quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

O propósito da abstinência e do jejum quaresmal


Há um propósito na mortificação, nas espirituais (orações impostas pelo confessor, esmolas, atos de piedade etc) e nas diversas modalidades corporais (entre as quais, além do cilício e das disciplinas, estão o jejum, a abstinência de carne e outras). Quem as pratica (e todos os católicos são obrigados a determinadas penitências, mínimas, como a abstinência de carne e o jejum na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira Santa) deseja alcançar certos fins: submeter o corpo à alma e a vontade à inteligência; abster-se de coisas lícitas (carne, por exemplo, ou, no caso do cilício, a ausência da dor) para melhor renunciar às ilícitas, i.e., pecaminosas; unir seus próprios sacrifícios pessoais ao Sacrifício de Cristo na Cruz; reparar as consequências dos pecados já perdoados (notem: não é para pagar o pecado, pois ele já foi limpo por Jesus na Cruz e tal perdão se torna presente quando o fiel recebe os sacramentos, sobretudo o Batismo e a Confissão); procurar a santificação não só da alma como do corpo, numa visão integral do ser humano; adquirir disciplina e constância, adestrando a vontade. A aceitação resignada das penas da vida, o cumprimento das penas dadas pelo confessor e a procura de penas livremente (jejuns, abstinências, cilícios, disciplinas) pelo fiel católico não têm absolutamente nada a ver com masoquismo ou desprezo pela matéria. Muito superficial seria tal leitura. 

Doritos faz anúncio durante o Superbowl e irrita os abortistas


Cinco milhões de dólares por 30 segundos no ar: é o que você paga por um comercial durante o intervalo da Superbowl, a final do futebol. Este ano celebrou sua edição de número cinquenta e a vitória dos Denver Broncos sobre o Carolina Panthers (24-10) foi seguida nesta segunda-feira por cerca de 112 milhões de espectadores.

Um dos anúncios emitidos foi o próximo, da marca de chips Doritos:


Muito inteligente o comercial, certo? Mas quem não achou nada engraçado foram aqueles cujo negócio é matar crianças no ventre de sua mãe, ou a ideologia que o justifique. Logo eles perceberam a mensagem, deliberada ou não, potencialmente pró-vida do anúncio. Há uma continuidade antes e depois do nascimento, o ser que está dentro da mãe quer as mesmas coisas que aqueles que estão fora.

Sectários… e sem senso de humor

Logo após a emissão do comercial, a NARAL, um dos principais grupos ideológicos de lobby abortista na América, que significa National Abortion and Reproductive Rights Action League [Liga Nacional de Ação para aborto e Direitos reprodutivos], lançou o seguinte tweet de boicote ao produto:



“Não comprem”, proclama: “Doritos utiliza táticas anti-abortis para humanizar os fetos e tendências sexistas de pais tensos e mães sem noção.”

Tuítes sérios, tuítes não tão sérios…

Essa forma tão ruim de receber uma piada, e o sectarismo patente nesse depreciativo “humanizar fetos” não passou despercebida pelas redes sociais, que começaram a insultar os abortistas e #doritos #naral se tornaram trending topics.

@ John8Montgomery: Caro NARAL, por favor Exerça o seu direito de escolher e escolha relaxar.

@ rogue_40: Eu sei que ninguém foi ver o Superbowl com vocês, mas vocês tem sempre que revelar segredos? Ei… crianças são humanas.

Misterlubbock: Foi um anúncio. Respirem fundo.

Monan_chuck: Humanizar fetos? Sim. Porque se vocês não querem vão ser rinocerontes, certo? Deus nos ajude… e eu quero dizer, literalmente.

docwashburn: Humanizar fetos? E do que uma mãe está grávida? De uma batata? De um pato? Não, de um ser humano. Diga comigo: É um menino.

Sallyannwest: Quando se trata de dar à luz, os pais ficam confusos e as mães tensas. Dá pra ver que vocês nunca tiveram filhos.

