segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Padre Cícero é reconciliado com a Igreja Católica


A Solenidade de abertura da Porta Santa realizada domingo, 13 de dezembro, na Catedral Nossa Senhora da Penha, em Crato- CE, teve para os fiéis da Diocese de Crato e romeiros do Padre Cícero Romão Batista um significado ainda maior. Neste dia o Bispo Dom Fernando Panico comunicou ao povo, durante sua homilia, que o Papa Francisco havia enviado uma carta, assinada pelo Cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado de Sua Santidade, na qual autoriza a reconciliação do “Padim Ciço”, como é carinhosamente chamado pelos devotos, com a Igreja Católica.

As palavras aguardadas há décadas pelos fiéis foram recebidas com júbilo. Fogos de artificio, palmas e expressões de alegria era o que se notava no rosto dos que participavam da celebração. Um quadro com a imagem do padre foi introduzida não no altar, pois ele ainda não foi canonizado, mas dentro da Igreja, próximo ao altar. “Ele vai entrar como romeiro. Seu lugar não será ainda o Altar, mas ficará no meio do Povo, invocando e cantando conosco a misericórdia do Pai”, disse Dom Fernando.

Além de destacar a fé simples e a devoção a Nossa Senhora que o Padre Cícero teve em sua existência, o Papa ainda caracterizou o seu modo de evangelização, vivido no final do século XIX e início do XX, como atual. “Atitude de saída, ao encontro das periferias existenciais, a atitude do Padre Cícero em acolher a todos, especialmente aos pobres e sofredores, aconselhando-os e abençoando-os, constitui sem dúvida, um sinal importante e atual”, afirmou.

Assista ao momento do anúncio da reconciliação:


Padre Cícero morreu em 1934 suspenso de ordem. A partir da data de seu falecimento o número de fiéis que realizam romarias a cidade que ele fundou, Juazeiro do Norte, só cresce. Diante desta realidade ao chegar na Diocese de Crato, em 2001, Dom Fernando Panico colocou esta reconciliação como prioridade de seu episcopado.

O Bispo formou uma comissão e deu entrada, em 2006, na Congregação para Doutrina da Fé, no Vaticano, ao processo de REABILITAÇÃO, porém o Papa Francisco foi além. A partir dos estudos realizados pela Equipe de Direito Canônico do Vaticano, foi decidido que a Igreja deveria conceder a RECONCILIAÇÃO do padre com a Igreja, permitindo assim que os fiéis realizem sua devoção com a aprovação da Santa Sé.

Dom Fernando, diante da realização de um dos seus maiores sonhos, afirmou que toda a Diocese de Crato foi justificada pela ação do Papa Francisco, e que não houve equivoco em assumirem a opção pastoral em favor das romarias e o acolhimento aos romeiros. “Como Bispo Diocesano dessa Igreja particular, fico feliz por poder receber essa grande graça, em nome do Padre Cícero e de seus romeiros e romeiras, em nome de todos aqueles bispos – Dom Quintino, Dom Delgado – que alguma vez pediram que a Igreja e Padre Cícero se reconciliassem, em nome de todas as pessoas que queriam ver o Seu Padrinho ser, de novo, acolhido pela Igreja Católica da mesma forma que sempre foi acolhido por seus afilhados!”, disse.

Na Igreja onde foi batizado e realizou a primeira missa, neste ano 2015, ao Padre Cícero foi concedida uma reconciliação histórica mostrando que a misericórdia de Deus está acima das ações humanas.

Homilética: 4º Domingo do Advento - Ano C: "Maria, a Mãe do Príncipe da Paz".


No tempo de preparação para o Natal (Advento), a Liturgia nos fala e nos ensina por meio de três grandes guias: Isaías, João Batista e Maria; o profeta, o precursor e a mãe.

Hoje é a vez de Maria; ela nos ajuda a intensificar e a concentrar nossa espera: “Aquele que deve vir” já chegou; o mistério escondido desde séculos em Deus (Ef 3,9) faz nove meses se encontra no seio de Maria!

