quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Homilética: 2º Domingo da Quaresma - Ano C: "Descer do Monte!…".



Depois de ter lido e meditado no domingo passado a luta contra as tentações e o mal, hoje com a passagem da transfiguração temos assegurado que a vida cristã termina com a vitória e a glorificação, se lutarmos com e do lado de Cristo.

Neste segundo domingo de Quaresma a liturgia da Palavra nos convida a meditar acerca das sugestivas narrações da Transfiguração de Jesus. No alto do Monte Tabor, na presença de Pedro, Tiago e João, testemunhas privilegiadas deste importante acontecimento, Jesus é revestido, também exteriormente, da glória de Filho de Deus que lhe pertence.


O Evangelho ( Lc 9,28-36 ) apresenta a fé dos Apóstolos, fortalecida na Montanha, pela Transfiguração de Jesus.

Na Caminhada para Jerusalém, o primeiro anúncio da Paixão e Morte de Jesus abalou profundamente a fé dos apóstolos. Desmoronaram seus planos de glória e de poder.

Para fortalecer essa fé ainda tão frágil… Cristo tomou três deles… subiu ao Monte Tabor e “Transfigurou-se…”

A transfiguração de Jesus é uma catequese que revela aos discípulos e a nós Quem é Jesus: O Filho Amado de Deus!

Em nossa caminhada para a Páscoa somos também convidados a subir com Jesus a montanha e, na companhia dos três discípulos, viver a alegria da comunhão com Ele. As dificuldades da caminhada não podem nos desanimar. No meio dos conflitos, o Pai nos mostra desde já sinais da Ressurreição e do alto daquele monte Ele continua a nos gritar: “Este é o Meu Filho Amado, escutai-O”.

Não desanimemos diante das dificuldades! Os Planos de Deus não conduzem ao fracasso, mas à Ressurreição, à vida definitiva, à felicidade sem fim!
  


O tempo da Quaresma nos é oferecido, precisamente, como uma ocasião para nos colocarmos mais na escuta da Palavra de Deus que Se fez carne. Possamos aproveitar para aprofundar o nosso silêncio interior, tornando-nos mais atentos ao que Jesus quer dizer a cada um de nós.

E agora, ao celebrar a Eucaristia, Jesus nos dá o seu corpo e o seu sangue, para que de certa forma possamos saborear já aqui na terra a situação final, quando os nossos corpos mortais forem transfigurados à imagem do corpo glorioso de Cristo.

Como Pedro, Tiago e João, também nós somos convidados a subir ao Monte Tabor juntamente com Jesus, e a nos deixar deslumbrar pela Sua glória.  E Maria, que como Abraão esperou contra toda a esperança, nos ajude a reconhecer em Jesus o Filho de Deus e o Senhor da nossa vida.  E que esta quaresma possa constituir para cada um de nós um momento privilegiado de graça e possa trazer abundantes frutos de bem.

"Os jovens são a riqueza do país, a riqueza da Igreja", diz Papa


VIAGEM DO PAPA FRANCISCO AO MÉXICO
Encontro com os jovens
Estádio “José María Morelos y Pavón”
Terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Queridos jovens, boa tarde!

Quando cheguei a esta terra, fui recebido com boas-vindas calorosas, podendo assim constatar algo que já intuíra há tempos: a vitalidade, a alegria, o espírito festoso do povo mexicano. Agora mesmo, depois de vos ouvir e sobretudo depois de vos ver, constato de novo outra certeza, algo que disse ao Presidente da nação, na minha primeira saudação: um dos maiores tesouros desta terra mexicana tem um rosto jovem, são os seus jovens. É verdade! Sois vós a riqueza desta terra. Eu não disse a esperança desta terra, mas a sua riqueza.

