O
temo “Luzia” vem de luz, de olhos abertos para enxergar o que está no arredor.
Jesus do Natal nasce como luz, como esperança de libertação. É fruto do sopro
de Deus, que gera vida. É o que dá sentido ao Advento, caminhada para receber o
sopro, o vento de Deus. Os olhos precisam estar abertos, preparados para
entender os percalços da vida.
A
nação brasileira está muito confusa. A corrupção, presente em todos os
ambientes, corrói a vida do povo e das instituições. O dinheiro cega as pessoas
e acabam perdendo o brio da justiça. A cultura está carcomida pela
desonestidade, causando sofrimento, insatisfação e destruição. As grandes
empresas, que exploram o país, não medem as consequências agindo de forma
espúria.
Como
diz o ditado: “Só Jesus!”, isto é, só uma luz divina é capaz de abrir os olhos
do coração e da mente das pessoas que não estão preocupadas com a justiça
social e o bem da coletividade. Os frutos colhidos têm sido amargos e de muito
sofrimento para as classes pobres e sem “armas” de proteção.
Aproximam-se
mais um pleito eleitoral, momento em que os olhos necessitam estar abetos. Não
é fácil enxergar a identidade dos candidatos e muitos eleitores votam de olhos
fechados, sem perceber o mal que poderão estar fazendo, favorecendo os
aproveitadores. O país está cheia dessa raça de gente preocupada com o próprio
umbigo, ao que favorece seus interesses particulares.
Na
prática, temos visto desvios de conduta, líderes que se transformam em grandes
inimigos das pessoas. Desqualificam suas administrações, porque não direcionam
corretamente os bens para seus devidos fins e nem suas potencialidades para a
direção correta. Tenhamos os olhos abertos para essas realidades e eliminemos
os candidatos, sem confiança, através do voto livre.
Paira
uma preocupação inquietante no povo brasileiro. O nível da classe política tem
ficando cada vez pior. Classe que manipula e venda os olhos das pessoas, agindo
sem as exigências éticas próprias da administração pública. É pena que isso
aconteça num país tão próspero com o Brasil! Temos que abrir os olhos.
Dom Paulo
Mendes Peixoto
Arcebispo de
Uberaba (MG)
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