hóstias consagradas, exposta na sala Conde Rodezno de Pamplona (Espanha).

Em relação a este tema, Azcona considera que as manifestações contra sua exposição são “parte da performance” e fez comentários depreciativos nas redes sociais a respeito daqueles que participaram no ato de desagravo. Disse, por exemplo, que essas concentrações de pessoas expressam uma “maravilhosa continuação da minha performance Art ‘Amem’”.

Alguns cidadãos entraram na sala para rezar o rosário em ato de desagravo ante as fotografias de Azcona sem roupa junto às hóstias consagradas que roubou, com as quais escreveu a palavra “pederastia”. Fora da sala Conde Rodezno, onde está a mostra de Azcona, havia também mais de 300 cidadãos que permaneciam rezando.

O município de Pamplona pediu ao artista que retirasse a parte ofensiva e sacrílega da sua exposição, mas até agora não obtiveram uma resposta.

Em meio a esta polêmica, na segunda-feira, 23, um cidadão entrou na exposição e retirou o prato onde estavam as hóstias e as levou a uma paróquia próxima à sala de exposição. Azcona considerou que roubaram parte da sua obra, enquanto o município comunicou ao artista que as hóstias consagradas “não serão devolvidas”.

A Arquidiocese de Pamplona celebrou hoje uma missa de reparação nas Catedrais de Pamplona e de Tudela. 

Papa na Missa em Nairobi: não ao materialismo e indiferença.


VIAGEM DO PAPA FRANCISCO À ÁFRICA
– QUÊNIA, UGANDA e REPÚBLICA CENTRO-AFRICANA -

Santa Missa
Campus da Universidade de Nairobi (Quênia)

Quinta-feira, 26 de novembro de 2015


A palavra de Deus toca-nos no mais íntimo do coração. Hoje, Deus diz-nos que Lhe pertencemos. Foi Ele quem nos fez, somos a sua família, e Ele estará sempre ao nosso dispor. Não temais – diz-nos Ele! Eu vos escolhi e prometo dar-vos a minha bênção (cf. Is 44, 2).

Escutamos esta promessa na primeira Leitura de hoje. O Senhor diz-nos que fará jorrar água no deserto, numa terra sequiosa; fará com que os filhos do seu povo floresçam como a erva e como salgueiros exuberantes. Sabemos que esta profecia se cumpriu com a efusão do Espírito Santo no Pentecostes. Mas vemos que se cumpre também onde quer que o Evangelho é pregado, quando novos povos se tornam membros da família de Deus, a Igreja. Hoje alegramo-nos, porque se cumpriu nesta terra. Através da pregação do Evangelho, tornastes-vos também participantes da grande família cristã.

A profecia de Isaías convida-nos a olhar para as nossas famílias, dando-nos conta de como são importantes no plano de Deus. A sociedade do Quénia tem sido longamente abençoada com uma vida familiar sólida, um respeito profundo pela sabedoria dos idosos e o amor pelas crianças. A saúde de qualquer sociedade depende da saúde das famílias. Para nosso próprio bem e para bem da sociedade, a nossa fé na Palavra de Deus chama-nos a sustentar a missão das famílias na sociedade, a acolher as crianças como uma bênção para o nosso mundo, e a defender a dignidade de cada homem e mulher, pois somos todos irmãos e irmãs na única família humana. 

Papa: "Não usar o Nome de Deus para justificar a violência!"


VIAGEM DO PAPA FRANCISCO À ÁFRICA
– QUÊNIA, UGANDA e REPÚBLICA CENTRO-AFRICANA -

Encontro ecumênico e inter-religioso
Salão da Nunciatura Apostólica, Nairobi (Quênia)

Quinta-feira, 26 de Novembro de 2015


Queridos amigos!

Agradeço a vossa presença aqui hoje e a oportunidade de partilhar estes momentos de reflexão convosco. De modo particular, quero agradecer a D. Kairo, ao Arcebispo Wabukala e ao Professor El-Busaidy as palavras de boas-vindas que me dirigiram em nome pessoal e das respectivas comunidades. Considero importante que, ao visitar os católicos duma Igreja local, sempre tenha ocasião de encontrar os líderes de outras comunidades cristãs e de outras tradições religiosas. Tenho esperança de que este tempo transcorrido em conjunto possa ser um sinal da estima da Igreja pelos seguidores de todas as religiões; possa este encontro ajudar a fortalecer os laços de amizade que já existem entre nós.