Não se pode viver a esperança, pressentir o amanhã, se antes a pessoa não consegue estimar-se, se não consegue sentir que a sua vida, as suas mãos, a sua história têm valor. A esperança nasce, quando se pode experimentar que nem tudo está perdido, mas para isso é necessário exercitar-se começando «por casa», começando por si mesmo. Nem tudo está perdido. Não estou perdido, valho… e muito! A principal ameaça à esperança são os discursos que te desvalorizam, fazem sentir-te um ser de segunda classe. A principal ameaça à esperança é quando sentes que não interessas a ninguém, ou que te puseram de lado. A principal ameaça à esperança é quando sentes que tanto vale estares como não estares. Isto mata, isto aniquila-nos e é porta de entrada para tanta amargura. A principal ameaça à esperança é fazer-te crer que começas a valer qualquer coisa, quando te mascaras com roupas de marca, do último grito da moda, ou que ganhas prestígio, te tornas importante por teres dinheiro, mas, no fundo do teu coração, não crês ser digno de carinho, digno de amor. A principal ameaça é quando uma pessoa sente que tudo aquilo de que precisa é ter dinheiro para comprar tudo, inclusive o carinho dos outros. A principal ameaça é crer que, pelo facto de ter um grande «carro», és feliz.

Vós sois a riqueza do México, vós sois a riqueza da Igreja. Compreendo que muitas vezes se torna difícil sentir-se tal riqueza, quando estamos continuamente sujeitos à perda de amigos ou familiares nas mãos do narcotráfico, das drogas, de organizações criminosas que semeiam o terror. É difícil sentir-se a riqueza duma nação, quando não se tem oportunidades de trabalho digno, possibilidades de estudo e formação, quando não se sentem reconhecidos os direitos levando-vos a situações extremas. É difícil sentir-se a riqueza dum lugar, quando, por serdes jovem, vos usam para fins mesquinhos, seduzindo-vos com promessas que, no fim, se revelam vãs.

Mas, apesar de tudo isto, não me cansarei de dizer: vós sois a riqueza do México. 

Pedofilia: Vaticano confirma a obrigação de denunciar os abusos cometidos por padres


Nunca houve tantas atenções voltadas à Pontifícia Comissão para a Proteção de Menores, a equipe internacional criada pelo papa Francisco em 2014 para combater o flagelo dos abusos contra crianças e adolescentes na Igreja. Após a polêmica dos últimos dias em torno ao desligamento de Peter Saunders da comissão, foi divulgado hoje um novo comunicado, assinado pelo cardeal presidente Sean O’Malley, afirmando a “responsabilidade moral e ética” de denunciar “às autoridades civis” quaiquer abusos cometidos por padres contra menores.

Na semana passada, a comissão tinha sido indiretamente arrastada para a berlinda pela imprensa de língua inglesa, que dera destaque às declarações de um expoente vaticano segundo o qual não haveria obrigação dos bispos de denunciar casos de abusos.

“Bispos católicos não são obrigados a denunciar abusos do clero contra crianças, diz o Vaticano”: esta foi a manchete, totalmente tendenciosa e mentirosa, estampada pelo jornal The Guardian, que trazia declarações de mons. Tony Anatrella, conhecido especialista em psiquiatria e psicologia, que davam a entender a suposta preparação de um novo documento da Santa Sé sobre os abusos e a pedofilia.

A Comissão teve de intervir com a seguinte declaração. “Como o papa Francisco tão claramente afirmou, ‘os crimes e os pecados dos abusos sexuais contra crianças não devem nunca mais ser mantidos em segredo. Eu garanto a zelosa vigilância da Igreja para proteger as crianças e a promessa da plena responsabilidade para todos” (27 de setembro de 2015)”, dizem as primeiras linhas do texto.

O’Malley, em nome dos 16 membros da comissão, afirma também “que as nossas obrigações no âmbito do direito civil devem ser respeitadas, certamente, mas, para além desses vínculos, todos temos a responsabilidade moral e ética de denunciar supostos abusos às autoridades civis, que têm a tarefa de proteger a nossa sociedade”.

Continua o comunicado: “Nos Estados Unidos, os nossos bispos afirmam claramente a obrigação de todas as dioceses e eparquias e de todos os seus membros de relatar as suspeitas de abuso às autoridades públicas. Todos os anos, em nossa reunião de novembro, em uma sessão de formação para os novos bispos, esta obrigação é reiterada; e em cada mês de fevereiro, a segunda conferência propõe um programa de formação para os novos bispos que reforça de forma clara e explícita esta obrigação”.

