terça-feira, 15 de março de 2016

Solidariedade de venezuelanos restaura imagem profanada da Virgem Maria


No último domingo, foi restaurada uma escultura da Virgem de Coromoto entalhada em madeira, a qual havia sido pichada por inteiro de vermelho e laranja por alguns desconhecidos no último dia 10 de março no município de ‘El Hatillo’ no estado Miranda (Venezuela).

A restauração desta imagem, Padroeira da Venezuela, foi promovida por vizinhos de ‘El Hatillo’ através de uma campanha de solidariedade nas redes sociais com o hashtag #VirgenDeCoromotoElHatillo.


Os promotores e as pessoas que atenderam a este apelo ajudaram com materiais e trabalho manual o autor da escultura: o arquiteto e escultor Isaías Villarreal.

“Como artista e cidadão, agradeço a assistência e participação de cada um dos vizinhos, amigos e transeuntes à convocação a fim de restaurar a Escultura Urbana em honra à Virgem de Coromoto. Hoje foi um dia maravilhoso, agradeço a ajuda, motivação, companhia e apoio de todos no meu trabalho artístico”, disse o arquiteto em sua conta de Instagram, depois receber o apoio de dezenas de venezuelanos.

Pequeno Manual para a Semana Santa


“A Liturgia da Semana Santa seja realizada de modo a poder oferecer ao povo cristão a riqueza dos ritos e orações; é importante que seja respeitada a verdade dos sinais, se favoreça a participação dos fiéis e seja assegurada a presença de ministros, leitores e cantores”.

É nessa perspectiva que nasce não sei se poderia chamar de “Pequeno Manual da Semana Santa”, e que se dirige de maneira peculiar às Equipes de Liturgia, Ministros Extraordinários da Distribuição da Comunhão Eucarística, enfim, a todas aquelas pessoas que estão empenhadas e colaboram com os sacerdotes nas comunidades paroquiais.

Pois, nas várias paróquias, comunidades e capelas por onde passei ainda como seminarista, senti as dificuldades e ao mesmo tempo a disponibilidade daqueles leigos e leigas em preparar bem a “GRANDE SEMANA”.

O nosso “pequeno manual” apesar de ser pautado no Magistério atual e nos livros litúrgicos renovados, têm falhas! E se você tem uma sugestão para o enriquecimento destes grandes dias, envie-nos.

E que seja para Maior Glória de Deus e Salvação das Almas!

DOMINGO DE RAMOS

a) Deve-se marcar uma única e grande, procissão. De preferência os fiéis se reunindo numa Igreja menor para a sede paroquial;

b) Para o sacerdote deve-se preparar um ramo maior e mais esplendoroso e amarrado com um laço de fita vermelha;

c) Deve-se preparar uma folha com cânticos apropriados, bem como um carro de som para o início da cerimônia e também para toda a procissão, de maneira que não haja improvisação.

d) Caldeirinha e hissope de água benta.

e) Após a benção dos ramos, segue-se precedidos pelo sacerdote e ministros a procissão com cânticos, turíbulo, cruz e velas (lanternas);

f) Toda a liturgia da palavra deve ser distribuída entre os leitores com antecedência para não haver improvisação;

g) Todo o caminho onde passará o cortejo processional, poderá ser decorado com ramos, e no chão podem-se jogar folhas de árvores picadas fazendo um grande tapete.

h) Na leitura da Paixão não se usa incenso, nem velas, sem a saudação do povo e sem o beijo no livro do sacerdote;

i) A cruz processional pode ser decorada com ramos bentos;

j) Na procissão, à frente do celebrante vai se o Evangeliário, ou na falta deste, o lecionário correspondente devidamente marcado;

k) O celebrante poderá usar na procissão pluvial vermelho ou na falta deste, casula de cor vermelha;

m) O celebrante ao chegar ao presbitério, se usou pluvial na procissão, retira-o coloca a casula (que está sobre o altar), reverencia o altar e incensa o mesmo.

n) Devem-se preparar ramos para os fiéis como também para serem guardados para a quarta-feira de cinzas do próximo ano (para se fazer as cinzas).

o) Na procissão do ofertório, podem ser conduzidos três símbolos evocativos dos três mistérios que a Igreja irá celebrar no Tríduo Pascal: O PÃO E O VINHO (lembrando a Ceia do Senhor na quinta-feira santa); UMA CRUZ (lembrando a crucificação do Redentor a ser celebrada na sexta-feira santa); CÍRIO PASCAL (lembrando a vitória da luz sobre as trevas com a Ressurreição de Cristo a ser celebrada na Vigília Pascal e no Domingo de Páscoa). 