A bem da verdade, esta relação coloca-nos perante um desafio; põe-nos questões. Mas o diálogo ecumênico e inter-religioso não é um luxo. Não é algo exterior ou opcional, mas é essencial, algo de que o nosso mundo, ferido por conflitos e divisões, tem cada vez mais necessidade.

Com efeito, as crenças religiosas e a maneira de as praticar influem sobre aquilo que somos e a compreensão do mundo que nos rodeia. São, para nós, fonte de iluminação, sabedoria e solidariedade, enriquecendo assim as sociedades onde vivemos. Ao cuidar do crescimento espiritual das nossas comunidades, ao formar as mentes e os corações para a verdade e os valores ensinados pelas nossas tradições religiosas, tornamo-nos uma bênção para as comunidades onde vive o nosso povo. Numa sociedade democrática e pluralista como o Quênia, a cooperação entre os líderes religiosos e as suas comunidades torna-se um importante serviço ao bem comum. 

Por que a grande mídia brasileira odeia o Papa Francisco?


Não 'habemus' mais Papa? As manifestações politizadas de Francisco tiveram pouca repercussão nas pautas nobres da grande mídia. Mas e se ele tivesse defendido o liberalismo de direita?

Vamos imaginar uma situação diferente da que aconteceu na semana passada, na qual o Papa asseverou que o capitalismo é uma “ditadura sutil”, que a concentração monopolista dos meios de comunicação impõe “pautas alienantes” e gera um “colonialismo ideológico”, e supor o que ocorreria se o Papa defendesse a redução das funções públicas do Estado, o direito a monopolizar a formação da opinião, o mercado desregulado e o império cultural dos países ricos sobre os países pobres. Convém notar, em primeiro lugar, que as importantes manifestações do Papa tiveram escassos reflexos nas pautas nobres da grande mídia, com exceção da Folha de São Paulo, e só foram expandidas, como informação, pelas “redes” alternativas de comunicação.

Creio que se o Papa tivesse defendido as posições já conhecidas do liberalismo de direita, teríamos o início de uma nova grande campanha contra o setor público, contra os pressupostos de um Estado Social de Direito e, certamente, um novo ciclo de propaganda dos “ajustes”, que tem massacrado as camadas sociais mais pobres de todos os continentes. Se o Papa tivesse adotado as posições já conhecidas da direita liberal, teríamos um novo ciclo de lavagem cerebral, de natureza ideológica, baseada num velho princípio que informou as saídas de crises, sob governos comprometidos com os mais ricos: na hora de bonança e crescimento concentremos renda, na hora de perdas e recessão distribuímos os prejuízos para baixo. 

Missa ao Rei do Baião? Não!


Como se já não bastasse as tantas ofensas que Nosso Senhor sofre pelos pagãos, me aparece uma tal “Missa de Luís Gonzaga, o Rei do Baião”! Ora, não é Cristo o nosso Rei? Não foi a Ele que elegemos como Rei no último domingo? Como podemos eleger agora outro Rei senão Cristo?

A “Missa do Rei do Baião” ou “Missa do Vaqueiro” trata-se de um culto à personalidade, onde o “dono da missa” não é Deus e sim o homem; onde o sacrifício celebrado não é o de Cristo, mas o do homem; onde não é a Eucaristia que é celebrada, mas a “farinha, rapadura e mandioca”. É um ato público de idolatria!

Sim, o Papa Paulo VI tinha razão: “Por alguma brecha a fumaça de Satanás entrou no templo de Deus”. No afã de prestigiar o “Rei do Baião”, salientam-lhe qualidades que ele nunca teve. Vale aqui lembrar que Luiz Gonzaga era maçom, cujos “princípios foram sempre considerados inconciliáveis com a doutrina da Igreja”, e foi iniciado na Loja Paranapuan, na Ilha do Governador, em 3 de abril de 1971, e os fiéis que pertencem às associações maçônicas estão em estado de pecado grave e não podem aproximar-se da Sagrada Comunhão”, ou seja, estão excomungados, expulsos da Igreja, fora da comunhão com ela!  

