segunda-feira, 21 de março de 2016

Gloriemo-nos também nós na Cruz do Senhor!




A Paixão de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo é para nós penhor de glória e exemplo de paciência.

Haverá alguma coisa que não possam esperar da graça divina os corações dos fiéis, pelos quais o Filho unigênito de Deus, eterno como o Pai, não apenas quis nascer como homem entre os homens, mas quis também morrer pelas mãos dos homens que tinha criado?

Grandes coisas o Senhor nos promete no futuro! Mas o que ele já fez por nós e agora celebramos é ainda muito maior. Onde estávamos ou quem éramos, quando Cristo morreu por nós pecadores? Quem pode duvidar que ele dará a vida aos seus fiéis, quando já lhes deu até a sua morte? Por que a fraqueza humana ainda hesita em acreditar que um dia os homens viverão em Deus?

Muito mais incrível é o que já aconteceu: Deus morreu pelos homens.

Quem é Cristo senão aquele que no princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus: e a Palavra era Deus? (Jo 1,1). Essa Palavra de Deus se fez carne e habitou entre nós (Jo 1,14). Se não tivesse tomado da nossa natureza a carne mortal, Cristo não teria possibilidade de morrer por nós. Mas deste modo o imortal pôde morrer e dar sua vida aos mortais. Fez-se participante de nossa morte para nos tornar participantes da sua vida. De fato, assim como os homens, pela sua natureza, não tinham possibilidade alguma de alcançar a vida, também ele, pela sua natureza, não tinha possibilidade alguma de sofrer a morte.

Por isso entrou, de modo admirável, em comunhão conosco: de nós assumiu a mortalidade, o que lhe possibilitou morrer; e dele recebemos a vida.

Portanto, de modo algum devemos envergonhar-nos da morte de nosso Deus e Senhor; pelo contrário, nela devemos confiar e gloriar-nos acima de tudo. Pois tomando sobre si a morte que em nós encontrou, garantiu com total fidelidade dar-nos a vida que não podíamos obter por nós mesmos.

Se ele tanto nos amou, a ponto de, sem pecado, sofrer por nós pecadores, como não dará o que merecemos por justiça, fruto da sua justificação? Como não dará a recompensa aos justos, ele que é fiel em suas promessas e, sem pecado, suportou o castigo dos pecadores?

Reconheçamos corajosamente, irmãos, e proclamemos bem alto que Cristo foi crucificado por amor de nós; digamos não com temor, mas com alegria, não com vergonha, mas com santo orgulho.

O apóstolo Paulo compreendeu bem esse mistério e o proclamou como um título de glória. Ele, que teria muitas coisas grandiosas e divinas para recordar a respeito de Cristo, não disse que se gloriava dessas grandezas admiráveis – por exemplo, que sendo Cristo Deus como o Pai, criou o mundo; e, sendo homem como nós, manifestou o seu domínio sobre o mundo – mas afirmou:

Quanto a mim, que eu me glorie somente na cruz do Senhor nosso, Jesus Cristo (Gl 6,14).



Dos Sermões de Santo Agostinho, bispo
(Sermo Guelferbytanus 3:PLS 2,545-546)

(Séc.V)

Segunda-feira Santa: Jesus em Betânia


Ontem recordamos a entrada triunfal de Cristo em Jerusalém. A multidão dos discípulos e outras pessoas aclamaram-no como Messias e Rei de Israel. No fim do dia, cansado, voltou a Betânia, aldeia situada muito próximo da capital, onde costumava alojar-se nas suas visitas a Jerusalém.

Ali, uma família amiga tinha sempre disponível um lugar para Ele e para os seus. Lázaro, a quem Jesus ressuscitou dos mortos, é o chefe da família; vivem com ele Marta e Maria, suas irmãs, que esperam cheias de entusiasmo a chegada do Mestre, contentes por poder oferecer-lhe os seus serviços.

Nos últimos dias da sua vida na terra, Jesus passa longas horas em Jerusalém, dedicado a uma pregação intensíssima. À noite, recupera as forças em casa dos seus amigos. E em Betânia tem lugar um episódio recolhido pelo Evangelho da Missa de hoje.

Seis dias antes da Páscoa – relata São João –, foi Jesus a Betânia. Ali lhe ofereceram uma ceia; Marta servia e Lázaro era um dos que estavam com Ele à mesa. Maria tomou então uma libra de perfume de nardo autêntico, muito caro, ungiu os pés de Jesus com ele e enxugou-os com os seus cabelos, e a casa encheu-se com a fragrância do perfume.