Maria é a Mãe bendita do Senhor. Por sua fé, vivida em profundidade, ela é realmente modelo dos cristãos. Pela missão que recebeu de ser Mãe da humanidade, ela intercede para que o plano de Deus se realize em nossa vida. Esse é um plano de amor que – por meio do Filho encarnado, que assumiu a história com todas as suas contradições – traz a todos o perdão, a comunhão com Deus. Cumpre-se, assim, a profecia de Miqueias acerca de um chefe que instaurará a paz.

Se Advento significa espera de Cristo, Maria é a espera em pessoa; a espera teve para ela o sentido realista e delicado que esta palavra tem para cada mulher que espera o nascimento de uma criança. É assim que devemos imaginar Nossa Senhora na iminência do Natal: com  aquele olhar amável, dirigido mais para dentro do que para fora de si, que se nota numa mulher que carrega no seio uma criatura e parece que já a contempla e com ela dialoga. Maria manteve com seu filho uma comunhão ininterrupta de amor, como uma pessoa que recebeu a Eucaristia.

A devoção a Nossa Senhora é a maior garantia de que não nos faltarão os meios necessários para alcançarmos a felicidade eterna a que fomos destinados. Maria é verdadeiramente “porto dos que naufragam, consolo do mundo, resgate dos cativos, alegria dos enfermos” (Santo Afonso M. de Ligório). Nestes dias que precedem o Natal e sempre, peçamos-Lhe a graça de saber permanecer, cheios de fé, à espera do seu Filho Jesus Cristo, o Messias anunciado pelos Profetas.


“A Virgem Maria é ela mesma o caminho real pelo qual veio a nós o Salvador. Devemos procurar ir ao encontro do Salvador pelo mesmo caminho pelo qual ele veio a nós” (São Bernardo). Haja em cada um de nós a alma de Maria para engrandecer a Deus; esteja em cada um o espírito de Maria para exultar em Deus” (Santo Ambrósio).

Neste tempo de Natal saibamos imitar Maria, e com a mesma alegria e disposição que a levou a ir às pressas para estar com Isabel (cf. Lc 1,39), possamos também nós ir ao encontro do Senhor que vem.  À Maria, Arca da Nova e Eterna Aliança, confiemos o nosso coração, para que o torne digno de acolher a visita de Deus no mistério do seu Natal.


Que o Senhor encontre um abrigo no nosso coração e na nossa vida. Na verdade, não devemos apenas levá-lo no coração, devemos também levá-lo ao mundo, de forma que também nós possamos gerar Cristo para as pessoas do nosso tempo. Assim seja.

Igreja Católica se reconcilia com o Padre Cícero


O bispo da diocese de Crato, dom Fernando Panico, divulgou neste domingo, durante missa na Catedral de Crato, que o Padre Cícero Romão Batista foi perdoado pelo Vaticano das punições impostas pela igreja Católica entre 1892 a 1916. A reconciliação é um passo definitivo para a reabilitação de padre Cícero na Igreja Católica

Durante a homilia na Sé do Cariri, dom Fernando Panico informou que "Hoje, por ocasião da abertura solene da Porta Santa da Misericórdia nesta Catedral de Nossa Senhora da Penha, quero anunciar com alegria, à querida Diocese de Crato e aos romeiros e romeiras do Juazeiro do Norte, um gesto concreto de misericórdia, de atenção e de carinho por parte do Papa Francisco para nós: a igreja Católica se reconcilia historicamente com o padre Cícero Romão Batista".

Segundo a carta, assinada pelo cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, “A presente mensagem foi redigida por expressa vontade de Sua Santidade o Papa Francisco, na esperança de que Vossa Excelência Reverendíssima não deixará de apresentar à sua Diocese e aos romeiros do Padre Cícero a autentica interpretação da mesma, procurando por todos os meios apoiar e promover a unidade de todos na mais autentica comunhão eclesial e na dinâmica de uma evangelização que dê sempre e de maneira explicita o lugar central a Cristo, principio e meta da História”.