Qual o sentido da Quarta-feira de Cinzas?


A Quarta-feira de Cinzas foi instituída há muito tempo na Igreja; marca o início da Quaresma, tempo de penitência e oração mais intensa. Para os antigos judeus se sentar sobre as cinzas já significava arrependimento dos pecados e volta para Deus. As Cinzas bentas e colocadas sobre as nossas cabeças nos fazem lembrar que vamos morrer; que somos pó e que ao pó da terra voltaremos (cf. Gn 3, 19) para que nosso corpo seja refeito por Deus de maneira gloriosa para não mais perecer.

Qual é o sentido?

A intenção deste sacramental é levar-nos ao arrependimento dos pecados, marcando o início da Quaresma; e fazer-nos lembrar que não podemos nos apegar a esta vida achando que a felicidade plena possa ser construída aqui. É uma ilusão perigosa. A morada definitiva é o céu.

A maioria das pessoas, mesmo os cristãos, passa a vida lutando para “construir o céu na terra”. É um grande engano. Jamais construíremos o céu na terra; jamais a felicidade será perfeita no vale em que o pecado transformou num vale de lágrimas. Devemos, sim, lutar para deixar a vida na terra cada vez melhor, mas sem a ilusão de que ficaremos sempre aqui.

Deus dispôs tudo de modo que nada fosse sem fim aqui nesta vida. Qual seria o desígnio do Senhor nisso? A cada dia de nossa vida temos de renovar uma série de procedimentos: dormir, tomar banho, alimentar-nos, etc… Tudo é precário, nada é duradouro, tudo deve ser repetido todos os dias. A própria manutenção da vida depende do bater interminável do cora­ção e do respirar contínuo dos pulmões. Todo o organismo repete, sem cessar, suas operações para a vida se manter. Tudo é transitório… nada eterno. Toda criança se tornará um dia adulta e, depois, idosa. Toda flor que se abre logo estará murcha; todo dia que nasce logo se esvai… e assim tudo passa, tudo é transi­tório.

Por que será? Qual a razão de nada ser duradouro?

Com­pra-se uma camisa nova e, logo, já está surrada; compra-se um carro novo e, logo, ele estará bastante rodado e vencido por novos modelos, e assim por diante.

A razão inexorável dessa precariedade das coisas também está nos planos de Deus. A marca da vida é a renovação. Tudo nasce, cresce, vive, amadurece e morre. A razão profunda dessa realidade tão transitória é a lição cotidiana que o Senhor nos quer dar de que esta vida é apenas uma passagem, um aperfeiçoamento, em busca de uma vida duradoura, eterna, perene.

Em cada flor que murcha e em cada homem que falece, sinto Deus nos dizer: “Não se prendam a esta vida transitória. Preparem-se para aquela que é eterna, quando tudo será duradouro, e nada precisará ser renovado dia a dia.”

E isso mostra-nos também que a vida está em nós, mas não é nossa. Quando vemos uma bela rosa murchar é como se ela estivesse nos dizendo que a beleza está nela, mas não lhe pertence.

Ainda assim, mesmo com essa lição permanente que Deus nos dá, muitos de nós somos levados a viver como aquele homem rico da parábola narrada por Jesus. Ele abarrotou seus celeiros de víveres e disse à sua alma: “Descansa, come, bebe e regala-te” (Lc 12,19b); ao que o Senhor lhe disse: “Insensato! Nesta noite ainda exigirão de ti a tua alma” (Lc 12,20).

A efemeridade das coisas é a maneira mais prática e cons­tante encontrada por Deus para nos dizer, a cada momento, que aquilo que não passa, que não se esvai, que não morre, é aquilo de bom que fazemos para nós mesmos e, principalmente, para os outros. Os talentos multiplicados no dia a dia, a perfei­ção da alma buscada na longa caminhada de uma vida de me­ditação, de oração, de piedade, essas são as coisas que não passam, que o vento do tempo não leva e que, finalmente, nos abrirão as portas da vida eterna e definitiva, quando “Deus será tudo em todos” (cf. 1 Cor 15,28).

