segunda-feira, 28 de março de 2016

Santa Gisela


Santa Gisela nasceu por volta de 985. Filha do duque bávaro, Henrique, o Briguento, e de Gisela de Barganha. Em 996 os emissários da Hungria vieram a sua casa, para a alegria de seus pais, pedir sua mão em casamento. Gisela que tinha se consagrado a Deus no íntimo de seu coração não teve como mudar esta situação e assim mudou-se para a corte principesca húngara, casando com o rei Estevão.

Porém, sua meta continuava a ser a de levar todo o povo para Cristo. Gisela foi coroada e ungida como primeira rainha cristã dos húngaros e com ela, seu marido Estevão que se converteu ao cristianismo por sua influência.

Gisela ajudou na construção e nos reparos de igrejas, construiu a Catedral de Vezprim para a qual doou ricos feudos. Mandou vir escultores da Grécia para embelezarem as Igrejas. Porém passou por grandes sacrifícios. Perdeu a primeira filha e logo depois, o filho. Outras duas filhas se casaram e jamais as reviu por partirem para terras muito distantes. Seu filho Américo, que deveria sucedê-la ao trono real, também faleceu. Mais tarde ele foi canonizado pela sua santidade.

Em 15 de agosto de 1038, festa da Assunção de Nossa Senhora, dia em que se consagrara anos atrás, seu esposo faleceu, e também foi canonizado. Após tantas mortes passou a receber tratamentos hostis do povo pagão húngaro. Confiscaram-lhe os bens, proibiram-na de se corresponder com parentes de países estrangeiros, prenderam-na e a maltrataram. Depois de vários anos de prisão, foi libertada por Henrique III, em 1042. Voltou a Baviera e se fez beneditina no Mosteiro de Niederburg, o qual Henrique II elevara à categoria de abadia.

Prudente e sábia foi eleita abadessa, governando a abadia até 7 de maio de 1065. Foi enterrada na capela de Parz e logo após sua morte, vinham romeiros de todos os recantos do mundo.  


Senhor nosso Deus, que Santa Gisela, vossa fiel esposa, desperte em nosso coração a chama da caridade, que ela transmitiu a suas irmãs, para a glória perene da vossa Igreja. Olhe por nós, para que diante das perdas de quem amamos possamos obter a graça da fortaleza. Diante da solidão, possamos ter quem nos socorra e nos conduza por caminhos retos, e que nossas Igrejas tenham sempre esplendor espiritual. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

domingo, 27 de março de 2016

Cristo ressuscitou dos mortos, e vai à vossa frente para a Galiléia


1Depois do sábado, ao amanhecer do primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro. 2De repente, houve um grande tremor de terra: o anjo do Senhor desceu do céu e, aproximando-se, retirou a pedra e sentou-se nela. 3Sua aparência era como um relâmpago, e suas vestes eram brancas como a neve. 4Os guardas ficaram com tanto medo do anjo, que tremeram, e ficaram como mortos. 5Então o anjo disse às mulheres: “Não tenhais medo! Sei que procurais Jesus, que foi crucificado. 6Ele não está aqui! Ressuscitou, como havia dito! Vinde ver o lugar em que ele estava. 7Ide depressa contar aos discípulos que ele ressuscitou dos mortos, e que vai à vossa frente para a Galiléia. Lá vós o vereis. É o que tenho a dizer-vos.” 8As mulheres partiram depressa do sepulcro. Estavam com medo, mas correram com grande alegria, para dar a notícia aos discípulos. 

9De repente, Jesus foi ao encontro delas, e disse: “Alegrai-vos!” As mulheres aproximaram-se, e prostraram-se diante de Jesus, abraçando seus pés. 10Então Jesus disse a elas: “Não tenhais medo. Ide anunciar aos meus irmãos que se dirijam para a Galiléia. Lá eles me verão.”


Do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 28,1-10

TE DEUM (A VÓS, Ó DEUS, LOUVAMOS)

A vós, ó Deus, louvamos,
a vós, Senhor, cantamos.
A vós, Eterno Pai,
adora toda a terra.

A vós cantam os anjos,
os céus e seus poderes:
Sois Santo, Santo, Santo,
Senhor, Deus do universo!