A comunicação da reconciliação da igreja com Padre Cícero "é mais que uma reconciliação. É um pedido de perdão da igreja pelo o que aconteceu o sacerdote brasileiro", afirmou Armando Rafael, assessor de comunicação de dom Fernando Panico.

Na mensagem enviada à diocese do Crato, o papa Francisco exalta várias virtudes de evangelizador de padre Cícero, fundador de Juazeiro do Norte e primeiro prefeito do município.

Sobre a Reconciliação histórica da Igreja Católica com a memória do Padre Cícero Romão Batista

Em longa correspondência enviada ao Bispo Diocesano de Crato, Dom Fernando Panico, o Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, afirmou que: “A presente mensagem foi redigida por expressa vontade de Sua Santidade o Papa Francisco, na esperança de que Vossa Excelência Reverendíssima não deixará de apresentar à sua Diocese e aos romeiros do Padre Cícero a autentica interpretação da mesma, procurando por todos os meios apoiar e promover a unidade de todos na mais autentica comunhão eclesial e na dinâmica de uma evangelização que dê sempre e de maneira explicita o lugar central a Cristo, principio e meta da História”.

A mensagem lembra, inicialmente, as festas pelo centenário de criação da Diocese de Crato acrescentando “que (essas comemorações) põem em realce a figura do Padre Cícero Romão Batista e a nova Evangelização, procurando concretamente ressaltar os bons frutos que hoje podem ser vivenciados pelos inúmeros romeiros que, sem cessar, peregrinam a Juazeiro atraídos pela figura daquele sacerdote. Procedendo desta forma, pode-se perceber que a memória do Padre Cícero Romão Batista mantém, no conjunto de boa parte do catolicismo deste país, e, dessa forma, valoriza-la desde um ponto de vista eminentemente pastoral e religioso, como um possível instrumento de evangelização popular”.

Lembrando que Deus sempre se serve de pobres instrumentos para realizar suas maravilhas e que todos nós somos “vasos de argila” (2Co 4,7) em Suas mãos, o texto afirma, sem dúvida alguma, que Padre Cícero, pelo seu intenso amor pelos mais pobres e por sua inquebrantável confiança em Deus, foi esse instrumento escolhido por Ele. O Padre respondeu a este chamado, movido por um desejo sincero de estender o Reino de Deus.

Na correspondência constam vários tópicos, dos quais alguns são reproduzidos, a seguir, textualmente:

Natal Missionário


Sempre que se aproxima o Natal refletimos sobre este evento de salvação, nos comovemos com a humildade do Filho de Deus no presépio. Deus amou tanto o mundo que enviou seu filho para salvá-lo (cf. Jo 3,16). Jesus nasce pobre, em meio aos pobres. Numa manjedoura foi colocado, junto aos animais. Fez-se humano, como homem tomou o último lugar, o lugar de servo.

Escapa-nos a maioria das vezes a consideração do natal no seu aspecto missionário. O que é este envio do Filho pelo Pai a não ser a missão original? Deus envia seu Filho e Ele vem neste grande “êxodo”, a saída do Pai para nós. Jesus é o missionário primordial. No natal nós contemplamos o “êxodo do Pai”; o “êxodo de si mesmo” e o “êxodo para o Pai” (cf. Fl 2, 6-11). Jesus vem do Pai, se torna homem, sai de si e se torna servo, mas volta ressuscitado para o Pai. E nesta volta quer levar-nos consigo para o Pai: na casa do Pai há muitas moradas e eu vos prepararei um lugar para vós, a fim de que onde eu esteja estejais também (cf. Jo 14,2).

