sábado, 19 de dezembro de 2015

Segunda Pregação do Advento 2015: "O chamado universal dos cristãos à santidade"


O CHAMADO UNIVERSAL DOS CRISTÃOS À SANTIDADE

Há poucos dias comemoramos o quinquagésimo aniversário do encerramento do Concílio Vaticano II e entramos no ano jubilar da misericórdia, pelo qual, Santo Padre, somos-lhe muito gratos. Devemos dizer que não é nem um pouco arbitrária a ligação existente entre o tema da misericórdia e o concílio vaticano II. No discurso de abertura, no dia 11 de outubro de 1962, São João XXIII indicou na misericórdia a novidade e o estilo do concílio:

“Sempre, escrevia, a Igreja se opôs aos erros; muitas vezes, também, condenou-os com a máxima severidade. Agora, porém, a Esposa de Cristo prefere usar o remédio da misericórdia, mais do que o da severidade”[1]

Em certo sentido, à distância de meio século, o ano da misericórdia celebra a fidelidade da Igreja àquela sua promessa. Às vezes, surge a pergunta de se insistir muito na misericórdia não é correr o risco de se esquecer o outro atributo de Deus que é a justiça. Mas, a justiça de Deus, não só não contradiz a sua misericórdia, mas consiste justamente nessa! Deus se faz justiça, fazendo misericórdia. Deus é amor; por isso faz justiça a si mesmo – ou seja, se demonstra verdadeiramente por aquilo que é – quando faz misericórdia. Bem antes de Lutero Santo Agostinho tinha escrito: ‘A justiça de Deus’ é aquela, pela qual, por sua graça, Deus nos torna justos, exatamente como ‘a salvação do Senhor’ (salus Domini) (Sl 3, 9) é aquela, pela qual, Deus nos salva[2]”.

Isso não esgota todos os sentidos da expressão “justiça de Deus”, mas é certamente o significado principal dela. Um dia existirá, também, uma justiça de Deus retributiva, que dará a cada um de acordo com os próprios méritos (cf Rom 2, 5-10); mas, não é dessa que o Apóstolo fala quando diz: “Agora se manifestou a justiça de Deus” (Rom 3, 21). Aquela é um evento futuro, esta um evento presente. Em outro lugar o próprio apóstolo explica assim: “Quando se manifestou a bondade de Deus e o seu amor pelos homens, ele nos salvou, não em virtude de obras de justiça realizadas, mas pela sua misericórdia” (Tt 3, 4-5). 

1. “Sejam santos porque eu, vosso Deus, sou santo”

O tema desta meditação é o capítulo V da Lumen gentium, intitulado “A vocação universal à santidade na Igreja”. Nas histórias do Concílio este capítulo só é lembrado por uma questão, digamos, de redação. Os vários Padres conciliares, membros de ordens religiosas, pediram com insistência que fosse dedicado um tratado a parte sobre a presença dos religiosos na Igreja, como tinha sido feito para os leigos. Foi assim que aquilo que tinha sido lembrado até então como um capítulo unicamente relacionado à santidade de todos os membros da Igreja, foi dividido em dois capítulos, dos quais o segundo (VI da LG), dedicado especificamente aos religiosos[3].

O chamado à santidade foi formulado desde o início com estas palavras:

“Por isso, todos na Igreja, quer pertençam à Hierarquia quer por ela sejam pastoreados, são chamados à santidade, segundo a palavra do Apóstolo: «esta é a vontade de Deus, a vossa santificação»” (1 Tess. 4,3; cfr. Ef. 1,4)[4].

Este chamado à santidade é o ponto mais necessário e urgente do concílio. Sem isso, todos os outros requisitos são impossíveis ou inúteis. De fato, normalmente, isso é deixado de lado porque só Deus e a consciência que a exigem e pedem, e não as pressões ou interesses de grupos humanos particulares da Igreja. Às vezes, parece que em certos ambientes e em certas famílias religiosas, depois do concílio, focaram mais no compromisso de “fazer os santos” do que no de “fazer-se santos”, ou seja, mais esforço para levar aos altares os próprios fundadores ou correligionários do que em imitar os exemplos e as virtudes.

