A Marcha pela Vida 2016 fez história no
último sábado, 12, no Peru, tornando-se o evento mais multitudinário em defesa
da vida e rechaço ao aborto
no país. Entretanto, sem precisar fonte alguma, a agência de imprensa espanhola
EFE converteu a cifra oficial de 750 mil participantes a apenas 10 mil.
Às 19h (hora
local) do dia 12 de março, o Arcebispo de Lima e Primaz do Peru, Cardeal Juan
Luis Cipriani, anunciou a cifra oficial de participantes da Marcha pela Vida:
750 mil pessoas fizeram todo o percurso para defender “nosso primeiro direito”.
Nessa ocasião,
uma matéria da agência espanhola EFE estava há cerca de duas horas em
circulação, informando que apenas 10 mil pessoas participaram do evento.
Em declarações
ao Grupo ACI, Carol Maraví, porta-voz
da Marcha pela Vida 2016, explicou: “Nós temos internamente a quantidade de
pessoas pelas medidas do percurso, pontos de concentração e as imagens do
helicóptero”.
Ninguém na
organização da Marcha pela Vida divulgou cifra alguma antes que o Cardeal
confirmasse que 750 mil peruanos participaram do evento. O anúncio foi feito
depois que a equipe de coordenação “mediu o percurso e verificou”, sublinhou
Maraví.
“Nem mesmo
quando o Cardeal Cipriani apareceu no palco sabia a cifra exata”, destacou a
porta-voz da marcha.
À noite ainda
havia pessoas descendo da avenida Brasil para a praia, na área conhecida como
Costa Verde, para participar do concerto de encerramento do evento.
A porta-voz da
Marcha pela Vida criticou que existam meios como EFE que “manipulam e tratam de
criar com más intenções uma cifra inventada por eles”. “Quem lhes deu
essa cifra? Ninguém!”, precisou.
O Grupo ACI
contatou David Blanco, editor chefe da agência EFE no Peru, que foi responsável
pela notícia sobre a Marcha pela Vida. Em que se baseou para definir que
somente havia 10 mil pessoas participando do evento?
“Foi uma cifra
de aproximadamente, foi o cálculo feito pelas pessoas da agência EFE que
estiveram no evento. Nos baseamos em nossas análises. Ou seja, a equipe (da
agência de notícias) que esteve presente, quando consultada quantas pessoas
calculavam que havia nesta marcha, chegamos a esta cifra”, explicou.
“O cinegrafista
que filmou o evento” foi quem fez o cálculo estimado, sem consultar nenhum
porta-voz do evento, nem as autoridades policiais, reconheceu o editor chefe da
agencia EFE, que assistiu a marcha pela televisão.
Consultado
acerca do por que não ampliaram a informação horas depois de sua primeira
reportagem, quando os organizadores do evento anunciaram a verdadeira cifra,
Blanco disse que “há tal quantidade de informação no país neste momento que nós
não estamos apenas atentos a este evento. A notícia foi divulgada e daí já
passamos a outro tema, estamos com temas eleitorais tão amplos, tantas coisas,
que já não comentamos novamente a respeito”.
Para Blanco, se
os organizadores quiserem que informamos sobre os 750 mil participantes, devem
enviar um comunicado de imprensa. “Se esse comunicado for enviado, já o
tomaremos em conta”, disse.
“Caso a
organização envie um comunicado dizendo que foi tal quantidade de pessoas e por
tal motivo, nós contemplaremos a possibilidade de fazer um comunicado no qual
poderíamos citar esta cifra. Essa seria uma seguinte nota. A anterior já foi
divulgada, você sabe como funciona isto, como você mesmo me disse, já foi
publicada em outros meios e isso já não pode ser retirado”, expressou.
Nesse sentido, o
Grupo ACI constatou que a agência EFE, contra o indicado por Blanco, costuma
publicar atualizações e correções de suas notas. Por exemplo, no dia seguinte
da Marcha pela Vida no Peru, EFE publicou uma correção menor de dados em uma
nota sobre um montanhista ferido na Serra Nevada.
Consultados pelo
Grupo ACI, os representantes da Marcha pela Vida precisaram que o comunicado no
qual informaram acerca do evento e a cifra de 750 mil participantes foi enviado
às agências internacionais, entre elas está a agência EFE.
Segundo Carol
Maraví, o trabalho dos meios de comunicação como EFE “é informar e para
informar deve estar no lugar dos fatos”.
Independentemente
que os jornalistas simpatizem ou não com o evento, “a população tem o direito
de saber a verdade”, pontuou.
Além disso,
Maraví destacou que a multitudinária Marcha pela Vida conseguiu converter a cada
ano a defesa do direito a viver “em uma festa”, na qual “famílias inteiras
participam e livremente saem nas ruas a fim de dizer sim à vida e não ao
aborto”.
“A Marcha pela
Vida se converteu em uma referência mundial”, disse e assegurou que esta “é a manifestação
pró-vida mais multitudinária da Hispanoamérica”.
______________________________________
ACI Digital
Nenhum comentário:
Postar um comentário