É à luz deste tríplice êxodo que se quebra o círculo fechado da razão ideológica e o niilismo que tenta fechar-nos na prisão de um mundo sem Deus. Em Jesus se revela o Amor de Deus que, tendo nos amado, amou-nos até o fim (cf. Jo 13,1). Somente o amor liberta, porque no amor está a verdade. Assim no natal se coloca para a Igreja a questão da missão.

A Igreja, assim como Jesus Cristo, é missionária por sua própria natureza. “A Igreja peregrina é por sua natureza missionária. Pois ela se origina da missão do Filho e da missão do Espírito Santo, segundo o desígnio de Deus Pai” ( Vat. II - AA n.2).O papa Francisco não se cansa de exortar a Igreja para que seja uma Igreja Missionária, Igreja em saída: “Cada cristão e cada comunidade há de discernir qual é o caminho que o Senhor lhe pede, mas todos somos convidados a aceitar este chamado: sair da própria comodidade e ter a coragem de alcançar todas as periferias que precisam da luz do Evangelho” (Papa Francisco in EG n. 20). 

Cristãos sírios na linha de frente de combate contra os jihadistas


"Tenho saudades dos meus filhos Limar (9) e Gabriella (6 anos) e eu acho que eles devem estar com fome, sede e frio, mas eu tento explicar que luto para proteger seu futuro", disse uma mulher corpulenta vestido em um terno militar.

Antes de ir adiante, Babilônia era um cabeleireiro. Foi o marido que a encorajou a pegar em armas para "lutar contra a ideia de que uma mulher síria só se aplica a tarefas domésticas e make-up" em suas próprias palavras. Seu marido também luta contra o Estado Islâmico na Síria, completamente devastada pela guerra desde 2011.

Babilônia é parte um batalhão composto por dezenas de mulheres sírias apelidado de "as forças de proteger as mulheres da Mesopotâmia." Este nome refere-se às regiões historicamente habitadas pela minoria cristã no Oriente, entre os rios Tigre e Eufrates. Os sírios falam e oram em aramaico. A maioria é ortodoxa ou Jacobite, e uma minoria católica, que se juntou a Roma no século XVIII. Eles estão presentes no Líbano, Síria, Iraque e até mesmo na Índia.

Treinamento Promoção do primeiro batalhão de mulheres encerrado em agosto, na cidade de Al Qahatani (Tirbe Sipiyé em curdo e siríaco Kabre Hyore) na província de Hasaka.

"Eu sou um cristão praticante e pensar em meus filhos me faz mais forte e mais determinado na minha luta contra Daesh (sigla árabe EI) ", explicou a Babilônia com um olhar penetrante.

Lucia, 18 Ele abandonou seus estudos para lutar, como sua irmã, contra a vontade de sua mãe. A batalha de Al Hawl foi a primeira batalha de Lucia, o primeiro poço em que as mulheres siríaco foi adiante com as Unidades de Proteção das Mulheres curdos. 

domingo, 13 de dezembro de 2015

Deus está ansioso para usar de misericórdia, diz Papa


PAPA FRANCISCO

ANGELUS

Praça de São Pedro
III Domingo do Advento, 13 de dezembro de 2015


Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

No Evangelho de hoje há uma questão pontuada por três vezes: "Que devemos fazer" (Lc 3,10.12.14). Dirigida a João Batista por três categorias de pessoas: primeiro, a multidão em geral; segundo, os publicanos ou cobradores de impostos; em terceiro lugar, alguns soldados. Cada um desses grupos questiona o profeta sobre o que deve ser feito para colocar em prática a conversão que ele está pregando. A resposta de João para a questão dada à multidão é a partilha dos bens de primeira necessidade. Isto é, ao primeiro grupo, a multidão, disse para compartilhar os bens de primeira necessidade e diz assim: "Quem tiver duas túnicas, dê uma a quem não tem; e quem tiver comida, faça o mesmo" (v 11 ). Em seguida, ao segundo grupo, os cobradores de impostos, disse para não cobrar “mais do que foi estabelecido” (cf. v. 13). O que isso significa? Não "subornar", afirma claramente Batista. E ao terceiro grupo, os soldados, “não tomeis à força dinheiro de ninguém, nem façais falsas acusações; ficai satisfeitos com o vosso salário! (ver v. 14). São as três respostas às três perguntas desses grupos. Três respostas para um caminho idêntico de conversão, que se manifesta nos compromissos concretos de justiça e de solidariedade. É o caminho que Jesus indica em toda a sua pregação: o caminho do amor concreto ao próximo.