A primeira coisa que deve ser feita, quando se fala de santidade, é libertar esta palavra da submissão e do medo que dá, por causa de certas deturpações que fizeram dela. A santidade pode acarretar fenômenos e provas extraordinárias, mas não se identifica com essas coisas. Se todos são chamados à santidade, é porque, devidamente compreendida, ela está ao alcance de todos, faz parte da normalidade da vida cristã. Os santos são como as flores: não existem só aqueles que são colocados no altar. Quantos deles desabrocham e morrem escondidos, depois de terem lançado silenciosamente seu perfume no ambiente! Quantas dessas flores escondidas floresceram e florescem continuamente na Igreja

A motivação de fundo da santidade é clara desde o início e é que Deus é santo: “Sede santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo" (Lv 19, 2). A santidade é a síntese, na Bíblia, de todos os atributos de Deus. Isaías chama Deus de "o Santo de Israel", aquele que Israel conheceu como o Santo. “Santo, santo, santo”, Qadosh, qadosh, qadosh, é o grito que acompanha a manifestação de Deus no momento do seu chamado (Is 6, 3). Maria reflete fielmente essa ideia de Deus dos profetas e dos Salmos, quando exclama no Magnificat: "Santo é o seu nome".

Quanto ao conteúdo da ideia de santidade, o termo bíblico qadosh sugere a ideia de separação, de diversidade. Deus é santo porque é o totalmente outro com relação a tudo o que o homem pode pensar, dizer ou fazer. É absoluto, no sentido etimológico de ab-solutus, solto de tudo e à parte. É o transcendente, no sentido de que está por acima de todas as nossas categorias. Tudo isso no sentido moral, antes mesmo que metafísico; diz respeito ao atuar de Deus e não só ao seu ser. Na Escritura define-se como “santos” principalmente os juízos de Deus, as suas obras e os seus caminhos[5].

Contudo, santo não é um conceito principalmente negativo, que indica separação, ausência de mal e de mistura em Deus; é um conceito sumamente positivo. Indica uma “pura plenitude”. Em nós, a “plenitude” nunca se mistura totalmente com a “pureza”. Sempre conquistamos a nossa pureza, purificando-nos e tirando o mal das nossas ações (Is 1, 16). Em Deus não; pureza e plenitude coexistem e constituem juntas a suma simplicidade de Deus. A Bíblia expressa perfeitamente esta ideia de santidade quando fala que a Deus "nada pode ser acrescentado e nada tirado" (Sir 42, 21). Em quanto suma pureza, nada lhe deve ser tirado; em quanto suma plenitude, nada lhe pode ser acrescentado.

Quando se procura entender como o homem entra na esfera da santidade de Deus e o que significa ser santo, logo prevalece, no Antigo Testamento, a ideia ritualística. Os trâmites da santidade de Deus são objetos, lugares, ritos, prescrições. Seções inteiras do Êxodo e do Levítico se intitulam “códigos de santidade” ou “lei de santidade”. A santidade está contida em um código de leis. É tal esta santidade que é profanada se alguém se aproxima do altar com uma deformidade física ou depois de ter tocado num animal imundo: "santificai-vos e sede santos ..., não se contaminem com qualquer um destes animais" (Lv 11, 44; 21, 23).

É possível ler diferentes vozes nos profetas e nos salmos. À pergunta; “Quem subirá o monte do Senhor, quem entrará em sua santa habitação?”, ou: “Quem dentre nós pode habitar com um fogo abrasador?", responde-se com indicações requintadamente morais: "Quem tem mãos puras e inocente coração”, e “quem caminha na justiça e fala com lealdade” (cf. Sl 24, 3; Is 33, 14 s.). São vozes sublimes que, porém, permanecem isoladas. Ainda no tempo de Jesus, nos fariseus e em Qumram prevalece a ideia de que a santidade e a justiça consistem na pureza ritual e na observância de certos preceitos, especialmente o do Sábado, embora se, na teoria, ninguém esquece que o primeiro e maior mandamento é o do amor a Deus e ao próximo. 

O que torna uma ação boa ou má?


O homem alcança o seu destino imortal e a salvação eterna fazendo o bem e evitando o mal.

Jesus disse: Se me amais, guardareis os meus mandamentos (Jo 14, 15). É fácil estabelecer o princípio geral de que é preciso fazer o bem e evitar o mal; mas não é fácil saber – em cada circunstância, aqui, agora – o que é bom e o que é mau.

