terça-feira, 22 de março de 2016

Há uma só morte que resgata o mundo e uma só ressurreição dos mortos


O desígnio de nosso Deus e Salvador em relação ao homem consiste em levantá-lo de sua queda e fazê-lo voltar, do estado de inimizade ocasionado por sua desobediência, à intimidade divina. A vinda de Cristo na carne, os exemplos de sua vida apresentados pelo Evangelho, a paixão, a cruz, o sepultamento e a ressurreição não tiveram outro fim senão salvar o homem, para que, imitando a Cristo, ele recuperasse a primitiva adoção filial.

Portanto, para atingir a perfeição, é necessário imitar a Cristo, não só nos exemplos de mansidão, humildade e paciência que ele nos deu durante a sua vida, mas também imitá-lo em sua morte, como diz São Paulo, o imitador de Cristo: Tornando-me semelhante a ele na sua morte, para ver se alcanço a ressurreição dentre os mortos (Fl 3,10).

Mas como poderemos assemelhar-nos a Cristo em sua morte? Sepultando-nos com ele por meio do batismo.Em que consiste este sepultamento e qual é o fruto dessa imitação? Em primeiro lugar, é preciso romper coma vida passada. Mas ninguém pode conseguir isto se não nascer de novo, conforme a palavra do Senhor, porque o renascimento, como a própria palavra indica, é o começo de uma vida nova. Por isso, antes de começar esta vida nova, é preciso pôr fim à antiga. Assim como, no estádio, os que chegam ao fim da primeira parte da corrida, costumam fazer uma pequena pausa e descansar um pouco, antes de iniciar o retorno, do mesmo modo, era necessário que nesta mudança de vida interviesse a morte, pondo fim ao passado para começar um novo caminho.

E como imitar a Cristo na sua descida à mansão dos mortos? Imitando no batismo o seu sepultamento. Porque os corpos dos batizados ficam, de certo modo, sepultados nas águas. O batismo simboliza, pois, a deposição das obras da carne, segundo as palavras do Apóstolo: Vós também recebestes uma circuncisão, não feita por mão humana, mas uma circuncisão que é de Cristo, pela qual renunciais ao corpo perecível. Com Cristo fostes sepultados no batismo (Cl 2,11-12). Ora, o batismo, por assim dizer, lava a alma das manchas contraídas por causa das tendências carnais, conforme está escrito: Lavai-me e mais branco do que a neve ficarei (Sl 50,9). Por isso, reconhecemos um só batismo de salvação, já que é uma só a morte que resgata o mundo e uma só a ressurreição dos mortos, das quais o batismo é figura.



Do Livro sobre o Espírito Santo, de São Basílio Magno, bispo
(Cap.15,35: PG32,127-130)

(Séc.IV)

Terça-feira Santa: Como é a nossa Fé?


O Evangelho da Missa termina com o anúncio de que os Apóstolos deixariam Cristo só durante a Paixão. A Simão Pedro que, cheio de presunção, afirmava: eu darei a minha vida por ti, o Senhor respondeu: tu darás a tua vida por mim? Eu te asseguro que não cantará o galo, antes de me teres negado três vezes.

Em poucos dias cumpriu-se a predição. Todavia, poucas horas antes, o Mestre tinha-lhes dado uma lição clara, preparando-os para os momentos de escuridão que se avizinhavam.

Ocorreu no dia seguinte ao da entrada triunfal em Jerusalém. Jesus e os Apóstolos tinham saído muito cedo de Betânia e, com a pressa, talvez não tivessem comido nada. O caso é que, como relata São Marcos, o Senhor sentiu fome. Vendo ao longe uma figueira com folhas, foi ver se nela encontraria alguma coisa; mas, ao chegar junto dela, não encontrou senão folhas, pois não era tempo de figos. Disse então: «Nunca mais ninguém coma fruto de ti.» E os discípulos ouviram isto.

Ao entardecer regressaram à aldeia. Devia ser já tarde avançada e não repararam na figueira amaldiçoada. Mas no dia seguinte, terça-feira, ao voltar de novo a Jerusalém, todos contemplaram aquela árvore, antes frondosa, que mostrava os ramos nus e secos. Pedro fê-lo notar a Jesus: “Olha, Mestre, a figueira que amaldiçoaste secou!” Jesus disse-lhes: “Tende fé em Deus. Em verdade vos digo, se alguém disser a este monte: «Sai daí e lança-te ao mar», e não vacilar em seu coração, mas acreditar que o que diz vai se realizar, assim acontecerá”.