Destas advertências de João Batista compreendemos quais eram as tendências gerais daqueles que à época detinha o poder, sob diversas formas. As coisas não mudaram muito. No entanto, nenhuma categoria de pessoas está excluída de percorrer o caminho da conversão para obter a salvação, nem mesmo os publicanos considerados pecadores por definição: nem mesmo eles estão excluídos da salvação. Deus não fecha a ninguém a possibilidade de salvar-se. Ele está - por assim dizer - ansioso para usar de misericórdia, usá-la para com todos e de acolher a cada um no seu terno abraço de reconciliação e de perdão.

Esta questão - o que devemos fazer? – é também para nós. A liturgia de hoje reitera, nas palavras de João, que é necessário converter-se, mudar de direção e tomar o caminho da justiça, da solidariedade, da sobriedade: estes são os valores essenciais de uma vida plenamente humana e autenticamente cristã. Convertam-se! É a síntese da mensagem de João Batista. E a liturgia deste terceiro domingo do Advento nos ajuda a redescobrir uma dimensão particular de conversão: a alegria. Quem se converte e se aproxima do Senhor, sente a alegria. O profeta Sofonias nos diz hoje: "Alegra-te, filha de Sião!" dirigindo-se a Jerusalém (Sofonias 3:14); e o apóstolo Paulo exorta os cristãos de Filipo: "Alegrai-vos sempre no Senhor" (Fl 4,4). Hoje é preciso coragem para falar de alegria, é preciso sobretudo fé! O mundo é afligido por muitos problemas, o futuro marcado por incógnitas e temores. E ainda que o cristão seja uma pessoa alegre, e a sua alegria não é algo superficial e efêmero, mas profunda e estável, porque é um dom do Senhor que preenche a vida. A nossa alegria vem da certeza de que "o Senhor está próximo" (Fl 4,5) está próximo com sua ternura, sua misericórdia, seu perdão e seu amor.

Que a Virgem Maria nos ajude a fortalecer a nossa fé, para que saibamos acolher o Deus da alegria, o Deus de misericórdia, que sempre quer habitar em meio aos seus filhos. E que nossa Mãe nos ensine a partilhar as suas lágrimas com os que chora, para poder compartilhar até mesmo um sorriso.

Depois do Angelus 

A celebração do jubileu tem origem judaica


Ressoa no mundo inteiro a convocação do Jubileu da Misericórdia, inspiração dada por Deus ao Papa Francisco. Na Solenidade da Imaculada Conceição, aquela que foi preservada do pecado original, em previsão dos méritos de Cristo, seu Filho, abriram-se portas de reconciliação e de paz para todas as pessoas de boa vontade que desejarem declarar umas às outras um propósito de perdão, cancelamento das dívidas, descanso para a terra martirizada pelos conflitos existentes em toda parte. "Misericordiosos como o Pai" é o convite que se espalha, para que as pessoas busquem o abraço do perdão, oferecido largamente a todos!