Há princípios básicos de moral cristã com os quais todos os católicos devem estar familiarizados. Dentre eles, um dos primeiríssimos é este: para que qualquer ação possa ser qualificada moralmente, tem de ser consciente, humana. Um ato humano procede do conhecimento e do livre arbítrio; se faltarem a liberdade ou o conhecimento devidos, o ato não é completamente humano e, portanto, não é completamente moral. Assim, a digestão, o crescimento, o movimento do sangue nas veias, etc., uma vez que não estão sob o controle da nossa vontade, não podem de forma alguma ser chamados de atos morais. São atos da pessoa humana, mas não podem ser considerados “atos humanos”.

Um ato inteiramente humano, ou seja, um ato que procede do conhecimento e do livre arbítrio, pode ser moralmente bom ou moralmente mau. Como podemos fazer a distinção? Baseados em uma experiência de séculos, os teólogos chegaram à conclusão de que há três determinantes para a qualidade moral das nossas ações: o objeto, o fim ou a intenção, e as circunstâncias. 

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Diocese chega a conclusão sobre caso de “hóstia que sangra” nos Estados Unidos


A Diocese do Salt Lake City (Estados Unidos) publicou recentemente o resultado de sua investigação no caso de um suposto milagre eucarístico com uma “hóstia que sangra” em uma igreja local.

Segundo o relatório, a cor vermelha foi devido ao mofo de pão e não a um milagre.

A Diocese norte-americana mencionou o caráter milagroso de cada Missa e sublinhou a necessidade de que os católicos evitem especulações sobre supostos milagres.

Em um comunicado publicado pela Diocese no dia 16 de dezembro, Dom Francis Mannion – sacerdote encarregado do comitê ad hoc para a investigação do suposto milagre – explicou que “na história da Igreja, pela Divina Providência, aconteceram milagres. O único propósito de um milagre é obter um bem”.

Entretanto, assinalou que “falsas alegações de milagres, por outro lado, causam danos aos fiéis e danificam a credibilidade da Igreja”, e pediu aos leigos e sacerdotes “agirem com grande prudência” e evitar “tirar conclusões imediatas”.

“Os católicos devem usar este tempo para renovar sua fé e devoção no grande milagre da Real Presença que se dá em cada Eucaristia”, disse. 

Futura Santa Teresa de Calcutá: brasileiro com hidrocefalia e oito abscessos no cérebro foi o “alvo” do milagre


A Madre Teresa de Calcutá será canonizada em setembro de 2016 depois do reconhecimento de um milagre atribuído à sua intercessão e ocorrido no Brasil em 2008.

O milagre

O homem a quem aconteceu o milagre tinha na época 35 anos de idade e estava em lua-de-mel quando teve de ser hospitalizado às pressas. No hospital, em Santos, ele foi diagnosticado com hidrocefalia e oito abscessos espalhados pelo cérebro.

Durante a internação, sua esposa foi buscar ajuda espiritual com o padre Elmiran Ferreira, da paróquia de Nossa Senhora Aparecida, na cidade vizinha de São Vicente.

O padre lhe deu a medalhinha da Madre Teresa de Calcutá, que a mulher colocou no travesseiro do marido no hospital, além de rezar pedindo a sua intercessão pela cura.

Com o esposo inconsciente no Centro Cirúrgico, um dos médicos saiu para buscar um dreno. Nesse ínterim, o homem acordou, recuperou plenamente os sentidos e tomou café sozinho. A cirurgia, marcada para o dia seguinte, foi cancelada.

A confirmação

A Congregação para as Causas dos Santos recorre à assessoria de uma equipe de 70 médicos e vários outros especialistas que avaliam todos os estudos clínicos aos quais o indivíduo curado foi submetido. Para que a cura seja considerada milagrosa, ela deve ter acontecido de forma instantânea, completa, duradoura e cientificamente inexplicável.

No caso do milagre atribuído à Madre Teresa, o exame por parte da Ordem dos Médicos, realizado meses depois do fato, levou ao reconhecimento unânime por parte de um colegiado de sete médicos de que a cura não tinha nenhuma explicação científica.

O Tribunal Diocesano, em seguida, ouviu 15 testemunhas e reuniu toda a documentação de comprovação do milagre, com cerca de 400 páginas remetidas depois ao Vaticano.

