Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big
Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo,
mas conseguimos chegar ao fundo do poço. A nova edição do BBB é uma síntese do
que há de pior na TV brasileira. Chega a ser difícil encontrar as palavras
adequadas para qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência.
Dizem que Roma, um dos maiores impérios que o mundo
conheceu, teve seu fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo,
principalmente pela banalização do sexo. O BBB é a pura e suprema banalização
do sexo.
Impossível assistir este programa ao lado dos
filhos. Gays, lésbicas, heteros… todos na mesma casa, a casa dos “heróis”, como
são chamados por Pedro Bial. Não tenho nada contra gays, acho que cada um faz
da vida o que quer, mas sou contra safadeza ao vivo na TV, seja entre
homossexuais ou heterossexuais. O BBB é a realidade em busca do IBOPE.
Veja como Pedro Bial tratou os participantes do
BBB. Ele prometeu um “zoológico humano divertido”. Não sei se será divertido,
mas parece bem variado na sua mistura de clichês e figuras típicas.
Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista,
documentarista e escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda
do Muro de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível. Em
um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente bem sobre a
perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se morrer tão cedo. Eu
gostaria de perguntar se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura,
de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade.
Heróis?