Portanto, encerra a nota, “como comissão consultiva do Santo Padre para a proteção dos menores, partilhamos recentemente com o papa Francisco uma visão panorâmica dos esforços de educação da Comissão para as Igrejas locais ao longo dos últimos dois anos, e reafirmamos a vontade dos membros de fornecer material para os cursos oferecidos em Roma, incluindo, entre outros recursos, o programa anual de formação para os novos bispos e para os escritórios da Cúria romana, a fim de que possam ser usados em seus esforços para proteger os menores”. 

Não, a bíblia não é mais violenta do que o alcorão


Um estudo norte-americano analisou os campos semânticos dos dois textos sagrados e concluiu que a bíblia seria "mais inclinada à violência que o alcorão" – mas há falhas gritantes nessa análise.

Um estudo realizado por Tom Anderson, engenheiro e desenvolvedor nova-iorquino, concluiu que a bíblia faz referências a “assassinato” e “destruição” com mais frequência do que o alcorão.

Usando o software de análise Odintexte, ele contou o número de ocorrências de palavras pertencentes a um campo semântico violento. Depois de dois minutos e de 886.000 palavras analisadas, as conclusões do Odintexte foram taxativas: termos ligados a morte, assassinato e destruição constituem 2,1% do livro sagrado dos muçulmanos, contra 2,8% do Novo Testamento e nada menos que 5,3% do Antigo Testamento.

Conforme o autor não esconde, o estudo pretende dar apoio a um pedido feito por Barack Obama: durante um discurso televisionado, o presidente dos EUA pediu que fosse rejeitada “qualquer política que tenha como alvo as pessoas ou as religiões”. O presidente democrata estava respondendo ao candidato republicano Donald Trump, que, por sua vez, tinha feito um barulhento apelo em nome da segurança para impedir qualquer muçulmano de imigrar para os Estados Unidos.

Mas, além de levar em conta essa motivação peculiar do estudo, também devemos ir mais a fundo antes de dizer amém aos seus argumentos “científicos” amparados em estatísticas descontextualizadas.

A circuncisão do coração


A lei e a aliança foram totalmente mudadas. Primeiramente Deus substituiu o pacto com Adão por outro que estabeleceu com Noé; e ainda estabeleceu outro com Abraão, substituindo-o depois por um novo, feito com Moisés. Como a aliança mosaica não era observada, ao chegar a plenitude dos tempos, Deus firmou uma aliança que não seria mais mudada. Com efeito, a Adão Deus ordenara não comer da árvore da vida, a Noé dera o arco-íris, a Abraão, já escolhido por causa da sua fé, deu mais tarde a circuncisão, como sinal característico de seus descendentes; a Moisés deu o cordeiro pascal para ser imolado como propiciação pelo povo.

Todas essas alianças eram diferentes umas das outras. Mas a circuncisão que agrada ao autor de todas elas é aquela de que fala Jeremias: Circuncidai o vosso coração (Jr 4,4). Pois se o pacto estabelecido por Deus com Abraão foi firme, também este é firme e imutável e não seria possível estabelecer depois outra lei, seja por parte dos que estão fora da Lei ou dos que a ela estão submetidos.

O Senhor deu a lei a Moisés, com todas as suas observâncias e preceitos; como não cumpriram, anulou a lei e seus preceitos e prometeu fazer uma nova aliança, que seria, como disse, diferente da primeira, embora fosse um só o doador de ambas. E é esta a aliança que prometeu dar: Todos se reconhecerão, do menor ao maior deles (Jr 31,34). Nessa aliança não há mais a circuncisão da carne como sinal de pertença a seu povo.

Sabemos com certeza, caríssimos irmãos, que durante várias gerações Deus estabeleceu leis que estiveram em vigor enquanto foi de seu agrado, e que mais tarde caíram em desuso, como disse o Apóstolo: “No passado, o reino de Deus assumiu formas diversas, segundo os diversos tempos”.

O nosso Deus é veraz e os seus preceitos são fidelíssimos. Por isso, cada uma das alianças foi em seu tempo firme e verdadeira. Agora, os circuncisos de coração têm a vida por meio da nova circuncisão que se realiza no verdadeiro Jordão, isto é, por meio do batismo para a remissão dos pecados.

Josué, filho de Nun, com uma faca de pedra circuncidou o povo pela segunda vez, quando ele e seu povo atravessaram o rio Jordão. Jesus, nosso Salvador, circuncidou pela segunda vez, com a circuncisão do coração,os povos que nele creram purificados pelo batismo e circuncidados com a espada que é a palavra de Deus, mais cortante do que qualquer espada de dois gumes (Hb 4,12).