Depois de examinar todo o processo, o Vaticano confirmou hoje (18 de dezembro) que vai canonizar a Madre Teresa de Calcutá em setembro de 2016. 

Maria quer ajudar você a acreditar na Eucaristia


Que tal imaginar esta cena acontecendo com você durante a Missa, na companhia de Nossa Senhora? Faça a experiência e verá como sua Missa será incrível!

Certo sacerdote vivia muito atormentado por graves tentações contra a fé. Sofria dúvidas, principalmente sobre a presença real de Jesus no Santíssimo Sacramento.

Tornaram-se tão graves e tão insistentes, que quase perdeu a coragem de celebrar a Santa Missa. Dirigiu-se então, aflitíssimo à Maria Santíssima suplicando que a ele fosse devolvida, a paz da alma, e afastasse tais tentações. A Virgem Mãe atendeu às orações deste pobre sacerdote.

Certo dia, celebrando ele a Santa missa, aconteceu que, depois do “Pai-Nosso”, desapareceu a Santa Hóstia!

Procurou-a muito aflito, mas, sem resultado, vendo neste incidente inexplicável, um castigo às suas dúvidas. Mas, eis que teve uma visão de Nossa Senhora, bela e sorridente, trazendo nos braços o Menino Jesus todo amável e carinhoso e diz: 

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

E os escândalos, hein?


Caro Leitor meu, gostaria de propor-lhe algumas reflexões sobre Lc 17,1-6. Tenha a paciência de ler. Penso que possa lhe ser útil... Mas, aviso logo que não estou aqui pensando em alguma situação concreta; desejo apenas propor o que o Evangelho nos ensina como bússola para nossa vida de cristãos. Lá vai, portanto!

"Naquele tempo, Jesus disse a Seus discípulos: “É inevitável que aconteçam escândalos. Mas ai daquele que produz escândalos! Seria melhor para ele que lhe amarrassem uma pedra de moinho no pescoço e o jogassem no mar, do que escandalizar um desses pequeninos.

Prestai atenção: se o teu irmão pecar, repreende-o. Se ele se converter, perdoa-lhe. Se ele pecar contra ti sete vezes num só dia, e sete vezes vier a ti, dizendo: ‘Estou arrependido’, tu deves perdoá-lo”.

Os apóstolos disseram ao Senhor: “Aumenta a nossa fé!” O Senhor respondeu: “Se vós tivésseis fé, mesmo pequena como um grão de mostarda, poderíeis dizer a esta amoreira: ‘Arranca-te daqui e planta-te no mar’, e ela vos obedeceria”

Não lhe parece muito assunto neste texto do Evangelho, coisas diversas mal arranjadas na mistura? E, no entanto, veja como têm sentido!

Papa completa 79 anos e segue decidido na reforma da Cúria, diz Card. Castelló


Nesta quinta-feira, 17 de dezembro, o Papa Francisco completa 79 anos. Mensagens de felicitações já chegam de todo o mundo. Ao final da Audiência Geral desta quarta-feira, os fieis cantaram o “Parabéns”, enquanto uma jornalista mexicana presenteava o Papa com uma torta especial, em forma de “sombrero”, doada pelo povo mexicano, que o aguarda com expectativa em fevereiro de 2016. Ouçamos as felicitações ao Santo Padre do Cardeal Santos Abril y Castelló, Arcipreste da Basílica de Santa Maria Maior, onde o Papa “é quase de casa”:

“É uma grande alegria poder expressar ao Santo Padre a mais calorosa felicitação de um feliz aniversário e acrescentamos a isto também a fervorosa oração ao Senhor para que o ajude neste seu delicadíssimo e importantíssimo papel para a Igreja. Vemos que ele está cumprindo com grande dedicação, total, absoluta, este papel e por isto o acompanhamos com a oração, com o afeto e com o desejo de que o Senhor e que Nossa Senhora, a qual ele é muito devoto, possam ajudá-lo a continuar a desempenhar esta missão na maneira como a desempenhou até agora”.

RV: O Papa já veio tantas vezes à Santa Maria Maior, para venerar a Virgem...