Como a agência EFE reduziu 750 mil pessoas a 10 mil em Marcha pela Vida, no Peru.

 
A Marcha pela Vida 2016 fez história no último sábado, 12, no Peru, tornando-se o evento mais multitudinário em defesa da vida e rechaço ao aborto no país. Entretanto, sem precisar fonte alguma, a agência de imprensa espanhola EFE converteu a cifra oficial de 750 mil participantes a apenas 10 mil.

Às 19h (hora local) do dia 12 de março, o Arcebispo de Lima e Primaz do Peru, Cardeal Juan Luis Cipriani, anunciou a cifra oficial de participantes da Marcha pela Vida: 750 mil pessoas fizeram todo o percurso para defender “nosso primeiro direito”.

Nessa ocasião, uma matéria da agência espanhola EFE estava há cerca de duas horas em circulação, informando que apenas 10 mil pessoas participaram do evento.

Em declarações ao Grupo ACI, Carol Maraví, porta-voz da Marcha pela Vida 2016, explicou: “Nós temos internamente a quantidade de pessoas pelas medidas do percurso, pontos de concentração e as imagens do helicóptero”.

Ninguém na organização da Marcha pela Vida divulgou cifra alguma antes que o Cardeal confirmasse que 750 mil peruanos participaram do evento. O anúncio foi feito depois que a equipe de coordenação “mediu o percurso e verificou”, sublinhou Maraví.

“Nem mesmo quando o Cardeal Cipriani apareceu no palco sabia a cifra exata”, destacou a porta-voz da marcha.

À noite ainda havia pessoas descendo da avenida Brasil para a praia, na área conhecida como Costa Verde, para participar do concerto de encerramento do evento.

A porta-voz da Marcha pela Vida criticou que existam meios como EFE que “manipulam e tratam de criar com más intenções uma cifra inventada por eles”. “Quem lhes deu essa cifra? Ninguém!”, precisou.

Via-Sacra: 3ª Estação: “Jesus cai pela primeira vez” (Isaías 53,4-6).


“Ele foi castigado por nossos crimes!”

As Vossas quedas, Senhor Jesus, são um mistério de compaixão para conosco: foi na nossa fraqueza humana que Vós quisestes padecer. “O espírito está pronto – dissestes, mas a carne é fraca”. Vós, Deus-Forte, caístes sob o peso da cruz para que cada homem reconheça a sua fraqueza e não confie em si mesmo, mas encontre na Vossa graça a força para se levantar e retomar o caminho carregando atrás de Vós a sua cruz. Vós estais sempre onde e quando o homem desfalece; é com infinita misericórdia que o tomais nos braços para que não caia sobre as pedras da rua, mas se agarre a Vós, rocha de salvação.

Jesus, Filho de Deus, que carregastes sobre Vós toda a fraqueza do homem, tende piedade de nós!

“Vigiai e orai para que não entreis em tentação.” (Mt 26,41)

“Quando mim sinto fraco, então é que sou forte.” (2Cor 12,10)

“Procuremos sempre avançar e nunca retroceder na vida espiritual.” (São Padre Pio).

“Prepare-se para a paciência, mais do que à consolação; e a levar a cruz, antes do que a ter alegria.” (Imitação de Cristo, Lv,II. Cap.X, p.164)

“Onde não há obediência, não há virtude. Onde não há virtude, não há bem, não há amor; e onde não há amor, não há Deus; e sem Deus não se chega ao Paraíso. Tudo isso é como uma escada: se falta um degrau, caímos.” (São Padre Pio) 

A cruz de Cristo é fonte de todas as bênçãos e origem de todas as graças


Que a nossa inteligência, iluminada pelo Espírito da Verdade, acolha com o coração puro e liberto, a glória da cruz que se irradia pelo céu e a terra; e perscrute, com o olhar interior, o sentido destas palavras do Senhor, ao falar da iminência de sua paixão: Chegou a hora em que o Filho do Homem vai ser glorificado (Jo 12,23). E em seguida: Agora sinto-me angustiado. E que direi? “Pai, livra-me desta hora!”? Mas foi precisamente para esta hora que eu vim. Pai, glorifica o teu Filho! (Jo 12,27). E tendo vindo do céu a voz do Pai que dizia: Eu o glorifiquei e o glorificarei de novo! (Jo 12,28), Jesus continuou, dirigindo-se aos presentes: Esta voz que ouvistes não foi por causa de mim, mas por causa de vós. É agora o julgamento deste mundo. Agora o chefe deste mundo vai ser expulso, e eu, quando for elevado da terra, atrairei tudo a mim (Jo 12,30-32).