Josué, filho de Nun, introduziu o povo na terra da promissão; Jesus, nosso Salvador, prometeu a terra da vida a todos que atravessassem o Jordão, cressem nele e fossem circuncidados no coração.

Felizes, portanto, os que foram circuncidados em seu coração e renasceram das águas da segunda circuncisão! Estes receberão a herança prometida, juntamente com Abraão, guia fiel e pai de todos os povos, porque a sua fé lhe foi atribuída como justiça.


Das Demonstrações de Afraates, bispo

(Dem. 11, De circumcisione, 11-12:PS 1,498-503)             (Séc.IV)

É verdade que a dor de Cristo na cruz foi a maior que existiu?


Algumas pessoas argumentam que, cientificamente falando, não se pode dizer que a dor de Cristo foi a maior dor que já existiu, uma vez que existem gêneros muito piores de morte que a crucificação, como pessoas que morrem lentamente, corroídas por ácidos etc. Mas, em que sentido se pode entender essa afirmação da Igreja, contida inclusive na doutrina de Santo Tomás de Aquino?

É o próprio Doutor Angélico que o responde, em sua Summa Theologiae:

“Ao tratarmos das deficiências assumidas por Cristo, deve-se dizer que ele suportou uma autêntica dor; tanto sensível, causada por algo que fere o corpo, como interior, causada pela percepção do que é nocivo e que é chamada de tristeza. Ambas foram em Cristo as maiores dores na presente vida. E assim foi por quatro motivos.”

“Primeiro, pelas causas da dor. Pois a causa da dor sensível foi a lesão corporal, que se tornou pungente não só pela extensão do sofrimento, da qual se falou, mas também pelo gênero de sofrimento. É que a morte dos crucificados é muitíssimo cruel, pois são transfixados em locais de nervos muito sensíveis, ou seja, nas mãos e nos pés; o próprio peso do corpo suspenso aumenta continuamente a dor; e é uma dor que perdura, uma vez que o crucificado não morre logo, como os que são mortos a espada. – Já a causa da dor interior foi, em primeiro lugar, todos os pecados do gênero humano, pelos quais, sofrendo, Cristo dava satisfação, a ponto de, por assim dizer, assumi-los para si, como declara o Salmo: ‘As palavras das minhas faltas’ (21, 2). Em segundo lugar, especialmente a culpa dos judeus e dos demais que tramaram sua morte, mas de modo participar dos discípulos, que se escandalizaram com a paixão de Cristo. Em terceiro lugar, a perda da vida corporal, que por natureza é horrível à condição humana.”

“Segundo, a extensão do sofrimento pode ser considerada pela sensibilidade do paciente. Ora, ele tinha uma ótima compleição física, pois seu corpo fora formado de modo miraculoso pela ação do Espírito Santo; aliás, tudo o que foi realizado por um milagre era melhor que o resto, como diz Crisóstomo a respeito do vinho em que, na festa de núpcias, Cristo transformara a água. Assim, era agutíssimo nele o sentido do tato, com o qual se percebe a dor. – Igualmente, a alma, com suas forças interiores, captava de modo intenso todas as causas de tristeza.”

“Terceiro, a grandeza da dor de Cristo ao sofrer pode ser estimada pela pureza dessa dor. Nos demais pacientes, com efeito, mitiga-se a tristeza interior e mesmo a dor externa com alguma consideração da razão, por alguma derivação ou redundância das forças superiores para as inferiores. Mas isso não aconteceu com Cristo em sua paixão, pois, como diz Damasceno, ‘ele permitiu que cada uma de suas potências exercesse a função que lhe era própria’.”

“Quarto, a extensão da dor de Cristo em sua paixão pode ser estimada pelo fato de seu sofrimento e dor terem sido assumidos voluntariamente, com o objetivo de libertar os homens do pecado. Assim, ele assumiu a intensidade da dor proporcional à grandeza do fruto que dela se seguiria.”