“Sim, é muito, muito devoto de Nossa Senhora “Salus Populi Romani”, não somente agora, como Papa. Recordo que quando eu era Núncio na Argentina, frequentemente, depois das suas visitas a Roma, que fazia algumas vezes, sempre me dizia que vinha fazer uma visitinha para saudar Nossa Senhora e confiar a ela também as suas intenções pelas necessidades da Igreja e para poder desenvolver a sua missão da melhor maneira possível. Mais tarde, já como Papa, veio 28 vezes.  Isto revela muito o seu amor, a sua devoção. Sempre o faz quando está para realizar alguma viagem ao exterior e depois quando retorna, vem para saudá-la. Como ele me disse tantas vezes: “Não podia deixar de vir saudar a Senhora”.

RV: Como o senhor falou, o Papa está realizando uma ação muito forte, muito particular para a Igreja. Quais pontos principais o senhor destacaria desta ação, deste seu ministério?

“Evidentemente, é um ministério muito, muito rico, que tem tantos, tantos diferentes aspectos a serem considerados. Eu acredito que seja muito importante, antes de tudo, o seu papel de continuador da missão de Pedro na Igreja e como Bispo de Roma: ele fala frequentemente de seu papel como Bispo da Igreja de Roma. Como Papa, guia da Igreja, acredito que esteja dando à Igreja um exemplo de uma dedicação absoluta, completa, extraordinária, de um amor a esta Igreja, de maneira tal que isto o leva a não poupar nem mesmo forças, nem energias, nem riscos – porque sabe que às vezes se expõe a riscos – e o está fazendo precisamente com uma dedicação absoluta. E acredito que aquilo que está impressionando muito o mundo, é a maneira como ele está realizando esta sua missão: com uma grande delicadeza, com uma grande confiança no Senhor e ao mesmo tempo, também, com aquela simplicidade com a qual sabe se aproximar de todos. Prega muito a misericórdia: mas acredito que esteja demonstrando com o seu modo de agir, que esta misericórdia é uma norma, para ele, para com todos. Para aqueles que lhe são próximos e pela Igreja universal.”. 

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Papa fala sobre sinais que caracterizam o Ano da Misericórdia


CATEQUESE
Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 16 de dezembro de 2015


Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Domingo passado foi aberta a Porta Santa na Catedral de Roma, a Basílica de São João Latrão, e se abriu a Porta da Misericórdia na Catedral em todas as dioceses do mundo, também nos santuários e nas igrejas indicadas pelos bispos. O Jubileu é em todo o mundo, não somente em Roma. Quis que este sinal da Porta Santa fosse presente em cada Igreja particular, para que o Jubileu da Misericórdia possa se tornar uma experiência partilhada por cada pessoa. O Ano Santo, deste modo, tomou o caminho em toda a Igreja e é celebrado em todas as dioceses, como em Roma. Também, a primeira Porta Santa foi aberta justamente no coração da África. E Roma, bem, é o sinal visível da comunhão universal. Possa essa comunhão eclesial se tornar sempre mais intensa, para que a Igreja seja no mundo o sinal vivo do amor e da misericórdia do Pai.

Também a data de 8 de dezembro quis destacar essa exigência, relacionando, a 50 anos de distância, o início do Jubileu com a conclusão do Concílio Ecumênico Vaticano II. De fato, o Concílio contemplou e apresentou a Igreja à luz do mistério da comunhão. Espalhada em todo o mundo e articulada em tantas Igrejas particulares é, porém, sempre e somente a única Igreja de Jesus Cristo, aquela que Ele quis e pela qual ofereceu a Si mesmo. A Igreja “una” que vive da comunhão própria de Deus.

Este mistério de comunhão, que torna a Igreja sinal do amor do Pai, cresce e amadurece no nosso coração, quando o amor, que reconhecemos na Cruz de Cristo e no qual nos imergimos, nos faz amar como nós mesmos somos amados por Ele. Trata-se de um Amor sem fim, que tem a face do perdão e da misericórdia.

Porém a misericórdia e o perdão não devem permanecer belas palavras, mas realizar-se na vida cotidiana. Amar e perdoar são os sinais concretos e visíveis de que a fé transformou os nossos corações e nos permite exprimir em nós a vida própria de Deus. Amar e perdoar como Deus ama e perdoa. Este é um programa de vida que não pode conhecer interrupções ou exceções, mas nos leva a ir sempre além sem nunca nos cansarmos, com a certeza de sermos sustentados pela presença paterna de Deus.