A celebração do jubileu tem origem judaica. Seis dias de trabalho, um sábado de repouso; seis anos de trabalho, um ano sabático; sete vezes sete anos, um ano inteiro, no qual os escravos eram libertados, restituíam-se as propriedades às pessoas que as haviam perdido, perdoavam-se as dívidas, as terras deviam permanecer sem cultivar e se descansava. "Contarás sete semanas de anos, ou seja, sete vezes sete anos, o que dará quarenta e nove anos. Então farás soar a trombeta no dia dez do sétimo mês. No dia do Grande Perdão fareis soar a trombeta por todo o país. Declarareis santo o quinquagésimo ano e proclamareis a libertação para todos os habitantes do país. Será para vós um jubileu. Cada um de vós poderá retornar à sua propriedade e voltar para sua família. O quinquagésimo ano será para vós um ano de jubileu: não semeareis, nem colhereis o que a terra produzir espontaneamente, nem fareis a colheita da videira não podada. Porque é o ano de jubileu, sagrado para vós" (Lv 25, 8-12). A palavra jubileu se inspira no termo hebraico "yobel", que faz alusão ao chifre do cordeiro que servia como instrumento. Jubileu também remete ao latim "jubilum" que representa um grito de alegria.

O Jubileu foi proclamado como convocação para que as pessoas se convertam em seu interior e se reconciliem com Deus, por meio da penitência, da oração, da caridade, dos sacramentos e da peregrinação, “porque a vida é uma peregrinação e o homem é um peregrino” (Misericordiae vultus 14). "Precisamos sempre contemplar o mistério da misericórdia. É fonte de alegria, serenidade e paz. É condição da nossa salvação. Misericórdia: é a palavra que revela o mistério da Santíssima Trindade. Misericórdia é o ato último e supremo pelo qual Deus vem ao nosso encontro. Misericórdia é a lei fundamental que mora no coração de cada pessoa, quando vê com olhos sinceros o irmão que encontra no caminho da vida. Misericórdia é o caminho que une Deus e o homem, porque nos abre o coração à esperança de sermos amados para sempre, apesar da limitação do nosso pecado (Misericordiae vultus 2). É a convicção clara do Papa Francisco, que nos quer respondendo à maldade e à violência com a escolha da bondade e da misericórdia. É o princípio evangélico posto em prática: "Ouvistes que foi dito: ‘Olho por olho e dente por dente!’ Ora, eu vos digo: não ofereçais resistência ao malvado! Pelo contrário, se alguém te bater na face direita, oferece-lhe também a esquerda! Se alguém quiser abrir um processo para tomar a tua túnica, dá-lhe também o manto! Se alguém te forçar a acompanhá-lo por um quilômetro, caminha dois com ele! Dá a quem te pedir, e não vires as costas a quem te pede emprestado" (Mt 5, 38-42). Diante de guerras, vinganças, retaliações, violência e corrupção de todo tipo, nossa resposta de cristãos será diferente! Perdoar, reconciliar-se, derramar o unguento da misericórdia! 

Santa Luzia



O temo “Luzia” vem de luz, de olhos abertos para enxergar o que está no arredor. Jesus do Natal nasce como luz, como esperança de libertação. É fruto do sopro de Deus, que gera vida. É o que dá sentido ao Advento, caminhada para receber o sopro, o vento de Deus. Os olhos precisam estar abertos, preparados para entender os percalços da vida.

A nação brasileira está muito confusa. A corrupção, presente em todos os ambientes, corrói a vida do povo e das instituições. O dinheiro cega as pessoas e acabam perdendo o brio da justiça. A cultura está carcomida pela desonestidade, causando sofrimento, insatisfação e destruição. As grandes empresas, que exploram o país, não medem as consequências agindo de forma espúria. 

Como diz o ditado: “Só Jesus!”, isto é, só uma luz divina é capaz de abrir os olhos do coração e da mente das pessoas que não estão preocupadas com a justiça social e o bem da coletividade. Os frutos colhidos têm sido amargos e de muito sofrimento para as classes pobres e sem “armas” de proteção.

Aproximam-se mais um pleito eleitoral, momento em que os olhos necessitam estar abetos. Não é fácil enxergar a identidade dos candidatos e muitos eleitores votam de olhos fechados, sem perceber o mal que poderão estar fazendo, favorecendo os aproveitadores. O país está cheia dessa raça de gente preocupada com o próprio umbigo, ao que favorece seus interesses particulares.