Proclamam céus e terra
a vossa imensa glória.
A vós celebra o coro
glorioso dos Apóstolos,

Vos louva dos Profetas
a nobre multidão
e o luminoso exército
dos vossos santos Mártires.

A vós por toda a terra
proclama a Santa Igreja,
ó Pai onipotente,
de imensa majestade,

e adora juntamente
o vosso Filho único,
Deus vivo e verdadeiro,
e ao vosso Santo Espírito.

Ó Cristo, Rei da glória,
do Pai eterno Filho,
nascestes duma Virgem,
a fim de nos salvar.

Sofrendo vós a morte,
da morte triunfastes,
abrindo aos que têm fé
dos céus o reino eterno.

Sentastes à direita
de Deus, do Pai na glória.
Nós cremos que de novo
vireis como juiz.

Portanto, vos pedimos:
salvai os vossos servos,
que vós, Senhor, remistes
com sangue precioso.

Fazei-nos ser contados,
Senhor, vos suplicamos,
em meio a vossos santos
na vossa eterna glória.

Salvai o vosso povo.
Senhor, abençoai-o.
Regei-nos e guardai-nos
até a vida eterna.

Senhor, em cada dia,
fiéis, vos bendizemos,
louvamos vosso nome
agora e pelos séculos.

Dignai-vos, neste dia,
guardar-nos do pecado.
Senhor, tende piedade
de nós, que a vós clamamos.

Que desça sobre nós,
Senhor, a vossa graça,
porque em vós pusemos
a nossa confiança.

Fazei que eu, para sempre,
não seja envergonhado:
Em vós, Senhor, confio,

sois vós minha esperança!

Cristo ressuscitado dos mortos não morre mais


Irmãos: 3Será que ignorais que todos nós, batizados em Jesus Cristo, é na sua morte que fomos batizados? 4Pelo batismo na sua morte, fomos sepultados com ele, para que, como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim também nós levemos uma vida nova. 5Pois, se fomos de certo modo identificados a Jesus Cristo por uma morte semelhante à sua, seremos semelhantes a ele também pela ressurreição. 6Sabemos que o nosso homem velho foi crucificado com Cristo, para que seja destruído o corpo de pecado, de maneira a não mais servirmos ao pecado. 7Com efeito, aquele que morreu está livre do pecado.  

8Se, pois, morremos com Cristo, cremos que também viveremos com ele. 9Sabemos que Cristo ressuscitado dos mortos não morre mais; a morte já não tem poder sobre ele. 10Pois aquele que morreu, morreu para o pecado uma vez por todas; mas aquele que vive, é para Deus que vive. 11Asim, vós também considerai-vos mortos para o pecado e vivos para Deus, em Jesus Cristo.


Da Carta de São Paulo aos Romanos 6,3-11


– 1Dai graças ao Senhor, porque ele é bom! *
“Eterna é a sua misericórdia!”
– 2A casa de Israel agora o diga: *
“Eterna é a sua misericórdia!”

=16A mão direita do Senhor fez maravilhas, †
a mão direita do Senhor me levantou, *
a mão direita do Senhor fez maravilhas!”
– 17Não morrerei, mas ao contrário, viverei *
para cantar as grandes obras do Senhor!

– 22“A pedra que os pedreiros rejeitaram, *
tornou-se agora a pedra angular.
– 23Pelo Senhor é que foi feito tudo isso: *
Que maravilhas ele fez a nossos olhos!



Salmo 117(118),1-2.16ab-17.22-23

Derramarei sobre vós uma água pura, e vos darei um coração novo


16 A palavra do Senhor foi-me dirigida nestes termos: 17“Filho do homem, os da casa de Israel estavam morando em sua terra. Mancharam-na com sua conduta e suas más ações; sua conduta era para mim como a impureza da menstruação. 18Então derramei sobre eles a minha ira, por causa do sangue que derramaram no país e dos ídolos com os quais o mancharam. 19Eu dispersei-os entre as nações, e eles foram espalhados pelos países. Julguei-os de acordo com sua conduta e suas más ações. 20Quando eles chegaram às nações para onde foram, profanaram o meu santo nome; pois deles se comentava: ‘Esse é o povo do Senhor; mas tiveram de sair do seu país!’ 21Então eu tive pena do meu santo nome que a casa de Israel estava profanando entre as nações para onde foi.