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Medjugorje e o veredicto do Vaticano: um dilema nas mãos do Papa Francisco


Escritor e novelista
francês Leon Bloy (1846-1917)
Leon Bloy — o “católico selvagem”, como costumava se definir — dizia que não há fé em ir a Lourdes como doentes que buscam uma cura. Fé mesmo é a daqueles que, saudáveis, vão banhar-se na gruta pedindo para ficarem doentes, quem sabe de uma doença repugnante, para, então, poder melhor tomar parte na cruz de Cristo. Tal paradoxo me ocorre quando às vezes me pedem para falar o que penso a respeito de Medjugorje. Na verdade, eu fui entre os primeiros a ir àquela planície, então, semidesértica, no centro da qual havia uma igreja de paróquia construída há pouco tempo e claramente excessiva para o lugar. Dimensões de santuário que levantavam suspeitas, como se os dirigentes franciscanos quisessem criar um espaço adequado para as multidões de peregrinos. O que me movia naquela empreitada não era o fervor dos devotos, mas a curiosidade jornalística: queria ver o que estava acontecendo naquele lugar pouco conhecido, sobre o qual, nos ambientes católicos, circulavam há já um bom tempo boatos estranhos.

Medjugorje está localizada ao sul da Bósnia e Herzegovina

Na volta, no entanto, o carro em que peguei carona derrapou na neve enquanto atravessávamos a região da Ístria, na Croácia, e acabamos em uma ribanceira. Fomos retirados com cordas por bombeiros. Depois dos primeiros-socorros, eles tornaram-se rudes quando descobriram bíblias em nossa bagagem. Saímos abatidos, malquistos, com as lesões curadas de maneira áspera. Quando eu consegui chegar em casa, ao sair da cama, caí por terra devido a uma vertigem violenta, que se repetiria a cada vez que tentava me levantar. O carro capotou várias vezes, eu bati com a cabeça, levou tempo e terapias adequadas para colocar as coisas no lugar. Em suma, alguma coisa me fez voltar o pensamento para o paradoxo de Bloy, embora não tenha certeza se havia rezado antes de partir. Estava em grande forma, tinha quarenta anos na época, mas retornei com a cabeça enfaixada, como se vestisse um turbante, e ainda por cima ferido a ponto de ter que andar segurando uma bengala.

Os seis videntes: Vicka, Jakov, Mirjana, Ivanka, Marija e Ivan

Em contrapartida, devo dizer, tive um privilégio que, para muitos peregrinos entusiasmados de hoje, seria digno de “santa inveja”: estava entre os poucos que, amontoados na pequena sacristia da igreja, assistiram ao êxtase — real ou presumido — dos então seis adolescentes, e entre aqueles que puderam trocar algumas palavras, numa mistura de várias línguas, tanto com os “videntes” quanto com os franciscanos, que ainda mostravam espanto e medo da polícia política do regime, devido à atenção de que eram objeto.

Um aspecto que muitas vezes é esquecido: Tito estava morto há um ano, e seus sucessores já prenunciavam a destruição que depois se pode verificar. Para se manterem no poder, ao invés de afrouxar as rédeas, puxaram-nas, inclusive na questão da luta antirreligiosa. Certamente, aqueles não eram tempos favoráveis para quem quisesse organizar encenações de falsas aparições do Céu, usando-se, além de tudo, de seis jovenzinhos: muito novos para ludibriarem de forma convincente uma polícia famosa por sua brutalidade, que no primeiro interrogatório poderia desmascará-los. 

Papa fala sobre bem comum, atenção com os jovens, pobres e meio ambiente com autoridades e diplomatas do Quênia


VIAGEM DO PAPA FRANCISCO À ÁFRICA
– QUÊNIA, UGANDA e REPÚBLICA CENTRO-AFRICANA –

Encontro com as autoridades do Quênia e com o corpo diplomático

State House de Nairóbi
Quarta-feira, 25 de novembro de 2015


Senhor Presidente,
Ilustres membros do Governo e Autoridades Civis,
Distintos membros do Corpo Diplomático,
Amados Irmãos Bispos,
Senhoras e Senhores!

Estou muito grato pela vossa calorosa recepção nesta minha primeira visita à África. Agradeço-lhe, Senhor Presidente, as amáveis palavras que me dirigiu em nome do povo queniano, e olho com esperança a minha estadia entre vós. O Quênia é uma nação jovem e vigorosa, uma comunidade com ricas diversidades, que desempenha um papel significativo na região. A vossa experiência de moldar uma democracia é compartilhada de vários modos por muitas outras nações africanas. Como o Quênia, também elas trabalham por construir, sobre as bases sólidas do respeito mútuo, do diálogo e da cooperação, uma sociedade multiétnica que seja verdadeiramente harmoniosa, justa e inclusiva.

A vossa é também uma nação de jovens. Nestes dias, espero encontrar muitos deles e falar com eles a fim de encorajar as suas esperanças e aspirações para o futuro. A juventude é o recurso mais valioso de qualquer nação. Proteger os jovens, investir neles e dar-lhes uma mão amiga é o modo melhor para garantir um futuro digno da sabedoria e dos valores espirituais queridos aos seus anciãos, valores que são o coração e a alma dum povo.