A transitoriedade de tudo o que está sob os nossos olhos deve nos convencer de que só viveremos bem esta vida se a vivermos para os outros e para Deus. São João Bosco dizia que “Deus nos fez para os outros”. Só o amor, a caridade, o oposto do egoísmo, pode nos levar a compreender a verdadeira di­mensão da vida e a necessidade da efemeridade terrena. 

A misericórdia do Papa cria escândalo na Igreja


O que está em jogo neste confronto que às vezes parece uma áspera batalha? Não o que a Igreja crê em obediência ao Evangelho. Em particular, não está em jogo a doutrina sobre a indissolubilidade do matrimônio cristão e também não uma transação da Igreja sobre a família hoje.

Não, em jogo está a dimensão pastoral, a conduta a assumir com quem falhou e com a sociedade contemporânea. E, neste sentido, precisamente a Igreja, para ser ministra, tem a tarefa de determinar a disciplina renovando-a e tornando-a mais fiel ao Evangelho.

Seja dito com clareza: o que escandaliza é a misericórdia!

Pareceria impossível, mas não podemos esquecer que Jesus não foi condenado e entregue à morte porque se manchara com algum crime segundo o direito romano, nem porque havia desmentido a palavra de Deus contida nas leis e nos profetas, e sim pelo seu comportamento demasiado misericordioso: anunciava de fato o perdão, sem recorrer a uma justiça retributiva e punitiva, gostava de frequentar prostitutas e pecadores conhecidos como tais e estar em sua mesa.

O seu modo de comportar-se revelou que a misericórdia não é um corretivo para mitigar a justiça, não é nem mesmo um socorro para quem não conhece a verdade: a justiça de Deus é sempre misericórdia, e mesmo, é a misericórdia que estabelece a justiça e torna resplendente e não deslumbrante a verdade. Os inimigos de Jesus eram peritos da santa Escritura (escribas) e homens “religiosos” que confiavam em si mesmos e no seu comportamento escrupulosamente observante.

É, portanto, revelador que uma oposição análoga emerja também contra o Papa Francisco e o caminho que tenta traçar para a Igreja, o êxodo para as periferias existenciais de uma humanidade sofredora e mendicante de amor, ternura, compaixão de um modo sempre mais incapaz de proximidade e de fraternidade.

Já tive modo de escrevê-lo: se o Papa for fiel ao Evangelho encontrará oposição, e até rejeição e desprezo porque não poderá ser mais do que seu Senhor. Profetizou-o Jesus simplesmente lendo as próprias vivências e as dos profetas antes dele. O que espanta é que perante os papas precedentes não se avançavam criticas ou contestações, mas lhes colocavam perguntas, eram apontados como “ não católico”, enquanto hoje, graças à liberdade que Francisco quis assegurar ao debate, alguns chegam a suspeitar que ele permita deixar manipular um confronto que na Igreja deveria sempre ser escutado pelo outro, reconhecimento que o sucessor de Pedro, o Papa, “caminha junto” (syn-odos) aos bispos, mas presidindo a sua comunhão com um carisma e um mandato próprio que provém do próprio Senhor.

Retornamos ao tempo do Concílio, às contestações mais ou menos manifestas, às murmurações contra João XXIII e Paulo VI, mas isto não deve espantar. 

Fazei penitência


Fixemos atentamente o olhar no sangue de Cristo e compreendamos quanto é precioso aos olhos de Deus, seu Pai, esse sangue que, derramado para nossa salvação, ofereceu ao mundo inteiro a graça da penitência.