2Por isso, dize à casa de Israel: Assim fala o Senhor Deus: Não é por causa de vós que eu vou agir, casa de Israel, mas por causa do meu santo nome, que profanastes entre as nações para onde fostes. 23Vou mostrar a santidade do meu grande nome, que profanastes no meio das nações. As nações saberão que eu sou o Senhor. – oráculo do Senhor Deus – quando eu manifestar minha santidade à vista delas por meio de vós. 24Eu vos tirarei do meio das nações, vos reunirei de todos os países, e vos conduzirei para a vossa terra. 25Derramarei sobre vós uma água pura, e sereis purificados. Eu vos purificarei de todas as impurezas e de todos os ídolos. 26Eu vos darei um coração novo e porei um espírito novo dentro de vós. Arrancarei do vosso corpo o coração de pedra e vos darei um coração de carne; 27porei o meu espírito dentro de vós e farei com que sigais a minha lei e cuideis de observar os meus mandamentos. 28Habitareis no país que dei a vossos pais. Sereis o meu povo e eu serei o vosso Deus”.


Do Livro do Profeta Ezequiel 36,16-28


– 41,2Assim como a corça suspira *
pelas águas correntes,
– suspira igualmente minh’alma *
por vós, ó meu Deus!

–3Minha alma tem sede de Deus, *
e deseja o Deus vivo.
– Quando terei a alegria de ver *
a face de Deus?

– 5Recordo saudoso o tempo *
em que ia com o povo.
– Peregrino e feliz caminhando *
para a casa de Deus,
– entre gritos, louvor e alegria *
da multidão jubilosa.

– 43,3Enviai vossa luz, vossa verdade: *
elas serão o meu guia;
– que me levem ao vosso Monte santo, *
até a vossa morada!

– 4Então irei aos altares do Senhor, *
Deus da minha alegria.
– Vosso louvor cantarei, ao som da harpa, *
meu Senhor e meu Deus!


Salmo 41(42),2-3.5bcd; 42(43),3-4

Domingo de Páscoa: Jesus Venceu


Transcorrido o sábado, Maria Madalena, Maria a Mãe de Tiago, e Salomé, compraram perfumes para ir embalsamar Jesus. Muito de madrugada, no primeiro dia da semana, ao nascer do sol, dirigiram-se ao sepulcro. Assim começa São Marcos a narração do sucedido naquela madrugada de há dois mil anos, na primeira Páscoa cristã.

Jesus tinha sido sepultado. Aos olhos dos homens, a sua vida e a sua mensagem tinham terminado com o mais profundo dos fracassos. Os seus discípulos, confusos e atemorizados, tinham-se dispersado. As próprias mulheres que acodem para realizar um gesto piedoso, perguntam-se umas às outras: quem nos tirará a pedra da entrada do sepulcro? “No entanto, faz notar São Josemaria, seguem adiante... Tu e eu, como andamos de vacilações? Temos esta decisão santa, ou temos de confessar que sentimos vergonha ao contemplar a decisão, a intrepidez, a audácia destas mulheres?”

Cumprir a Vontade de Deus, ser fiéis à lei de Cristo, viver coerentemente a nossa fé, pode parecer às vezes muito difícil. Apresentam-se obstáculos que parecem insuperáveis. No entanto, não é assim. Deus vence sempre.

A epopéia de Jesus de Nazaré não termina com a sua morte ignominiosa na Cruz. A última palavra é a da Ressurreição gloriosa. E os cristãos, no Batismo, somos mortos e ressuscitados com Cristo: mortos para o pecado e vivos para Deus. “Oh Cristo – dizemos com o Santo Padre João Paulo II –, como não te dar graças pelo dom inefável que nos ofereces nesta noite! O mistério da tua Morte e da tua Ressurreição infunde-se na água batismal que acolhe o homem velho e carnal, e o faz puro, com a mesma juventude divina” (Homilia, 15-IV-2001).