“De todas essas causas consideradas em seu conjunto, fica evidente que a dor de Cristo foi a maior.” [1]

Os 7 fundadores da Ordem dos Servitas


No século treze (XIII) a Itália vivia um período de terríveis desentendimentos internos. Na cidade de Florença, sete jovens, unidos em fraterna amizade, eram companheiros em uma associação mariana e reuniam-se para fazer versos e canções para Maria.

Os jovens amigos Alexandre Falconieri, Monaldi, Manetto, Bonaiuto, Amidei, Ugocioni e Sosteni, num desses encontros ao redor da imagem de Maria, tiveram uma experiência de profunda mística. Conta a história que no dia 15 de agosto de 1233 a cabeça da imagem se mexeu e tornou-se triste, como querendo expressar sua dor diante das lutas internas da cidade de Florença.

Extasiados com esta experiência, os jovens abandonaram suas famílias, distribuíram seus bens aos pobres, revestiram-se com hábito penitencial e retiraram-se para um casebre fora dos muros de Florença, no Monte Senário.

Logo a comunidade local começou a chamá-los de "Servos de Maria", pois desde o início eles dedicaram-se ao serviço da caridade e da contemplação dos mistérios de Deus, tendo Maria como a referência de todo este apostolado.

Muitos quiseram participar da vida deles e devagar o grupo inicial foi aumentando. Surgiu a Ordem dos Servos de Maria, cujos membros são chamados de Servitas. Os servitas espalharam-se pela Itália e toda Europa, sempre abençoados pela proteção da Mãe de Deus, de quem sempre foram defensores.

Estes Sete Santos foram canonizados no dia 12 de janeiro de 1888 por Leão XIII, e o vínculo de sincera fraternidade que os uniu na vida, continua a uni-los na morte. Suas cinzas estão guardadas juntas no Santuário do Monte Senário, numa única urna. São chamados na liturgia de "ministros da unidade e da paz".  

ORAÇÃO


Inspirai-nos, ó Deus, a profunda piedade dos Fundadores dos Servitas que se distinguiram pela devoção à Virgem Maria e a vós conduziram o vosso povo. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

João Paulo II não teve “intensa relação” com uma mulher casada


Ontem começou a circular um artigo da rede BBC, o qual insinua dúvidas sobre a amizade entre São João Paulo II e Anna-Teresa Tymieniecka, uma filósofa polonesa casada. As graves insinuações já foram desmentidas.

A amizade entre ambos era muito conhecida no círculo de amigos do Pontífice e também fora dele. A notícia da BBC foi publicada algumas horas antes de transmitir um documentário sobre este tema.

O vaticanista George Weigel escreveu em seu livro “Testemunha da esperança: a biografia de João Paulo II” que Tymieniecka começou a enviar cartas a Karol Wojtyla a fim de trocar idéias sobre a publicação de um trabalho filosófico intitulado “The acting person”.

Dom Pawel Ptasznik, sacerdote polonês da Secretaria de Estado do Vaticano, colaborador do Papa polonês durante dez anos, confirmou este dado e explica que, “inclusive quando o debate filosófico terminou, ela continuava escrevendo ao Cardeal Karol Wojtyla depois de ser eleito Papa João Paulo II. Karol era um homem muito cortês, ele estava acostumado a responder todas as cartas que recebia dela”.

Gianfranco Svidercoschi, um veterano vaticanista e biógrafo de Karol Wojtyla, sublinhou que “João Paulo II estava acostumado a jogar fora as cartas dela depois de respondê-las. Entretanto, a senhora Tymieniecka conservou todas as cartas que recebeu do Papa, além de uma cópia das cartas que lhe enviava”.

Sviderscoschi explicou que logo depois da morte do Pontífice, a mulher “tentou vender toda sua troca de cartas com o falecido Papa e finalmente a Biblioteca Nacional Polonesa as comprou. Entretanto, as cartas não estão disponíveis para sua leitura”. Por esta razão, “a BBC expressou que as cartas são secretas”, destacou o perito vaticanista.

A Biblioteca Nacional Polonesa publicou ontem uma declaração oficial na qual esclarece que não há nada que sugira uma relação amorosa entre o santo e esta mulher.

“As declarações feitas aos meios de comunicação não foram baseadas no conteúdo das cartas de João Paulo II à Anna Teresa Tymieniecka que estão no arquivo da Biblioteca Nacional da Polônia”, sustenta um comunicado publicado ontem por esta instituição.