O Quênia foi abençoado não só com uma beleza imensa nas suas montanhas, rios e lagos, nas suas florestas, savanas e regiões semi-desertas, mas também com a abundância de recursos naturais. O povo queniano nutre grande apreço por estes tesouros que Deus lhe deu, sendo reconhecido por uma cultura de conservação que o honra. A grave crise do meio ambiente, que o mundo enfrenta, exige uma sensibilidade ainda maior pela relação entre os seres humanos e a natureza. Temos a responsabilidade de transmitir a beleza da natureza, na sua integridade, às gerações futuras e a obrigação de exercer uma justa administração dos dons que recebemos. Estes valores estão profundamente arraigados na alma africana. Num mundo que continua mais a explorar do que proteger a nossa casa comum, tais valores devem inspirar os esforços dos governantes para promover modelos responsáveis de desenvolvimento econômico.

Com efeito, há uma ligação clara entre a proteção da natureza e a construção duma ordem social justa e equitativa. Não pode haver renovação da nossa relação com a natureza, sem uma renovação da própria humanidade (cf. Laudato si’, 118). Enquanto as nossas sociedades experimentarem divisões, sejam elas étnicas, religiosas ou econômicas, todos os homens e mulheres de boa vontade são chamados a trabalhar pela reconciliação e a paz, pelo perdão e a cura dos corações. Na obra de construção duma ordem democrática sã, fortalecendo a coesão e a integração, a tolerância e o respeito pelos outros, a busca do bem comum deve ser um objetivo primário. A experiência demonstra que a violência, os conflitos e o terrorismo se alimentam com o medo, a desconfiança e o desespero que nascem da pobreza e da frustração. Em última análise, a luta contra estes inimigos da paz e da prosperidade deve ser conduzida por homens e mulheres que, destemidamente, acreditam e, honestamente, dão testemunho dos grandes valores espirituais e políticos que inspiraram o nascimento da nação. 

Aproxima-se o Advento, tempo propício a preparar-se para a vinda do Senhor


O Advento é o tempo de preparação para celebrar o Natal e começa quatro domingos antes desta festa. Além disso marca o início do Novo Ano Litúrgico católico, que neste ano começará no domingo, 29 de novembro. Nas famílias, os preparativos para o Natal, a correria para a compra dos presentes, além dos diversos compromissos de fim de ano, podem fazer com que o verdadeiro sentido deste tempo seja esquecido. Por isso, é deve-se recordar que a principal preparação neste período deve ser interior, na espera da vinda de Jesus.

Advento vem do latim “ad-venio”, que significa “vir, chegar”. Começa no domingo mais próximo a festa de Santo André Apóstolo (30 de novembro), podendo ser adiantado até 27 de novembro ou ser atrasado até o dia 3 de dezembro.

O Advento está dividido em duas partes. As primeiras duas semanas servem para meditar sobre a vinda final do Senhor. As leituras da Missa convidam a viver a esperança na vinda do Senhor em todos os seus aspectos: sua vinda ao fim dos tempos, sua vinda agora, cada dia, e sua vinda há dois mil anos. As duas semanas seguintes servem para refletir concretamente sobre o nascimento de Jesus e sua irrupção na história do homem no Natal.

Nos templos e casas se colocam as coroas de Advento, a cada domingo se acende uma vela. Do mesmo modo, os paramentos do sacerdote e as toalhas do altar são roxos, como símbolo de preparação e penitência. A exceção é o terceiro domingo, o Domingo Gaudete (da alegria), no qual pode se usar a cor rósea.

A fim de fazer sensível esta dupla preparação de espera, durante o Advento, a Liturgia suprime alguns elementos festivos. Na Missa, não é proclamado o hino do Glória.

O objetivo desses simbolismos é expressar de maneira tangível que, enquanto dura peregrinar do homem, falta-lhe algo para que seu gozo completo. Quando o Senhor se fizer presente no meio do seu povo, a Igrejaterá chegado à sua festa completa, representada pela Solenidade do Natal.

“O tempo do Advento, que hoje começamos de novo, restitui-nos o horizonte da esperança, uma esperança que não desilude porque está fundada na Palavra de Deus. Uma esperança que não decepciona, simplesmente porque o Senhor nunca desilude! Ele é fiel! Ele não desilude! Pensemos e sintamos esta beleza”, disse o Papa Francisco no Ângelus do primeiro domingo do Advento, em 2013.