Percorramos todas as épocas do mundo e verificaremos que em cada geração o Senhor concedeu o tempo favorável da penitência a todos os que a ele quiseram converter-se. Noé proclamou a penitência, e todos que o escutaram foram salvos. Jonas anunciou a ruína aos ninivitas, mas eles, fazendo penitência de seus pecados, reconciliaram-se com Deus por suas súplicas e alcançaram a salvação, apesar de não pertencerem ao povo de Deus.

Inspirados pelo Espírito Santo, os ministros da graça de Deus pregaram a penitência. O próprio Senhor de todas as coisas também falou da penitência, com juramento: Pela minha vida, diz o Senhor, não quero a morte do pecador, mas que mude de conduta (cf. Ez 33,11); e acrescentou esta sentença cheia de bondade: Deixa de praticar o mal, ó Casa de Israel! Dize aos filhos do meu povo: "Ainda que vossos pecados subam da terra até o céu, ainda que sejam mais vermelhos que o escarlate e mais negros que o cilício, se voltardes para mim de todo o coração e disserdes: 'Pai', eu vos tratarei como um povo santo e ouvirei as vossas súplicas” (cf. Is 1,18; 63,16; 64,7; Jr 3,4; 31,9).

Querendo levar à penitência todos aqueles que amava, o Senhor confirmou esta sentença com sua vontade todo-poderosa.

Obedeçamos, portanto, à sua excelsa e gloriosa vontade. Imploremos humildemente sua misericórdia e benignidade. Convertamo-nos sinceramente ao seu amor. Abandonemos as obras más, a discórdia e a inveja que conduzem à morte.

Sejamos humildes de coração, irmãos, evitando toda espécie de vaidade, soberba, insensatez e cólera, para cumprirmos o que está escrito. Pois diz o Espírito Santo: Não se orgulhe o sábio em sua sabedoria, nem o forte com sua força, nem o rico em sua riqueza; mas quem se gloria, glorie-se no Senhor, procurando-o e praticando o direito e justiça (cf. Jr 9,22-23; ICor 1,31).

Antes de mais nada, lembremo-nos das palavras do Senhor Jesus, quando exortava à benevolência e à longanimidade: Sede misericordiosos, e alcançareis misericórdia; perdoai, e sereis perdoados; como tratardes o próximo, do mesmo modo sereis tratados; dai, e vos será dado; não julgueis, e não sereis julgados; fazei o bem, e ele também vos será feito; com a medida com que medirdes, vos será medido (cf. Mt 5,7; 6,14; 7,1.2).

Observemos fielmente este preceito e estes mandamen­tos, a fim de nos conduzirmos sempre, com toda humildade, na obediência às suas santas palavras. Pois eis o que diz o texto sagrado: Para quem hei de olhar, senão para o manso e humilde, que treme ao ouvir minhas palavras ? (cf. Is 66,2).

Tendo assim participado de muitas, grandes e gloriosas ações, corramos novamente para a meta que nos foi proposta desde o início: a paz. Fixemos atentamente nosso olhar no Pai e Criador do universo e desejemos com todo ardor seus dons de paz e seus magníficos e incomparáveis benefícios.


Da Carta aos Coríntios, de São Clemente I, papa

(Cap. 7,4-8,3; 8,5-9,1; 13,1-4; 19,2: Funk 1,71-73.77-79.87)           (Sec. I)

“Quero ver o direito brotar e correr a justiça qual riacho que não seca” (Amós 5,24).


O profeta Amós escreve numa época de muita religiosidade e pouca justiça social. As palavras dele nos levam a perceber que a religião possui profunda inserção social. De nada vale prestar culto a Deus e os pobres continuarem a ser oprimidos.

Introdução

Amós está incluído no grupo dos “mensageiros da aliança”, e a maior parte de suas declarações são fragmentos de atividades judiciais da aliança, nos quais Javé, nos papéis de promotor e juiz, faz as acusações e condena a liderança do povo por violar a aliança e deixar de “observar os princípios básicos da política social expressa no decálogo”, explorando os fracos e pobres (Am 2,4-7). Provavelmente Amós profetizou entre os anos 760 e 755 a.C., durante o reinado de Jeroboão II, no reino do Norte (793-753 a.C.), pondo ênfase na questão social e econômica ao denunciar o luxo excessivo às custas da exploração da população comum.