Imediatamente salta à vista a generosidade desta mulher. Deseja manifestar o seu agradecimento ao Mestre, por ter devolvido a vida ao seu irmão e por tantos outros bens recebidos, e não repara em gastos. Judas, presente na cena, calcula exatamente o preço do perfume.

Mas, em vez de louvar a delicadeza de Maria, entregou-se à crítica: por que não se vendeu este perfume por trezentos denários para dá-los aos pobres? Na realidade, como faz notar São João, não lhe importavam os pobres; interessava-lhe ter acesso ao dinheiro da bolsa e furtar o seu conteúdo. 

São Nicolau de Flue


São Nicolau de Flue nasceu na Suíça em 1417 e passou sua juventude ajudando o pai em trabalhos práticos e sempre inclinado a vida religiosa. A pedido do pai, casou-se com Dorotéia que muito o levou para Deus, tanto que juntos educaram os dez filhos para a busca da santidade.

Aconteceu que, aos cinqüenta anos e em comum acordo com a esposa e filhos, Nicolau retirou-se na solidão, perto de sua casa, porém com o propósito de se dedicar exclusivamente a Deus, deixando de lado os diversos cargos públicos e administrativo que ocupava na sociedade.

São Nicolau entregou-se totalmente a vida de oração, penitência e jejuns, sem deixar de participar nas missas de domingo e dias santos, além de ter assumido como cama uma tábua, por travesseiro uma pedra e de primeiro frutas e ervas como alimento até chegar a se alimentar somente da Eucaristia.

Nicolau morreu com setenta anos, e mesmo no eremitério em nada se alienou ao mundo, o qual serviu como conselheiro e interferiu pacificamente nas dificuldades entre Católicos e protestantes ao ponto de ser amado tomado como modelo de pacificador e pai da pátria.

Em 1487, no dia em que completava 70 anos, Nicolau morreu. É o santo mais popular e conhecido da Suíça. 



Rezamos hoje com as palavras de São Nicolau: “Ó meu Deus e meu Senhor, afaste de mim tudo o que me afasta de você. Ó meu Senhor e meu Deus, dê-me tudo o que me aproxima de você. Ó meu Senhor e meu Deus, livre-me do meu egoísmo e conceda-me possuir somente você. Amém”.

domingo, 20 de março de 2016

“O crucifixo é a cátedra de Deus”, disse o Papa na homilia




CELEBRAÇÃO DO DOMINGO DE RAMOS
E DA PAIXÃO DO SENHOR

HOMILIA DO PAPA FRANCISCO
Praça São Pedro

XXXI Jornada Mundial da Juventude
Domingo, 20 de Março de 2016


«Bendito seja o que vem em nome do Senhor» (cf. Lc 19, 38): gritava em festa a multidão de Jerusalém, ao receber Jesus. Fizemos nosso aquele entusiasmo: agitando ramos de palmeira e de oliveira, exprimimos o nosso louvor e alegria e o desejo de receber Jesus que vem a nós. Na realidade, como entrou em Jerusalém, assim deseja entrar nas nossas cidades e nas nossas vidas. Como fez no Evangelho – montando um jumentinho –, Ele vem a nós humildemente, mas vem «em nome do Senhor»: com a força do seu amor divino, perdoa os nossos pecados e reconcilia-nos com o Pai e com nós mesmos.

Jesus fica contente com a manifestação popular de afeto da multidão e quando os fariseus O convidam a fazer calar as crianças e os outros que o aclamam, responde: «Se eles se calarem, gritarão as pedras» (Lc 19, 40). Nada poderia deter o entusiasmo pela entrada de Jesus; que nada nos impeça de encontrar n’Ele a fonte da nossa alegria, a verdadeira alegria, que permanece e dá a paz; pois só Jesus nos salva das amarras do pecado, da morte, do medo e da tristeza.

Entretanto a Liturgia de hoje ensina-nos que o Senhor não nos salvou com uma entrada triunfal nem por meio de milagres prestigiosos. O apóstolo Paulo, na segunda leitura, resume o caminho da redenção com dois verbos: «aniquilou-Se» e «humilhou-Se» a Si mesmo (Flp 2, 7.8). Estes dois verbos indicam-nos até que extremos chegou o amor de Deus por nós. Jesus aniquilou-Se a Si mesmo: renunciou à glória de Filho de Deus e tornou-Se Filho do homem, solidarizando-Se em tudo connosco – que somos pecadores – Ele que é sem pecado. E não só… Viveu entre nós numa «condição de servo» (v. 7): não de rei, nem de príncipe, mas de servo. Para isso, humilhou-Se e o abismo da sua humilhação, que a Semana Santa nos mostra, parece sem fundo.

“O Brasil atravessa um difícil momento de crise política, institucional e ética, que não deixa indiferente ninguém de nós”, diz Cardeal Dom Orani.

 
O Brasil atravessa um difícil momento de crise política, institucional e ética, que não deixa indiferente ninguém de nós. Ao contrário, pede-nos oração e reflexão. Se de um lado há um despertar das pessoas para agir na sociedade, de outro há também situações de conflitos preocupantes. Ao querer o bem do país, devemos procurar fazê-lo bem também.

Em tempos de tantas situações anômalas e tensas, ao mesmo tempo em que nos cabe manifestar nossas opiniões, somos chamados também a encontrar caminhos de solução. Eis o grande desafio que se impõe nesse momento à nossa pátria!

Em tempos como estes, os homens da Igreja são chamados a dar uma palavra de apoio e incentivo a todos os filhos e filhas desta amada nação que – queiramos ou não – nasceu sob o signo da Cruz do único e divino Redentor do gênero humano. Ele, sem deixar de ser Deus, se fez homem igual a nós em tudo, menos no pecado, na plenitude dos tempos (cf. Gl 4,4). A história é inexorável. Pode ser reinterpretada, nunca, porém, negada por quem quer que seja.

Essas raízes religiosas dão base à unidade nacional de Norte a Sul, de Leste a Oeste, sempre dentro do respeito às diferentes denominações religiosas ou mesmo às pessoas ou grupos que afirmam não ter religião. É a unidade nacional na pluralidade de pensamentos. Isso constitui um Estado que se confessa laico no sentido exato do termo, mas não laicista, ou seja, aquela Nação que, sob a aparência de laicidade, persegue as instituições não concordes com o seu modo de pensar ou, pior, com a linha ideológica do seu governo. Isso caracterizaria um tipo de intolerância que o próprio povo jamais toleraria.

É certo, como a Igreja entende desde o distante pontificado do Papa Leão XIII (1878-1903), que a chamada questão social jamais será resolvida se nos esquecermos dos valores humanos e evangélicos, pois ela é uma questão do homem e da mulher dos nossos tempos com fome e sede do Absoluto ou de Deus, sem o qual tudo o mais parece sem sentido. Daí dizer aquele Papa o seguinte: “Alguns professam a opinião, assaz vulgarizada, de que a questão social, como se diz, é somente econômica; ao contrário, porém, a verdade é que ela é principalmente moral e religiosa e, por este motivo, deve ser resolvida em conformidade com as leis da moral e da religião”. (Encíclica Graves de communi, 18/01/1901).

Em outras palavras, seguindo a sabedoria bimilenar da Igreja, não se pode fazer verdadeira reforma social sem, antes de tudo, transformar o coração humano em um coração que ama o próximo antes de amar a si. Mais: faz isso por amor de Deus e não por mera filantropia. Qualquer reforma social que não parta da própria reforma interior de cada um de nós está sujeita aos mais vergonhosos fracassos, como já ficou comprovado em diversos países que tentaram destronar Deus para colocar em Seu lugar qualquer outra coisa ou pessoa no campo social e político.

Estados Unidos reconhece genocídio do Estado Islâmico contra cristãos

 
O Secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, reconheceu como “genocídio” os crimes do Estado Islâmico contra os cristãos e outras minorias religiosas no Oriente Médio e demais regiões que estão sob seu poder.

Em uma declaração realizada ontem, Kerry assinalou: “Em meu julgamento, Daesh (Estado Islâmico) é responsável por genocídio contra grupos em áreas sob seu controle, incluindo yazidis, cristãos e muçulmanos xiitas”.

“Daesh é genocida por autoproclamação, por ideologia e por atos, no que diz, no que acredita e faz. Daesh também é responsável por crimes contra a humanidade e limpeza étnica dirigida a estes mesmos grupos e, em alguns casos, também contra muçulmanos sunitas, curdos e outras minorias”, assinalou.

A declaração foi dada no último dia do prazo considerado pelo próprio Departamento de Estado dos Estados Unidos – liderado por Kerry – para publicar uma consideração deste tipo.

No dia 14 de março, a Câmara de Representantes dos Estados Unidos votou de forma unânime a favor de declarar como “genocídio” os ataques terroristas do Estado Islâmico.

Os Cavaleiros de Colombo, a maior organização fraterna católica do mundo, e o grupo ‘Em Defesa dos Cristãos’ apresentaram em 22 de fevereiro um abaixo assinado dirigido ao Departamento de Estado, a fim de que a violência do ISIS (como também é conhecido o Estado Islâmico) seja qualificada como genocídio.

O documento, que recolheu mais de 64 mil assinaturas em menos de um mês, foi assinado, entre outros, pelo Cardeal Timothy Dolan, Arcebispo de Nova Iorque e chefe da Associação de Católicos próximos ao Oriente; pelo Arcebispo Joseph Kurtz, presidente da Conferência Episcopal dos Estados Unido; Mark Burnett, presidente da famosa produtora Metro Golden Mayer (MGM), e pela atriz irlandesa Roma Downey, que trabalhou na série de televisão Touched by an Angel.

Ambas as organizações remeteram também ao Departamento de Estado um relatório de 300 páginas, no qual detalham as atrocidades cometidas contra os cristãos no Iraque e na Síria.

Em seu discurso de ontem, Kerry reconheceu: “Sabemos que em Mossul, Qaraqosh e em outras partes, o Daesh matou os cristãos somente por razão de sua fé; assassinou 49 cristãos coptos e etíopes na Líbia; e também obrigou as mulheres e crianças cristãs a converter-se em escravas sexuais”.

O Secretário de Estado explicou que o Estado Islâmico, animado “por uma ideologia extremista e intolerante” considera os yazidis – uma minoria pré-islâmica – “pagãos” e “adoradores do demônio” e “ameaçou os cristãos dizendo: ‘conquistaremos sua Roma, quebraremos suas cruzes e escravizaremos as suas mulheres’”.

No início do mês de fevereiro deste ano, o Parlamento Europeu qualificou de genocídio os crimes do Estado Islâmico contra cristãos e outras minorias religiosas no Iraque e na Síria.

“Os muçulmanos xiitas, enquanto isso, são designados pelo Daesh como ‘infiéis e apóstatas’ e são vítimas de ataques frequentes e violentos”, disse Kerry.

“O objetivo fundamental do genocídio é pretender destruir totalmente ou parte de um grupo étnico ou religioso. Sabemos que Daesh obriga que suas vítimas escolham entre abandonar sua fé ou ser assassinados e isso é para muitos uma eleição entre um tipo de morte ou outra”, acrescentou.

Kerry destacou que a visão do mundo do Estado Islâmico “está apoiada em eliminar aqueles que não se aderem a sua perversa ideologia”.

“Espero que minha declaração assegure às vítimas das atrocidades do Daesh que os Estados Unidos reconhecem e confirmam a desprezível natureza dos crimes que cometeram contra eles”, indicou.

O Secretário de Estado dos Estados Unidos reconheceu que embora “nomear estes crimes seja importante”, o essencial “é detê-los”.

“Para isto será necessária a unidade neste país e com os países diretamente envolvidos e a determinação para atuar contra o genocídio, contra a limpeza étnica, contra os outros crimes contra a humanidade deve ser forte entre as pessoas decentes no mundo inteiro”, concluiu.

Via-Sacra: 8ª Estação: “Jesus encontra as mulheres de Jerusalém” (Lucas 23,28-31).



  
“Mulheres de Jerusalém, não choreis por Mim”.

Jesus Mestre, ao longo do Caminho do Calvário, continua a instruir a nossa humanidade. Com o seu olhar de verdade e misericórdia, ao encontrar as mulheres de Jerusalém, recolhe as lágrimas de compaixão derramadas por Ele. Ele, o Deus que chorou e Se lamentou sobre Jerusalém, educa agora o pranto daquelas mulheres para que não fique estéril lamentação externa. Convida-as a reconhecerem n’Ele a sorte do Inocente injustamente condenado e queimado, como madeira verde, pelo «castigo que nos salva». Ajuda-as a interrogarem amadeira seca do próprio coração para sentirem a dor benéfica da compunção. Aqui brota o pranto autêntico, quando os olhos confessam com as lágrimas não só o pecado, mas também a dor do coração. São lágrimas abençoadas, como as de Pedro, sinal de arrependimento e penhor de conversão, que renovam em nós a graça do Batismo.

Se fazem assim no madeiro verde, que será no madeiro seco?

As palavras com que Jesus adverte as mulheres de Jerusalém que O seguem e choram por Ele, fazem-nos refletir. Como entendê-las? Não se trata porventura de uma advertência contra uma piedade puramente sentimental, que não se torna conversão e fé vivida? De nada serve lamentar, por palavras e sentimentalmente, os sofrimentos deste mundo, se a nossa vida continua sempre igual. Por isso, o Senhor nos adverte do perigo em que nós próprios nos encontramos. Mostra-nos a seriedade do pecado e a seriedade do juízo. Apesar de todas as nossas palavras de horror à vista do mal e dos sofrimentos dos inocentes, não somos nós porventura demasiado inclinados a banalizar o mistério do mal? Da imagem de Deus e de Jesus, no fim de contas, admitimos apenas o aspecto terno e amável, enquanto tranquilamente cancelamos o aspecto do juízo? Como poderia Deus fazer-Se um drama com a nossa fragilidade – pensamos cá conosco –, não passamos de simples homens?! Mas, fixando os sofrimentos do Filho, vemos toda a seriedade do pecado, vemos como tem de ser expiado até ao fim para poder ser superado. Não se pode continuar a banalizar o mal, quando vemos a imagem do Senhor que sofre. Também a nós, diz Ele: Não choreis por Mim, chorai por vós próprios… Porque se tratam assim o madeiro verde, que será do madeiro seco?

Senhor, às mulheres que choravam, falastes de penitência, do dia do Juízo, quando nos encontrarmos diante da vossa face, a face do Juiz do mundo. Chamais-nos a sair da banalização do mal que nos deixa tranquilos para podermos continuar a nossa vida de sempre. Mostrai-nos a seriedade da nossa responsabilidade, o perigo de sermos encontrados, no Juízo, culpados e estéreis. Fazei com que não nos limitemos a caminhar ao vosso lado, oferecendo apenas palavras de compaixão. Convertei-nos e dai-nos uma vida nova; não permitais que acabemos por ficar como um madeiro seco, mas fazei que nos tornemos ramos vivos em Vós, a videira verdadeira, e produzamos fruto para a vida eterna (cf. Jo 15, 1-10).

Entre as pessoas que contemplam a passagem do Senhor, há umas tantas mulheres que não podem conter a sua compaixão e desfazem-se em lágrimas, recordando porventura aquelas jornadas gloriosas de Jesus, quando todos exclamavam maravilhados: bene omnia fecit (Mc VII, 37), fez tudo bem.

Mas o Senhor quer encaminhar esse pranto para um motivo mais sobrenatural, e convida-as a chorar pelos pecados, que são a causa da Paixão e que atrairão o rigor da justiça divina:

- Filhas de Jerusalém, não choreis por Mim; chorai por vós mesmas e pelos vossos filhos... Pois, se tratam assim a madeira verde, o que acontecerá ao lenho seco (Lc XXIII, 28, 31)?

Os teus pecados, os meus, os de todos os homens põem-se de pé. Todo o mal que fizemos e o bem que deixámos de fazer. O panorama desolador dos inumeráveis delitos e infâmias sem conta, que teríamos cometido, se Ele, Jesus, não nos tivesse confortado com a luz do Seu olhar amabilíssimo.

Que pouco é uma vida para reparar! 

CNBB lança edital de concurso para hino da CF 2017



A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou o concurso para o hino da Campanha da Fraternidade 2017. O processo seletivo será realizado em um único edital, letra e música, simultaneamente, podendo haver parceria entre letristas e músicos.

Com base no tema da CF 2017 “Fraternidade: Biomas brasileiros e defesa da vida” e o lema “Cultivar e guardar a criação”, as características da letra do hino devem traduzir em profunda linguagem poética seu conteúdo. Além disso, é exigido também que o hino apresente alguma forma de rima, embora possa ser usado versos livres.

Quanto aos critérios para a análise da qualidade literária do texto, o edital recomenda a leitura do subsídio técnico das Edições CNBB “Canto e música litúrgica pós Concílio Vaticano II: Princípios teológicos, litúrgicos, pastorais e estéticos”. O emprego da função da linguagem mais adequada ao momento litúrgico também será levado em consideração.

Já em relação ás características da música, o edital exige o caráter vibrante e convocativo, e melodias e ritmos fluentes em qualquer assembleia. Além disso, a apresentação da composição deverá ser escrita em pauta musical, com a indicação dos acordes (cifras) para o acompanhamento instrumental.