Durante a sua vida pública, para realizar milagres, Jesus pedia uma só coisa: fé. Aos cegos que lhe suplicavam a cura, tinha-lhes perguntado: credes que posso fazer isso? – Sim, Senhor, responderam-lhe. Então tocou-lhes os olhos dizendo: que se faça em vós conforme a vossa fé. E abriram-se-lhes os olhos. E contam os Evangelhos que, em muitos lugares, não realizou prodígios, porque às pessoas lhes faltava fé.

Também nós temos de nos interrogar: como é a nossa fé? Confiamos plenamente na palavra de Deus? Pedimos na oração o que necessitamos, seguros de consegui-lo se é para nosso bem? Insistimos nas súplicas, o que seja preciso, sem desfalecer? 

Comissão da CNBB divulga nota sobre o Dia Mundial da Água 2016




DIA MUNDIAL DA ÁGUA

“Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” 
(Am 5,24).

Nas comemorações do Dia Mundial da Água, a Comissão Episcopal para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), une-se a todos que trabalham pela preservação deste bem natural, fonte da vida em todas as suas expressões. A água é um direito humano, por isso, deve ser assegurada de forma universal e gratuita a todas as populações.

Com 12% da água potável do mundo, o Brasil é um país privilegiado em recursos hídricos. Ainda assim, convive com o drama da falta de água em inúmeras regiões. O desmatamento da Mata Atlântica, do Cerrado e da Amazônia para a expansão do agronegócio; o aumento do uso de agrotóxicos; o uso de fontes, córregos, rios, poços artesianos para irrigação com vistas à produção e ao lucro; a ausência de ações de saneamento básico nas cidades e comunidades rurais são alguns fatores do desequilíbrio no ciclo da geração e da qualidade da água.

A tragédia ocorrida em Mariana, em novembro do ano passado, com o rompimento da barragem de rejeitos da mineradora Samarco, ceifando vidas e contaminando toda a Bacia do Rio Doce, é um alerta para os riscos de atividades que exploram o solo sem levar em conta a preservação do meio ambiente e o respeito à vida.

É urgente estancar esses problemas que comprometem os cursos d´água e sua qualidade, atingindo especialmente os mais pobres. Agrava essa situação a ameaça de privatização da água como nos alerta o papa Francisco. “Enquanto a qualidade da água disponível piora constantemente, em alguns lugares cresce a tendência para se privatizar este recurso escasso, tornando-se uma mercadoria sujeita às leis do mercado. Na realidade, o acesso à água potável e segura é um direito humano essencial, fundamental e universal, porque determina a sobrevivência das pessoas e, portanto, é condição para o exercício dos outros direitos humanos. Este mundo tem uma grave dívida social para com os pobres que não têm acesso à água potável, porque isto é negar-lhes o direito à vida, radicado na sua dignidade inalienável” (Laudato Si, 30).

CNBB não está de acordo com “golpe no País”, afirma bispo da Diocese de Crateús, CE


“Tem muita gente posando de santinho, mas que nunca pensou em pobre. E não pensa em pobre. Estão fazendo discurso bonito porque querem o poder, e com isso a CNBB não concorda”, disse, em um discurso forte, Dom Ailton Menegussi.


“Quando se trata de um governo que nasceu dos pobres, esse é criminoso”, afirmou ao participar do encerramento dos festejos religiosos de São José, em Tauá, o Bispo da Diocese de Crateús, CE, Dom Ailton Menegussi, referindo-se ao momento político do Brasil e demonstrando seu  apoio ao partido dos trabalhadores (PT), assegurando, porém, seu descontentamento pela situação de corrupção no país.

O prelado, porém, não se limitou a dar a própria opinião, mas afirmou que suas palavras eram a posição da CNBB que rechaçava o que chamou de “tentativa de golpe”.

Sendo assim, disse que a CNBB não aceita que “partidos políticos se aproveitem a crise para dar golpe no País”.

Santa Léia


Muito poucos são os registros sobre Santa Léia.

Léia, jovem viúva cristã, recusou-se contrair segundas núpcias com um rico nobre romano, desistindo de uma vida de luxo e riqueza para aderir às primeiras comunidades cristãs.

São Jerônimo, organizador das comunidade desta época, foi acusado de atrair Léia e outra viúvas para o cristianismo. Exilou-se então em Belém.

Ao saber da morte de Léia, Jerônimo escreveu uma carta sobre a vida desta viúva, e este é o único documento que temos sobre ela.

Segundo São Jerônimo, Léia consagrou-se à vida religiosa, tornou-se madre superiora, e com seu exemplo de humildade, oração e serviço, testemunhou seu amor a Cristo.

Passou a vida envolta em vestes simples e gastava horas em profunda oração. Nunca fez nada que lhe servisse de vanglória ou que lhe trouxesse benefícios pessoais.

Sua vida era sua quarto, pequeno no espaço, mas grande como local de louvor a Deus. Ali ela tinha tudo o que precisava. Nada lhe faltou por ter trocado um rica mansão pela singeleza de um monastério. Ao contrário, sua grande riqueza foi a coroa da santidade, que perpetua até hoje sua memória entre nós.

Santa Léia morreu em Roma no ano de 384.  



Senhor Jesus, vós nos dissestes: "Eu vim para servir e não para ser servido". Rogamos, pelo exemplo de Santa Léia, que embora fosse superiora colocou-se como escrava das outras religiosas, saibamos também nós encontrarmos alegria em servir e em todas as circunstâncias exercer a verdadeira caridade.

segunda-feira, 21 de março de 2016

Análise moral das reações católicas à Operação Lava Jato

 
O que tem em comum uma "carta aberta" da Pastoral da Juventude da Igreja Católica no Brasil, da Cáritas brasileira com as declarações de Catarina Martins, delegada do bloco de esquerda em Portugal? (Links aqui, aqui e aqui). Ainda que abismado com a constatação, as três comunicações tem tudo em comum. Todas as três comunicações defendem o desgoverno petista. A delegada do bloco socialista de Portugal tem menos pudor em assumir sua crítica socialista que a Pastoral da Juventude e a Cáritas que o fazem nas entrelinhas, maquiados por um bom-mocismo enauseante que esconde o verdadeiro fulcro do qual nasce a crítica: o abjeto socialismo marxista da luta de classes!

Ao socialista é impensável a liberdade de investigação e de imprensa. Tal liberdade está, nas palavras de Catarina, fora do Estado de direito! Pasmem, mas, esta mesma sandice é repetida pela Pastoral da Juventude e pela Cáritas! Até Dezembro de 2015 a Operação Lava Jato já tinha condenado 58 pessoas (link aqui). Todos poderosos, empreiteiros, donos do capital, políticos e lobistas. Na prisão, condução coercitiva, julgamento e condenação dessas 58 pessoas - mais aquelas que foram presas preventivamente para averiguação e inquérito - não houve nenhuma comoção da Cáritas quanto as tais conquistas históricas nunca antes vistas nesse País e nenhuma manifestação da Pastoral da Juventude quanto à grave crise pela qual passa o País. Tudo isso só veio acontecer quando a Operação Lava Jato encostou em Luiz Inácio Lula da Silva e na Presidente Dilma Rousseff. É compreensível que os socialistas e marxistas da PJ e da Cáritas os defendam e acusem de golpista a justiça que os julga culpados por roubar 27 bilhões de reais do erário público, pois, partilham da mesma ideologia.

Como Católico que sou digo que é execrável a postura de dois organismos da Igreja Católica no Brasil que chutam e pisam na moral Católica, na Verdade e na ética, que cospem no Evangelho e o rasgam para defender o indefensável , injusto, pecaminoso e idólatra projeto de poder socialista do Foro de São Paulo! Impudicos, cínicos, mentirosos e ardilosos, tudo fizeram para manter o poder que conquistaram. Construíram o maior esquema de corrupção da história moderna do mundo para alimentar este mesmo projeto de poder e dominação que incluía não somente o Brasil, mas, as outras proto-ditaduras socialistas latino-americanas na Venezuela com Nicolás Maduro que espezinhou tanto seu povo que lhes falta desde papel higiênico até comida; na Argentina com os Kirchiner que proibia de se veicular os estratosféricos patamares da inflação argentina, na Colômbia com Evo Morales e em Cuba com a dinastia Castro. Levantaram uma cortina de fumaça com benefícios sociais endividando o Governo Federal até não mais aguentar a fim de camuflar suas verdadeiras e efetivas ações e isto está sendo provado e comprovado a cada descoberta que os Juízes do Ministério Público Federal estão fazendo.

Homilética: Ceia do Senhor: "O Memorial do Senhor".


O Tríduo Sacro, que começa com a Missa vespertina na Ceia do Senhor e vai até o Sábado Santo, é o tempo do amor que nos convida a um serviço que vai até ao extremo da cruz. Na quinta-feira santa Jesus antecipa o dom da sua vida no Sacramento da Eucaristia; na sexta-feira santa, o Senhor realiza na cruz o sacrifício redentor pela humanidade; no sábado santo, entramos nas entranhas da salvação que se está realizando. De repente, em meio ao silêncio mais profundo, quando tudo parecia perdido, Cristo aparece ressuscitado e glorioso.

A Eucaristia é o sacramento que sintetiza e resume todos os mistérios da vida de Jesus Cristo, máxime o seu Mistério Pascal (Paixão, Morte e Glorificação). Este sacramento permanece para que nós possamos entrar em contato com quem realmente nos salvou com seu poder e com suas obras poderosas: Jesus.

Postos a contemplar o Cristo que se oferece para a nossa redenção e ressuscita para a nossa salvação, a nossa vida só pode expressar-se autenticamente como serviço a Deus e, por amor a Deus, a todas as pessoas, especialmente aos irmãos na fé.

Às vezes preocupa-me o fato de que hoje em dia estamos muito tolerantes com as pessoas de outras religiões e não conseguimos compreender com carinho aqueles que são nossos irmãos na fé católica. Poderia dar-se o caso de fazer compatível a muita tolerância para com os outros que ainda não são da nossa família e as críticas brutais contra aqueles partilham o mesmo sangue que nós, o sangue de Jesus, que nos reconciliou com o bom Deus. Isso seria ridículo! 

A instrução de Jesus “fazei isto em memória de mim” não significa ter uma recordação intelectual de sua pessoa; trata-se de uma ordem para que a comunidade de fiéis (a Igreja) celebre a entrega de Jesus ratificada na cruz e plenificada na ressurreição. E, como a páscoa de Jesus foi realizada como plenificação da Páscoa judaica, a “memória” que se celebra é o conjunto dos atos salvíficos de Deus, quando a morte foi transformada em vida. A celebração da eucaristia é atualização, no aqui e agora, dos eventos salvíficos realizados ao longo da história que culminaram no mistério de Cristo.

Como reconhecer quando uma pessoa está possuída pelo demônio?

 
Padre Cipriano de Meo é exorcista desde 1952. Este frei capuchinho explica algumas pistas que permitem reconhecer quando uma pessoa está possuída pelo demônio e um método para distinguir uma doença de uma possessão demoníaca.

Em entrevista concedida à ACI Stampa – agência em italiano do Grupo ACI –, o Pe. de Meo afirma que “os casos de possessão felizmente não são muitos ou tão numerosos. Entretanto, existem vários casos que com frequência são desconhecidos”.

“O método para discernir a possessão da doença é a oração feita pelo sacerdote (exorcista) e o fiel. Uma oração prolongada, até o ponto que, se o adversário estiver presente, ocorrerá uma reação. Normalmente quem está doente evidencia em sua atitude geral”, disse o sacerdote e ex-presidente da Associação Internacional de Exorcistas.

O Pe. Cipriano assinalou que “o possuído tem várias atitudes gerais ante um exorcista, que é visto pelo adversário como um inimigo preparado para combatê-lo. Não faltam expressões atemorizantes no rosto, ameaça com palavras ou gestos e outras coisas, mas sobretudo blasfêmia contra Deus e contra a Virgem Maria”.

O perito explica que, “entretanto, nem todos os casos são semelhantes. O sacerdote que serve neste ministério deve saber confrontar o caso ao qual enfrenta, por vontade de Deus, com amor e humildade”.

O frade capuchinho, nascido em 1924, afirma que “os italianos vivem um grande jejum da realidade demoníaca. Facilmente dão importância aos falatórios de magos ou ilusionistas, esquecendo as armas que o Senhor coloca a nossa disposição”.

“A Igreja, de fato, quer uma vida de oração. Não somente do sacerdote, mas também do fiel que pede a intervenção do exorcista, que também recebe benefícios por meio da ajuda dos familiares”, explicou o sacerdote.

O Pe. de Meo considera que “a ignorância dos italianos (e não só deles) acontece devido o silêncio dos sacerdotes acerca da presença demoníaca (…). Com frequência nosso povo dá mais importância às dúvidas ou incertezas em vez de ficar preocupados pelo pecado no qual estão vivendo”.

“É absolutamente fundamental extirpar o pecado e viver em graça de Deus”, precisou.