Enquanto os abastados e funcionários do Estado viviam na comodidade, usufruindo do conforto concedido pela situação, esclarece Schwantes (2013, p. 16), os camponeses eram obrigados a bancar, com muito sofrimento, os planos de expansão comercial e militar de Jeroboão II. O rei impôs um aumento na tributação e colocou o serviço religioso como o centro arrecadador, usando as festas e rituais para incentivar a produção e consequentemente aumentar a arrecadação. Amós era contra essa religiosidade que de Deus não tinha nada! A classe dominante de Israel “multiplica as transgressões”, subjugando e empobrecendo o povo, usando até a força bruta para conseguir seus intentos (3,9-10; 4,1; 8,4). A necessidade que o Estado tinha de criar riquezas, forçando os camponeses com a tributação, surgiu graças aos altos custos do aparato militar, da elite administrativa, da expansão do comércio internacional e do consumo dos produtos de luxo importados. Tudo isso bancado pelo povo (Am 4,1), que era pisado (Am 2,7), aterrorizado (Am 3,9), esmagado (Am 4,1) e destruído (Am 8,4) pela tributação estatal. Amós deixa bem claro que a classe dominante em Israel se encontrava em uma situação confortável, segura e sem problemas. Viviam com a confiança de que o mal nunca se aproximaria deles. Agradeciam a Deus pela prosperidade, mas não se preocupavam nem se “afligiam com a ruína de José” (v. 6). A religiosidade dos abastados era de uma espiritualidade equivocada, já que achavam que Deus estava ao lado deles, abençoando-os, enquanto oprimiam os pobres e necessitados. Mas Deus “desceu para onde está o escravo, o sofredor, o oprimido. Ele nunca se encontra no lugar que é ocupado pelos opressores, pois nesses lugares existe a tendência de arrastar Deus para o seu lado com o objetivo de legitimar o esquema opressor” (ROSSI, 1990, p. 28). Javé sempre olhou pelos pobres e necessitados e nunca irá abençoar qualquer sistema que use de opressão para manter-se.

A rica expressão de Amós “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” está inserida num contexto em que o profeta explicita o tipo de culto desejado por Deus. Os cultos espetaculares, com suas esplêndidas liturgias que demonstravam grande fervor religioso, não passavam de disfarces para esconder o grosseiro egoísmo e ateísmo prático dos líderes. Não devemos nos esquecer da vinculação do santuário de Betel à coroa e de como os sacerdotes eram funcionários do rei. Em Amós 7,13, Amasias, sacerdote de Betel e consequentemente funcionário de Jeroboão II, afirma que Betel era o santuário do rei e ali era o templo do reino, deixando claro que a situação religiosa estava sob o controle real. É indiscutível que o templo foi facilmente manipulado por razões de Estado. 

Santa Escolástica


Hoje celebramos a memória de Santa Escolástica, irmã gêmea do grande São Bento, pai do monaquismo. Esta grande santa nasceu na Úmbria, região central da Itália, no ano de 480.

Santa Escolástica foi uma mulher de grande espírito de oração e busca de santidade. Junto com seu irmão São Bento, tornou-se a fundadora de vários mosteiros femininos que também seguiam a Regra de vida monástica do irmão. Escolástica era piedosa, virtuosa, cultivadora da oração, temente a Deus e inimiga do espírito do mundo e das vaidades.

Relata-nos o Papa São Gregório Magno que Escolástica e Bento, embora morassem pertinho, encontravam-se para diálogos santos apenas uma vez ao ano. Numa dessas visitas, pressentindo que o dia de seu encontro com o Pai Eterno estava próximo, Escolástica pediu ao irmão que ficasse com ela até o amanhecer, mas foi repreendida pelo irmão, pois isto seria uma transgressão da Regra do mosteiro.