Ó admirável poder da cruz! Ó inefável glória da Paixão! Nela se encontra o tribunal do Senhor, o julgamento do mundo, o poder do Crucificado!

Atraístes tudo a vós, Senhor, para que o culto divino fosse celebrado, não mais em sombra e figura, mas num sacramento perfeito e solene, não mais no templo da Judéia, mas em toda parte e por todos os povos da terra.

Agora, com efeito, é mais ilustre a ordem dos levitas, maior a dignidade dos sacerdotes e mais santa a unção dos pontífices. Porque vossa cruz é fonte de todas as bênçãos e origem de todas as graças. Por ela, os que creem recebem na sua fraqueza a força, na humilhação, a glória, na morte, a vida. Agora, abolida a multiplicidade dos sacrifícios antigos, toda a variedade das vítimas carnais é consumada na oferenda única do vosso corpo e do vosso sangue, porque sois o verdadeiro Cordeiro de Deus que tirais o pecado do mundo (Jo 1,29). E assim realizais em vós todos os mistérios, para que todos os povos formem um só reino, assim como todas as vítimas são substituídas por um só sacrifício.

Proclamemos, portanto, amados filhos, o que o santo doutor das nações, o apóstolo Paulo, proclamou solenemente: Segura e digna de ser acolhida por todos é esta palavra: Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores (1Tm1,15).

E é ainda mais admirável a misericórdia de Deus para conosco porque Cristo não morreu pelos justos, nem pelos santos, mas pelos pecadores e pelos ímpios. E como a natureza divina não estava sujeita ao suplício da morte, ele assumiu, nascendo de nós, o que poderia oferecer por nós.

Outrora ele ameaçava nossa morte como poder de sua morte, dizendo pelo profeta Oséias: Ó morte, eu serei a tua morte; inferno, eu serei a tua ruína (cf. Os 13,14). Na verdade, morrendo, ele se submeteu às leis do túmulo, mas destruiu-as, ressuscitando. Rompeu a perpetuidade da morte, transformando-a de eterna em temporal. Pois, como em Adão todos morrem, assim também em Cristo todos reviverão (1Cor 15,2).



Dos Sermões de São Leão Magno, papa
(Sermo 8, De passione Domini, 6-8: PL 54,340-342)

(Séc.V)

Por que acólito é diferente de coroinha?


Coroinha (do latim puer chori, "menino do coro") é uma criança ou adolescente, geralmente do sexo masculino, que auxilia os sacerdotes nas funções do altar. Em 1994, o papa João Paulo II autorizou que meninas também servissem no Altar; A carta Redemptionis sacramentum prevê essa circunstância. Atualmente, em algumas paróquias a função de coroinha é estendida também às meninas.

No Brasil, confunde-se "coroinha" com "acólito", todavia, coroinha não é um ministro instituído, característica do acólito.

ORIGEM DO TERMO

O termo coroinha vem da antiga celebração da missa, em que as canções eram cantadas em coro. Ocasionalmente, alguns dos meninos do coro eram solicitados para auxiliar os padres na celebração da missa, donde lhes foi dado o nome coroinhas. Curiosamente, antigamente a função de coroinha era um degrau para o sacerdócio. Os clérigos recebiam a tonsura. Como o coroinha assim se caracterizava, recebia também uma pequena tonsura chamada "coroa". É também uma das prováveis origens do nome. As vestes do coroinha seguem um padrão: Ordinariamente, usam: Batina ou Túnica (de cor vermelha, branca ou bordô), com sobrepeliz ou cota branca. O Padroeiro dos coroinhas é São Tarcísio.

A túnica do acólito

Todos os que servem no presbitério usam uma veste branca, a começar pelo presidente da celebração e a acabar nos acólitos. A veste dos bispos, dos presbíteros e dos diáconos chama-se alva, palavra que quer dizer veste branca. À dos acólitos chama-se túnica, que é uma veste também branca mais ajustada ao corpo do que a alva.

O acólito não veste a túnica logo na primeira vez que exerce este serviço. É bom, primeiro, que faça o Curso para Acólitos, e que, mesmo sem túnica, durante alguns domingos, esteja junto dos outros companheiros que já são acólitos, e aprenda, pouco a pouco, a fazer as coisas com eles. Quando o responsável dos acólitos entender que algum dos candidatos está preparado para acolitar bem, informa disso o pároco e este, num domingo, depois da homilia, chama-o, nomeia-o acólito e entrega-lhe a túnica, o cíngulo e uma pequena cruz de madeira. A mãe do acólito ou outra pessoa sua amiga vem ajudá-lo a vestir-se e, nesse mesmo domingo, é ele o primeiro que leva para o altar o pão ou alguma das outras coisas que estão na credencia.

Geralmente é a mãe do acólito que lhe deve fazer a túnica, que será cingida à cintura por um cíngulo ou cordão, também branco. A túnica deve estar sempre muito bem lavada e passada a ferro. As túnicas dos acólitos também podem pertencer à paróquia. Nesse caso, deverão ser de tamanhos diferentes, para se adaptarem facilmente à altura de cada acólito.

A cor branca da túnica recorda ao acólito que ele deve viver na graça de Deus, ser puro de coração e servir o Senhor com alegria, dignidade e generosidade. O acólito deve aprender a atar o cíngulo e a arranjar a túnica, para não ir com ela de qualquer maneira, porque isso é feio. Se não sabe fazer o nó do cíngulo, peça ao senhor padre ou a outra pessoa que o ensine.

O acólito já deve ter a túnica vestida quando o senhor padre chega à sacristia, para poder ajudá-lo a vestir-se. Quando ele chega, cumprimenta-o e, quando ele veste a alva, dá-lhe o cíngulo e ajuda-o a arranjar a alva, para ficar à mesma altura, em baixo, tanto adiante como atrás.

O acólito nunca deve chegar atrasado. Isso é falta de educação e impede que a missa comece à hora marcada. O lema do acólito é constituído por três palavras, e todas começam por um "A": Amigo, Asseado, Atento. O acólito é amigo de todos mas particularmente do seu pároco, é asseado desde a ponta dos cabelos ao bico dos pés, e está sempre atento ao que é preciso fazer. E é Pontual. 

São Clemente Maria Hofbauer


Ele nasceu em Tasswitz aos 26 de dezembro de 1751. Foi o último dos doze filhos de Paulo Hofbauer e de Maria Steer. Foi batizado com o nome de João. O pai era um açougueiro. A família era muito pobre e o pequeno João freqüentou muito pouco a escola nos anos juvenis. Com a morte do pai empregou-se como servente no mosteiro dos premonstratenses de Burra, onde desempenhou o ofício de padeiro.

Durante algum tempo viveu como eremita. Foi quando mudou o nome para Clemente. De volta para Viena, e graças à generosidade de três senhoras piedosas e ricas, pode estudar na universidade. Em 1784 viajou novamente para Roma junto com um estudante e amigo Tadeu. Os dois peregrinos foram parar entre os redentoristas, recentemente estabelecidos em São Julião, no Monte Esquilino, onde eles foram recebidos como candidatos.

Depois de um noviciado breve, fizeram a profissão no dia 19 de março de 1785 e, dez dias depois, em 29 de março de 1785, foram ordenados padres em Alatri. No dia 20 junto com o Padre Tadeu, voltou à Viena onde quis estabelecer a Congregação.

Mas isto não era possível devido às leis josefinistas. Foram então para Varsóvia onde se encarregou da igreja alemã de São Beno. Começou uma intensa atividade pastoral, e lá atraiu numerosos candidatos desejosos de se unirem a ele. A igreja de São Beno tornou-se sede de uma missão contínua com um programa diário de pregações, instruções, confissões e devoções. Fundou, também, um orfanato para os meninos e meninas. Esta atividade ele a continuou até os 1808, quando Napoleão Bonaparte fechou a igreja e dispersou a comunidade.

Clemente se estabeleceu novamente em Viena e lá permaneceu até sua morte. Como capelão do convento e da igreja das Ursulinas, teve uma influência extraordinária na cidade inteira. Aconselhou e encorajou alguns líderes do novo movimento romântico e outros que trabalhavam para a renovação católica nos países de idioma alemão.

Foi-lhe conferido o título e a responsabilidade de Vigário Geral da congregação redentorista fora da Itália, principalmente para o sul da Alemanha e Suíça. São Clemente foi a base da renovação da vida redentorista na Europa do Norte.

São Clemente morreu em Viena, no dia 15 de março de 1820. Quando o Papa Pio VII teve notícia da morte e disse: "A religião perdeu na Áustria a seu apoio principal." É chamado patrono de Viena e venerado como o principal propagador da Congregação Redentorista.  

ORAÇÃO


Bom Deus do Céu, escolhestes São Clemente como missionário do Reino de Deus e através do serviço aos pobres e abandonados ele consagrou sua vida a Jesus Cristo. Concedei-nos a perseverança necessária para o trabalho de evangelização e dai-nos um coração caridoso, par que imitemos em nosso cotidiano as ações de São Clemente. Pedimos isso em nome de Cristo, vosso Filho e Senhor nosso. Amém.

segunda-feira, 14 de março de 2016

Homilética: Domingo de Ramos da Paixão do Senhor - Ano C: "Humilde e obediente até a morte, e morte de cruz".



Este Domingo sagrado celebra dois mistérios: (1) a Entrada solene do Senhor Jesus em Jerusalém para viver sua Passagem do mundo para o Pai e (2) o Mistério de sua Paixão, Morte e Sepultura. Daí o título deste dia: Domingo de Ramos e da Paixão. A procissão é de ramos; a missa é da paixão.

Que significa a entrada de Jesus em Jerusalém hoje? Ele é o descendente de Davi, o Filho de Davi e, portanto, o Messias prometido por Deus e esperado por Israel. Por isso o povo grita: “Bendito o Rei, que vem em nome do Senhor!” Jesus é saudado como o Rei de Israel, novo Davi, Messias que chega à Cidade de Davi! E Jesus, de fato, é Rei, é Messias! A festa de hoje é, em certo sentido, uma festa de Cristo Rei, Rei-Messias! É uma festa de exultação! Mas, estejamos atentos: ele entra na Cidade Santa montado não num cavalo, que simboliza poder e força, mas entra num jumentinho, usado pelos pobres nos serviços mais humildes e duros. Isto tem muito a nos dizer: Jesus é o Messias, mas um messias pobre, um messias servo, que “não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate por muitos” (Mc 10,45). O seu serviço é um só: “dar a vida em resgate por muitos”. Ele é o Messias-Servo Sofredor, do qual fala o profeta Isaías na primeira leitura da missa de hoje:“Ofereci as costas para me baterem e as faces para me arrancarem a barba; não desviei o rosto de bofetões e cusparadas… Mas o senhor Deus é meu Auxiliador, por isso sei que não serei humilhado”. Ele é aquele que tomará sobre si as nossas faltas e será ferido pelas nossas feridas… Pois bem, é com este propósito que Jesus entra em Jerusalém hoje.

Quanto a nós, vamos com ele! Os ramos que trazemos nas mãos significam que reconhecemos Jesus como o Messias de Israel, prometido por Deus. Significam também que nos dispomos a segui-lo como o Servo que dá a vida na cruz. Levaremos estes ramos para casa. Devemos guardá-los num lugar visível durante todo o ano, para recordar nosso compromisso de seguir o Cristo num caminho de humildade e despojamento; segui-lo ainda quando não compreendermos bem os desígios de Deus para nós… Seguir o Cristo, que confia no Pai até a morte e não se cansa de fazer da vida um serviço de amor. Seguir hoje em procissão com os ramos na mão significa proclamar diante do mundo que cremos nesse Jesus fraco, humilde, silencioso, crucificado… loucura para o mundo, mas sabedoria de Deus; fraqueza para o mundo, mas força de Deus!

Rejeitemos, então, por amor de Cristo, toda visão de um cristianismo de procura de curas, milagres, solução de problemas… um cristianismo que trai o Evangelho e renega a cruz de nosso Senhor Jesus Cristo… um cristianismo falso, que enche templos e esvazia o escândalo da cruz! Lembremo-nos de Jesus Cristo! “Fiel é esta palavra: se com ele morremos, com ele viveremos. Se com ele sofremos, com ele reinaremos!” (2Tm 2,11s).

Que tenhamos a coragem de proclamar com a vida e as palavras esse Jesus, porque se nos calarmos “as pedras gritarão”…