Hoje a Igreja, cheia de alegria, exclama: este é o dia que o Senhor fez: regozijemo-nos e alegremo-nos com ele! Grito de júbilo que se prolongará durante cinqüenta dias, ao longo do tempo pascal, como um eco das palavras de São Paulo: posto que vós ressuscitastes com Cristo, procurai os bens do alto, onde está Cristo sentado à direita de Deus. Ponham todo o coração nos bens do céu, não nos da terra; porque morrestes e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus.

É lógico pensar – e assim o considera a Tradição da Igreja – que Jesus Cristo, uma vez ressuscitado, apareceu em primeiro lugar à sua Santíssima Mãe. O fato de que não apareça nos relatos evangélicos, com as outras mulheres, é – como assinala João Paulo II – um indício de que Nossa Senhora já havia se encontrado com Jesus.

“Esta dedução ficaria confirmada também – acrescenta o Papa – pelo fato de que as primeiras testemunhas da ressurreição, por vontade de Jesus, foram as mulheres, as quais permaneceram fiéis ao pé a Cruz e, portanto, mais firmes na fé” (Audiência, 21-V-1997). Só Maria tinha conservado plenamente a fé, durante as horas amargas da Paixão; por isso é natural que o Senhor tivesse aparecido a Ela em primeiro lugar.

Temos de permanecer sempre junto à Nossa Senhora, mas mais ainda no tempo de Páscoa, e aprender dEla. Com que ânsias tinha esperado a Ressurreição! Sabia que Jesus tinha vindo salvar o mundo e que, portanto, devia padecer e morrer; mas também conhecia que não podia ficar sujeito à morte, porque Ele é a Vida. 

Os filhos de Israel entram pelo meio do mar a pé enxuto


Naqueles dias, 14,15o Senhor disse a Moisés: “Por que clamas a mim por socorro? Dize aos filhos de Israel que se ponham em marcha. 16Quanto a ti, ergue a vara, estende o braço sobre o mar e divide-o, para que os filhos de Israel caminhem em seco pelo meio do mar. 17Eu vou endurecer o coração dos egípcios, para que sigam atrás de vós, e eu serei glorificado às custas do Faraó, e de todo o seu exército, dos seus caros e cavaleiros. 18E os egípcios saberão que eu sou o Senhor, quando eu for glorificado às custas do Faraó, dos seus caros e cavaleiros”. 

19Então, o anjo do Senhor, que caminhava à frente do acampamento de Israel, mudou de posição e foi para trás deles; e com ele, ao mesmo tempo, a coluna de nuvem, que estava na frente, colocou-se atrás, 20inserindo-se entre o acampamento dos egípcios e o acampamento de Israel. Para aqueles a nuvem era tenebrosa, para estes, iluminava a noite. Assim, durante a noite inteira, uns não puderam aproximar-se dos outros. 

21Moisés estendeu a mão sobre o mar, e durante toda a noite o Senhor fez soprar sobre o mar um vento leste muito forte; e as águas se dividiram. 22Então, os filhos de Israel entraram pelo meio do mar a pé enxuto, enquanto as águas formavam como que uma muralha à direita e à esquerda. 23Os egípcios puseram-se a persegui-los, e todos os cavalos do Faraó, caros e cavaleiros os seguiram mar adentro. 24Ora, de madrugada, o Senhor lançou um olhar, desde a coluna de fogo e da nuvem, sobre as tropas egípcias e as pôs em pânico. 25Bloqueou as rodas dos seus caros, de modo que só a muito custo podiam avançar. Disseram, então, os egípcios: “Fujamos de Israel! Pois o Senhor combate a favor deles, contra nós”. 

26O Senhor disse a Moisés: “Estende a mão sobre o mar, para que as águas se voltem contra os egípcios, seus caros e cavaleiros”.27Moisés estendeu a mão sobre o mar e, ao romper da manhã, o mar voltou ao seu leito normal, enquanto os egípcios, em fuga, corriam ao encontro das águas, e o Senhor os mergulhou no meio das ondas. 28As águas voltaram e cobriram caros, cavaleiros e todo o exército do Faraó, que tinha entrado no mar em perseguição de Israel. Não escapou um só. 29Os filhos de Israel, ao contrário, tinham passado a pé enxuto pelo meio do mar, cujas águas lhes formavam uma muralha à direita e à esquerda. 

30Naquele dia, o Senhor livrou Israel da mão dos egípcios, e Israel viu os egípcios mortos nas praias do mar, 31e a mão poderosa do Senhor agir contra eles. O povo temeu o Senhor, e teve fé no Senhor e em Moisés, seu servo.  
15,1Então, Moisés e os filhos de Israel cantaram ao Senhor este cântico: 

– 1Ao Senhor quero cantar, pois fez brilhar a sua glória: *
† precipitou no mar Vermelho o cavalo e o cavaleiro!
– 2O Senhor é minha força, é a razão do meu cantar, *
pois foi ele neste dia para mim libertação!  

– Ele é meu Deus e o louvarei, Deus de meu pai e o honrarei. *
3O Senhor é um Deus guerreiro, o seu nome é “Onipotente”:
 – 4os soldados e os caros do Faraó jogou no mar. *
seus melhores capitães afogou no mar Vermelho, 

=5afundaram como pedras e as ondas os cobriram. †
6Ó Senhor, o vosso braço é duma força insuperável! *
Ó Senhor, o vosso braço esmigalhou os inimigos! 

– 17Vós, Senhor, o levareis e o plantareis em vosso Monte, *
no lugar que preparastes para a vossa habitação,
– no Santuário construído pelas vossas próprias mãos.*
18O Senhor há de reinar eternamente, pelos séculos!


Êxodo: 14,15-15,1-6.17-18

São Ruperto


O santo de hoje foi um grande apóstolo da Baviera, Alemanha. A pedido do rei, foi convidado a evangelizar a França, e fez este belo trabalho. Após ser eleito bispo, a corte da Baviera o chamou, convidando-o também a evangelizar aquelas terras. Juntamente com o apoio do rei pôde ter o apoio de muitos religiosos, inclusive de sua irmã, que também era consagrada.

São Ruperto evangelizou a muitos, fazendo a Boa Nova chegar às altas autoridades, ao ponto do sucessor do rei já ser evangelizado. Antes de sua última Santa Missa, sua irmã ouviu sua oração de entrega: “Pai, em Tuas mãos eu entrego o meu espírito”. Em toda sua vida, e também na morte, viveu entregue a Deus.

São Ruperto, rogai por nós!


Senhor, por intercessão de São Ruperto, queremos hoje vos rogar pelas vocações religiosas; para que os jovens vocacionados encontrem apoio em suas famílias e na sociedade para o desenvolvimento da Igreja. Rogamos também por todo o clero, para que, na santidade, governem com sabedoria o Seu povo. Amém.

sábado, 26 de março de 2016

A Vitória da Páscoa


A Páscoa cristã é a prodigiosa passagem do Senhor Jesus Cristo, cabeça da humanidade, que nos libertou da tirania de Satanás e nos introduziu na nossa verdadeira Pátria.

CELEBREMOS

A Páscoa, a festa das festas; a solenidade das solenidades, não se celebra dignamente senão na alegria. A Igreja quer ouvir as nossas aclamações: Rejubilemo-nos, repete-nos ela à saciedade, e entreguemo-nos à alegria! Os nossos irmãos orientais saúdam-se neste dia com as próprias palavras da liturgia: Cristo ressuscitou! - Ressuscitou verdadeiramente.

Reconheçamos que, nos nossos países ocidentais, não manifestamos da mesma forma a nossa felicidade. Ao passo que no Natal os fiéis que entram na igreja ou dela saem trocam espontaneamente sorrisos e votos de felicidade, na manhã da Ressurreição não nos dão a impressão de respirar uma atmosfera de vitória. O seu porte é grave. Parecem preocupados sobretudo com observar o dever da comunhão pascal. Será então necessário tomar um ar triste para cumprir o mais amável dos deveres, para unir-se pelo banquete eucarístico ao triunfo de Jesus Cristo?

Não, católico, meu irmão, não digas: Acabo de fazer a minha Páscoa. Como parece mesquinho, neste dia, esse possessivo ridículo! É a nossa comunidade paroquial, célula da Igreja universal, que vai celebrar a vitória da Páscoa. Numa das leituras da missa, o sacerdote repetirá as palavras de São Paulo: Celebremos, pois, a festa... (1 Cor 5, 8). O sentido do verbo latino epulemur, que a Neovulgata, a versão latina oficial da Igreja, usa nesta passagem, não oferece a menor dúvida, pois o reencontramos nos lábios do pai da parábola do filho pródigo: Comamos e celebremos, porque este meu filho morrera e tornou à vida (Lc 15, 23-24). Celebremos. Deixemos de lado esses rostos sérios. Tomemos um ar de festa para cantar a glória de Cristo ressuscitado, que nos alimenta com a sua carne divina para ressuscitar-nos com Ele.

Ouçamos em que termos um sacerdote romano do século III, Santo Hipólito, saudava esse mistério da nossa fé: ó Crucificado, condutor da dança divina! Ó festa do Espírito! Páscoa divina que desces dos céus à terra e da terra tornais a subir aos céus! Solenidade nova! Assembléia de toda a Criação! Ó alegria universal, honra, festim, delícias pelas quais a morte tenebrosa foi aniquilada, a vida derramada sobre toda a criatura e abertas as portas do céu!

PÁSCOA, PASSAGEM

O Prefácio pascal resumiu os motivos da nossa alegria em algumas frases de um cunho maravilhoso e de uma inspiração plenamente bíblica. Com o coração voltado para o céu, damos graças ao Senhor nosso Deus com um fervor sem igual neste dia em que Cristo, nossa Páscoa, foi imolado.

() Oração que antecede - prefacia- a Oração Eucarística da Missa (N. do T.).

A palavra Pdscoa significa passagem, a passagem de Deus entre nós e a nossa passagem para Deus. A Ressurreição de Cristo é o ponto culminante dos desígnios redentores que Deus alimentava desde longa data. Uma das primeiras etapas da salvação da humanidade tinha sido a libertação do povo de Israel escravizado aos egípcios. Todos os anos, o Povo Eleito comemorava essa passagem do Senhor´ que, para tornar possível a evasão dos cativos, tinha ferido os primogénitos das famílias egípcias e protegido as casas dos israelitas cujas portas estavam marcadas com o sangue de um cordeiro. Em vão os exércitos do Faraó tinham tentado apanhar os fugitivos: foram engolidos pelas águas do Mar Vermelho, que se tinham aberto para abrir passagem aos filhos de Israel que Moisés ia conduzir para a Terra Prometida.

A nossa Páscoa é a passagem ainda mais prodigiosa do Senhor Jesus Cristo, cabeça da humanidade, que, ao deixar a terra e ir para o céu, nos libertou da tirania de Satanás e nos introduziu na nossa verdadeira Pátria. A nossa Páscoa é a antiga noite batismal no decurso da qual os pecadores, mergulhados na água em que deveriam ter encontrado a morte, saíam da piscina na mesma hora em que Cristo saíra do túmulo. A nossa Páscoa é o sangue de Cristo imolado que nos valeu a salvação. O cordeiro pascal que os israelitas compartilhavam num repasto sagrado em ação de graças pela sua libertação passada não era senão a figura do verdadeiro Cordeiro, cujo sangue nos redimiu e que tomamos como alimento na Eucaristia, sacramento da nossa redenção.

Seremos capazes de conter a nossa alegria? Éramos uns infelizes cativos, submetidos a Satanás, e Cristo abriu-nos as portas da nossa prisão. Fez-nos passar do campo de concentração para o país da liberdade. Éramos náufragos destinados aos abismos infernais e, quando nós nos debatíamos nas águas do dilúvio em esforços inúteis, o braço de um Barqueiro intrépido nos agarrou e nos arrancou ao sorvedouro. O nosso Libertador, o nosso Barqueiro, é Cristo que se imolou por nós.

O termo glorioso do seu sacrifício fez-nos passar do pecado para o amor, da sombra para a luz, da morte para a vida, da vida natural sempre tributária da morte para a vida sobrenatural que não conhece declínio.