Diante da resposta negativa do irmão, Santa Escolástica entrelaçou as mãos, abaixou a cabeça e rapidamente conversou com Deus. De repente armou um tamanha tempestade fora do lugar do encontro , que São Bento ficou impedido de sair com seus irmãos. Diante do olhar de espanto do irmão, Escolástica disse-lhe: "Pedi a você e você não me ouviu; pedi ao Senhor e ele me ouviu. Vá embora, se puder, volte ao seu mosteiro". Alguns dias depois, São Bento teve uma visão da irmã, que rumava ao céu com vestes brancas. Quarenta dias depois, o próprio São Bento também rumou para a Vida Eterna em Deus.

O corpo de Escolástica foi transportado para o mosteiro de São Bento, e sepultado no túmulo que o santo abade tinha mandado preparar para si. Escolástica morreu em 543, na idade de 63 anos.

Santa Escolástica quando se achava em grandes tribulações fixava o olhar no Crucifixo. Este olhar trazia-lhe consolo e coragem para vencer todas as dificuldades. Ela dizia que um único olhar sobre a imagem do Crucificado tirava-lhe toda a aflição e suavizava-lhe o sofrimento.  

ORAÇÃO


Ó Deus, que prometestes habitar nos corações puros, dai-nos, pela intercessão de Santa Escolástica, viver de tal modo, que possais fazer em nós a vossa morada. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém. Oração (2) Deus, nosso Pai, em Jesus, vosso Filho, nos cumulastes da dignidade dos filhos de Deus. Jesus nos mostrou que as leis devem estar a serviço do homem, não o homem a serviço das leis. É amor e misericórdia que pedis e não o sacrifício. Por isso nós vos pedimos por intercessão de Santa Escolástica: saibamos nos opor às leis injustas e opressoras, feitas para salvar interesses pessoais e de grupos. Ajudai-nos, Senhor, a compreender o amor verdadeiro, aquele amor que está acima da justiça dos fariseus. Deus, nosso Pai, vosso Filho Jesus não se deixou escravizar pela lei; fez do amor a Deus e ao próximo o maior mandamento. Libertai-nos dos formalismos, dos medos e legalismos que nos impedem de amar verdadeiramente. Amém.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Casa comum: pelos direitos dos povos (Am 5,24)


A construção de barragens no Brasil é marcada por um cenário de violações de Direitos Humanos, destruição ambiental e corrupção. O governo Brasileiro pretende construir na bacia do Tapajós, no Pará, até 9 usinas hidroelétricas. A de São Luiz do Tapajós, em fase de “licenciamento”, inundará unidades de conservação ambiental e parte dos Parques Nacionais da Amazônia e do Jamanxim, das Florestas Nacionais Itaituba I e II. Isso causará grandes danos ecológicos e afetará a biodiversidade. Também inundará terras indígenas afetando diretamente seu modo de vida, e comunidades tradicionais ribeirinhas que vivem na região desde 1.850.

Neste empreendimento, o Governo brasileiro está violando - entre outras coisas - tratados internacionais e a nossa Constituição por não realizar uma Consulta Prévia, Livre e Informada aos indígenas e ribeirinhos, como exige a Convenção 169 da OIT e a Constituição Brasileira no seu art. 231 § 3º. Por tudo isso, em defesa da VIDA, da ECOLOGIA e da BIODIVERSIDADE, DIGA NÃO às Hidroelétricas no Tapajós e à destruição da Amazônia. Apóie os indígenas Munduruku e ribeirinhos em suas lutas assinando este abaixo-assinado, que será enviado ao Governo Brasileiro, ao Supremo Tribunal Federal, ao Congresso Nacional, à ONU, à OEA, à União Europeia e outras Instituições.

A petição: